Do Canal Meio e outras fontes
O presidente Lula (PT) aproveitou uma entrevista a rádios baianas para justificar o peso da inflação no bolso dos brasileiros. Além de responsabilizar a gestão anterior do Banco Central, de Roberto Campos Neto, orientou consumidores a não comprar o que está caro como forma de pressionar empresários a uma redução nos preços dos alimentos, que encerraram o ano com alta de 7,69%, bem acima dos 4,83% do IPCA.
“Tivemos um aumento do dólar, porque tivemos um BC totalmente irresponsável que deixou uma arapuca que a gente não pode desmontar de uma hora para outra. Eu não posso fazer congelamento [de preços], não posso colocar fiscal para ir em fazenda ver se o gado está guardado ou não”, disse Lula. “Se todo mundo tivesse a consciência de não comprar aquilo que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender, senão vai estragar.” Segundo Lula, o governo está “trabalhando, conversando com empresários, utilizando a competência dos ministérios para que a gente encontre uma solução para reduzir preços”. (CNN Brasil)
As declarações do chefe do Executivo foram um prato cheio para parlamentares de oposição. “Se o arroz está caro, é só não comer. Se o gás está caro, é só não cozinhar. Se a gasolina está cara, é só ficar em casa. Nada de cortar gastos nos ministérios, colocar gente competente nas estatais ou gerir melhor a economia”, publicou o senador Ciro Nogueira, presidente do PP. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) fez coro: “Se a comida está cara, ‘não compra’. Se o aluguel está caro, ‘mora na rua’. Se o remédio está caro, ‘morre’. E assim segue o governo do cinismo”, postou.
Já o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), saiu em defesa do presidente: “Com diálogo e ação, a prioridade é reduzir o preço da carne e outros produtos essenciais da cesta básica. Lula reafirma: comida boa e barata na mesa de todos”. (g1)
Começa campanha 2026
Com popularidade em baixa, Lula pretende repetir a tática usada durante a crise do mensalão: intensificar viagens pelo país com o objetivo de melhorar a imagem de seu governo. Pesquisa da Genial/Quaest divulgada na última semana mostrou pela primeira vez um índice de desaprovação (49%) do mandato maior do que o de aprovação (47%). E a primeira parada foi o Rio de Janeiro, onde Lula participou ontem da cerimônia de reabertura da emergência do Hospital Federal de Bonsucesso.
O novo ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, vai adotar uma nova dinâmica nas viagens presidenciais, com menos tempo de palanque com autoridades e falas políticas mais enxutas. Já o contato com o povo será intensificado tanto nas ruas quanto nas redes sociais. (Globo)
O caminho proposto por Sidônio para sair da crise também prevê a divisão de tarefas com a primeira-dama Janja, o vice Geraldo Alckmin e vários ministros. Para Lula, “2026 já começou” e, nesta segunda metade do governo, é preciso fazer a disputa “no gogó” com aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, além do enfrentamento nas redes. (Estadão)
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