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domingo - 11/09/2022 - 13:28h

Mineração, uma grande aquisição com foco no ouro

Por Josivan Barbosa

Em menos de duas semanas, a Aura Minerals vai desembolsar US$ 51,6 milhões para sacramentar a aquisição da australiana Big River Gold, dona de um projeto de exploração de ouro no Rio Grande do Norte, em um lance estratégico para ir além da meta de produção anual de 400 mil onças equivalentes, prevista para 2024.

Com a transação, e a incorporação do projeto de produção de ouro a céu aberto Borborema, a mineradora canadense, que tem operações na América Latina e negocia recibos de ação (BDRs) na B3, vai elevar suas reservas, medidas e inferidas, em mais de 40%.

Aura Minerals adquiriu empresa de origem australiana (Foto: institucional)

Aura Minerals adquiriu empresa de origem australiana (Foto: institucional)

Com reservas medidas de 1,87 milhão de onças equivalentes, conforme relatório publicado em abril deste ano, a Big River tem recursos totais de 2,44 milhões de onças de ouro. Antes da incorporação do projeto Borborema, a Aura conta com reservas de 5,8 milhões de onças equivalentes, entre medidas e inferidas.

Consumada a aquisição, o passo seguinte será ajustar as informações da Big River às regras de certificação canadenses e trabalhar no estudo de viabilidade do projeto, o que pode se estender até o início do ano que vem.

Com a finalização do estudo, a construção do projeto seria iniciada no ano que vem, com produção em 2025. A Aura será dona de 80% da Big River e terá como sócia a canadense Dundee Resources, com os 20% remanescentes.

O projeto Borborema no nosso RN se encaixa muito bem na estratégia de crescimento da empresa canadense, de buscar projetos com geologia já desenvolvida e um projeto pronto para iniciar construção. 

Produção mundial de frutas e a posição do Brasil

A produção mundial de frutas e hortaliças frescas em 2020 foi de 1882 milhões de toneladas, mantendo-se praticamente estável em relação aos dados de 2016, quando se situou em 1880 milhões de toneladas, segundo dados da FAO. Entretanto, o ranking dos principais países produtores variou no período.

A China, primeiro produtor mundial, aumentou a produção passando de 706 milhões de toneladas para 709 milhões em 2020 (38% da produção mundial).

A produção da Índia passou de 180 milhões de toneladas em 2016 para 208 milhões de toneladas em 2020 (11% do total mundial), representando um incremento de 15% e tornando-se o país de maior evolução no período.

Os EUA reduziram a produção de 72 milhões de toneladas em 2016 para 66,5 milhões de toneladas em 2020, representando agora cerca de 4% da produção mundial.

A Rússia, que ocupava a quarta posição no período anterior, agora em 2020 passou para a sétima posição reduzindo de 45,4 milhões de toneladas em 2016 para 35,6 milhões de toneladas em 2020.

A quarta posição deixada pela Rússia foi ocupada pela Turquia, com uma produção de 51,6 milhões de toneladas.

O Brasil é o quinto produtor mundial de frutas e hortaliças com 45,7 milhões de toneladas. México é o sexto com 36 milhões de toneladas e Espanha é o oitavo produtor mundial com 32 milhões toneladas.

Agricultura e inflação

A inflação tem se convertido numa das grandes preocupações em nível global. Os sucessivos acontecimentos excepcionais dos últimos 30 meses têm alcançado inquietantes máximos históricos de inflação. O aumento de todos os custos tem impactado com força a agricultura, e mais concretamente o setor de produção e exportação de frutos e hortaliças.

Atualmente, os custos de produção, independente do país produtor são extremamente altos com elevação de 30 a 40%, porém os preços dos frutos e hortaliças obtidos pelos produtores não acompanham a elevação da inflação. Somente em 2022 o custo do transporte marítimo aumentou em alguns países na faixa de 40% quando comparado com os preços de 2018. Os custos com transporte terrestre também incrementaram cerca de 58%. Os custos com embalagens aumentaram em cerca de 14% e os de fertilizantes 57% em relação a 2018.

Produção de banana na República Dominicana (Foto: Fresh Plaza)

Produção de banana na República Dominicana (Foto: Fresh Plaza)

Um levantamento recente feito no Reino Unido, um dos principais importadores de frutos e hortaliças do Brasil, constatou estabilidade de preços em alguns produtos, o que impacta negativamente nos lucros do produtor. Apesar da inflação do Reino Unido com IPC no mês de julho passado chegando a 10,1%, os preços de frutos e hortaliças não têm se recuperado na mesma proporção.

Nessa linha, os produtores e exportadores de melão, melancia, mamão formosa, manga e uva do Semiárido para a Europa e Estados Unidos sofrem com os custos elevados.

Um desses custos é ocasionado pela necessidade da certificação exigida pelos importadores e que impacta muito nas planilhas do produtor e, assim, a própria sustentabilidade econômica do produtor está em jogo. Os custos com certificação são elevados, apesar de não representar um insumo, mas que faz parte dos custos de produção.

Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Ufersa

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Categoria(s): Artigo / Economia

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