Você não está com ilusão de ótica ao se deparar com a foto que ilustra a postagem. É assim mesmo. No mesmo local, o mesmo restaurante, dois nomes. Passado e presente unidos pela culinária sertaneja. Eu conto. Vamos lá.
Em Lajes, Sertão Central do RN, à margem da BR-304, desde 1987 funcionou um endereço obrigatório para centenas e milhares de clientes, entre eles incontáveis políticos com mandato ou não, vitoriosos ou perdedores.
Todos eram recebidos com muita fidalguia pelo senhor João Gomes, o “João do Cabrito”, do restaurante “O Cabrito do João.” Ouvi-lo era obrigatório. “Ele é o Ibope do sertão,” definiu o deputado federal Nélio Dias (in memoriam), que tinha uma propriedade no município.
Toda campanha política, num espaço da parede de seu negócio, era fixado um mural para panfletagem de candidatos e cabos eleitorais. Lá botavam santinhos e adesivos, além de aproveitarem dois dedinhos de prosa com o anfitrião, que sempre tinha o que falar sobre as disputas eleitorais.
Cansado da labuta, seu João passou o bastão há pouco mais de um ano para o ex-garçom Manoel Wilame Gabreil, que transformou o lugar no “Bode do Gabriel.”
Porém, o arrendamento não fez desaparecer a marca tão famosa na região. Os dois nomes de fantasia, ou nomes comerciais, convivem pacificamente no mesmo prédio.
Eu sigo freguês da comida sertaneja caseira, mas com saudades de João do Cabrito. Gabriel contou-me que ele sempre aparece no local, mas sem as obrigações de antes. Um dia desses a gente se reencontra para outras boas conversas. O “Ibope” continua afiado.
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