terça-feira - 19/02/2013 - 08:21h
Crônica

Meu papel de gente no mundo

Já ouvi de algumas pessoas próximas, uma censura em tom de zelo:

– Você se cobra muito!

Talvez.

Mas costumo retrucar, com o cuidado de usar a voz baixa, para não parecer ingrato:

– Já imaginou se em vez de me cobrar, ser tão exigente comigo, eu lhe impusesse essa pressão?

Aprendi nessa longa estrada da vida, que tenho de fazer minha parte. Não posso pedir, se não me faço melhor.

Se quero mudar algo, transformar meu mundo, começo por mim. Quem achar que estou certo e mereço a companhia, acompanhe-me.

É opressivo cobrar e impor aspirações e nossos valores a outrem indivíduo, por mais que gostemos dele.

Exigir que um filho torça por meu time de futebol e ainda por cima me ame…? Por que eu teria esses direitos?

Quem gosta, zela; se domina, o faz pela força da atitude, não por “atitudes de força”.

Claro que posso estar errado. Se estiver, tentarei mudar. Não sou um ser estático e acabado.

Ainda estou me fazendo ser, contra as forças que nos asfixiam cotidianamente. É uma luta incessante contra o não-ser.

Só muito depois da longínqua infância compreendo o alarido de minha mãe, para me por nos “eixos”, com olhar que me fuzilava no paredão:

– Você tome jeito de gente!!!

Tenho tentado, tenho tentado, lhe garanto.

Quem tem de melhorar sou eu. É parte de minha contribuição para esse mundo.

Cobro de quem pode fazer algo, sem impor nada a ninguém. Cobro de mim. Acho que suporto essa pressão.

Assim espero.

Compartilhe:
Categoria(s): Crônica

Comentários

  1. Augusto diz:

    Parabéns pela crônica cara! Se tentamos melhorar o mundo, nada melhor do que começarmos por nós mesmos. Te acompanho nessa.

  2. naide maria rosado de souza diz:

    Olá, Carlos.
    Cuidado com a bengala. Vá em frente nesta sua luta, como já disse, incessante de se aprimorar…não dá para usar a palavra melhorar. Olhe para a fila que lhe segue…vê uma pessoa alta, meio loura? Não pretendo arredar o pé.
    Estive ausente. Estou atualizando a leitura. Carlos, o calor aqui está “maligno” como dizia um colega de Sérgio. Sei que Mossoró é quente, mas há lugares em que sempre sopra uma brisa. Aqui, não. Fica tudo estagnado.
    Um abraço, amigo.
    Naide

Faça um Comentário

*


Current day month ye@r *

Home | Quem Somos | Regras | Opinião | Especial | Favoritos | Histórico | Fale Conosco
© Copyright 2011 - 2025. Todos os Direitos Reservados.