Do Jornal do Brasil Online
Apenas em 2015 cerca de 1.000 concessionárias fecharam as portas. Para o ano de 2016, estima-se que mais 600 concessionárias fecharão as portas, totalizando o número assustador de 1.600 concessionárias fechadas.
Demonstra-se importante frisar que, com o fechamento de uma concessionária, centenas de empregos são perdidos, sendo certo, ainda, que a geração de impostos para a União, Estados e Municípios é encerrada.
Neste cenário, há uma verdadeira chacina empresarial: As montadoras, multinacionais que recebem inúmeros incentivos governamentais, estão simplesmente descartando seus “parceiros comerciais” com alguma debilidade financeira, leia-se concessionárias, ignorando todo o histórico de relacionamento, os milhões de reais investidos pelas concessionárias, seus funcionários, e uma suposta “parceria comercial” existente.
Como se não bastasse, para “driblar” a indenização prevista na Lei nº 6.729/79, as montadoras se utilizam de artifícios absolutamente formais, como por exemplo metas de vendas não atingidas e cotas de compra de peças não exercidas, para atribuir a “culpa” da rescisão contratual às concessionárias, sendo certo que na grande maioria dos casos tais metas/cotas são estipuladas pelas Montadoras de maneira unilateral, e “aprovadas” posteriormente por meio do uso do poder econômico destas.
Reação judicial
O cenário é catastrófico para o setor. Mas judicialmente, já existem reações.
O Poder Judiciário vem atuando de maneira incisiva nesta questão, tendo como um dos maiores exemplos um caso recente entre uma concessionária Nissan, do interior do Estado do Rio de Janeiro – RJ, e a Nissan do Brasil (Montadora).
Neste caso específico, a concessionária conseguiu uma liminar suspendendo a rescisão contratual unilateral realizada pela Nissan do Brasil, bem como obrigando a retratada Montadora a fornecer peças e veículos à concessionária, de modo a evitar qualquer embargo comercial, determinando, ainda, que a Nissan do Brasil se abstenha de nomear qualquer outra concessionária na área da concessionária inicial.
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Se as montadoras e concessionárias baixassem os preços dos veículos, diminuindo suas margens de lucro para um patamar mais justo para o consumidor, com certeza venderiam bem mais carros.
O problema está nos preços absurdos dos carros vendidos por aqui.
Montadoras no Brasil lucram 3x mais do que nos EUA. Pesquisa rápida no Google e chegamos a esse comparativo. O Brasil, este país enorme, não tem UMA marca nacional de automóveis. Índia, China e Rússia têm. É algo sobre o que pensar. Como um país tão grande, um mercado consumidor de automóveis tão cobiçado mundialmente, com um sistema de transporte voltado para carros não tem sequer UMA montadora nacional?