Um dos meus "bebês remelentos" aniversaria hoje.
Poxa! O tempo, mesmo sem atalhos, corre se esgueirando da gente. Imagine elas, as crianças. Teimam em crescer.
Vão se distanciando rumo ao seu próprio destino, traçando caminhos, saltando obstáculos e daqui a pouco os papéis estarão invertidos. Lembra-me Erasmo de Roterdam em seu "Elogio da loucura".
O autor fala dessa transposição de vida, onde as preocupações se invertem e os "velhos" é que se tornam levados, irascíveis e rebeldes. Hora da contrapartida: papinha à boca, mão afetuosa e pequenas chantagens emocionais pedindo colo.
De minha parte, prestes a ver se formar uma fisioterapeuta, tenho procurado convencê-la à especialização em geriatria. Legislo em causa própria, admito.
Pouco além da meia-noite, lá estava o bobo aqui, telefone à mão e repetindo obviedades, renovando laços, enraizando compromissos e desabafando. Por mais que pareça piegas, tolo e eles até possam achar tudo isso, nada é capaz de dimensionar esse bem.
Teóricos, estudiosos e praticantes do amor não se cansam de falar em toma-lá-dá-cá, escambo afetivo e ciúmes como provas do bem-querer. Nada disso. Penso diferente.
Quando a gente gosta, "a volta" é consequência. Às vezes nem acontece. Mas ninguém pode tirar aquilo que já lhe pertence. Está consagrado. Amor é unilateral. Se houver reciprocidade, aí é benção. Ofertório divino.
Mas em si, filho é isso: Ben-ção.
Feliz Aniversário, Luzia Lívia.
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