Hoje (15 de novembro de 2017), faz 41 anos das eleições municipais de 1976 em Mossoró, ocorridas em pleno regime militar. O pleito foi vencido pela chapa João Newton da Escóssia (Arena)-Alcides Fernandes da Silva (Arena), o “Alcides Belo”, ambos já falecidos.
Mas além da vitória de João Newton, cunhado do então deputado federal e líder rosadista, Vingt Rosado (Arena), um episódio prosaico marcou o pleito àquele dia de feriado nacional: foi o caso do “fura pneu”.
À madrugada do dia 15 de novembro de 1976, um ‘comando’ oposicionista provocou o esvaziamento de dezenas de pneus de carros de familiares e aliados do grupo Rosado. Cerca de 280 veículos foram sinistrados.
O pleito começou sob essa atmosfera carregada, mas ao final não houve maiores incidentes.
João e Alcides sucederam Dix-huit Rosado (Arena) e Canindé Queiroz (Arena), eleitos à prefeitura em 1972. Não havia à época o instituto da reeleição, instituído apenas no final dos anos 90.
Eleições de 1976
– João Newton da Escóssia (Arena 1) – 20.165
– Leodécio Néo (MDB 1) – 10.840
– Assis Amorim (MDB 2) 6.970
– Antônio Rodrigues de Carvalho (Arena 2) – 1.327
– Maioria Pró-João Newton sobre a soma dos emedebistas – 2.355 votos.
Outra curiosidade da campanha de 1976 foi o casuísmo da “sublegenda”. Permitia que o mesmo partido pudesse ter mais de um candidato ao cargo executivo em chapas diferentes, que se somavam. Era a fase do bipartidarismo (Arena e MDB).
A ideia do governo militar era sufocar a “oposição consentida”, feita pelo MDB, que possuía bem menor representatividade em todo o país, com condições raquíticas de lançar mais de um candidato a prefeito na maioria dos municípios.
* No vídeo acima constante desta postagem, Antônio de Pádua da Silva Cantídio, o “Coconha” (já falecido), relata detalhes do fura pneu, em entrevista em 2009 ao programa “Mossoró de Todos os Tempos”, da TV Cabo Mossoró (TCM), sabatinado pelo professor-médico-empresário Milton Marques. Coconha era vice de Assis Amorim em 1976. Veja a partir dos 5 minutos e 15 segundos.
Mesmo assim, em Mossoró o MDB apresentou duas chapas à sucessão de Dix-huit Rosado, encabeçadas por Leodécio Néo (MDB 1) e Assis Amorim (MDB 2), respectivamente. Apesar disso, a maioria isolada de João Newton sobre eles foi de 2.355 votos.
A Arena 2 ainda teve a chapa do ex-prefeito Antônio Rodrigues de Carvalho, que somava em favor de João Newton.
“Toinho do Capim”, cognome político adesivado nele pelo aluizismo, já tinha sido prefeito nas eleições de 1958 e 1968. Essa segunda, com apoio do ex-governador Aluízio Alves.
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Luiz Sobrinho, que à época era Deputado Estadual, também não foi candidato à Prefeito nesse pleito? O vice dos pmdebistas era o Professor/bancário Anchieta Alves.
Foi exatamente isso que perguntei em postar anterior, caro Augusto Heleno. Também queria saber mais do pleito de 1976, essa dúvida.
O vice dos de dois dos candidatos à Prefeitura de Mossoró, Luiz Sobrinho e Leodecio Fernandes era o José Anchieta Alves.
Porém, parece que o vice do outro emedebista Assis Amorim era Antônio de Pádua da Silva Cantídio, vulgo Coconha
Ou será que o vice de Luiz Sobrinho era outro?
Alguém tira esse dúvida…
A esculhambação teve inicio no exato momento em que Pedro Alvares ‘Cabraveio’ pisou em solo tupinquim, e não parou mais.
Eu fui para a passeata do “Pneu furado”. Puxada pelo música “BORRACHEIRO” do palhaço Carequinha.
Eu sou o borracheiro
Trabalho noite e dia sem parar
A minha maior alegria
É ver o pneu estourar
Fura, fura, fura
Quero ver prego furar
Furar pneu careca
Que eu preciso me arrumar