Vi em algum lugar do Facebook, uma pergunta instigante. Indagava: “O que você faria se tivesse apenas mais um dia de vida?”
Nem hesitei. De chofre, o clique: iria para o computador e escreveria uma crônica. Escrever tem sido minha atividade laboral há quase 30 anos; é-me oxigênio.
Seria meu último sopro de existência. Mesmo assim, comum. Feliz.
Nela agradeceria o tempo que pude ter, o tempo que foi possível ter, o tempo em que fui capaz de converter o ter no ser. Bradaria que venci a luta contra o não-ser.
Diria “obrigado” pela benção de ser humano – carregado de sentimentos, exageradamente intenso, completamente apaixonado.
Atestaria que sou incompleto. Que bom não ser superior! Completo, sim, na graça de poder encarar qualquer pessoa de frente, sem medo de olhar para trás.
Nem pensaria em me despedir. Desnecessário. Sei que continuarei pulsando no coração de quem tem um lugarzinho no peito para me guardar. Se for só tantinho assim e, em poucos, não importa. É o suficiente.
É minha crônica para viver mais.
Carlos Santos é criador e editor do Canal BCS (Blog Carlos Santos), jornalista nacionalmente ignorado e escritor mundialmente desconhecido
*Texto originalmente publicado no dia 1º de Julho de 2012 (veja AQUI), ou seja, há 10 anos e sete meses.
Crônica leve, suave. Para gostar de ler.
Reflete bem o que vc falou na sua última entrevista quando disse que não trabalha há 38 anos . Fazer o que gosta não é trabalho , é hedonismo . Parabéns pela crônica .
Aqueles que amamos, nunca morrem.
Estão guardados em um cantinho do coração e como estrela brilhante a nos guiar.
Um abraçaço