O menino pequeno e negro abre a lixeira.
Revira o lixo e encontra um pedaço de pão.
Parece que contém um pouco de sujeira…
Estuda o fragmento e logo passa a mão.
Depois, espertamente, o garotinho cheira
A massa descartada e ele mordisca. Então
Descobre que seu gosto não é de primeira,
Porém não desperdiça aquela refeição.
É magro e cabeçudo, pernas bem cambadas.
Decerto o pobrezinho não tem nem dez anos.
À noite, com a mãe, dormindo nas calçadas.
Divide o pão com ela, cerca da metade.
A mãe quanto o pequeno são bolivianos,
Sozinhos e invisíveis na grande cidade.
Marcos Ferreira é escritor
LEVA
Leva esta tristeza
Leva esta saudade
Leva esta desiluzão
Leva a minha vida
Mas traga de volta
A menina de trança
Que na janela ficava
Todas as tardes
Inácio Augusto de Almeida
Boêmio/Sonhador
DesiluSão
Bolivianos, venezuelanos, cubanos, argentinos e muitos brasileiros. Todos unidos pela mesma necessidade.
Enquanto isso, vamos lembrando daquela canção que diz: A gente não quer só comida…
Essa cena não está distante e nem é impossível: costumamos vê-la no nosso cotidiano…. Parece que nos tornamos um pouco anestesiados…. Impotentes para fazermos qualquer tipo de mudança na paisagem… Seguimos o nosso caminho! E ainda nos incomodamos com quem se importa! Onde deixamos morrer a nossa empatia e sensibilidade?
Olá, querido poeta!
Retrata no seu versejar, a dura vida daqueles que longe da Pátria de origem, disputam junto aos nossos pedintes, o pão de cada dia!
Abraços
Morte e vida Severina , INFELIZMENTE, mais atual que nunca em nossa diáspora interna..!!!
Caro M. A. Ferreira na simplicidade dos seus versos, a verdade e, mais ainda a realidade latente que vem a tona e atormenta, pelo menos aqueles que ainda não perderam a capacidade de ENXERGAR no outro seu semelhante e irmão na atual quadra OBSCURANTISTA, que muito por má fé e ignorância, tentam dissimuladamente ignorar.
Torcemos para 02/10/2922, REPRESENTAR o acaso do Neo- NAZIFASCISMO em nosso Brasil, pelo.menos como norte de governança e visão de SOCIEDADE fita ORGANIZADA.
Um baraço
FRANSUELDO V. DE ARAÚJO
OAB/RN.7318
É deste modelo…
Trágico, desnecessário, mata nossa alegria, um dia a vida se revolta.
Grande abraço.
* Torcemos pra que 02/10/2022, logo passe fazer parte da nossa HISTÓRIA, como o princípio do ocaso dessa triste e OBSCURANTISTA quadra em que, como nação e país nos submetemos!
Olá, amigo poeta!
No seu soneto, a dura realidade daqueles que vivem á margem da sociedade. Uma situação que só cresce em todos os cantos. Falta pão, e principalmente, falta conscientização, empatia e amor ao próximo. Falta projetos sociais e políticas públicas ao alcance de todos. Parabéns, Marcos! Abraços das bandas do Norte! 👏👏👏👏
Querido Marcos,
Amo a sua poesia, mesmo mostrando a realidade nua e crua do.nosso dia a dia. E soneto, então, você sempre supera as expectativas!
Abraço