Do Canal Meio e outras fontes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu uma investigação independente sobre a atuação policial na megaoperação que deixou 121 mortos no Rio, com a participação de legistas da Polícia Federal (PF) para apurar as circunstâncias das mortes. “É importante a gente verificar em que condições ela [a operação] se deu, porque até agora nós temos uma versão contada pela polícia, contada pelo governo do estado e tem gente que quer saber se tudo aquilo aconteceu do jeito que eles falam ou se teve alguma coisa mais delicada na operação”, disse o presidente. Lula está em Belém (PA) para cumprir agendas da COP30, e, em entrevista à Associated Press e à Reuters, se referiu à operação como uma “matança”.
“O dado concreto é que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortes, as pessoas podem considerar um sucesso, mas, do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa.” As falas marcam a primeira crítica direta do presidente ao episódio. Na semana passada, ele havia se limitado a defender o combate ao crime organizado, sem confrontar a atuação do governo fluminense ou das forças de segurança estaduais. (g1)
Não demorou para a oposição reagir. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, criticou o presidente por não citar os policiais mortos. Já o senador Ciro Nogueira (PP) retomou uma fala recente do petista — de que traficantes seriam “vítimas de usuários” — para atacá-lo nas redes. “Lula prova de novo que acha que os traficantes são vítimas. Presidente, houve matança sim: os bandidos mataram 4 policiais e atiraram em vários outros”, escreveu. (Folha)
Horas depois da entrevista, a conta oficial de Lula no X reafirmou que o governo atua para “quebrar a espinha dorsal” do tráfico e do crime organizado, com foco nas “cabeças do crime”. A mensagem manteve o tom do Planalto, ao reiterar a aposta em inteligência e integração das forças de segurança, e alinhou esse discurso às propostas já enviadas ao Congresso, como a PEC da Segurança e o projeto de Lei Antifacção. Em Brasília, aliados disseram não ver mudança no discurso do presidente. (Valor)
Mas o Planalto teve uma vitória importante no debate sobre segurança pública. Por seis votos a cinco, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi eleito presidente da CPI do Crime Organizado, derrotando o nome da oposição, o senador Hamilton Mourão (Republicanos), que ficou com a vice-presidência, após acordo. Contarato, que já divergiu do PT em temas de segurança, prometeu independência. A CPI vai investigar a estrutura e a expansão de milícias e facções como o Comando Vermelho e o PCC por 120 dias, prorrogáveis por mais 60. O relator será Alessandro Vieira (MDB), autor do requerimento e nome de consenso entre governo e oposição. (UOL)
Já aprovado, o plano de trabalho da CPI prevê convites a ministros e 11 governadores, entre eles Tarcísio de Freitas (SP) e Cláudio Castro (RJ). Vieira dividiu a apuração em nove eixos e quer priorizar a convocação de autoridades com “conhecimento profundo” sobre o avanço das facções e milícias. Confira os principais pontos. (Veja)
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