domingo - 07/04/2019 - 04:30h
Paixão

Narrador dos bordões consagradores se reencontra com ídolos

Por Guilherme Oliveira e Rodrigo Lois (Globo Esporte)

Ao pisar o gramado do Maracanã, Januário de Oliveira caminha bem devagar com o auxílio da sobrinha e de uma muleta. Aos 79 anos, o famoso narrador, que tem diabetes, já não conta mais com a visão que lhe possibilitou durante décadas transmitir com emoção partidas de futebol.

Januário conversa com Valdeir, Sávio, William e familiares de Ézio no Maracanã, com bordões (Foto Guilherme Oliveira)

No telão do Maracanã, os gols e seus bordões tomam conta do estádio vazio: “cruel, muito cruel”, “é disso que o povo gosta”, “taí o que você queria”.

Enquanto sente à flor da pele a atmosfera do local, outros cinco personagens acompanham todas as reações do narrador a menos de 10 metros de distância.

São ex-jogadores que ficaram eternizados por seus famosos bordões. Sávio, o “anjo louro da Gávea”. Valdeir, o “The Flash”. William, tricampeão carioca pelo Vasco, e, representando o Fluminense, a viúva e o filho do já falecido “Super Ézio”.

– Sempre falo com meu filho, super-herói é para isso. Esse bordão faz parte da nossa vida. Obrigado por ter feito o nome do meu marido ter ficado tão grande – diz Isabela Nogueira, viúva de Ézio, para Januário.

Sávio se emocionou ao rever Januário e conversar com o narrador.

– O senhor é uma pessoa muito especial na vida, na minha carreira. Hoje, de 10 torcedores do Flamengo, os 10 falam o “anjo louro da Gávea”. Isso é muito especial pra mim.

Valdeir adota discurso semelhante no papo com Januário

– Ninguém conhece só o Valdeir, tem que ser o “The Flash”. Isso graças ao mestre Januário.

Em um Maracanã de emoções, Januário afirma:

– Pode ter certeza de que ganhei mais 10 anos de vida com essa homenagem – contou com emoção o inesquecível narrador.

Veja reportagem original clicando AQUI.

Nota do Blog – Chorar? Chorei mesmo. E daí? Estranho que hoje a briga entre falsos torcedores, a torpeza comercial e os craques de araque tomem conta do futebol. Não é saudosismo, não. Sou do tempo da TVE e de Januário de Oliveira, da imortalidade do Super-Ézio. “Cruel, muito cruel”, Januário.

Acompanhe o Blog Carlos Santos pelo  TwitteAQUIInstagram AQUIFacebook AQUIYoutube AQUI.

Compartilhe:
Categoria(s): Esporte

Comentários

  1. Paulo Almeida diz:

    Amigo
    Vi e relembrei bons tempos do futebol
    Tempos de bom flusão
    Abraço

  2. FRANSUELDO VIEIRA DE ARAÚJO diz:

    Ao contrário dos GAVIÕES BUENOS da vida em sua manjada superficialidade e chatice repetida ad-eternum, os quais, infelizmente, empesteiam e degradam o atual quadro dos narradores de futebol, tínhamos em Januário de Oliveira, simplicidade e um talento natural raríssimo no ato de narrar futebol.

    Januário de Oliveira, sobretudo não se desnaturou e não se deixou levar pelas nuvens das conhecidas e tenebrosas transações/comerciais, atualmente tão comuns quando dos conluios entre narradores e repórteres dentre outros que fazem o mundo do rádio e da televisão esportiva versus treinadores /agenciadores de jogadores de futebol.

    Como diria Chico César na LETRA DA MÚSICA “NO SUMARÈ”, NO SUMO DO SUMO DO SUMO Januário de Oliveira não era subornável….!!!

    Igualmente ao Jornalista Carlos Santos, afirmo e indago sem nenhuma pieguice…Como não se emocionar e chorar bastante com um reportagem permeada de naturalidade, vida e humanidade como acima reportada….!!!???

    Um baraço

    FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
    OAB/RN. 7318.

  3. João Claudio - Sem papas na língua e sem bandido para chamar de 'meu'. diz:

    O velho ‘Janu’ é PTralha. Daí…

  4. Rui Nascimento diz:

    O Futebol, aquele futebol morreu… O que que existe hoje é apenas e tão somente um grande e muitas vezes seboso negócio!

    Fui um torcedor apaixonado e minhas duas grandes paixões no futebol foram Baraúnas e Fluminense, e tive três sonhos: ver o meu “Leão do Oeste” campeão, assistir um Fla-Flu e um jogo da Seleção Brasileira. Realizei os três e destes o que mais me emocionou foi, sem a mínima dúvida o meu LEÃO, pois os outros eu praticamente já não tinha mais nenhuma emoção/paixão, e, pra falar a verdade, o Fla-Flu foi meio que pela metade, já que não foi no Maracanã.
    Quanto ao da Seleção Brasileira, que em épocas passadas (1982/86) me fez chorar muito, posso dizer que não faria nenhuma diferença se não tivesse assistido, pois, além do pouco ou quase nenhum sentimento que tenho pela outrora tão encantadora e apaixonante “amarelinha”, o jogo assistido foi aquele Brasil 2 x 1 Colômbia, em Fortaleza, pela Copa do Mundo de 2014, jogo que antecedeu aquela que seria a maior vergonha da história do futebol mundial, os 7 x 1, que por si só, dispensa qualquer comentário…

    Pois é Carlos, assim, como não temos mais narradores como Januário de Oliveira, o futebol também nos deixou órfãos daqueles POTIBA’s apaixonantes das tardes de domingo de Nogueirão lotado, daqueles emocionantes FLA x FLU’s de Maracanã com 150 mil pessoas, sem brigas, sem mortes, sem medo…
    Enfim…
    Pra falar a verdade, hoje quado venho saber de um jogo do Fluminense, este já perdeu…
    Hoje me empolgo muito mais assistindo os bichos no Animal Planet e NatGeo, ou Largados e Pelados na Discovery!
    “Cruel, muito cruel…”

Deixe uma resposta para Rui Nascimento Cancelar resposta

*


Current day month ye@r *

Home | Quem Somos | Regras | Opinião | Especial | Favoritos | Histórico | Fale Conosco
© Copyright 2011 - 2025. Todos os Direitos Reservados.