Por Marcos Ferreira
Enfim, após outro dia causticante, está chegando o crepúsculo. O vento açoita a mangueira, invade a casa. A porta da frente e a de trás estão abertas. Nessas horas, quando a ventania bate com força, uma porção de ciscos costuma cair do teto, que não tem forro. Vez por outra, então, preciso limpar o teclado e a mesa do computador. Essa poeira fininha, em contato com meus dedos suados, me causa desconforto. Por conta disso lavo minhas mãos com certa frequência.
Em mais alguns minutos as sombras ocuparão este espaço. Hoje me sinto melhor na penumbra que sob a luz fluorescente. A rede continua armada aqui na sala. Pela manhã, embora acorde cedo, tenho extrema dificuldade de me levantar, de deixar a tipoia e tomar o primeiro banho. Alguns até podem dizer que isso é apenas preguiça. Já o meu psiquiatra acredita que se trata de outra coisa.
De modo complementar, Dr. Dirceu Lopes me cobra a prática de exercícios físicos, caminhada, academia. Ainda receio o vírus. Além disso, tem a questão do tipo de músicas que predomina em tais lugares, onde se busca entrar em forma, beleza do corpo e um pouco de endorfina. Espaços cheios e ruidosos me deixam nervoso. O poeta Aluísio Barros, um dos finalistas do Prêmio Jabuti deste ano, me recomenda a absorção natural de vitamina D por meio da exposição ao sol.
Penso agora naquele jovem ator e bailarino mossoroense que tirou a própria vida há cerca de um mês. Ele foi vítima da falta de apoio aos que fazem arte nesta cidade, quer sejam atores, músicos, artistas plásticos ou literatos. Não bastasse o desestímulo a essas pessoas, semana passada os vereadores da base governista tentaram cortar alguns recursos, emendas orçamentárias para a cultura.
Exatamente. O golpe rasteiro que os vereadores aliados do senhor prefeito tentaram aplicar na classe artística é um desserviço, um ultraje, uma covardia e um acinte. Ouvi dizer que o bailarino enfrentava apuros financeiros. Sucumbiu ante a indiferença e mesquinhez com que o Executivo e o Legislativo municipais sempre trataram a cultura desta província.
O rapaz necessitava de ajuda médica, um psicólogo ou psiquiatra, além de medicamentos, indispensáveis nesses casos.
Eu não estaria aqui escrevendo estas linhas se não tivesse contado com esse tipo de assistência num momento grave, crucial. Ainda assim há dias sombrios. Como este em que o astro-rei me parece desnecessário. Eu o trocaria, ao menos hoje, por um dia inteiro de chuva, com nuvens negras em todo o céu, entremeado por raios e trovões. Seria ótimo, apesar das condições do meu telhado.
Tento crer que esta minha existência obscura vale a pena. Não tenho profissão nem diploma universitário. Passei a vida toda pulando de um subemprego para outro. Quando mais jovem, entre outras ocupações, carreguei sacos de sal na cabeça, recebi muita poeira de sal nos armazéns de refino, limpei o lixo e o mato de quintais, fui vigia noturno com um apito e um porrete, a pé, em ruas do Santa Delmira. Não me tornei padre, pastor nem jogador de futebol, sequer político.
Pois é. Meu estado de espírito oscila. Às vezes acordo otimista, radiante, de bem com todos, motivado. Noutras ocasiões, porém, amanheço assim, macambúzio, sorumbático. Gira na minha cabeça um filme triste, uma retrospectiva das coisas que eu poderia ter feito e não fiz, daquilo que eu poderia ter sido e não fui. O tempo, se isto justifica algo, me impôs muitas privações e obstáculos.
Mergulhei nos livros, na literatura. Daí provém o pouco conhecimento que tenho sobre meu próprio idioma. Isto me abriu uma grande oportunidade: as portas do jornal O Mossoroense.
Ali, apresentado pelo saudoso poeta Apolônio Cardoso e acolhido pelo também poeta Cid Augusto, comecei a publicar meus textos. Depois, indicado por Cid, fui contratado como revisor. Não demorou muito e passei a repórter e editor de cultura. Eis o ponto alto do meu currículo empregatício.
Nunca, entretanto, sonhei em ser jornalista, com todo o respeito que tenho pelos que exercem e honram essa profissão. Fui tomado pelo micróbio da literatura e botei na cabeça que meu destino era ser escritor. Tolice! Ninguém (ou quase ninguém) consegue sobreviver apenas da escrita literária. Muito menos em Mossoró, que num passado recente se arvorava de capital brasileira da cultura.
A luz vermelha da cafeteira parece mais viva agora que a casa vai escurecendo. Vou desligá-la e pego mais um trago da rubiácea. É a última dose do dia. Retorno ao computador com a caneca de ágata pela metade. Tenho a sensação de que o vento que circula traz um aroma de chuva. Fico na expectativa de que ela venha, ao menos o bastante para lavar os ciscos sobre as telhas e aquietar a poeira do calçamento. Mas, reparando melhor, acho que não vem. Talvez amanhã.
— Olha a tapioca! — grita um ambulante.
Daí a pouco um carro aparelhado com potentes alto-falantes passa anunciando propaganda enganosa de um supermercado. Os decibéis cortam meu raciocínio. Interrompo a digitação. Há ruído de outros automóveis e motocicletas. Um cão ladra aqui por perto. O bulício dos passarinhos explode entre os ramos da mangueira. Ouço também a voz indistinta de vizinhos e transeuntes.
O que estarão conversando? Não faço ideia. Quem sabe discutindo o preço dos combustíveis, sobretudo o da gasolina, do gás de cozinha, dos gêneros alimentícios. Em suma, a carestia galopante que assola inúmeras famílias humildes. Dezenove milhões de brasileiros passando fome; outros quinze milhões desempregados. Sei que estou me repetindo, mas é preciso denunciar tudo isso. “O que me assusta não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons”, palavras de Luther King.
A máquina de lavar roupas da casa ao lado começa a funcionar. Emite um som desagradável. A pessoa que opera a máquina, uma senhora de meia-idade, liga o som e se põe a arremedar as péssimas músicas que vão rolando. Neste momento, enquanto escrevo, eu preferiria ouvir tão somente o canto dos pássaros, o barulho do vento nas folhas da mangueira e até a arenga dos vira-latas.
Exceto por alguma ligação telefônica, passo o dia sem conversar com ninguém, sozinho com minhas cismas e neuras. Até o mês passado, quando minha gata Gudãozinho estava aqui, eu tinha com quem conversar. Ela era tão cheia de vida, carinhosa. Contudo, como narrei naquela ocasião, Gudãozinho foi envenenada, possivelmente por um elemento cruel, desumano. Estou assimilando essa perda, que me jogou na lona como se eu tivesse recebido um soco no queixo.
Escureceu por completo. Acendo a única luz da sala-cozinha. Estou fatigado, um colar de suor no pescoço. Paro diante do espelho e miro meu rosto um tanto entumescido por causa dos psicofármacos. Não faço a barba há meses. Meus lábios sumiram sob os pelos. Antes, ao me barbear, eu achava ruim quando, aqui e acolá, avistava um fio branco. Hoje, aqui e acolá encontro um fio preto.
Hora de tomar mais banho, fechar as portas, apagar a luz e deitar. Seria tão bom se amanhã tivéssemos um dia todo de chuva. Há muita sujeira nesta cidade que precisa ser lavada. Lavaríamos também as nossas almas.
Marcos Ferreira é escritor
Bom dia companheiro, estamos juntos em nossas tipoias,com esse calor, só nos resta esperar por chuvas,Abraços.
Abraço e obrigado.
Bonjour, poeta M. Ferreira.
Lendo tua crônica sempre me chega o mesmo tom memorialístico da escrita de Lima Barreto e Carolina de Jesus: a vida passada a limpo pelo viés de quem conhece o barro do chão. Tintas expressionistas. Uma luta de Lua e Sol.
Torço q chegue já uma Gudãozinha para alegrar teu dia. Já lhe disse q repito os nomes e é por isso que o novo Frodo me traz as graças e brincadeiras de antes.
O Sol tem q se a levantar, Marcos. Sísífo já empurra novamente a pedra até o cimo do monte. Essaa pessoas passarão. Selfie cansa. E Chicó já cantou o dia no quintal do vizinho. Deus esteja. Santa Luzia nos proteja.
Ps.: Há resistência. No Meio do Mundo, entre o Santa Delmira e o Integração, artistas pensantes fazem da Arte uma arma. Lutemos com eles e elas.
Obrigado, poeta.
Abraço.
Bom dia! Gosto de ler as suas crônicas, Marcos. Você demonstra ser sincero e espontâneo. Parabéns!
Obrigado, Dr. Genecy.
Abraço.
Uma chuva para lavar a sujeira de Mossoró? Não, o mestre das crônicas não quer uma chuva. Quer água que faça o dilúvio de Noé parecer um chuvisco.
O mestre é realmente um sonhador.
Imaginar que os vereadores considerem a cultura como algo essencial ao desenvolvimento de Mossoró…
Pergunto ao mestrre quantos livros, neste ano que finda, todos os vereadores, somados, leram?
Dá para contar nos dedos da mão?
Vereador está mesmo preocupado é com COENTRO. Tanto isto é verdade que na licitação realizada em 16/12/2020, 143 mil reais foram torrados na compra de COENTRO, CEBOLA, PIMENTÃO etc. Até hoje ninguém soube dizer o que fizeram com o COENTRO. Lembrei agora de outra preocupação dos vereadores. O aumento de 33,33% que ganharão a partir de janeiro de 2022.
A secretaria de cultura de Mossoró, nos últimos anos, não realizou nenhuma ação de apoio aos artistas mossoroenses.
Meu bom Marcos Ferreira,, quando você fala em apagar a luz e mergulhar num sono profundo, não está querendo dormir. Na realidade quer fugir da claridade que lhe mostra uma realidade que muito machuca, incomoda e fere pessoas como você.
Parabéns pela crônica.
Obrigado, amigo Inácio.
Caro amigo, você é grande, fico de cá torcendo que essas sombras sejam substituídas por luzes, que continue nos presenteando com seus maravilhosos textos e acima de tudo com sua generosa amizade. Abraço
Obrigado, amigo.
Abraço.
Caro poeta e escritor Marcos Ferreira. Os dias não tem sido fáceis, sobretudo, para aqueles que são sensíveis a fatores externos.E asim, vamos seguindo, nesse exercício de viver em paz… Grande abraço!
Obrigado, poeta.
Abraço.
Como sempre uma magistral crônica. Essas reflexões são imediatamente transferidas para seus leitores, disso não tenho a menor sombra de dúvidas, pois permeiam outros imaginários parecidos com os seus. Parabéns!
Obrigado, amigo Raimundo.
Boa tarde Caro Marcos Ferreira, li cedo mas só agora tive “coragem” de escrever.
Sorte, muita sorte de quem está nesta realidade é domina esta arte do domínio do nosso vernáculo.
Digo “sorte ” mas com adendo; “quando mas leio, estudo, trabalho mas sorte tenho “.
Muito do que falas está em nós.
Triste quem não assume e não procura ajuda; mas como procurar ajuda no caso do jovem artista que nos deixou?
Afirmo-te que muito do relatado está em mim.
Vou vencendo aos trancos e barrancos; não é fácil.
Formo minha bolha e vou aqui conversando com meus amigos virtuais.
Aos jovens digo: planejem suas vidas, estejam atentos pois o natural da vida são as opções de todo tipo e isto determinará o futuro; ele chegará inoxideravelmente.
Um abraçaço extensivo a Natália.
Obrigado, amigo Amorim.
Abraço.
Quando a gente lê as crônicas de Marcos Ferreira, sente e vê ao nosso lado um povo abandonado à própria sorte. Uns ainda lutam. Outros apenas vão vivendo com suas dores, acostumados com a miséria que a elite lhes impôs.
O sofrimento pessoal do Poeta transparece em suas crônicas como uma denúncia, um grito de socorro que possa preencher a sua solidão, a sua angústia, a sua dor que tem como principal fonte, creio, o desprezo do poder público pela cultura de Mossoró.
Mesmo com esse espetáculo de miséria, ainda nos resta o consolo da máxima: “Não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe”.
Caro João Bezerra,
Muito obrigado.
Abraço.
Caro Marcos Ferreira, a nossa vida é um gráfico aonde contém as curvas dos mais e do menos, e são nestas que encontramos as provações para sairmos de qualquer situação, sejam elas fáceis ou difíceis, algumas as vezes tentam nos fazer de fracos e por pouco não conseguem nos deixar em uma reta letárgica, pois é aí caro amigo, aonde advém a luz de Cristo, a segurança de Sua mão que nos pega pelos braços e nos deixa em porto seguro para continuarmos a viver.
Como você mesmo descreve em sua crônica de hoje cheia de sentimentos humanos e de humildade com mansidão de quem quer vencer; feliz realmente é aquele que tem endereço, nome e sobrenome para fornecer aos que nos cobram satisfações, quantos não possuem telhados para deixar cair a poeira no teclado do computador? Quantos não tem o copo de água gelada ou a caneca em louça ou ágata para um café na hora que a vontade chega ? Quantos não tiveram oportunidades para poder criar alguém ou mesmo um animal de estimação, por não ter teto fixo e nem o pão na mão todos os dias ? Amigo… as interrogações da vida são inúmeras! O que temos à fazer é olhar para frente, seguir e sempre falar para nós mesmos “eu posso, eu vou fazer, e eu vou vencer” com ou sem os remédios da alma e do corpo, isto porque eu tenho um Pai que tudo pode, Deus nos deu vida e se Ele me fez viver até aqui, então vou batalhar para viver mais e mais… veja caro Marcos, que você é um grande e forte homem, tem uma inteligência invejável, escreve como poucos, assemelha as coias como se tivesse uma antena perceptora com todos os poderes que os considerados gênios em sua maioria não possuem… enfim amigo Marcos, você é uma pessoa abençoada por Deus, pois não se encontra com as costas marcadas pelas escaras de viver deitado para curar males oriundo de um câncer, uma anomalia física ou outras mazelas que prostram para judiar não só com o físico mais acima de tudo com a alma, então vamos viver a vida e fazer de cada dia e momentos passados em uma vitória, reconhcendo acima de tudo que somos fortes, e que se Deus nos deu mente sã, braços e pernas fortes e perfeitos é porque temos a capacidade de ir a luta e ser vencedor.
Ah, ia esquecendo… com relação a Gudãozinho, o tempo é sábio e vai te acomodar, pois com certeza logo, logo aparecerá um outro animalzinho para preencher e saudade de Gudãozinho, se vier, pardo, branco, preto, amarelo ou rajado este também deverá ser chamado de Gudãozinho, ok ?
No mais amigo, te desejo tudo de bom!
O ombro velho calejado estar aqui, sempre ao seu dispôr.
Inté domingo!
Muito obrigado, amigo Rocha Neto.
Abraço.
P.S. O grande John Kennedy um dia falou para o mundo, o seguinte: “O CONFORMISMO É O CARCEREIRO DA LIBERDADE E INIMIGO DO CRESCIMENTO”.
Que verdade!!!
Olá, querido amigo Marcos!
Tem dias assim… Em que o nosso humor prefere se esconder entre a penumbra das horas, estendendo-se inclusive no tempo lá fora.
Ainda bem que o sol reaparece a cada dia, dissipando as trevas e redescobrindo a alegria de um simples sorriso!
Abraços
Obrigado, amiga Vanda.
Deixe a barba crescer mais e vai virar um papai Noel. O período é propício. Valeu, poeta. Nesses tempos mesmo é melhor ficar em casa, homi. O mundo lá fora não tem o que dá. Estamos assim também e é o melhor a se fazer. Deixar o o tempo passar na tipoia. Você está certíssimo. Sobre a barba, deixe crescer. E os cabelos brancos nem se preocupe, só aumentam a cada dia. Isso é normal. É o tempo, o impiedoso tempo, massacrando a gente, a parte física e a mente, como você diz e gosta de repetir: o que poderia ter sido e que não foi e que nunca será, pois o tempo não volta, as palavras e as ações também não retroagem e a gente vive assim, cada um com sua sina, poeta, cada um pagando o seu quinhão nessa terra quente. Valeu!
Caro Magno,
Obrigado.
Abraço.
Com certeza sua existência vale a pena! O mundo nos cobra muito, mais e mais… Diante disso é como se estivéssemos sempre aquém da nossa meta… Sabes bem que isso pode ser cruel. Não se cobre tanto, não penses no que poderia ter feito, mas no que fazes agora e ainda podes fazer. Gudãozinho foi muito feliz por ter o senhor em sua vida. Nos poucos meses que teve de vida recebeu amor, cuidados médicos, alimentação… E com ctz a gatinha ao seu modo tb retribuiu a atenção que recebeu do seu tutor. Sim o Sr. Ainda pode fazer muito para si e para o próximo. Inclusive abrigar outro animalzinho que tanto precisa dos seus cuidados. A retribuiçao é certeira.
Prezada Ana,
Muito obrigado.
Abraço.
Olá, amado amigo Marcos!
Mesmo quando as sombras turvam o seu caminhar eu vejo luz na sua escrita. És uma alma sensível aos viés dos que trafegam nas encruzilhadas da vida. Ainda existe uma beleza viva no seu quintal, uma sinfonia de pássaros num canto de paz, que ultrapassa a barreira fria do caos que existe em nós. No vão da soleira da porta, a esperança se faz presente, e a coragem dentro de você pulsa forte nas suas veias. Das bandas de cá torço por você. Um dia haverá de conhecer as belezas do “meu paraíso”. Enquanto isso não acontece… Receba um forte abraço das bandas do Norte. 🌹
Querida Rizeuda,
Muito obrigado.
Aqui ansioso pela chegada do seu livro.
Abraço.
Olá, querido amigo Marcos!
Acordar, nesses tempos de Pandemia, é motivo de agradecer a Deus; mesmo assim há dias em que, ao refletirmos sobre a nossa existência, o coração pede o exílio hodierno, a solidão de um dia chuvoso e a quietude noturna.
Você é um guerreiro, as letras em si já justificam que sua existência vale a pena, “tudo vale a pena, se a alma não é pequena”, sua alma é grandiosa.
Grande abraço!
Querida Simone,
Agradeço muito sua leitura e mensagem de estímulo.
Forte abraço.
O maior escritor de Mossoró está melancólico e macambúzio. Mas Marcos Ferreira sempre foi assim. Não entendo a admiração dos colegas. É o jeito dele, do poeta. Ele é assim, pessoal. Vamos deixar o poeta curtir esse momento dele. Ele precisa disso para escrever. É importante para o escritor ter seu momento de solidão. Valeu, poeta, e se deite na tipoia, homi. Não tem coisa melhor. Por mim, eu passava o dia deitado igual a você, mas eu tenho que trabalhar, homi, se não eu ficava assim, o dia inteiro, de preferência com um bom uísque e uma água de coco e uma nega bem boa de lado.