O gerente da CEF, Ciro Leite (Veja AQUI), ontem mesmo deu explicações. Agora é a jornalista Mayara Amorim, moradora do habitacional, que reage com indignação.
Leia-a:
Olá Carlos Santos, Não temos muita intimidade, mas o respeito como profissional e sempre estou "fuçando" seu blog. Olhei os relatos do gerente da Caixa Econômica, Ciro Leite, e me vi no papel de escrever também para reforçar a versão dos moradores do residencial.
Primeiramente quero dizer que sei que o gerente e o vice-gerente do banco nada podem fazer para reverter nossa situação, com o cargo que ocupam. Eles apenas devem intermediar nosso contato com a equipe de engenharia e a diretoria do banco.
Agora, preciso dizer o mais importante. Algo que eu muito temia está acontecendo. Estão associando nosso drama com os acontecimentos do Estado em relação as chuvas. E uma prova de que o problema do Residencial Marcio Marinho é a construção irresponsável e de péssima qualidade, é o fato de que desde as primeiras gotas de água que caíram, as duas últimas ruas já empoçaram. E as águas invadiram agressivamente as residências.
E também o fato de existirem 188 casas e apenas pouco mais de 30 (justamente as que estão no local mais baixo do terreno – que dizem não ser planado) estarem se "afogando" em meio a lama que emerge por todos os lados. Inclusive sanitários e ralo.
Enquanto nós moradores passamos noites acordados aguardando alguma solução imediata que pelo menos reduza a agressão das chuvas, os representantes da Construtora Metro Quadrado, da Engenharia da Caixa Econômica, da Prefeitura Municipal de Mossoró e da Imobiliária MCF nada fazem para nos tranqüilizar. Nem mesmo escavações que possam reduzir a invasão das águas.
Dois moradores já se mudaram. Com lágrimas nos olhos, pessoas que tinham nessas casas a grande realização da vida, transformaram o "lar doce lar" em o pior dos pesadelos. Digo com propriedade, pelo simples fato de ter acordado na madrugada do dia 9 de março com uma lama fétida e grossa que cobriram meus pés, invadindo meu quarto branco, projetado sobre encomenda para meus sonhos de ter um lugar meu.
Indignação, revolta, tristeza, desespero, vontade de sair definitivamente de lá. Esses eram alguns dos sentimentos que passaram em minha mente e coração nos primeiros momentos depois da invasão noturna da água. No dia seguinte sobrou uma imensa lista de eletro-eletrônicos queimados, portas inchadas que não abre e nem fecham, paredes manchadas, móveis comprados há poucos dias danificados e a insegurança de uma residência que não possui mais motor do portão e nem bomba d´água por ter ficado tudo submerso.
E agora vem a grande covardia da Construtora Metro Quadrado, da PMM e da Caixa Econômica.
Mesmo eles se mostrando tocados com nosso drama, disseram que vão reparar todos os danos da residência (paredes, pisos, portas). E nossas despesas? Que se lasquem. Trabalhem para comprar tudo novamente. Quanto o período chuvoso, o que vão fazer? Se lasquem novamente. Peguem seus filhos e fiquem correndo com eles todas as madrugadas que as chuvas caírem com violência.
Também podem aproveitar para morrer em meio a lama e aos inúmeros mosquitos e moscas que surgiram depois do local se transformar numa lagoa.
O mínimo que posso falar, é que eles (representantes da Construtora Metro Quadrado e da Caixa Econômica) são uns covardes. É muito confortável dizer que "vamos esperar o período chuvoso passar".
Não são eles que estão passando as noites chuvosas acordadas. Não são eles que estão com todos os bens danificados. Não são eles que estão sem poder comer na própria casa porque a geladeira está queimada. Não foi ele que ouviu o filho dizer que quer morar na escola – "porque lá não entra água".
É muito cômodo dizer que é complicado construir com chuva. Era muito mais "bonito" eles dizerem que se gasta mais construir com água, com complicações. Nós (moradores do Márcio Marinho) sabemos que é mais caro. Nós tivemos que largar nossos empregos em plena semana para construir murinhos nas portas, para retirar a lama de dentro de casa, para aguardar os representantes da imprensa para mostrar nossas casas enlameadas.
Se sua leitura chegou até aqui, suplico por atenção para abraçar nossa causa. Nosso caso está caindo esquecimento e infelizmente tememos que a Justiça não vá nos atender de imediato. Se continuamos morando naquele local é pelo simples fato de não ter outro lugar para ir.
Não vamos ser hipócritas ao ponto de defender o que não há defesa. O Residencial Marcio Marinho precisa de obras, não de desculpas.
Desde já obrigada.
Mayara Amorim – Moradora da casa 4419 da rua Joseluce Ferreira de Medeiros do Residencial Marcio Marinho.
Minha solidariedade a amiga Mayara. Sei muito bem o que é acordar, na madrugada, com meio metro de água dentro de casa.
Associo-me ao apelo para que, aqueles que descumpriram a obrigação de bem construir, assumam a responsabilidade de ressarcir pelas perdas e danos provocados.
Cara Mayara Amorim,
Sou solidário com você e todos aqueles que estão passando por esse desconfortável momento. Não engenheiro mas tenho conhecimentos acadêmicos na área de geologia e geografia e sempre soube que a área onde estava sendo instalado o Residencial Márcio Marinho apresentava problemas estruturais. Lembro que passei algumas vezes na rua lateral e achava muito estranho a forma de estruturação do canal de drenagem, principlamente, pelo ângulo de 90 graus que ele faz ao chegar a estrada, fato que contribui para o barramento e acumulo de água (não sei como a rua já não foi embora!!). Outro ponto que gostaria de lembrar é que parte da área onde foi construído o residencial está assentado numa drenagem fluvial, basta ver a conformação do relevo e algumas imagens de satélites. Sendo assim é bom que vocês busquem seus direitos e peçam uma perícia judicial se a pendenga chegar aos tribunais.
Difícil Mayara é o Judiciário em Mossoró reparar os danos causados a vocês! Se no Brasil não funciona, aqui nem pensar! Mas estou solidário, e o que puder fazer farei! entre em contato!
Nossa solidariedade aos que com muito esforço, honestidade e acima de tudo muito trabalho, pensou em realizar o sonho da aquisição da casa própria e hoje se vê ludibriados pela Caixa Economica e Prefeitura Municipal de Mossoró, a construtora apenas executou a bela “OBRA” , que sem ela outra faria.
Prezados Moradores
O Código Civil Brasileiro, através dos arts. 186 e 927, parágrafo único, estabelece:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”
Portanto, não deixem que outrem mitiguem os seus direitos, busquem a Justiça a fim de que os responsáveis respondam pelos seus atos, ressarcindo os prejudicados.
Prezada Mayara, realmente é lamentável que isso ainda aconteça nos dias atuais, quando será que nesse país as pessoas que constroem imóveis terão responsabilidade para com os adquirentes deles! Certamente só no dia que passar a ser crime inafiançável brincar com os sentimentos dos outros, tipo esse quando pessoas investiram de boa-fé valores na aquisição de imóvel residencial (para construírem um lar!) e não podem usufrir com tal, que vergonhoso para todos os envolvidos! E o pior instituição do porte da CEF e Prefeitura Municipal de Mossoró.
Bem sugestivo o nome da construtora responsável pela obra: “Metro Quadrado de Calamidade Pública S/A”. Deve ter um faturamento óó!!
Senhora ou Senhorita Mayara, aceite minha solidariedade !!!!
Há alguns anos atrás, fui convidado para executar a obra que ora lhe atormenta. E fui pelo titular da Construtora Metro Quadrado. Engenheiro competente, responsável e, sobretudo, ciente de suas obrigações. A minha condição de saúde não permitiu que lá eu estivesse. Conheço o Dr. Cantídio há cerca de 30 anos, assim como toda sua Família, Pai, Mãe uma Irmã e um Irmão que é Médico. Com eles conviví profissionalmente durante 13 anos e, como Engenheiro Civil, ví a Metro Quadrado nascer no ano de 1992.
Existe, por favor entenda, uma passagem desconhecida pelos moradores do Conjunto residencial em questão, e, essa passagem é que são várias Empresas, ( pelo menos 05 ) envolvidas nesta construção e neste erro técnico que hoje causa tantos transtornos aos moradores. Não tenho procuração para defender Dr. Cantídio, mas, conhecendo-o como o conheço, creia, no que toque a Empresa dele, ele assumirá todas as responsabilidades.
Como são várias Empresas, estou convicto que, o levantamento topográfico não foi feito por ele ( Dr. Cantídio ). E ele, caiu no conto do Vigário, coisa que o fará pagar muito caro, tanto financeiramente, como moralmente.
Com o respeito e a solidariedade que lhes são devidos,
Valtércio
Muito obrigada por todos os comentários. Aos advogados que deixaram notas, gostaria de dizer que já tomamos as medias cabíveis. O grande problema é que se a chuva não parar hoje, poderá ocorrer uma catrástofe por lá… Quem sabe assim irá ser feito algo?
Sr. Carlos Santos, fico eu a ler todos os meios de comunicação de Mossoró, ouvir rádios, ver os canais de TV’s da cidade, e em lugar nenhum se aborda o tema do alagamento do residencial Marcio Marinho construído pela Caixa Economica e Prefeitura Municipal de Mossoró. Pergunta-se que tipo de imprensa falada, escrita e televisada nós temos por estas plagas????