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terça-feira - 13/09/2016 - 15:24h
Sucessão Municipal II

Gutemberg tenta marcar posição num cenário desvantajoso

Houve um tempo em que o mundo se dividia em dois blocos. Ocidente e Oriente viviam em choque em função das ideologias comunista e capitalista, num antagonismo marcado pela chamada “Guerra Fria” protagonizada por Estados Unidos e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas  (URSS).

Isso é passado.

Desse lado do planeta, no Hemisfério Sul, Ocidente, precisamente no Brasil, sobrevive o Partido Comunista do Brasil (PCdoB). É nas urnas que ele tenta fazer história em Mossoró, ladeado pelo PT – partido que vive momento delicado no plano nacional, depois do apogeu.

Pela segunda vez – num espaço de pouco mais de dois anos – o PCdoB disputa a Prefeitura de Mossoró com a Frente Mossoró Tem Jeito.

Gutemberg e Rayane têm missão eleitoral difícil e tarefas políticas que também não são fáceis (Foto: redes sociais)

Em 2014, na disputa de pleito suplementar, o geógrafo e empresário Gutemberg Dias já fora candidato a prefeito. Hoje, tenta outra vez, agora numa composição que até historicamente ocorreu em outras ocasiões no município, mas sempre com a sigla em posição secundária.

Dessa feita, o PT cedeu a cabeça de chapa ao PCdoB, oferecendo a jovem Nayane Andrade como vice.

Mas a tarefa de Gutemberg e Nayane não é fácil: chegar à Prefeitura. Não obstante ser o objetivo visível do partido e do seu companheiro de chapa, o PT, a prioridade mesmo é marcar posição no tabuleiro político em movimento no município, elegendo bancada à Câmara Municipal.

Uma boa votação a prefeito pode dar maior visibilidade a Gutemberg. Mas é imprescindível para PCdoB e PT ter um palanque como o Legislativo, de onde saiu o atual vice-prefeito dissidente Luiz Carlos Martins (PT), eleito ao lado do também vereador Francisco José Júnior (PSD), o “Francisco”, à Prefeitura,  em 2014.

Por coincidência, ou não, PCdoB e PT fizeram parte do Governo Francisco José Júnior até bem poucos meses, sem que esses laços até hoje pareçam completamente desfeitos. Daí, sofrerem parte desse desgaste avassalador do prefeito – candidato à reeleição – e da gestão.

Partidos governistas

Na propaganda em rádio e TV, Gutemberg talvez seja o que tenha melhor desenvoltura na apresentação de um conteúdo em tom professoral, que prioriza propostas e avaliação da gestão pública de forma genérica, no pequeno escasso disponível.

Sua atuação não o coloca em oposição ao governo atual nem em contraposição ao que pareça velho ou de fachada nova. Fica no limbo. Por vezes passa a ideia de ser uma peça auxiliar do governismo ou estrategicamente equidistante dele.

A candidatura de Gutemberg não é exatamente de oposição ao Governo Francisco José, ou governista. Flutua na abordagem temática da administração, sem efetivamente enfrentar o modelo que Francisco repete, copiado com esmero da oligarquia Rosado.

PCdoB e PT vivem momento delicado no plano nacional, que se reflete em Mossoró. Conseguiram chegar ao poder municipal como peças acessórias (Gutemberg foi secretário do Planejamento), sem conseguirem melhorá-lo e sem ganho no capital imagem perante a sociedade.

Se não conseguirem eleger  um único vereador, o que não pode ser descartado, enfrentarão um difícil recomeço. A experiência não será nova, mas se desenrolará dentro de um cenário diferente.

Há reorganização de forças e o surgimento de novos atores políticos em Mossoró, como é o caso do empresário e candidato a prefeito pela Coligação Unidos Por Uma Mossoró Melhor, Tião Couto (PSDB).

Gutemberg faz parte desse elenco de ‘novidades’, com presença relativamente nova na política local. Foi candidato a prefeito em 2014 (pleito suplementar) e novamente aparece agora buscando igual cargo.

Motivar militância, ganhar a confiança das lideranças mais antigas, atrair novos partisans à defesa de um projeto de poder e criar um bloco de esquerda eleitoralmente competitivo e dinâmico são tarefas complexas que se impõem ao candidato e seus aliados.

Votos em 2012

Com 18 candidatos a vereador (dez do PCdoB e oito do PT), a coligação PCdoB terá que desenvolver esforço concentrado para o pleito, que possa pelo menos eleger um vereador. Em 2012, os sete candidatos do PCdoB empalmaram 1.509 votos cumulativamente. Já os quatro do PT obtiveram 4.058 e elegeu Luiz Carlos Martins.

Em termos de eleição majoritária, a experiência de Gutemberg em 2014 acabou dando visibilidade a seu nome, mas ofuscado pela vitória acachapante do então prefeito interino Francisco José Júnior (PSD), hoje denominado de “Francisco”.

Ele foi o quinto (último) colocado com 2.265 (2,90%) votos, numa chapa “puro sangue” do seu partido, haja vista que o PT tinha Luiz Carlos Martins como vice de Francisco José Júnior.

O que esperar das urnas agora?

Ser uma surpresa e evitar um vexame, em momento delicado da política local e da nacional.

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Categoria(s): Eleições 2016 / Política

Comentários

  1. Antonio Augusto de Sousa diz:

    Muito inteligente e capacitado!

    Tava pensando até em votar nele, até ele se aliar ao prefeito fazendo parte dessa hecatombe administrativa.

    Quando adolescente, já fui comunista. Depois, entendi que essa ideologia só funciona na oposição!

    O desmantelo da URSS, comprova isso!

    Os decrépitos irmãos Castro em Cuba, exigiam eleições diretas em todo o mundo, inclusive AQUI!! Menos em Cuba!!

    A Albânia, ainda comunista, é o país mais atrasado da Europa, vivendo em regime feudal.

    Sem se falar no Kim Jong – un, da Coréia do Norte, que insiste em que seu país se torne uma potência nuclear, com a metade de seu povo morrendo de fome!

    China e Vietnam, são os países mais capitalista do mundo hoje, apenas não fazem eleições diretas, pra continuarem mandando e mamando.

    Assim, como não acredito mais em saci perere, Papai Noel, que Lula e Dilma são inocentes, não voto mais em comunista, e ponto final.

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