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domingo - 28/07/2024 - 07:40h

Mais um domingo sem futebol no Nogueirão

Por Odemirton Filho

Arte ilustrativa

Arte ilustrativa

Conforme Lupércio Luiz de Azevedo, no livro de sua autoria, Futebol de Mossoró, Pequenas Grandes Histórias, foi na administração do prefeito Antônio Rodrigues de Carvalho que houve a doação do terreno onde hoje se acha localizado o estádio Manoel Leonardo Nogueira, o nosso querido Nogueirão.

De acordo com Lupércio, “dois importantes acontecimentos se registraram a esta altura e que motivaram a certeza de que teríamos dentro em breve tornada realidade a aspiração maior dos mossoroenses: o primeiro foi a verba incluída no Senado e na Câmara Federal pelos nossos representantes Dix-Huit Rosado e Vingt Rosado (…), o segundo foi a doação, por parte do senador José Ermírio de Moraes, de quinhentos sacos de cimento, quando de sua estada entre nós, no dia 30 de setembro de 1963, atendendo apelo formulado pelos irmãos Dix-Huit e Vingt Rosado, ensejo que, entrando em contato com aquela autoridade, fizemos-lhe dramático apelo em favor das obras de nosso estádio, cujo atendimento foi de pronto e cuja entrega foi feita pelo Sr. Lauro do Monte Rocha”.

Outras pessoas também contribuíram para a concretização do sonho, como o capitão Jorge Duó, à frente da 3ª Companhia de Construção do Exército, bem como, Ernani Monteiro Ciarlini, responsável pela edificação e serviços de fundações.

Assim, consoante Lupércio, “estava pronto e o caminho livre para que, em 4 de junho de 1967, pudéssemos entregar ao povo de Mossoró o seu novo estádio de futebol, graças ao trabalho de muitos e esforço extremado de toda a Comissão Pró-Construção do Estádio”.

Pois bem, fiz esse resgate histórico para chegar aos dias atuais. Hoje, quando eu passo em frente ao velho Nogueirão bate um desalento. Não há mais jogos ou outro evento. O gramado, segundo fotos postadas nas redes sociais, encontra-se tomado pelo matagal. Aí, vem à mente os inúmeros jogos que fui com o meu filho para assistir ao clássico “Potiba”. Era uma festa. Os torcedores de Potiguar e Baraúnas faziam zoada, “tirando onda” com a torcida adversária.

Atualmente, além de não termos o estádio em boas condições para receber os jogos, há a violência de algumas torcidas organizadas, perturbando a paz e o brilho do espetáculo. Ficamos receosos em ir ao estádio, principalmente com nossas mulheres, filhos e netos.

Lembro-me que, no intervalo dos jogos, era uma luta medonha pra comprar um cachorro-quente e um refrigerante. Mas, por outro lado, tínhamos a resenha, o churrasquinho de “gato”, uma cervejinha para molhar a garganta, os ambulantes vendendo canudinhos nas arquibancadas e o grito da galera incentivando o seu time. Sem esquecer, é claro, dos xingamentos proferidos contra o árbitro e a sua pobre genitora. Uma partida de futebol, caros leitores, é uma gama de emoções.

Enfim, mais um domingo sem futebol no Nogueirão. Porém, salvo engano, li que a Prefeitura Municipal de Mossoró elaborou um projeto relacionado à permuta do imóvel, apesar de alguns torcedores terem realizado, na semana passada, um protesto contra tal pretensão. Todavia, espero que tudo seja levado a bom termo o mais breve possível, pois, como diria Nelson Rodrigues, nosso maior cronista esportivo, “para nós, o futebol não se traduz em termos técnicos e táticos, mas puramente emocionais”.

Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos

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Categoria(s): Crônica / Esporte

Comentários

  1. João Silva diz:

    Fui as lágrimas com boas recordações de um passado não tão distante pra mim, e por um futuro obscuro sobre o futebol mossoroense.

  2. FRANSUELDO VIEIRA DE ARAUJO diz:

    Caro Odemirton, parabéns por mais uma assertiva e fecunda crônica acerca do dito futebol do País de Mossoró, atualmente adormecido deveras adormecido sob as intempéries da mais valia do capitalismo cruel capitalismo, da Lei Pelé, empresários e empresarios e seus congêneres a transformar o esporte – de um modo geral -, de simples e sadia brincadeira em objeto de lucro doentio e obsessivo.

    Em fim, falar de futebol e, sobretudo da atual “ausência ” da nossa principal praça de esportes, é, não só mergulhar numa sessão nostalgia, mas, sobretudo verificar do momento atual em que crises econômicas, sociais e políticas, bem como até mesmo das transformações, disruptivas transformações que a tecnologia impõe às nossa vidas com seu paralelismo mundo virtual e real nos assombrando e maravilhando dia após dia.

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