Hoje, quarta-feira, 15 de março de 2023, Mossoró faz 171 anos de emancipação política.
Nesta foto eu rendo minhas homenagens ao lugar que melhor traduz minha identificação com a terra em que nasci: a Igreja de São Vicente, coração da cidade.
E minha ligação com ela não é por empatia religiosa ou força histórica, mas de bem-querer derivado da infância, como marco de um tempo. É aquela relação de afeto que carregamos para sempre. Jamais será o abismo que olha para mim, mas uma luz que não cessa a me guiar.
Sou ainda o menino capaz de circundar a velha igreja e apressar o passo por seu patamar (ou adro, mais elegante), como se fosse engrossar as pernas de talo de coentro e voltar no tempo. Nem uma coisa nem outra. Fracasso nas duas missões.
Na memória estou sempre me esgueirando das missas dominicais sem que dona Maura controle, porque confia que o Espírito Santo Paráclito possa cuidar de mim ao seu leve descuido. Tem sido assim.
Capiau que não consegue ser universal, mesmo pintando a própria aldeia há várias décadas, diante de seu pórtico frontal levanto os olhos para espiar seu cume… aquela torre inexpugnável de 1927. Isso, para depois fazer o sinal da cruz e sussurrar, só para Ele, as graças de sempre.
A ideia, já li por aí, “é morrer jovem o mais tarde possível“.
Que seja aqui mesmo, Mossoró.
Meu amor, feliz aniversário.
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Que beleza … Sinto-me muito bem representado, no seu texto! Simples, delicado, e bem escrito.
Texto leve, como deve ser quando se fala com o coração cheio de lembranças e saudades. Eu também brinquei sob as bençãos de São Vicente.
Vida longa para nossa Mossoró.
Chegando em Mossoró no ano de 1960, já tive o privilégio de ser recebido aqui, numa noite de um domingo do mês de dezembro, me recordo ter visto a primeira igreja da cidade lá no bairro que a cidade fundada por Antônio de Souza Machado, tem e que nunca envelheceu, desde que aqui cheguei que o retalho do chão mossoroense aonde fica a igreja de São João, continua com doze anos, o mesmo cresceu em estampa suplantando suas imagens e paisagens originais do passado dando espaço aos tempos modernos e contemporâneos, mais sua idade continua a mesma Doze Anos.
Pois é gente, Mossoró sempre foi e continuará sendo sui generis em tudo, mais o que me fez gostar mesmo deste chão mossoroense, foi a hospitaleira gente que aqui um dia encontrei para conviver com todos e dividir o calor do chão sertanejo que estar pronto para receber mesmo aqueles que nascem no frio da serra de Cantofa e Jandi, por nome de Portalegre, e que por imposição da necessidade de sobreviver menos pobre de marré, veio labutar no forno da prosperidade que os índios monxorós construiu e que só no passar do tempo já se vão 171 de uma história abençoada por Santa Luzia, a mártir que deixou sua cidade italiana de Ciracusa pra também ser recebida pelos mossoroenses para ser sua mãe protetora e reforçar a fé dos que habitam no torrão escaldante que aquece a esperança e constrói sonhos à serem vividos num mundo real aonde a confiança em Deus por dias melhores hão de vir.
Obrigado a cidade que em no dia 22 de dezembro de 1960, recebeu e acolheu a família de seu Expedito Rocha e dona Conceição, meus pais, pois foi através deles que todos nós seus filhos continuamos a amar você Mossoró que hoje vive e celebra seus 171 anos de emancipação política. Que Deus abençoe sempre.
Parabéns grande Carlos Santos, pela beleza de seu artigo em tela.
Como sempre, você se supera!
Siracusa (corrigindo)
Minha Santa Luzia ilumine sempre a nossa querida Mossoró.