Às vezes me surpreendo, mas não deveria.

A prefeita mossoroense Fafá Rosado (DEM), num rompante triunfalista, avisou sábado (5) que cobraria R$ 6 milhões ao governo Wilma de Faria (PSB). Seria para sanear os efeitos das chuvas em Mossoró.

Segundo repassa sua Assessoria de Comunicação, com foto e tudo o mais, o montante é decorrente dos R$ 60 milhões que a União estaria destinando ao RN, para o socorro a fundo perdido. No caso, a prefeita deseja 10 por cento.

Uma pergunta elementar: qual o critério adotado para estabelecer o "dízimo?"

Outra vez, a atitude revela primarismo político e administrativo, alheamento quanto à situação e inexistência de planejamento. Esse comportamento não é algo isolado.

Os efeitos colaterais de tanta chuva são bem maiores do que os R$ 6 milhões possam cobrir, prefeita. Qualquer pessoa medianamente bem-informada e equilibrada sabe disso. Um bodegueiro do Paredões faria um cálculo mais realista na cadernetinha de "fiado".

O governo "Da gente" não tem prumo, nem leme. Só possui cor e lado: é azul e feito para casa, em família. A prosperidade é uma realidade para poucos.

Parte desse débito tem que ser anotado ao casal ex-deputado estadual Carlos Augusto (DEM)-senadora Rosalba Ciarlini (DEM). Vendeu a idéia da continuidade ao povo nas eleições de 2004, emperrando o futuro do município. Terão muito o que se explicar e justificar lá na frente.

Chegará o tempo em que a cidade lhes cobrará tamanho desatino. Claro que 2010 vem aí. Ótimo chance à apresentação da fatura.

Tenha dó. Tudo isso seria hilariante, mas Mossoró tem mesmo é razões para chorar.