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domingo - 15/05/2022 - 12:20h

Negócio rural e o ser humano como grande investimento social

Por Josivan Barbosa

O comércio mundial de frutos tem um verdadeiro impacto nas comunidades e nas crianças, além da geração de postos de trabalho. Isto pode ser visto no exemplo do Peru onde os produtores levam a sério as suas responsabilidades sociais.

Hortifruti Peru (Nuevo Chao e Valle de Dios) trabalha com 600 crianças no Programa Anemia Zero (Foto: reprodução)

Hortifruti Peru (Nuevo Chao e Valle de Dios) trabalha com 600 crianças no Programa Anemia Zero (Foto: reprodução)

Eles organizam programas de impacto social destinados a melhoras as comunidades desde as crianças e idade pré-escolar e escolar até os adultos em comunidades rurais às vezes remotas.

Os trabalhos são realizados com a participação da Associação para o Desenvolvimento Agropecuário Sustentável (ADAS). É uma associação de empresas agrícolas que buscam influenciar na comunidade através de um trabalho conjunto entre a população, o Estado e as empresas privadas. Vejamos abaixo as principais atividades que pelas características das comunidades rurais do Semiárido poderiam também ser aplicadas pelas nossas empresas exportadoras de frutos tropicais.

  • Agropecuária Don Ricardo (Ica – Peru) – trabalha com 250 crianças (3 – 5 anos) espetáculos infantis para fomentar as práticas de bioseguridade e hábitos saudáveis.
  • Hortifruti Peru (Nuevo Chao e Valle de Dios) – trabalha com 600 crianças no Programa Anemia Zero.
  • Camposol – Programa Anemia Zero e oficinas para crianças
  • Grupo Cerro Prieto – Programa Anemia Zero
  • Complexo Agroindustrial S.A. – serviços médicos em geral: odontologia, obstetrícia, psicologia e nutrição em diferentes comunidades.

Exportação de castanha de caju para a China

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) realizou na última quinta-feira uma importante webinar sobre a exportação de castanhas para a China. O evento foi realizado pelo escritório da APEX – Brasil na China e teve a participação de algumas empresas interessadas no negócio.

A castanha de um modo geral é um produto muito desejado pelos chineses e o mercado está em evolução, principalmente porque a Covid – 19 impulsionou o consumo de produtos naturais e saudáveis. A castanha de caju está entre os 10 principais tipos de castanha demandados pela China.

No período 2000-2020 houve um considerável aumento na importação de castanha pela China. O Brasil está em vigésimo lugar na exportação de castanhas para o mercado chinês.

O impacto dos preços dos adubos no negócio do melão

Após ultrapassar com muita dificuldade o aumento dos custos de produção de melão e melancia  em função da pandemia, dos preços dos fretes marítimos  e das embalagens, agora o produtor desses frutos do Polo de Agricultura Irrigada RN –  CE, principal região produtora e exportadora de melão e melancia do país, vive o desafio do aumento dos custos de produção devido ao aumento dos preços dos adubos, que na sua maioria é adquirida no mercado internacional.

Os reflexos da nova alta das cotações de nitrogenados, fosfatados e potássicos em 2022, que já tinham subido de 100% a 200% no ano passado, começam a ganhar contornos concretos no dia a dia do campo em um momento importante da temporada. No segundo trimestre, há concentração de compras de insumos, agora tendo em vista a safra 2022/23.

O Brasil comprou 8% menos de fertilizantes químicos do que no intervalo de janeiro a março de 2021 e gastou 109% mais, segundo dados da Secex.

O aumento de preços dos adubos, forçará o produtor de melão e melancia na safra 2022/23 a buscar alternativas para manter a produtividade por hectare e a margem de seus negócios. Uma saída para amenizar o impacto dos preços tem sido escolher nutrientes com menos tecnologia embarcada. Se o produtor usava uma fórmula ‘premium’, ele escolhe agora uma menos concentrada.

Biocombustíveis

Produtores de biocombustíveis, como etanol e biodiesel, temem que o novo ministro de Minas e Energia (MME), Adolfo Sachsida, use a Pasta para avançar na proposta de redução de mistura de bicombustíveis aos fósseis para controlar a alta dos combustíveis aos motoristas.

Desde que os preços dos combustíveis começaram a subir e a pressionar a inflação, o Ministério da Economia vem defendendo a redução das misturas.

Os produtores argumentam que o Brasil poderia reduzir sua dependência de importação de diesel fóssil, que hoje é de 25%, com a elevação da mistura de biodiesel, o que também garantiria geração de empregos e aumento das compras de matéria-prima de cerca de 70 mil agricultores familiares pelo programa do Selo Biocombustível Social.

Outro justificativa apresentada pelos produtores é que o biodiesel pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa em até 90% em comparação com as do diesel e diminuir a emissão de particulados, atenuando problemas respiratórios. Para cada ponto percentual de aumento da mistura de biodiesel, o benefício para a sociedade sobe R$ 30 bilhões ao ano, considerando externalidades de saúde, emprego, tributos e o PIB.

Serra do Mel

O vizinho município de Serra do Mel após vivenciar uma verdadeira revolução com os parques eólicos, agora poderá aproveitar melhor suas áreas e negociar a instalação de parques híbridos (eólica e solar). Os parques híbridos maximizam o rendimento das áreas de terra, pois o vento é melhor aproveitado a noite.

Energia Eólica offshore

O Rio Grande do Norte ainda vai esperar um pouco para o desenvolvimento da energia eólica offshore (mar). O país ainda possui grandes áreas de terra, o que não acontece em outros países, e potencial para usinas onshore.

A fonte pode fazer sentido no futuro, mas o ideal seria deixar que outros países avancem no desenvolvimento da fonte offshore, até para reduzir custos de implantação. Neste momento, não faz sentido investir, no Brasil, em uma tecnologia que é mais cara.

Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Ufersa

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Categoria(s): Artigo / Economia

Comentários

  1. Amorim diz:

    Bom dia! pela primeira não temos a frase do dia.
    Muito bem, reflexões de uma segunda feira.
    Tenho observado o comportamento das crianças hoje em dia e vejo que é tudo igual, eu até brincava: é Ctrl V Ctrl C, mas assistindo uma aula, pelo you tube, da Professora Gabriela Prioli e do Professor Leandro Kamal, que por sinal estava com a alpargatas feitas por Expedido Seleiro , cujo o título é ” Como se informar na era da desinformação? ” constatei, SMJ, que as crianças estão tendo seu comportamento guiados pela Internet!, salvo raríssimas exceções.
    Isto é muito precioso!
    Estão criando um comportamento direcionado, não sei pra onde, mas algo me diz, não sei explicar, pois não sou educador, que isso já está dando me…da.
    Boa semana.

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