“Você talvez diga que sou um sonhador, Mas eu não sou único. Eu espero que algum dia você junte-se a nós, E o mundo viverá como um único”. (Imagine – John Lennon)
Em 1905, Einstein entregou ao mundo a sua famosa equação (E=MC2) e, a partir daÃ, foi fácil entender que nada mais somos do que energia armazenada e que a matéria mesmo em repouso é simplesmente energia. Portanto, essa duas – massa e energia – podem ser convertidas entre si.
E não podia ser diferente, pois está lá na Gênese (2:7): “Deus formou o homem do pó da terra ou barro, soprou-lhe nas narinas o sopro da vida e o homem se tornou vivo…”. Sopro de vida que os hebraicos chamam de “Ruach” (energia, dinamismo).
Assim, em cada célula – são 1016 ao todo – que compõe o corpo humano, existe um número enorme de pequenas partÃculas denominadas de átomos (1012). E esse átomo pode ainda ser dividido em pedaços ainda menores, o chamado Quark.
O fato é que cada vez que inspiramos, recebemos do meio ambiente, aproximadamente 10 átomos – sendo que uma parte significativa dessa quantidade exorbitante entra no nosso corpo para formar as células – e, ao expirarmos, eliminamos a mesma quantidade. Assim, em menos de um ano de inspiração e expiração, chegamos a trocar 98% dos átomos do nosso corpo.
Estudos com isótopos radioativos mostram que, neste instante de nossa existência, possuÃmos um milhão de átomos que pertenceram um dia ao corpo de Cristo, ao corpo de Gandhi, de Leonardo da Vinci, de madre Tereza de Calcutá, de Hitler, de Saddam Hussein, etc, etc… Por isso, o médico indiano Deepak Chopra afirma: “Nós não podemos nos separar fisicamente de nada e de ninguém que já tenha existido”. E era por isso, que o poeta John Donne dizia: “Ninguém é por si só uma ilha”. Interessante tudo isso.
No entanto, é também muito interessante a indagação feita pelos Professores José Pedro Andreeta e Maria de Lourdes Andreeta, no livro “Quem se atreve a ter certeza?”: “Ainda que a nossa vida seja muito curta, os elementos que emitimos (Neutrinos) continuam nossa jornada após a nossa morte. Eles seguramente chegarão ao outro extremo do universo. Carregados de energia pessoal, levando a nossa marca, qual será a mensagem que estamos enviando ao universo?”.
Para responder essa pergunta, seria melhor caro leitor, parar um pouco, respirar bem fundo (lembre-se da troca de átomos) e, a seguir, recapitular os últimos acontecimentos… No Senado Federal, vários senadores estão sendo investigados por crimes (sonegação fiscal, nepotismo, ladroagem…); aqui em Natal, sete vereadores (parece até conta de mentirosos. Aliás, será a conta mentirosa ou os edis é que estão mentindo?) foram acusados de receber propina para votar contra o povo, a favor da construção civil.
Aconteceu mais um acidente aéreo no paÃs e parece que, desta vez, houve falha mecânica (o avião da TAM estava avariado no reverso – mecanismo que ajuda o avião a frear -, já há alguns dias e não foi consertado, pois precisava continuar voando)… não sei se seria mais um caso em que o dinheiro está em primeiro lugar e o homem vindo depois…
Então, avaliando todas essas situações, chegamos à triste conclusão de que os homens estão enviando seus neutrinos ao universo de forma deturpada, defeituosa… Ah, Meus Deus! Será que as pessoas não entendem que todos os caminhos levam ao mesmo lugar: sete palmos debaixo da terra?
E olha: não adianta tentar vender a alma ao demônio (inimigo da luz) como mostrou Goethe no seu poema trágico do “Dr. Fausto”, pois este, mesmo tendo riquezas, poder polÃtico, capacidade de viajar para todos os lugares e sendo amado por todas as mulheres que desejasse, não era feliz. Vivia eternamente insatisfeito.
O Dr. Fausto só obteve a felicidade – a ponto de dizer: “Deixe que este momento se prolongue… ele é tão bom”–, quando passou a construir diques, tomando a terra do mar para que nela as pessoas pudessem viver e trabalhar.
Mas… Infelizmente, as pessoas, não conhecendo a estória do Dr. Fausto, continuam impregnando o universo de egoÃsmo e não percebem que é na alegria do outro que está a felicidade que tanto procuram.
Francisco Edilson Leite Pinto Junior Professor, médico e escritor
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