Por Inácio Augusto de Almeida
Ouço no rádio que o banco estatal vai financiar a construção de mais uma fábrica de cachaça. Gera emprego, diz o locutor.
Em seguida, ouço o resultado do jogo do bicho. Gera emprego, diz o locutor.
E logo depois, o mesmo locutor informa que Fernando Gabeira, aquele que participou do seqüestro do embaixador americano, defende o turismo sexual. Fernando Gabeira fundou o partido verde mas dele já se afastou. Não sei por qual partido anda no momento.
Diz o deputado Gabeira que o turismo sexual atrai turista. Pelo menos foi assim que o locutor terminou o noticiário.
Não, não havia nenhum tom de censura na voz do locutor.
Estas notícias foram lidas com toda naturalidade, como se ele estivesse a noticiar a construção de mais uma escola, uma estrada ou um hospital.
De tanto convivermos com o absurdo, já não nos chocamos com nada.
Estamos anestesiados e passamos a aceitar tudo como normal.
Parece que somente os que questionam são os desviados.
E assim vamos caminhando.
Agora o locutor fala de um condômino que levou um gato para o apartamento, causando revolta em todos os outros moradores do prédio.
Na sua voz há indignação.
Eu? Rio…
Que mais posso fazer?
E você ?…
Inácio Augusto de Almeida é jornalista
Sr. Inácio.
A defesa do turismo sexual é escabrosa, indecorosa, imoral. Que absurdo!
Sra. naide maria rosado de souza
Turismo sexual é tudo o que a senhora disse e mais ainda.
Infelizmente nem isto conseguiu causar indignação no locutor já acostumado a tantas mazelas.
Recentemente eu denunciei neste e num outro blog que uma professora de dança do MAIS EDUCAÇÃO recebe 240 reais de salário.
Uma senhora fez um comentário no qual dizia que as professoras SABIAM que iam ganhar 240 reais por mês e que aceitaram porque quiseram.
A vida me ensinou, Sra. Naide Maria Rosado de Sousa, que tudo que a gente consegue imaginar existe.
E mais ainda, mesmo aquilo que a gente sequer consegue imaginar existe.
Incrível não é esta senhora ter feito a defesa do trabalho escravo.
Fantástico é o MINISTÉRIO DO TRABALHO não ter movido uma palha para acabar com esta imoralidade em Mossoró.
Muito obrigado por ter lido a minha crônica.
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Eis na íntegra o comentário postado em defesa do salário de 240 reais:
“Mariza
04/10/2013 – 19:31 hs
Inácio Augusto de Aeida Amigo gostaria de esclarecer o seguinte: Os monitores do mais educação não tem nenhum vinculo empregatício com o município, e quando começaram a dar aulas aos alunos do mais educação, já sabia quanto ia ganhar, portanto não são obrigadas a ficar, se esta achando pouco, deixe para quem quer. Procure se informar direito pois a verba do mais educação faz parte de um programa do governo federal. Opsssssss: A uniforme já foi entregue. Quanto ao salário de prefeito, ta com inveja, vá ser prefeito.”
Fonte: Blog do Thurbay
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É ou não é incrível?
E ainda mente ao afirmar que o UNIFORME ESCOLAR foi entregue.
Claro que de imediato respondi, como sempre faço com todos os comentários que me dizem respeito.
Dizer o quê?…
Dizer que o comentário desta senhora CONFIRMA A MINHA DENÚNCIA?
Dizer que sonho com uma providência do MINISTÉRIO DO TRABALHO para acabar com esta imoralidade?
Que Deus nos proteja.
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O BURACO EXISTENTE NA JOÃO DA ESCÓSSIA CONTINUA AUMENTANDO.
MATO DE UM METRO DE ALTURA COBRE A RUA DEOCLECIANO V. PAIXÃO.
UMA PROFESSORA DE DANÇA DO MAIS EDUCAÇÃO GANHA EM MOSSORÓ 240 REAIS.
Uma dúvida…
Qual exatamente é o absurdo em um banco, estatal ou privado, financiar (FINANCIAR não significa DOAR DINHEIRO) uma fábrica de cachaça?! Aliás, beber não é crime. Qual o absurdo em um empresário pedir dinheiro EMPRESTADO a um banco, novamente, público ou privado, e com ele abrir um negócio LÍCITO?!
CF, art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
(…)
IV – os valores sociais do trabalho e da LIVRE INICIATIVA;
Caro Marcus Vinicius
Muito obrigado por ter lido a minha crônica.
Realmente eu não fui muito feliz ao usar como elemento capaz de causar indigxnação no locutor o finaciamento de uma fábrica de cachaça.
É que tenho conhecimento de tantos pedidos de financiamentos para empresas de calçados, tecidos, material de limpeza e outras atividades de maior interesse para a população e muito mais geradoras de empregos serem negados, que num impulso coloquei a liberação de uma fábrica de cachaça como um acontecimenhto capaz de causar indignação, já que acho ser a fábricação de cachaça auma atividade não essencial à melhoria de vida da população, muito pelo contrário.
Mas aceito humildemente a sua crítica e espero não incorrer futuramente num erro semelhante.
Um abraço