De forma ainda muito discreta, alguns setores da "esquerda" mossoroense andam fazendo a defesa do lançamento de um nome para disputar uma cadeira de deputado federal.

Avaliam que saindo três candidatos "Rosado" (Betinho-DEM, Sandra-PSB e Gustavo, provavelmente no PV), haveria um bom discurso para o quarto candidato. Um não-Rosado.

Quando o assunto vem à baila, nomes são citados, entre eles os de Tércio Pereira (PT) e Gutemberg Dias (PCdoB).

Ambos foram candidatos na eleiçao passada a vice-prefeito em chapas de oposição à prefeita reeleita Fátima Rosado (DEM).

Mas é nítido também que há um "nicho" de mercado eleitoral para deputado estadual.

Depois de dois mandatos e três campanhas seguidas, a atual vice-prefeita Ruth Ciarlini (DEM) não tentará novo mandato;

O ex-deputado estadual Francisco José (PMN) pode voltar a concorrer, porém é nítido que com fôlego muito inferior às jornadas anteriores;

Os deputados estaduais Larissa Rosado (PSB) e Leonardo Nogueira (DEM) sustentam-se respectivamente na força de grupos dos quais participam. Entretanto estão bem menos sólidos do que antes.

Há um vácuo, sim. Mas o fato de não ser Rosado, em si, não é predicado para se projetar. O não-ser aqui equivale mesmo a "nada".

Na dúvida, o eleitor faz como um consumidor comum: aposta no tradicional. No conservadorismo. Tem sido assim. É assim que a mente humana funciona em qualquer parte do planeta.

Discurso chifrim como "dê férias aos Rosado", "os Rosado são o câncer de Mossoró", "Rosado bom é enterrado e de cabeça para baixo" eu ouço desde os anos 80. Bravata, lorota, idiotia. Retória vazia.

Todos os que bradaram esses chavões mudaram de opinião. Estiveram ou estão com os Rosado.

Como qualquer outra família, eles têm os bons e os ruins. Lamentavelmente o que mais prospera de uns tempos para cá é a escória e seus asseclas. As peças de reposição estão aquém de antepassados de maior vulto.

É primitivo se enxergar a política também por essa escotilha da exclusão, do exorcismo bobo. Política é uma ciência. Exige muito mais do que todo esse nhenhenhém.

Os Rosado estão no topo há mais de 60 anos por capacidade de adaptação e foco profissional. São do ramo, mesmo sem evolução da espécie.

O resto é recalque, incapacidade e complexo de transferência de culpa.