Jornalista Carlos Santos,
Venho através do seu prestigiado Blog informar à população de Mossoró algumas informações sobre a Saúde de Mossoró.
Vou expor algumas verdades que estão acontecendo nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPA´s) de Mossoró.
No dia 28-2-2014 tivemos uma reunião com a secretária de Saúde (Leodise Cruz) e o prefeito Francisco José Júnior (PSD), a respeito da equiparação de salários e de quantidades de médicos no atendimentos nestas unidades – UPA Santo Antônio e Upa São Manoel com 2 médicos em 24h e a UPA do Belo Horizonte estava com 4 médicos em 24 horas.
O prefeito nos recebeu muito bem e prometeu equiparar a situação e nos solicitou que a equipe de médicos fizesse uma pessoa jurídica – PJ – no mesmo molde da UPA do BH, pois só assim seria possível reverter tal disparidade já que a prefeitura não poderia contratar diretamente ou aumentar o efetivo por ser período eleitoral. Urgentemente foi feito a Pessoa Jurídica e após um mês o prefeito não deu sequer uma posição.
Nesse dia 1º de abril, mandamos um ofício ( também mandamos para o Ministério Público e o Conselho de Medicina) dando sete dias de prazo para a prefeitura nos dar uma posição a respeito e se nada for feito iremos paralisar o atendimento. Ficaremos apenas como obriga a lei, atendendo urgência e emergências com risco de morte com um profissional.
Antes de finalizar quero expor alguns dados da Upa do Santo Antônio para o público.
No mês de janeiro atendemos 10.414 pessoas e em fevereiro 9.767.
Sobrecarga médica
Se fizermos uma média da quantidade de paciente e dividir pelo tempo que cada médico tem para tender, teremos somente 8 minutos para escutar o paciente, prescrever a medicação, preencher a ficha com o que o paciente relata, ir ver o paciente no leito (caso precise), retorno do paciente e caso chegue alguma estabilização (caso mais grave) etc. E o tempo é só é esse se o médico não levantar-se nem por 1 segundo da cadeira.
Honestamente quase impossível dar um bom atendimento ao publico. Sei que o tempo não é tudo em uma consulta mas como fazer um bom atendimento sabendo que tem muitos do lado de fora esperando a horas para ser atendido?
Outro ponto: depois de 100-200 atendimentos, a fadiga mental já está afetando o raciocínio do médico. Sei que muitos devem perguntar por que aceitamos tal situação. Eu também me faço essa mesma pergunta e a resposta é que nascemos para ser médicos e não é por causa da situação ruim de trabalho que vamos deixar nossos pacientes jogados.
Bom senso
Pergunte ao professor, ao policial e a juiz de algumas varas porque eles também aceitam tal situação ruim de trabalho?
Para terminar, quero dizer quanto é o salario da UPA do Santo Antônio em um plantão de 12 horas interruptas: São R$ 760,00 e isso corresponde a 63 reais a hora trabalhada.
Muitos pensam que ganhamos rios de dinheiro.
A UPA do Belo Horizonte tem o dobro de profissional e paga-se R$ 803 líquidos.
Espero que o bom senso prevaleça e que seja feita a equiparação, principalmente de quantidade de profissional .
O bem maior será para a população de Mossoró.
Gledson Cavalcante, médico
Nota do Blog – Doutor Gledson, bom “ouvi-lo”. Precisamos nos reencontrar, depois, para botarmos a prosa em dia.
Seu relato corrobora com o que este Blog defendeu na postagem sob o título “UPA completa um mês de funcionamento no Belo Horizonte” (clique AQUI).
A partir de dados da própria prefeitura, defendemos que haja divulgação maciça de sua existência, funcionamento e serviços prestados, para que colabore para desafogar os serviços nas UPA´s do Santo Antônio e São Manoel, além do próprio Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM).
Após um ano e dois meses fechada, passando pelas mãos das prefeitas Fafá Rosado (PMDB) e Cláudia Regina (DEM), a UPA do BH foi aberta. Conheci-a. Fiquei encantado e impressionado com o que vi.
Mas é fundamental que Mossoró saiba de sua existência. Não houve absolutamente qualquer divulgação institucional e o conhecimento público se deu através de cobertura jornalística pontual, durante período que antecedeu o Carnaval.
Os números mostram, como o Blog advoga, que a UPA do BH está sendo subutilizada e precisa ser melhor aproveitada. Em seu primeiro mês, atendeu a pouco mais de 5.300 pessoas.
Enquanto isso, a do Santo Antônio atingiu quase “10 mil”.
A disparidade é notória.
Ministério Público Eleitoral e o juiz Eleitoral José Herval Sampaio Júnior, provocados, tendem a endossar essa divulgação.
Os números são tonitruantes, falam por si.
A divulgação visa o interesse público, é uma questão de utilidade e saúde públicas.
Dr. Gledson Cavalcante muito oportuno a sua intervenção nesta página para que possamos ter uma discussão da real situação da saúde do mossoroense, e dos servidores. Tudo que o Sr. relator é a mais pura realidade, mais faltou o que considero o outro lado da moeda.
Mais primeiro eu quero voltar no passado no ano de 2012 quando houve a disputa das eleições e a Associação médica tinha agendado um debate entre os candidatos a prefeito e sem explicação cancelou. O debate naquele momento seria de suma importância por revelaria aspectos da saúde até então mantida debaixo do tapete.
Segundo as falcatruas e farsas na saúde pública, no PSF nunca são denunciadas pelos médicos que de forma corporativista encobrem seus colegas.
Terceiro o Sr. tomou conhecimento do que vinha acontecendo dentro do HRTM, e estranhamente nenhum médico denunciou.
Quarto será que o Sr. não sabe que os médicos do PSF tem quatro horas por expediente para atender nas Unidades Básicas de Saúde para atender os usuários que se fossem atendidos de forma como requer os preceitos normais de saúde não haveria este sufoco de tantos pacientes dentro das UPAs, mais os seus colegas de forma ante ética, desrespeitando um contrato de trabalho de 40 horas semanais, quando muito trabalham, trabalham 8 horas, não tendo compromisso com os usuários, chegam nas UBS as carreiras e dentro de uma e duas horas atendem 10, 15, 20, 25 paciente e desaparecem, isso duas ou três expedientes por semana.
Quinto, só não atribuo a culpa a população neste caso porque a população é refém da categoria, e de uma gestão que não tem personalidade nem pulso para que a lei seja cumprida, e mantém o caos no sistema municipal de saúde.
Sexto a abertura da UPA do BH foi um ponto positivo, e merece o nosso aplauso, mais quem trabalha e conhece de saúde pública, sabe o que aconteceu com o já defasado sistema municipal de saúde com destaque negativo para a Atenção Básica que está desestabilizada. A UPA do BH trouxe um grande benefício para a população daquela zona da cidade; mais causou um certo prejuízo para as outras zonas da cidade.
Sétimo, o Sr. fala da sobre carga de trabalho dos profissionais médicos, concordo, mais lembre-se que antes de passar pelos médicos os pacientes passam por diversos profissionais que ganham em média 15% do que o Sr. ganha. Técnicos, enfermeiros, pessoal de apoio, e etc. A saúde não é só produzida por profissionais médicos, tem outros profissionais, e é o conjunto que faz a obra.
Oitavo, Devemos entender que a abertura da UPA do BH seria uma necessidade urgente por isso entendemos que foi necessário o sacrifício de servidores da rede municipal para que a mesma funcionasse no momento; mais passado um certo tempo não deve ser permitido que nossos colegas sejam massacrados com escalas consecutivas sobre o pretexto de que precisamos aumentar a nossa renda. Precisamos valorizar os nossos servidores, sem ter que antecipar sua morte.
Nono, não podemos esperar muito das autoridades, do Ministério Público; porque este já tem relatório em mãos mais do que suficiente para entrar em ação e acabar com esses abuso, mais até o momento do que é do meu conhecimento não agiu.
Décimo, só vejo uma saída a médio prazo para a valorização dos profissionais da saúde, para humanizar o sistema que é a conscientização dos mesmos, e avançar na cidadania. Deixando-se enganar como acontece no momento, só uma intervenção Divina.
Décimo Primeiro, temos 8 minutos em média para atender um paciente na UPA, muito pouco. E porque temos quatro horas (240 minutos), para atender 15 pacientes na UBS, e ficamos em média de 2 a 4 minutos com os pacientes que deveria ser atendidos com qualidade, e não precisaria ir parar nas UPAs.
Décimo Segundo, os médicos estão recebendo 803,00 reais por plantão, os técnicos 133,00 reais, sem fazer comparações, as nossa necessidades biológicas são praticamente iguais, e nos necessidade sociais também. todos precisamos de moradia, alimentação, laser; sejamos mais próximos.
GOSTARIA QUE A SECRETÁRIA DE SAÚDE ( competente e séria ) viesse a público explicar essa situação.
Dr. Gledson está fazendo uma reivindicação muito justa,.Penso que o ideal é conversar mais e não deixar por motivo algum a população ser prejudicada. Devemos entender que demandas de anos não podem ser todas resolvidas rapidamente.
O Dr. Gledson presta um serviço de excelente qualidade no atendimento aos inúmeros paciente que procuram a UPA em momentos de dor e sofrimento. Médico dos bons. Vi e ouvi pacientes acompanhados dos seu familiares encantados com à atenção e a resolutividade do referido médico.
Ah! Se todo paciente que buscasse o atendimento público encontrasse um profissional da capacidade do Dr. Gledson, com certeza, a saúde seria outra, com plena satisfação dos pacientes.
Por isso, seria de muito bom senso que todos prestassem atenção as ponderações feitas pelo competente médico.
Queria saber onde são essas UPAS que tem médicos com plantão de 12 interruptas. Isso não acontece aqui em Mossoró. Eles, os médicos ficam de 3 a 4 horas pra ganhar um plantão de 12 e ainda acham pouco. O tempo de 8 minutos é muito pouco pra uma consutla, mais também não acontece isso, é feita em menos tempo. Boa prerrogativa para uma investigação. Ah! Esqueci, vivemos no Brasil.
Concordo em gênero, número e grau com você caro Jr. pois toda a população sabe que o que acontece na realidade é médico que ganha pra dar uma carga horária e atende às pressas para poder ir para seu consultório atender particular, ou então nem vai ao local de trabalho, como é o caso do Dr. Eider Medeiros, recentemente descoberto pela polícia civil. Igual a ele tem muitos, muitos e muitos….não vou generalizar porque toda unanimidade é burra. Mas como o doutro entregou documento ao MP, bom seria que a partir daí fosse iniciada uma série de investigação na saúde pública e privada de Mossoró, pois só assim teremos a verdade posta em pratos limpos. Talvez o MP ainda não tenha feito nenhuma investigação, mesmo sabedor de tanta falcatrua, por não suportar o tamanho da podridão que irá encontrar. Repito: Na rede privada e pública.
É sempre a mesma,…, tem sempre um,…, dizendo Dr. fulano é muito bom, Dr. fulano é competente. Quero saber se esse Dr. trabalha em alguma UBS. Se trabalha diga a onde. E logo saberei se ele cumpre com o seu dever. Não estou dizendo que não cumpre; só gostaria de comprovar.
Há; a Secretária é competente e séria, mais não tem a caneta na mão.
Dr. Gledson.
Pela informação acima, o sr. é um bom médico. Muito bem. Fico mais à vontade para falar. Lembrei-me das lutas de meu marido, também médico, lembrei-me das disparidades nos pagamentos, por exemplo, quando falamos nos “terceirizados” que recebem o dobro. Há muita injustiça. Hoje, já estamos noutra época. Aposentadoria.
De todo modo, vi o filme passando, vi-me batalhando nos jornais, por ele, marido. Lute, Dr. Gledson. O sr. se expressa de forma respeitosa, sabe reivindicar. Represente a si mesmo e aos seus colegas. Parabéns. Justa causa.