Por Ney Lopes
Observa-se na economia global melhores perspectivas de crescimento econômico em 2024.
Até o FMI havia anunciado uma taxa otimista de crescimento.
Porém, essa chance está ameaçada pelo fenômeno do El Niño, aponta estudo da gestora britânica Schroders.
El Niño se refere ao aquecimento anormal das águas do Pacífico. Ele altera temporariamente a distribuição de umidade e calor no planeta, principalmente na zona tropical.
Ocorre em intervalos irregulares de cinco a sete anos e tem duração média que varia entre um ano a um ano e meio, com início nos últimos meses do ano.
No Brasil, ocasiona secas prolongas as regiões Norte e Nordeste e chuvas intensas e volumosas no Sul. O fenômeno natural deverá ter seu pico entre outubro deste ano e fevereiro de 2024
O Norte e Nordeste brasileiros passarão por um período de seca severa, o que se deve à redução considerável no volume de chuvas para ambas as regiões.
Aumenta, com isso, o risco de incêndios florestais devido ao calor extremo e à falta de umidade, além dos prejuízos à economia e sobretudo à saúde das pessoas.
Afetará a produção agrícola do Norte e Nordeste.
Desde meados dos anos 1990, foram registrados sete eventos de El Niño com impactos na produção de grãos. O atual é o oitavo. Historicamente as safras de milho sofrem mais do que as de soja.
Agora, não será diferente. Em 2024 estima-se uma queda de 2,3% na produção de milho e uma alta de 3% na de soja.
O PIB do agronegócio deve registrar grande desaceleração
Em 2024, o crescimento do setor deve ser de 2,5%, abaixo dos 12,3% projetados para este ano.
Os Estados Unidos devem se beneficiar de mais chuvas na região produtora de grãos, o que tende ser bom para a safra de milho e soja.
A Colômbia reduzirá produção do café e Ásia o açúcar.
O maior risco é a generalização de uma inflação alimentar.
Por enquanto, previsões.
Ney Lopes é jornalista, advogado e ex-deputado federal
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