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domingo - 21/07/2024 - 10:00h

Impactos da inteligência artificial para a mobilidade

Por Luís Correia

Os Jetsons em carro voador (reprodução)

Os Jetsons em carro voador (reprodução)

Leis de trânsito sendo rigorosamente respeitadas, redução drástica no número de acidentes de trânsito, eliminação de tempo ocioso no aguardo da abertura semafórica, localização em tempo real do posicionamento do carro, carros sem motoristas, profissões em extinção. Esses são alguns dos pontos que sofreram mudanças com a implantação da inteligência artificial.

Em 1962, o canal ABC transmitiu um desenho animado, chamado Os Jetsons, com 24 episódios, que mostrava uma família do futuro que se deslocava em carros voadores. Sucesso total, o desenho voltava a ser apresentado nos anos 80. O desenho retrata um cenário projetado para o ano de 2062 cheio de tecnologia, inclusive carros voadores.

Quem assistiu a esse desenho ficava com o gostinho de viver esse tempo. Porém, no íntimo, aquilo não passava de um sonho.

É bem verdade que o primeiro veículo autônomo foi desenvolvido em 1920 por Francis Houdina. Em 1925, utilizando tecnologia de ondas de rádio, Houdina lançou o primeiro carro da história conduzido sem motorista.

Bom, vamos deixar o processo histórico para outro momento. Jetsons, sonho ou realidade?

China lança carros não tripulados chamados de Robotáxis. Disponível por meio de uma plataforma de operação, as gigantes A GAC-Toyota, a Toyota China e a Pony.ai registraram um novo consórcio Zhuifeng Intelligent Technology que será responsável por produzir a frota de Robotaxis. Esses têm a autonomia de rodar sem a presença efetiva do motorista e de acordo com as normas de segurança.

Carros autônomos dependem de um mapeamento de alta definição que inclui informações sobre sinais de trânsito, largura de via, definições físicas e estruturais, faixas de pedestres, calçadas, com alta definição de medidas e tamanhos. Com base nas informações fornecidas, o sistema traça a rota do veículo e decide as ações necessárias. Uma gama de tecnologia como sensores, câmeras e radares são componentes importantes nesses automóveis.

A tecnologia já implantada, a capacidade de explorar as redes urbanas por meio de câmeras, semáforos e outras infraestruturas urbanas, a ampla cobertura 5G e mapeamento digital favorecem o avanço na implantação dos automóveis autônomos na China.

Na perspectiva de um futuro próximo, com a ampliação globalizante dessa tecnologia, iremos perceber mudanças significativas em profissões como motoristas profissionais: taxistas, motoristas de aplicativos, mototaxistas, caminhoneiros.

Carros autônomos terão em seu arcabouço de linhas de comandos o cumprimento das normas de trânsito vigentes em cada país, o que nos possibilita  pensar em diminuição de acidentes, diminuição de vítimas em hospitais, maximização do aproveitamento dos tempos semafóricos, readequação e melhor aproveitamento de traçado geométricos. Listemos também a diminuição da necessidade de fiscalizadores das leis de trânsito, diminuição de operações de blitz e lei seca, acompanhamento tático e operacional de carros com queixa de furto ou roubo, readequação na legislação de trânsito.

Os Jetsons voavam e estamos ainda  pensando em tecnologia para veículos em solo?

A Embraer, por meio da Eve, empresa de mobilidade urbana de seu mix tecnológico, anunciou para o ano de 2026 os primeiros carros voadores brasileiros. A previsão da empresa é que em 2035 tenhamos mais de 200 carros voadores disponíveis.

A startup cearense Vertical Connect planeja apresentar em 2026 o Gênesis, carros elétricos e autônomos com capacidade para dois tripulantes. Entre os serviços ofertados, a empresa tem em seu projeto o Gênesis-GX-P, carro voador de polícia que visa o monitoramento urbano; Gênesis-GX-H atua como ambulância aérea no transporte de profissionais de saúde; Gênesis-GX-F, carro voador que opera no combate a incêndios florestais e urbanos, conta com um reservatório de 200 litros de água; Gênesis-GX-1, projetado para transportes de pessoas de um vertpoint a outro. Todos com velocidade máxima de 130 km/h, autonomia de 60 minutos de voo.

Willian Hanna e Joseph Barbera, de uma imaginação incrível, nos fizeram sonhar e por alguns minutos no íntimo da imaginação de criança, vivermos em um mundo futurístico. Erraram pouco e, se vivermos mais um pouquinho, iremos realizar as aventuras de um mundo autônomo. Certamente, teremos ganhos e prejuízos, mas isso só o futuro dirá.

Luís Correia é diretor de Mobilidade Urbana do município de Mossoró

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Categoria(s): Crônica

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