A Prefeitura de Mossoró disponibilizará um terreno de 13 hectares, na zona Sul da cidade, para o Governo do Estado erradicar a Favela do Tranquilim. A cessão do terreno foi confirmada pela secretária de Desenvolvimento Territorial e Ambiental, Kátia Pinto.
Ela recebeu em seu gabinete hoje pela manhã, o presidente da Companhia Estadual de Habitação (CEH), Damião Pitta. A reunião deu continuidade á discussão sobre a erradicação da favela, aberta na última sexta (4), em Natal, na audiência da governadora Wilma de Faria (PSB) com a prefeita de Mossoró, Fátima Rosado (DEM).
Os dois executivos visitaram a Favela do Tranquilim. Damião constatou "in loco" a necessidade do investimento. Também estiveram em terreno próximo ao Conjunto Vingt Rosado, onde as novas moradias serão erguidas.
Damião reiterou que o governo Wilma de Faria (PSB) injetará R$ 6 milhões na obra, com a prefeitura cedendo o terreno à construção de 500 casas.
Nota do Blog – Olha só que notícia maravilhosa. Dois governos, municipal e estadual, empenhados numa tarefa comum e de largo alcance social.
Não obstante adversários políticos, entrelaçados na tarefa de tirar centenas de pessoas de ambiente insalubre.
Porém de novo bato num tema que não pode faltar a esse debate: é fundamental que a posse da casa seja amarrada de tal modo, que o beneficiado não a transforme em negócio de venda. Do contrário, apenas adiaremos o nascimento de outra favela.
Há décadas que isso se repete, sem um antídoto. Até parece que os agentes públicos gostam desse faz-de-conta com o dinheiro alheio.
O tema erradicação de favelas é bem delicado. Parece algo simples, mas não é. O que muitas políticas ignoram (quase sempre deliberadamente), é que não basta construir casas e oferecê-las à população; é preciso dotar o novo espaço residencial de serviços básicos para que o morador possa fixar-se no local.
Muitos são os exemplos de erradicações de favelas que não vingam por se limitarem a conceder casas aos moradores, sem lhes proporcionar a infraestrutura mínima para que possam sobreviver. É por isso que, com muita frequência, ocorre de os moradores venderem as casas e voltarem ao espaço onde tinham seus barracos.
Antes de pensarmos em conceber meios de “amarrar” as casas aos beneficiários, sugiro pensarmos em dotar o novo espaço de serviços públicos e meios materiais básicos: transporte coletivo, escola, posto de saúde, e por aí vai.
Para finalizar meu comentário, eu pergunto: esta política de erradicação de favela consiste simplesmente em construir casas?
Se sim, certamente será mais uma para o rol dos fracassos.
Espero que minha previsão não se concretize. Abraço!
Essa parceria vai incomodar um certo grupo politico da cidade. Quer apostar um peba gordo???
Como sempre você está atento às situações. É necessário observar a devida utilização do bem, para que o mesmo não sirva de moeda de negociação, os exemplos são muitos e escancarados desse tipo de procedimento, inclusive já ouvi relato de pessoas beneficiadas e que hoje padecem do mesmo problema, comum a pessoas mal intencionadas. Um fato a ser observado também é a localização das futuras moradias, muitas vezes totalmente opostas, digamos, ao “habitat” das pessoas envolvidas, o que serve de pretexto para quem já tem planejada a “barganha”.