Por isso, que a missão da deputada estadual licenciada e secretária estadual da Agricultura, Larissa Rosado (PSB), se torna tão complexa. Mesmo carregando o sobrenome Rosado e sendo parte dessa casta nobre, Larissa compõe a ala que desde 1988 só sentiu o gosto da vitória municipal uma vez, mesmo assim em papel coadjuvante.
À ocasião, sua mãe Sandra Rosado (hoje deputada federal pelo PSB), foi eleita vice do tio Dix-huit Rosado.
Para a campanha deste ano, além dos números desfavoráveis, há um fantasma adicional: o papel da governadora Wilma de Faria (PSB). Oh dúvida cruel! Os recentes acontecimentos em torno da postulação de Larissa repetem sinais de desdém, valorização subalterna e distanciamento que Wilma imprimiu à sucessão mossoroense em 2004.
Nessa fase estava em sua primeira gestão como governadora. Apareceu apenas em dois comícios endossando a candidatura do então deputado estadual Francisco José (hoje no PMN). Assim mesmo às pressas.
No segundo maior colégio eleitoral do RN, cidade onde nasceu e com apoio principal do grupo de Sandra, Wilma age diametralmente oposto ao que promove em Natal, por exemplo. Na capital, é ruidosa a manifestação quanto à aliança e anúncio da candidatura da deputada federal Fátima Bezerra (PT), que ela co-patrocina.
Mossoró é diferente.
No último dia 3 de abril, Wilma proclamou a opção por Larissa usando um telefone, em entrevista que consumiu pouco mais de cinco minutos com o tema. Falou a Rádio Difusora. “Nós temos uma candidata (…). Nossa decisão é de apoiar Larissa Rosado (PSB) como candidata a prefeito em Mossoró", disse ela.
Não houve nada mais do que essa fala para alavancar Larissa. Sequer uma entrevista coletiva ou encontro partidário na própria cidade amplificou o pronunciamento lacônico da governadora.
A sequência dessa forma de tratamento é também notória. Na terça (13), o PT de Mossoró e o PSB realizaram evento para declaração de aliança e apresentação do vice de Larissa. Não apareceu um único representante graduado do PSB estadual. Wilma, menos ainda.
Apoio
Em entrevista ao “Jornal da 96” da FM 96 de Natal, na quarta (14), reproduzida no portal Nominuto.com, Larissa externou implicitamente seus fantasmas. “A governadora vai me dar apoio político” (…).
A deputada sabe o que ocorreu com Francisco José em 2004, quando foi um dos adversários da governista Fafá Rosado e perdeu a eleição. Essa será a segunda disputa direta entre ambas consecutivamente.
Como na passagem bíblica, do pequeno David superando o gigante Golias na pedrada certeira ou Odisseu, com astúcia, cegando o ciclope Polifemo, na saga grega de Homero, Larissa enxerga o possível. O candidatura da prefeita Fafá Rosado não tem característica de imbatível, haja vista seu profundo desgaste. Vale-se principalmente da ausência real de oposição para ser favorita.
Larissa e seu sistema sabem, no entanto, que sem a governadora, a missão vai se tornar impossível.
É significativo salientar também dois escândalos nacionais que gravitam em torno da pré-candidata. Um com a deputada Sandra na CPI das ONG’s e outro alvejando o ex-deputado federal Laíre Rosado (PSB), seu pai, investigado e denunciado na Justiça Federal em processos da “Máfia dos Sanguessugas”.
Não adianta passar o tempo, como os personagens de Samuel Beckett em “Esperando Godot”, à espera do que não virá. Em 2004, Wilma apareceu atrasada e superficialmente no palanque de Francisco José. Ele foi o terceiro colocado. Com Larissa o enredo é parecido até aqui.
Como já disse anteriormente nesse espaço: Vem ai 2004 a série(a história se repete) vai ser um filme para todos verem e se precaverem em relação as promessas da governadora em relação a apoio politico.