A prisão provisória é a principal vilã da superlotação dos presÃdios brasileiros, mas segundo relatório divulgado pelo Instituto de Direitos Humanos da International Bar Association, a crise do sistema judiciário vai além desse fato. O paÃs é dono da quarta maior população carcerária do mundo.
Dos mais de 400 mil presos, 44% estão em regime de prisão provisória. Por outro lado, muitos condenados não chegam às celas.
O Ministério de Justiça estima que há mais de 300 mil mandados de prisão contra condenados não cumpridos. Para a instituição, só vontade polÃtica pode dar um fim à crise do Judiciário e desafia CNJ a se manter duro e eficaz.
O relatório será apresentando na sexta-feira (26) na Associação dos Advogados de São Paulo (AASP). O estudo "A Crise nas prisões e no sistema de Justiça criminal Brasileiro, divulgado em primeira mão pela Consultor JurÃdico, foi elaborado pela IBA, uma associação mundial de advogados, especializada em estudos jurÃdicos.
Segundo a entidade, as causas para esse resultado são a lentidão da Justiça e o fato de os tribunais estarem violando o princÃpio da presunção da inocência. Dados colhidos concluem que a opinião da população é de que “a polÃcia prende os criminosos e os juÃzes os deixam ir” e que o uso crescente da prisão provisória por parte de alguns juÃzes pode, em parte, ser uma resposta a esta pressa.
A Justiça brasileira também pouco aplica a progressão de regime, que resultaria na liberdade de boa parte dos condenados.
O relatório também acusa o sistema de elitista por dar privilégios aos mais ricos e estudados, que são aqueles que conseguem pagar os melhores advogados e, assim, garantir uma boa defesa. O mesmo ocorre com os menores, já que todos os detentos da Fundação Casa, por exemplo, têm origem humilde.
A entidade também relata as condições das prisões já divulgadas por meio dos mutirões do CNJ e o crescente número de prisões de pessoas acusadas de delitos menores e inocentes. É considerado grave ainda o fato de as detenções gerarem facções criminosas.
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Nota do Blog – Esse trabalho é da mais alta relevância, para que toda a sociedade possa participar da discussão para podermos atenuar o impacto desse problema.
Claro que a questão não é só de segurança pública. Passa por aspectos sociais, legais, policiais e polÃticos.
Fundamental um estudo multidisciplinar e ação articulada. Vontade de resolver.
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