Por Carlos Duarte
A imprensa e a oposição ainda não deram a importância devida à reunião clandestina de Dilma com o presidente do STF, Ricardo Lewandowiski, em Portugal, que teve como principal objetivo montar estratégias para proteger a presidente da Operação Lava Jato, do Eletrolão, das pedaladas fiscais do TCU e do impeachment. A podridão exala em meio à cumplicidade e à politização da Justiça na tentativa de tornar Dilma imune, enquanto o Brasil desce a ladeira, desgovernado.
Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, confirmou a doação de R$ 7,5 milhões do dinheiro sujo do petrolão, depois de ter sido pressionado pelo então tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, hoje ministro.
A investigação aponta que, no mesmo dia, Edinho Silva transferiu alguns milhões de reais para a Polis Propaganda e Marketing, do marqueteiro João Santana, e para as gráficas fantasmas: VTPB, Rede Seg Gráfica e Editora Eireli, que sequer possuem maquinário para imprimir um ‘santinho’.
Há ainda fortes indícios de emissões de notas frias e ocultação de despesas. De acordo com a revista Isto É, as notas registradas no site do TSE apontam inconsistências, duplicações de valores e interrupção de sequencia.
Para animar a semana, a revista Veja detalha mais uma roubalheira articulada pelo PT de Lula e Dilma: o Eletrolão. Trata-se de outra operação criminosa, desta vez, no setor elétrico, em que foram cobradas propinas em troca de contratos, para abastecer os cofres do PT e da campanha de Dilma.
Os operadores do esquema fraudulento foram: o já conhecido João Vaccari Neto, então tesoureiro do PT; e o diretor da Eletrobras Valter Luiz Cardeal, considerado “o homem da Dilma” na estatal – um dos poucos do governo com livre acesso ao gabinete presidencial.
O encontro ‘secreto’ de dois chefes de poderes, no exterior, com o intuito de encontrar uma saída para salvar a pele de um deles, que está metido em suspeitas de desvio de dinheiro público e delicada situação política, permeada por uma crise econômica e gestão pífia, emporcalha ainda mais o governo e trai as instituições e a sociedade brasileira.
Por outro lado, a economia brasileira caminha à deriva, sem comando. A corrosão dos fundamentos macro e microeconômicos esgaçaram a sustentabilidade econômica do Brasil, consequência de uma ‘politica’ desastrosa dos governos Lula-Dilma. Agora, o ajuste nas contas públicas, defendido por Levy, poderá ter meta fiscal flexível – é o que propõe o Ministério do Planejamento.
Em lugar de uma reforma trabalhista, surge mais uma solução paliativa do governo petista: o PPE – Programa de Proteção ao Emprego. Trata-se de outro remendo de ajuda setorial, paternalista, que alimenta grupos de interesses. Será preciso barganhar a boa vontade do governo federal que definirá a misericórdia seletiva pública.
Os princípios econômicos de Dilma e o desespero em salvar a sua pele voltam a assustar o país.
Carlos Duarte é economista, consultor Ambiental e de Negócios, além de ex-editor e diretor do jornal Página Certa
Faça um Comentário