A sucessão natalense está desenhando o espectro de um vencedor. Vencedora. Claro que é cedo e até precipitado se afirmar, peremptoriamente, que a "fatura está liquidada". Não é assim.

Entretanto há elementos de sobra para se construir argumentos, revelando que a deputada estadual Micarla de Souza (PV) está na iminência de ser eleita à prefeitura. Está levando a melhor.

Sua disputa direta com a deputada federal Fátima Bezerra (PT) a deixa com sobras no quesito aceitação. Também é soterrada por pouquíssima rejeição.

Micarla tem uma dianteira de 28,6% – segundo pesquisa divulgada na segunda (9) pelo Instituto Start/O Jornal de Hoje (Segunda Edição). É uma vantagem considerável.

O complemento dessa posição excepcional, é o ítem rejeição, em que Fátima Bezerra carrega 26,5% e Micarla figura com apenas 8%. Para Fátima, o peso além de numérico é de superposição. A deputada arrasta uma repulsa pessoal elevada, acrescida do que que "ganhou", a partir da aliança formada em seu favor.

A petista precisa se livrar de ambas. 

Cabe lembrar, que Fátima não tinha o consenso em torno de si no próprio partido e até avalizava a alternativa da secretaria do Planejamento da capital, Virgínia Ferreira (PT). Era um "tertius", em face de sua dificuldade de Fátima se viabilizar, além do próprio deputado estadual Fernando Mineiro (PT).

Não deve ser esquecido, ainda, que o "fator Rogério Marinho (PSB)" também comprime sua postulação para baixo. O deputado federal mantém em pesquisas que saíram nos últimos dias, uma considerável margem de preferência, apesar de descartado como candidato da cúpula do PSB.

Expurgado de vez, para onde deve ir essa expectativa de voto pró-Rogério? Pouco provável que desague em Fátima. Tende a ser outro afluente de Micarla.

Do ponto de vista oficial, olhando-se o calendário eleitoral, a campanha não começou. É nela, nesse ambiente de esperada beligerância, onde será definido quem substituirá o prefeito Carlos Eduardo Alves (PSB).

Por enquanto, sem precisar maior esforço, Micarla sobra.