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domingo - 10/12/2023 - 08:46h

Ele está chegando

Por Marcos FerreiraEle está chegando – CRÔNICA – Marcos Ferreira

Poucas são as pessoas (pouquíssimas!) que demonstrarão qualquer concordância com o meu modo de ver esse tipo de coisa. É claro que eu sou um sujeito fora do comum. Quando digo fora do comum estou querendo dizer especificamente que sou alguém incompatível com determinados furdunços sociais, que não me enquadro por completo na vida em rebanho, que não sigo a manada às cegas.

Tenho consciência, porém, de que existem vários pontos positivos no que diz respeito a uma porção de festejos. Alguns têm tradição e datas consolidadas, compõem o calendário brasileiro. Outros, denominados como fora de época, eu classifico entre os piores. No fim das contas, todos são eventos que promovem o desbunde da classe baluda e também daquela gente que se julga remediada, mas que se estrepa no cartão de crédito para marcar presença na folia, não ficar de fora da festa. Não importa que depois tenha que lidar com a ressaca, sobretudo, financeira.

Um exemplo desse meu desinteresse se reflete em algo que virá em pouco tempo. Grande número de indivíduos espera ansioso por isso. Não é o Natal nem o ano-novo. Sim, ele está vindo. É imparável. Mesmo durante o mais sombrio e devastador momento da pandemia, muitos miolos moles torciam para que o monstro apoteótico fosse realizado. Eu não nego que temi que isso pudesse acontecer.

O Natal e o ano-novo virão antes, não resta dúvida, todavia já é possível escutarmos e vermos os primeiros sinais da bulha que chegará atropelando tudo. É uma pândega, paixão nacional que, ao menos em sua época, supera o futebol. Brevemente o marketing (essa máquina de adestrar humanos) entrará com força total para fazer a cabeça dos brincantes.

É verdade que certos propagandistas exibirão aquele alerta fugacíssimo: beba com moderação. Mas tal “conselho”, falado ou mostrado em letras minúsculas abaixo dos informes, possui a duração de um piscar de olhos.

Ao fim e ao cabo, portanto, a tribuzana vai amontoar bêbado sobre bêbado. Alguns visitarão hospitais e até necrotérios. Mas isso é bobagem, faz parte do legítimo direito das pessoas de se esbaldarem e morrerem de alegria.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica

Comentários

  1. Bernadete Lino/ Caruaru-PE diz:

    Eu preferiria menos movimento comercial e mais movimento afetivo na época de Natal e Ano Novo! Acontece que tenho que me situar no contexto da família! Acho muito desperdício de alimentos e de consumo, enquanto muita gente passa fome. O sentido do Natal é comemorar o nascimento de Cristo. Você está correto nessa colocação do disparate de consumo porque é final de ano. Gosto de encontrar familiares, em qualquer época, não obrigatoriamente porque é tempo de festa. Mas as convenções são criadas para lembrar às pessoas que elas precisam dar uma parada nas atividades e festejarem com a família. Só não concordo com o excesso! Se tem que ter excesso, que seja de amor e carinho! Que arranjemos mais tempo para dedicar aos que sofrem! É utópico! Mas seria o Natal perfeito: dividir a comida com quem passa fome e gastar menos com futilidades!

  2. Professor Tales diz:

    Todos tem seu Pão e Circo, alguns sabem que é Pão e Circo, outros não. Isto é o mais complicado!

    Um abraço nobre poeta e amigo

  3. Francisco Nolasco diz:

    O amanhã virá, inevitavelmente…
    As datas de natal e fim de ano servem tão somente para anestesiar egos, aquecer o comércio de bebericos tipo FANTA… Ainda assim se faz necessário ficar de pé, esperar o romper de uma sempre suposta nova era.

  4. Terceiro Dantas rum diz:

    Lucidez no texto do escriba Marcos Ferreira sobre a tresloucada fantasia de máscaras e seres quase em sua totalidade decaídos moralmente!!! Sinto muito pelo adjetivos sem penhor de misericórdia. Isso e Brasil, nunca serão Brazil com Z!!!

    • Marcos Ferreira diz:

      Prezado Terceiro Dantas,
      Fico feliz que você tenha sido preciso na identificação do alvo da minha crítica às extravagâncias e aos delírios carnavalescos, sobretudo àqueles denominados fora de época.
      Desejo uma ótima semana, saúde e paz para você.
      Abraços.

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