Não me surpreende os desdobramentos do incidente envolvendo o jornalista Julierme Torres (TV Cabo Mossoró) e o chefe de Gabinete da Prefeitura de Mossoró, agitador cultural Gustavo Rosado.
Uma linha sequer de solidariedade e repulsa produzida pelo Sindicato dos Jornalistas;
A Grande Imprensa local faz de conta que nada aconteceu. Surgiram posições pontuais. Nada contundente.
Somente segmentos alternativos (blogs) deram demonstrações explÃcitas de apoio a Julierme, que na sexta (1º) foi impedido de entrevistar o senador Garibaldi Filho (PMDB), numa atitude abrupta do agitador cultural.
Ainda há quem viva da ilusão de que a imprensa é o "quarto poder". Lorota. Embuste.
Imprensa sem opinião e incapaz de reagir na defesa de seus próprios componentes, não passa de penduricalho de quem manda. Só isso. Imagine a sociedade, a quem ela deveria servir.
Não se trata de quarto poder. Estamos diante do "quarto do poder". É um ambiente insalubre, onde a cidadania é sodomizada por tiranos.
E olha que Julierme é alguém sem arestas no setor, tido como profissional de comportamento exemplar e com trânsito livre. Fosse um desafeto explÃcito dos poderosos…
Esse comportamento me remete a um texto célebre. Refiro-me à poesia-protesto do pastor luterano Martin Niemöller, denominada de "Quando os nazistas vieram atrás dos comunistas" (veja AQUI).
Ele se encaixa perfeitamente nessa moldura de frieza, indiferença e alheamento que a mÃdia e outras instituições vivem, diante da truculência. Quem será a próxima vÃtima?
Pobre Mossoró!
Caro Carlos Santos,
Nosso humilde espaço juntamente com o seu de pronto prestamos nossa solidariedade e ontem na TCM quando supri ausência de Nilo, apesar da pauta pronta dei uma furada e fiz uma abordagem sobre o fato, mesmo assim é muito pouco diante da falta de respeito e desunião da categoria. Infelizmente não posso me incluir, somente como metido, mas há episódio mais dantescos. Assino na totalidade seu protesto! Da mesma forma tenho o maior respeito pelo Juliermes Torres.
Aqui aplicam-se perfeitamente as palavras do poeta Cazuza: “pois aquele garoto que ia mudar o mundo agora assiste a tudo de cima do muro.””
O que se pode esperar de uma imprensa tendenciosa como essa de Mossoró? Vejam só: São 7 emissoras de rádio, das quais cinco pertencem a grupos polÃticos. Quatro jornais diários, 1 pertencente a polÃtcios, os outros três, indiretamente sofrem influência desse “mercado” de bons negócios, além do que a mairoria de seus colunistas, editores ou redatores tem ligação direta ou indireta com o poder público. Duas emissoras de televisão, uma pertence a um grupo polÃtico.
Precisa dizer mais alguma coisa? Dessa forma fica difÃcil, quase impossÃvel haver informações imparciais, notÃcias que tragam a realidade dos fatos, opiniões próprias, informações sem disfarces, sem enganações. É triste ler as colunas de nossos jornais, todas elas ou levam ao céu ou ao inferno as administrações, de acordo com seus interesses ($$$$), não emitem opiniões, apenas defendem ou acusam um ou outro. Isso é ser imprensa livre? “Sem meias palavras nem meias verdades”? Isso é “jornalismo de verdade”? Isso é “jornalismo coragem”? Que verdades? Coragem de que? De tentar negar ou esconder o óbvio? Subestimar a inteligência e a capacidade de de distiguir o certo e o errado das pessoas? Cada um que busque sua resposta, cada um que faça sua análise crÃtica, cada um que tenha sua própria opinião, pois nossa GRANDE IMPRENSA já tem a dela e sabe a quem interessa, e com certeza não é ao mortal comum.