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domingo - 11/05/2014 - 09:20h

Não vejo a luz no fim do túnel; sequer vejo o túnel

Por Honório de Medeiros

Encurralada, extorquida, abandonada, segue, inerme, a classe média brasileira, bem como a base da pirâmide social, ante a incompetência e a roubalheira generalizada que grassa nesse País.

A corrupção, hoje, faz parte da alma brasileira.

Está em toda a parte, em todos os momentos, em todas as classes.

A falta de respeito dos dirigentes do Estado para com a Sociedade atinge níveis alarmantes. É um câncer. Em metástase. Não sei o que seria do Brasil se não fosse o Ministério Público e alguns juízes abnegados.

Ouço, aqui e ali, pais inconformados, embora passivos, declararem seus sonhos com a ida dos filhos para outros países, onde a decência ainda é um valor cultivado. Aqui, todos os valores desmoronam lentamente.

Alguns, em velocidade estonteante.

As regras implícitas que regem a Sociedade brasileira, neste atual momento da nossa história, são terríveis: não há o pensamento no outro, não há a solidariedade, não há o interesse social. Para onde dirigimos nossa atenção percebemos apenas falta de dignidade própria, ausência de respeito com os valores cultivados pelo processo civilizatório, descompromisso com a verdade mais comezinha, intuito de enganar, de manipular, de espoliar.

O resumo da ópera é esse: temos um aparato legal de faz-de-conta e uma realidade normativa social implícita derruidora.

Os códigos dizem uma coisa, as ruas dizem outra totalmente diferente.

Os políticos, com raras e honrosas exceções, mentem e furtam sem qualquer pudor. Os administradores públicos, idem. As instituições estão corrompidas e tomadas pelo aparelhamento vil.

Quem discordar que mergulhe na história do Brasil. Analise o antes. Estude o agora. Pense no depois.

As consequências do que se está fazendo aqui, e agora, durarão gerações, para o bem ou para o mal.

Não vejo luz no final do túnel. Para ser sincero, sequer vejo o túnel.

Temo pelo futuro das futuras gerações.

P.S – Acerca da classe média e sua pasmaceira sugiro a leitura do artigo “Uma elite perdida” AQUI.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Governo do Estado do RN.

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO diz:

    Nada de novo, não no fim do túnel, mas sim, no front. Mesmo porque, discurso articulado e partindo de gente diretamente vinculada à dita classe do rio Grande do Norte sem Sorte e com perfil por demais conservador. Não se poderia deveras esperar outro discurso se não o do catastrofismo tão afeto à figuras que não aceitam de modo algum que grande parte do povo brasileiro é beneficiado pelas transformações sociais, educacionais, institucionais e políticas, diria mais, pela silenciosa e democrática revolução social tendo em seu comando o discriminado, perseguido e estigmatizado (não esqueçamos, por parte da dita mídia, venal, cruel e golpista) PARTIDO DOS TRABALHADORES.

    Ao missivista acima, que, pasme senhores, conclama os leitores, quando pretensiosamente afirma …Quem discordar que mergulhe na história do Brasil. Analise o antes. Estude o agora. Pense no depois…!!!

    Ora Sr. missivista, temos que, efetivamente ponderar, se grande parcela da sociedade brasileira tivesse objetivante condições de analisar…mergulhar na história do Brasil , estudar o agora e pensar no depois. Com certeza não teríamos, historicamente a classe média que temos, com manifesto perfil conservador, visão de sociedade absolutamente excludente e viés político puramente golpista.

    Há um dito popular…Em terra de cego…quem tem um olho é Rei, porém no nosso caso, diria que em função do perfil extremamente conservador, excludente e golpista de que é composta a essência política da classe média brasileira. Na verdade, muitas vezes que tem um olho, muitas vezes se torna ainda mais cego que à maioria, na medida em que teima em não admitir os ganhos sociais, culturais e políticos havidos na última década, tendo à frente o comando do Partido dos Trabalhadores.

    Vivemos e vivenciamos um pais relativamente jovem, diria adolescente, mais ainda engatinhando em seu processo de transformações, sociais e políticas, mesmo porque, grande parte das nações ditas de primeiro mundo, não só passaram por problemas semelhantes em seu conjunto de sociedade e, por conseguinte suas problemáticas sociais, mais ainda possuem uma história, em média de 03,04, 05 mil anos.

    Oportuno ressaltar algo que maioria conclamada pelo missivista acima a mergulhar na história do Brasil. Analisar o antes. Estudar o agora. Pensar no depois…!!!, , efetivamente , infelizmente não faz, não fez e não fará, exatamente em função do desconhecimento quase que total sobre sua própria história.

    Data vênia, digo mais, como conclamar a sociedade como o fez o missivista acima, quando sabemos que historicamente grande parte dessa mesma sociedade, gerações pós gerações, jamais tiveram oportunidade de pelo menos saber assinar seu nome, diria menos ler. Mesmo porque muitos dos que tiveram e tem acesso a possibilidade de leitura e de informação de qualidade, não o fazem, preferindo o comodismo de fontes de informação que mais desinformam e menos informam (VIDE O MONOPÓLIO DA TELEVISÃO E DOS JORNAIS BRASILEIROS), no que infelizmente resulta “cidadões” transformando-os em meros papagaios a repetirem chavões anticomunista, antipetista e, sobretudo a repetirem os chamados “mantras” do denuncismo udenista de plantão,renegando, de fato, o seu direito à cidadania.

    Ressalte-se, mais ainda, que, a nosso origem histórica e, sobretudo cultural, comporta uma série de fatores, os quais, in-obstante tenham aspectos positivos e negativos, carregam nestes últimos enorme energia coletiva a obstaculizar quaisquer processo de transformação social, fundamentalmente pela visão conservadora, autoritária e excludente de sociedade, mais ainda por seu perfil de imediatismo que desagua em estuário de contradições entre o que se pode efetivamente transformar e aquilo que a idealização persegue.

    É isso, caros Web-leitores, é o que penso sobre o assunto pautado pelo missivista acima, a partir do pouco de acesso que tive à leitura de livros, assistir de documentários, contatos com pessoas que pensam efetivamente em um Brasil independente e, por conseguinte a tentativa de fazer uma leitura bem distinta, diria diametralmente oposta dos fazem a dita conservadora, elitista, excludente e golpista classe média brasileiras, no que tange grande parte dos nosso problemas de um país em desenvolvimento, porem compreendo como potencialmente o país mais rico do mundo, chamadmo BRASIL…!!!

    Por último, um recadinho, por favor leiam mais, assintam documentários independentes, assistam palestras de pessoas que pensam um Brasil diferente e independente e assistam menos televisão aberta.

    Um abaraço

    FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
    OAB/RN. 7318.

    No desiderato de que tão torne, ainda mais enfadonha a leitura que comporta o meu reles escrito, peço licença aos Web-leitores para transcrever dois artigos, o primeiro do Frei Leonardo Boff, já o segundo da penas da Socióloga Marilrela Cháui, ambos à meu ver, comportam reais informações do porque, e das razões, pelas quais grande parte da nossa dita classe média, manifestamente mancomunada com nossa conservadora, cruel ignorante e golpista elite, efetivamente reagem frente às indiscutíveis transformações sociais e políticas a ocorrer em nosso país.

    Contra as tramóias da direita: sustentar a Dilma Roussef
    07/07/2013

    É notório que a direita brasileira especialmente aquela articulação de forças que sempre ocupou o poder de Estado e o tratou como propriedade privada (patrimonialismo), apoiada pela midia privada e familiar, estão se aproveitando das manifestações massivas nas ruas para manipular esta energia a seu favor. A estratégia e fazer sangrar mais e mais a Presidenta Dilma e desmoralizar o PT e assim criar uma atmosfera que lhes permite voltar ao lugar que por via democrática perderam.

    Se por um lado não podemos nos privar de críticas ao governo do PT (e voltaremos ao tema), mas críticas construtivas, por outro, não podemos ingenuamente permitir que as transformações politico-sociais alcançadas nos últimos 10 anos sejam desmoralizadas e, se puderem, desmontadas por parte das elites conservadoras. Estas visam a ganhar o imaginário dos manifestantes para a sua causa que é inimiga de uma democracia participativa de cariz popular.

    Seria grande irresponsabilidade e vergonhosa traição de nossa parte, entregar à velha e apodrecida classe política aquilo que por dezenas de anos temos construido, com tantas oposições: um novo sujeito histórico, o PT e partidos populares, com a inserção na sociedade de milhões de brasileiros. Esta classe se mostra agora feliz com a possibilidade de atuar sem máscara e mostrando suas intenções antes ocultas: finalmente, pensa, temos chance de voltar e de colocar esse povo todo que reclama reformas, no lugar que sempre lhe competiu historicamente: na periferia, na ignorância e no silenciamento. Aí não incomoda nem cria caos na ordem que por séculos construimos mas que, se bem olhrmos, é ordem na desordem ético-social.

    Esta pretensão se liga a algo anterior e que fez história. É sabido que com a vitória do capitalismo sobre o socialismo estatal do Leste europeu em 1989, o Presidente Reagan e a primeira ministra Tatscher inauguraram uma campanha mundial de desmoralização do Estado, tido como ineficiente e da política como empecilho aos negócios das grandes corporações globalizadas e à lógica da acumulação capitalista. Com isso visava-se a chegar ao Estado mínimo, debilitar a sociedade civil e abrir amplo espaço às privatizações e ao domínio do mercado, até conseguir a passagem de uma sociedade com mercado para uma sociedade de puro mercado no qual tudo, mas tudo mesmo, da religião ao sexo, vira mercadoria. E conseguiram. O Brasil sob a hegemonia do PSDB se alinhou ao que se achava o marco mais moderno e eficaz da política mundial. Protagonizou vasta privatização de bens públicos que foram maléficos ao interesse geral.

    Que isso foi uma desgraça mundial se comprova pelo fosso abissal que se estabeleceu entre os poucos que dominam os capitais e as finanças e a grandes maiorias da humanidade. Sacrifica-se um povo inteiro como a Grécia, sem qualquer consideração, no altar do mercado e da voracidade dos bancos. O mesmo poderá acontecer com Portugal, com a Espanha e com a Itália.

    A crise econômico-financeira de 2008 instaurada no coração dos países centrais que inventaram esta perversidade social, foi consequência deste tipo de opção política. Foram os Estados que tanto combateram que os salvaram da completa falência, produzida por suas medidas montadas sobre a mentira e a ganância (greed is good), como não se cansa de acusar o prêmio Nobel de economia Paul Krugman. Para ele, estes corifeus das finanças especulativas deveriam estar todos na cadeia como criminosos. Mas continuam aí faceiros e rindo.

    Então, se devemos criticar a nossa classe política por ser corrupta e o Estado por ser ainda, em grande parte, refém da macro-economia neoliberal, devemos fazê-lo com critério e senso de medida. Caso contrário, levamos água ao moinho da direita. Esta se aproveita desta crítica, não para melhorar a sociedade em benefício do povo que grita na rua, mas para resgatar seu antigo poder político especialmente, aquele ligado ao poder de Estado a partir do qual garantia seu enriquecimento fácil. Especialmente a mídia privada e familiar, cujos nomes não precisam ser citados, está empenhada fevorosamente neste empreitada de volta ao velho status quo.

    Por isso, as demonstrações devem continuar na rua contra as tramóias da direita. Precisam estar atentas a esta infiltração que visa a mudar o rumo das manifestações. Elas invocam a segurança pública e a ordem a ser estabelecida. Quem sabe, até sonham com a volta do braço armado para limpar as ruas.

    Dai, repetimos, cabe reforçar o governo de Dilma, cobrar-lhe, sim, reformas políticas profundas, evitar a histórica conciliação entre as forças em tensão e o oposição para juntas novamente esvaziar o clamor das ruas e manterem um status quo que prolonga benefíciois compartilhados.

    Inteligentemente sugeriu o analista politico Jeferson Miolo em Carta Maior (07/7/2013):”Há uma grave urgência política no ar. A disputa real que se trava nesse momento é pelo destino da sétima economia mundial e pelo direcionamento de suas fantásticas riquezas para a orgia financeira neoliberal. Os atores da direita estão bem posicionados institucionalmente e politicamente…A possibilidade de reversão das tendências está nas ruas, se soubermos canalizar sua enorme energia mobilizadora. Por que não instalar em todas as cidades do país aulas públicas, espaços de deliberação pública e de participação direta para construir com o povo propostas sobre a realidade nacional, o plebiscito, o sistema político, a taxação das grandes fortunas e do capital, a progressividade tributária, a pluralidade dos meios de comunicação, aborto, união homoafetiva, sustentabilidade social, ambiental e cultural, reforma urbana, reforma republicana do Estado e tantas outras demandas históricas do povo brasileiro, para assim apoiar e influir nas políticas do governo Dilma”?

    Desta forma se enfrentarão as articulações da direita e se poderá com mais força reclamar reformas políticas de base que vão na direção de atender a infra-estrutura reclamada pelo povo nas ruas: melhor educação, melhores hospitais públicos, melhor transporte coletivo e menos violência na cidade e no campo.

    Desvendando a espuma: o enigma da classe média brasileira

    Enviado por Renato Souza, qua, 30/10/2013 – 17:51 – Atualizado em 01/01/2014 – 11:39
    Autor:
    Renato Santos de Souza (UFSM/RS)

    Jornal GGN – Segundo artigo mais lido de 2013, “Desvendando a espuma: o enigma da classe média brasileira” também ficou em segundo lugar entre os mais comentados de 2013, com 542 opiniões. Análise de Renato Santos de Souza sobre o reacionarismo da classe média em função da supervalorização da meritocracia provocou elogios, críticas e até comentários nem pró, muito menos contra.

    Desvendando a espuma: o enigma da classe média brasileira – Renato Santos de Souza

    A primeira vez que ouvi a Marilena Chauí bradar contra a classe média, chamá-la de fascista, violenta e ignorante, tive a reação que provavelmente a maioria teve: fiquei perplexo e tendi a rejeitar a tese quase impulsivamente. Afinal, além de pertencer a ela, aprendi a saudar a classe média. Não dá para pensar em um país menos desigual sem uma classe média forte: igualdade na miséria seria retrocesso, na riqueza seria impossível. Então, o engrossamento da classe média tem sido visto como sinal de desenvolvimento do país, de redução das desigualdades, de equilíbrio da pirâmide social, ou mais, de uma positiva mobilidade social, em que muitos têm ascendido na vida a partir da base. A classe média seria como que um ponto de convergência conveniente para uma sociedade mais igualitária. Para a esquerda, sobretudo, ela indicaria uma espécie de relação capital-trabalho com menos exploração.

    Então, eu, que bebi da racionalidade desde as primeiras gotas de leite materno, como afirmou certa vez um filósofo, não comprei a tese assim, facilmente. Não sem uma razão. E a Marilena não me ofereceu esta razão. Ela identificou algo, um fenômeno, o reacionarismo da classe média brasileira, mas não desvendou o sentido do fenômeno. Descreveu “O QUE” estava acontecendo, mas não nos ofereceu o “PORQUE”. Por que logo a classe média? Não seria mais razoável afirmar que as elites é que são o “atraso de vida” do Brasil, como sempre foi dito? E mais, ela fala da classe média brasileira, não da classe média de maneira geral, não como categoria social. Então, para ela, a identificação deste fenômeno não tem uma fundamentação eminentemente filosófica ou sociológica, e sim empírica: é fruto da sua observação, sobretudo da classe média paulistana. E por que a classe média brasileira e não a classe média em geral? Estas indagações me perturbavam, e eu ficava reticente com as afirmações de dona Marilena.

    Com o passar do tempo, porém, observando muitos representantes da classe média próximos de mim (coisa fácil, pois faço parte dela), bem como a postura desta mesma classe nas manifestações de junho deste ano, comecei lentamente a dar razão à filósofa. A classe média parece mesmo reacionária, talvez não toda, mas grande parte dela. Mas ainda me perguntava “por que” a classe média, e “por que” a brasileira? Havia um elo perdido neste fenômeno, algo a ser explicado, um sentido a ser desvendado.

    Então adveio aquela abominável reação de grande parte da categoria médica – justamente uma categoria profissional com vocação para classe média – ao Programa Mais Médicos, e me sugeriu uma resposta. Aqueles episódios me ajudaram a desvendar a espuma. Mas não sem antes uma boa pergunta! Como pode uma categoria profissional pensar e agir assim, de forma tão unificada, num país tão plural e tão cheio de nuanças intelectuais e políticas como o nosso? Estudantes de medicina e médicos parecem exibir um padrão de pensamento e ação muito coesos e com desvios mínimos quando se trata da sua profissão, algo que não se vê em outros segmentos profissionais. Isto não pode ser explicado apenas pelo que se convencionou chamar de “corporativismo”. Afinal, outras categorias profissionais também tem potencial para o corporativismo, e não o são, ao menos não da mesma forma. Então deveria haver outra interpretação para isto.

    Bem, naqueles episódios do Mais Médicos, apesar de toda a argumentação pretensamente responsável das entidades médicas buscando salvaguardar a saúde pública, o que me parecia sustentar tal coesão era uma defesa do mérito, do mérito de ser médico no Brasil. Então, este pensamento único provavelmente fora forjado pelas longas provações por que passa um estudante de medicina até se tornar um profissional: passar no vestibular mais concorrido do Brasil, fazer o curso mais longo, um dos mais difíceis, que tem mais aulas práticas e exigências de estrutura, e que está entre os mais caros do país. É um feito se formar médico no Brasil, e talvez por isto esta formação, mais do que qualquer outra, seja uma celebração do mérito. Sendo assim, supõe-se, não se pode aceitar que qualquer um que não demonstre ter tido os mesmos méritos, desfrute das mesmas prerrogativas que os profissionais formados aqui. Então, aquela reação episódica, e a meu ver descabida, da categoria médica, incompreensível até para o resto da classe média, era, na verdade, um brado pela meritocracia.

    A minha resposta, então, ao enigma da classe média brasileira aqui colocado, começava a se desvelar: é que boa parte dela é reacionária porque é meritocrática; ou seja, a meritocracia está na base de sua ideologia conservadora.

    Assim, boa parte da classe média é contra as cotas nas universidades, pois a etnia ou a condição social não são critérios de mérito; é contra o bolsa-família, pois ganhar dinheiro sem trabalhar além de um demérito desestimula o esforço produtivo; quer mais prisões e penas mais duras porque meritocracia também significa o contrário, pagar caro pela falta de mérito; reclama do pagamento de impostos porque o dinheiro ganho com o próprio suor não pode ser apropriado por um Governo que não produz, muito menos ser distribuído em serviços para quem não é produtivo e não gera impostos. É contra os políticos porque em uma sociedade racional, a técnica, e não a política, deveria ser a base de todas as decisões: então, deveríamos ter bons gestores e não políticos. Tudo uma questão de mérito.

    Mas por que a classe média seria mais meritocrática que as outras? Bem, creio que isto tem a ver com a história das políticas públicas no Brasil. Nós nunca tivemos um verdadeiro Estado do Bem Estar Social por aqui, como o europeu, que forjou uma classe média a partir de políticas de garantias públicas. O nosso Estado no máximo oferecia oportunidades, vagas em universidades públicas no curso de medicina, por exemplo, mas o estudante tinha que enfrentar 90 candidatos por vaga para ingressar. O mesmo vale para a classe média empresarial, para os profissionais liberais, etc. Para estes, a burocracia do Estado foi sempre um empecilho, nunca uma aliada. Mesmo a classe média estatal atual, formada por funcionários públicos, é geralmente concursada, portanto, atingiu sua posição de forma meritocrática. Então, a classe média brasileira se constituiu por mérito próprio, e como não tem patrimônio ou grandes empresas para deixar de herança para que seus filhos vivam de renda ou de lucro, deixa para eles o estudo e uma boa formação profissional, para que possam fazer carreira também por méritos próprios. Acho que isto forjou o ethos meritocrático da nossa classe média.

    Esta situação é bem diferente na Europa e nos EUA, por exemplo. Boa parte da classe média europeia se formou ou se sustenta das políticas de bem estar social dos seus países, estas mesmas que entraram em colapso com a atual crise econômica e tem gerado convulsões sociais em vários deles; por lá, eles vão para as ruas exatamente para defender políticas anti-meritocráticas. E a classe média americana, bem, esta convive de forma quase dramática com as ambiguidades de um país que é ao mesmo tempo das oportunidades e das incertezas; ela sabe que apenas o mérito não sustenta a sua posição, portanto, não tem muitos motivos para ser meritocrática. Se a classe média adoecer nos EUA, vai perder o seu patrimônio pagando por serviços privados de saúde pela absoluta falta de um sistema público que a suporte; se advém uma crise econômica como a de 2008, que independe do mérito individual, a classe média perde suas casas financiadas e vai dormir dentro de seus automóveis, como se via à época. Então, no mundo dos ianques, o mérito não dá segurança social alguma.

    As classes brasileiras alta e baixa (os nossos ricos e pobres) também não são meritocráticas. A classe alta é patrimonialista; um filho de rico herda bens, empresas e dinheiro, não precisa fazer sua vida pelo mérito próprio, portanto, ser meritocrata seria um contrassenso; ao contrário, sua defesa tem que ser dos privilégios que o dinheiro pode comprar, do direito à propriedade privada e da livre iniciativa. Além disso, boa parte da elite brasileira tem consciência de que depende do Estado e que, em muitos casos, fez fortuna com favorecimentos estatais; então, antes de ser contra os governos e a política, e de se intitular apolítica, ela busca é forjar alianças no meio político.

    Para a classe pobre o mérito nunca foi solução; ela vive travada pela falta de oportunidades, de condições ou pelo limitado potencial individual. Assim, ser meritocrata implicaria não só assumir que o seu insucesso é fruto da falta de mérito pessoal, como também relegar apenas para si a responsabilidade pela superação da sua condição. E ela sabe que não existem soluções pela via do mérito individual para as dezenas de milhões de brasileiros que vivem em condições de pobreza, e que seguramente dependem das políticas públicas para melhorar de vida. Então, nem pobres nem ricos tem razões para serem meritocratas.

    A meritocracia é uma forma de justificação das posições sociais de poder com base no merecimento, normalmente calcado em valências individuais, como inteligência, habilidade e esforço. Supostamente, portanto, uma sociedade meritocrática se sustentaria na ética do merecimento, algo aceitável para os nossos padrões morais.

    Aliás, tenho certeza de que todos nós educamos nossos filhos e tentamos agir no dia a dia com base na valorização do mérito. Nós valorizamos o esforço e a responsabilidade, educamos nossas crianças para serem independentes, para fazerem por merecer suas conquistas, motivamo-as para o estudo, para terem uma carreira honrosa e digna, para buscarem por méritos próprios o seu lugar na sociedade.

    Então, o que há de errado com a meritocracia, como pode ela tornar alguém reacionário?

    Bem, como o mérito está fundado em valências individuais, ele serve para apreciações individuais e não sociais. A menos que se pense, é claro, que uma sociedade seja apenas um agregado de pessoas. Então, uma coisa é a valorização do mérito como princípio educativo e formativo individual, e como juízo de conduta pessoal, outra bem diferente é tê-lo como plano de governo, como fundamento ético de uma organização social. Neste plano é que se situa a meritocracia, como um fundamento de organização coletiva, e aí é que ela se torna reacionária e perversa.

    Vou gastar as últimas linhas deste texto para oferecer algumas razões para isto, para mostrar porquê a meritocracia é um fundamento perverso de organização social.

    a) A meritocracia propõe construir uma ordem social baseada nas diferenças de predicados pessoais (habilidade, conhecimento, competência, etc.) e não em valores sociais universais (direito à vida, justiça, liberdade, solidariedade, etc.). Então, uma sociedade meritocrática pode atentar contra estes valores, ou pode obstruir o acesso de muitos a direitos fundamentais.

    b) A meritocracia exacerba o individualismo e a intolerância social, supervalorizando o sucesso e estigmatizando o fracasso, bem como atribuindo exclusivamente ao indivíduo e às suas valências as responsabilidades por seus sucessos e fracassos.

    c) A meritocracia esvazia o espaço público, o espaço de construção social das ordens coletivas, e tende a desprezar a atividade política, transformando-a em uma espécie de excrescência disfuncional da sociedade, uma atividade sem legitimidade para a criação destas ordens coletivas. Supondo uma sociedade isenta de jogos de interesse e de ambiguidades de valor, prevê uma ordem social que siga apenas a racionalidade técnica do merecimento e do desempenho, e não a racionalidade política das disputas, das conversações, das negociações, dos acordos, das coalisões e/ou das concertações, algo improvável em uma sociedade democrática e pluralista.

    d) A meritocracia esconde, por trás de uma aparente e aceitável “ética do merecimento”, uma perversa “ética do desempenho”. Numa sociedade de condições desiguais, pautada por lógicas mercantis e formada por pessoas que tem não só características diferentes mas também condições diversas, merecimento e desempenho podem tomar rumos muito distantes. O Mário Quintana merecia estar na ABL, mas não teve desempenho para tal. O Paulo Coelho, o Sarney e o Roberto Marinho estão (ou estiveram) lá, embora muitos achem que não merecessem. O Quintana, pelo imenso valor literário que tem, não merecia ter morrido pobre nem ter tido que morar de favor em um hotel em Porto Alegre, mas quem amealhou fortuna com a literatura foi o Coelho. Um tem inegável valor literário, outro tem desempenho de mercado. O José, aquele menino nota 10 na escola que mora embaixo de uma ponte da BR 116 (tema de reportagem da ZH) merece ser médico, sua sonhada profissão, mas provavelmente não o será, pois não terá condições para isto (rezo para estar errado neste caso). Na música popular nem é preciso exemplificar, a distância entre merecimento e desempenho de mercado é abismal. Então, neste mudo em que vivemos, valor e resultado, merecimento e desempenho nem sempre caminham juntos, e talvez raramente convirjam.

    Mas a meritocracia exige medidas, e o merecimento, que é um juízo de valor subjetivo, não pode ser medido; portanto, o que se mede é o desempenho supondo-se que ele seja um indicador do merecimento, o que está longe de ser. Desta forma, no mundo da meritocracia – que mais deveria se chamar “desempenhocracia” – se confunde merecimento com desempenho, com larga vantagem para este último como medida de mérito.

    e) A meritocracia escamoteia as reais operações de poder. Como avaliação e desempenho são cruciais na meritocracia, pois dão acesso a certas posições de poder e a recursos, tanto os indicadores de avaliação como os meios que levam a bons desempenhos são moldados por relações de poder; e o são decisivamente. Seria ingênuo supor o contrário. Assim, os critérios de avaliação que ranqueiam os cursos de pós-graduação no país são pautados pelas correntes mais poderosas do meio acadêmico e científico; bons desempenhos no mercado literário são produzidos não só por uma boa literatura, mas por grandes investimentos em marketing; grandes sucessos no meio musical são conseguidos, dentre outras formas, “promovendo” as músicas nas rádios e em programas de televisão, e assim por diante. Os poderes econômico e político, não raras vezes, estão por trás dos critérios avaliativos e dos “bons” desempenhos.

    Critérios avaliativos e medidas de desempenho são moldáveis conforme os interesses dominantes, e os interesses são a razão de ser das operações de poder; que por sua vez, são a matéria prima de toda a atividade política. Então, por trás da cortina de fumaça da meritocracia repousa toda a estrutura de poder da sociedade.

    Até aí tudo bem, isso ocorre na maioria dos sistemas políticos, econômicos e sociais. O problema é que, sob o manto da suposta “objetividade” dos critérios de avaliação e desempenho, a meritocracia esconde estas relações de poder, sugerindo uma sociedade tecnicamente organizada e isenta da ingerência política. Nada mais ilusório e nada mais perigoso, pois a pior política é aquela que despolitiza, e o pior poder, o mais difícil de enfrentar e de combater, é aquele que nega a si mesmo, que se oculta para não ser visto.

    e) A meritocracia é a única ideologia que institui a desigualdade social com fundamentos “racionais”, e legitima pela razão toda a forma de dominação (talvez a mais insidiosa forma de legitimação da modernidade). A dominação e o poder ganham roupagens racionais, fundamentos científicos e bases de conhecimento, o que dá a eles uma aparente naturalidade e inquestionabilidade: é como se dominados e dominadores concordassem racionalmente sobre os termos da dominação.

    f) A meritocracia substitui a racionalidade baseada nos valores, nos fins, pela racionalidade instrumental, baseada na adequação dos meios aos resultados esperados. Para a meritocracia não vale a pena ser o Quintana, não é racional, embora seus poemas fossem a própria exacerbação de si, de sua substância, de seus valores artísticos. Vale mais a pena ser o Paulo Coelho, a E.L. James, e fazer uma literatura calibrada para vender. Da mesma forma, muitos pais acham mais racional escolher a escola dos seus filhos não pelos fundamentos de conhecimento e valores que ela contém, mas pelo índice de aprovação no vestibular que ela apresenta. Estudantes geralmente não estudam para aprender, estudam para passar em provas. Cursos de pós-graduação e professores universitários não produzem conhecimentos e publicam artigos e livros para fazerem a diferença no mundo, para terem um significado na pesquisa e na vida intelectual do país, mas sim para engrossarem o seu Lattes e para ficarem bem ranqueados na CAPES e no CNPq.

    A meritocracia exige uma complexa rede de avaliações objetivas para distribuir e justificar as pessoas nas diferentes posições de autoridade e poder na sociedade, e estas avaliações funcionam como guiões para as decisões e ações humanas. Assim, em uma sociedade meritocrática, a racionalidade dirige a ação para a escolha dos meios necessários para se ter um bom desempenho nestes processos avaliativos, ao invés de dirigi-la para valores, princípios ou convicções pessoais e sociais.

    g) Por fim, a meritocracia dilui toda a subjetividade e complexidade humana na ilusória e reducionista objetividade dos resultados e do desempenho. O verso “cada um de nós é um universo” do Raul Seixas – pérola da concepção subjetiva e complexa do humano – é uma verdadeira aberração para a meritocracia: para ela, cada um de nós é apenas um ponto em uma escala de valor, e a posição e o valor que cada um ocupa nesta escala depende de processos objetivos de avaliação. A posição e o valor de uma obra literária se mede pelo número de exemplares vendidos, de um aluno pela nota na prova, de uma escola pelo ranking no Ideb, de uma pessoa pelo sucesso profissional, pelo contracheque, de um curso de pós-graduação pela nota da CAPES, e assim por diante. Embora a natureza humana seja subjetiva e complexa e suas interações sociais sejam intersubjetivas, na meritocracia não há espaço para a subjetividade nem para a complexidade e, sendo assim, lamentavelmente, há muito pouco espaço para o próprio ser humano. Desta forma, a meritocracia destrói o espaço do humano na sociedade.

    Enfim, a meritocracia é um dos fundamentos de ordenamento social mais reacionários que existe, com potencial para produzir verdadeiros abismos sociais e humanos. Assim, embora eu tenda a concordar com a tese da Marilena Chauí sobre a classe média brasileira, proponho aqui uma troca de alvo. Bradar contra a classe média, além de antipático pode parecer inútil, pois ninguém abandona a sua condição social apenas para escapar ao seu estereótipo. Não se muda a posição política de alguém atacando a sua condição de classe, e sim os conceitos que fundamentam a sua ideologia.

    Então, prefiro combater conceitos, neste caso, provavelmente o conceito mais arraigado na classe média brasileira, e que a faz ser o que é: a meritocracia.

    Leonardo Boff não é filiado ao PT, é teólogo e escritor, da Comissão da Carta da Terra

  2. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Caro Mestre Honório de Medeiros
    “Não vejo luz no final do túnel. Para ser sincero, sequer vejo o túnel.”
    Considere-se um homem feliz.
    Desgraçado neste país dominado pela corrupção é todo aquele que enxerga alguma coisa.
    País em que um tipo qualquer ameaça de MORTE o Presidente do STF e continua solto.
    País em que os corruptos tem na certeza da impunidade o maior dos estímulos para praticarem suas roubalheiras.
    País em que indiciado em inquérito disputa eleição e ganha por total desinformação de um povo que sai das fábricas de analfabetos funcionais mais despreparado do que entrou.
    País que se encontra mergulhado na sua mais grave crise econômica e que banca gastos milionários com a realização de um evento totalmente dispensável.
    País onde a palavra honestidade passou a ser sinônimo de imbecilidade.
    Junho chegando e o pânico se instalando entre os que destruíram este país tão rico.
    Colocam milhares de soldados nas ruas e estradas numa demonstração de força nunca antes vista.
    Não, não conseguirão amedrontar a brava gente brasileira.
    E se esquecem de que o soldado brasileiro é povo.
    Soldado que por conta de um revanchismo imbecil vive na linha da miséria.
    Desemprego e inflação em alta, gastos públicos em alta maior ainda a torrar os impostos gerados por uma carga tributária irracional.
    Jovens talentosos abandonando o país por total falta de condições de aqui permanecerem.
    Destruição de todas as grandes empresas, a começar pela Petrobrás.
    Petrobrás que encolhe a olhos vistos e acelera o seu programa de demissão, lançando um PDV para oito mil funcionários e, num prazo recorde, recebendo inscrição de mais de dez mil funcionários interessados nos benefícios do Programa de Demissão Voluntária.
    Sabem estes trabalhadores que se não saírem agora recebendo alguma compensação, sairão amanhã com uma mão na frente e outra atrás.
    As pesquisas mostram que o povo lentamente começa a acordar.
    Mas de forma muito lenta.
    Forma tão vagarosa que talvez não permita afastar dos altos cargos os despreparados que lá se aboletaram por conta de uma ilusão vendida a toda uma gente que ansiava por mudanças.
    Concluo dizendo ao Mestre que não tema pelo futuro das gerações.
    NÃO TEMA PELO QUE NÃO EXISTE.
    /////
    É PRECISO ACABAR COM A PRESCRIÇÃO PARA OS CRIMES DE CORRUPÇÃO.
    LUGAR DE CONDENADO É NA CADEIA!

  3. Major Correia Lima diz:

    Parabéns pelo Artigo Senhor Honório . Realidade sintetizada com maestria !

  4. naide maria rosado de souza diz:

    O fato e a consequência passaram a dirigir a metodologia de ensino da História do Brasil e Geral, ainda com os meus filhos no colégio. Apresentados os fatos, entendia-se o motivo , justo ou não, de determinados conflitos ou guerras. Para mim, quase todos eram torpes. Objetivavam conquistas territoriais ou econômicas.
    As constantes revelações de corrupção que atravessam o Brasil de ponta a ponta, deixam-nos , de fato, apreensivos com as consequências desses comportamentos infames. São atividades tão desleais e de tal monta que suas consequências, certamente, serão duradouras pois será necessária uma recuperação monumental.
    Abrindo parênteses…
    Saindo, quase completamente, do aspecto dessa tragédia anunciada, lembro quando vivenciei um fato e avisei ao meu círculo de amizades que as consequências dele apareceriam…e não demorariam.
    Foi aquele triste depoimento de Lady Di. A Princesa,com aspecto altamente depressivo, assumiu ter sido adúltera. De início, fiquei estarrecida pois não encontrava o motivo para alguém , independentemente de sua beleza e carisma ou posição social, ir para a frente das câmeras apontar a sua falha. Ora, o Ato de Contrição humano, o arrependimento, pode ser feito em silêncio e alcançar o perdão pois ele, o arrependimento acarreta o perdão. Daí o meu raciocínio…vem bomba. Príncipe Charles, adúltero já no início do casamento , receberia a alcunha de CHARLES, O BOM e Lady Di perderia aquele fascínio que o mundo tinha por ela.
    Na verdade, Lady Di não caiu em desgraça pois era muito amada. A sua morte quase cobre o mundo de luto. Mas, algum tempo depois, pouco, Príncipe Charles estava de braços dados com Camila Parker Bowles, esta sim, o amor de sua vida e de quem jamais se desgarrou. E o povo assumiu Camila. Agora, vemos Camila para lá, Camila para cá, com a bênção do reino e o reino está perdoado, afinal Lady Di não foi à televisão e se proclamou adúltera? Então, esse fato foi a preparação dirigida para que Camila, mais adiante fosse recebida pelos seu súditos. Não gosto dessa história e sinto uma certa alegria, não me levem a mal, porque ela é a Duquesa da Cornualha. O nome não me conduz a nenhum pensamento…é, apenas, feio.
    Saindo da esfera de meus devaneios, o que acontece muitas vezes quando estou escrevendo aqui no “Nosso Blog”, confesso ter grandes receios do porvir já que estamos mergulhados num lamaçal.
    De fato, Professor Honório, não só é difícil encontrar a luz no final do túnel . É difícil enxergarmos o próprio túnel. O momento em que vivemos prima por descobertas de erros e falcatruas. A exceção para os justos parece diminuir.

  5. Teobaldo diz:

    De fato é endemica a corrupção, e os políticos com absoluta certeza são a grande maioria. “Os políticos, com raras e honrosas exceções, mentem e furtam sem qualquer pudor”. Podemos dizer que essa frase esta totalmente errada raros são os políticos honrosos.

  6. LUIZ TRINDADE diz:

    SABE QUEM “BOLOU, APERFEIÇOOU E PROPALOU” A CORRUPTÇÃO NO BRASIL??? …ISSO MESMO, O PT!!! Agora, a luz no final do túnel existe e você próprio pode fazer-se enxergar: COLABORE COM O PROJETO “XÔ PT” NÃO VOTANDO EM PTRALHA EM 2014… VAMOS DEVOLVER O BRASIL AOS BRASILEIROS HONESTOS!!!

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