O Globo On Line
O jornalista Joelmir Beting, de 75 anos, morreu à 0h55m desta quinta-feira em consequência de um acidente vascular encefálico hemorrágico (AVE) ocorrido no domingo no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado desde 22 de outubro, devido a uma doença autoimune que tinha nos rins. Ele estava em coma irreversível.
De boia fria aos sete anos no interior de São Paulo a um dos principais jornalistas de economia do país. Nascido em 21 de dezembro de 1936 em Tambaú, Joelmir Beting se formou em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP), mas foi o jornalismo a profissão que escolheu. Antes mesmo de concluir o curso em 1962, ele já começara na carreira em 1957, quando trabalhou em jornais como O Esporte e Diário Popular, ambos em São Paulo, fazendo matérias sobre futebol. Trabalhou também na rádio Panamericana (atual Jovem Pan), Gazeta, Bandeirantes e CBN.
Ao concluir a sua gradução em sociologia, decidiu investir no jornalismo econômico, tornando-se anos mais tarde um dos mais importantes nomes da área. Começou revisando estudos de viabilidade econômica em uma consultoria de São Paulo. Em 1966, foi para a “Folha de S. Paulo”, onde começou na então lançada editoria de Automóveis. Dois anos depois, foi para a editoria de economia, onde editou a seção. Em janeiro de 1970, passou a publicar uma coluna diária.
Comentários
Ficou na “Folha” até o início dos anos 90. Em 1991, levou sua coluna para o “Estado de S.Paulo”, onde foi publicada até o fim de 2003. Sua coluna também foi publicada pelo jornal “O Globo”, entre 1979 e 2003. Em 2003, Joelmir Beting estrelou uma polêmica campanha publicitária para os fundos de investimento do Bradesco. Pioneiro em conferir simplicidade aos textos jornalísticos, ele foi um dos primeiros nomes a fazer comentários diários sobre economia na televisão.
Na TV, passou pela Gazeta, Record e Bandeirantes. Teve passagem longa pela TV Globo, onde trabalhou de 1985 até 2003, passando ainda pelo Espaço Aberto, na Globo News. Após deixar a TV Globo, voltou para a Bandeirantes em março de 2004, onde permaneceu até ser internado. Ele era comentarista de economia do Jornal da Band e fazia parte do grupo de apresentadores do Canal Livre, veiculado aos domingos. Fazia ainda comentários diários no canal BandNews. Na rádio, participava do programa Jornal Gente da rádio Bandeirantes. Ele tinha ainda seu próprio site, dedicado a análises econômicas.
Joelmir também dedicou parte de sua vida à literatura. Publicou os livros “Na Prática a Teoria é Outra” (Impress, 1973) e “Os Juros Subversivos” (Brasiliense, 1985). Com o cardeal Paulo Evaristo Arns e João Pedro Stédile, lançou “Igreja, Classe Trabalhadora e Democracia” (Paulinas, 1984).
Joelmir era casado com a jornalista Lucila Beting e pai do também jornalista Mauro Beting e do publicitário Gianfranco Beting.
O corpo de Joelmir será enterrado às 14h desta quinta-feira no cemitério do Morumbi.
Nota do Blog – O grande diferencial de Beting foi usar uma linguagem acessível para simplificar o “economês”, além de bordões e metáforas que popularizavam conceitos e opiniões.
Que descanse em paz.
Foi-se um dos maiores analistas no campo da Economia e também da Política do Brasil,para quem é acostumado e se liga em análises políticas e econômicas,JOELMIR com certeza pelo menos por um tempo vai deixar um vácuo e seus bordões sua marca registrada vai deixar saudades.Que DEUS tome conta de seu espírito!É só!
Um gênio da comunicação.
Mostrou que o mais importante é comunicar, deixando de lado os testos rebuscados e as falas empoladas bem próprias dos vazios.
Joelmir fez escola na arte de comunicar.
Um gênio.
Comentários simples e objetivos, sem mais “delongas”. Um dos melhores, senão o melhor, da TV brasileira. Deixará um vácuo impreenchível, pelos menos por enquanto, pois não vejo outros com tamanha desenvoltura e simplicidade no trato da política e da economia. Que descanse em paz.
Perdemos uma das melhores referencias em jornalismo econômico da atualidade, pessoalmente o tinha como o melhor jornalista econômico do Brasil.
Joelmir começou como jornalista esportivo. Ao que me parece foi quem primeiro usou o termo “gol de placa”. Era fanático pelo Palmeiras.