Por Odemirton Filho
No último domingo, o nosso querido escritor Marcos Ferreira nos presenteou, como sempre, com uma belíssima crônica. Ele escreveu sobre a gratidão (veja AQUI), uma virtude que poucas pessoas cultivam na alma.
Aí eu lembrei de uma virtude que, também, anda escassa nos dias que correm: a humildade. De acordo com o Dicionário Aurélio, a humildade é a qualidade de quem tem consciência de suas limitações; modéstia. Quem não conhece alguém arrogante, dono da verdade?
No nosso local de trabalho, na igreja, ou em qualquer lugar que frequentamos sempre há aquela pessoa de difícil trato, que acredita que sempre está com a razão, até em família, encontramos. Humildade, diga-se, não é ser subserviente, aceitando tudo, calado. Não. Creio que a humildade é se comportar de forma respeitosa, e não usar o dinheiro, o conhecimento ou a hierarquia de um cargo para menosprezar quem quer que seja.
Não é incomum em alguns ambientes religiosos ou clubes de serviços existirem os “donos”, que adoram mandar e desmandar. Nas Universidades, alguns doutores ou mestres agem de forma professoral perante os demais colegas, funcionários e alunos, como se o título acadêmico fosse um salvo-conduto para a arrogância.
No trabalho existe “o sabe-tudo”, que não gosta de ajudar, e não pede ajuda ao colega, pois acha que se diminui ao compartilhar e receber ensinamentos. No mundo jurídico não é diferente, nem entre os literatos; e nem comentarei sobre o egocentrismo nas redes sociais.
Na política, alguns candidatos e lideranças que se achavam imbatíveis, com o resultado das eleições tiraram a prova que o seu tempo passou, e perderam vergonhosamente.
Entretanto, apesar dos exemplos acima, existem pessoas que sabem que estamos a navegar no mesmo mar, muito embora em barcos diferentes. Na verdade, nunca é tarde para revermos nossos valores e atitudes, afinal, todos nós, mais dia, menos dia, iremos para o mesmo lugar.
Nas palavras do cronista Rubem Alves, “assim, para sair do círculo fechado de nós mesmos, em que só vemos nosso próprio rosto refletido nas coisas, é preciso que nos coloquemos fora de nós mesmos. Não somos o umbigo do mundo. E isso é muito difícil: reconhecer que não somos o umbigo do mundo! Para se ouvir de verdade, isso é, para nos colocarmos dentro do mundo do outro, é preciso colocar entre parêntesis, ainda que provisoriamente, as nossas opiniões”.
Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos
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