Era no tempo das acusações levianas, no tempo em que os animais falavam e escreviam. Este escrevia bem, mas não tinha dignidade. Não gostava de trabalhar. Não era formiga. Não gostava de cantar. Não era cigarra.
Cuspia no prato que comia. Não era lesma, mas lenta e ciumenta, não queria que outros fizessem. Inoculava veneno, mesmo sabendo que tinha atravessado o rio a salvo. Não tinha sentimento de dignidade. Não tinha sensibilidade. Só a sua literatura prestava, só a sua luz brilhava, nenhuma mais.
Valha-me santo Antonio Francisco da Lagoa do Mato! Conceda-me distância e serenidade para entender um machado (de assis???) oposto que deu uma machadada certa e mil erradas, ingratas, pérfidas, peçonhentas. Usadas ao infinito politicamente. Mas esta é outra fábula.
O escorpião, distinguido escritor, mostrou-se quem é quando conseguiu notoriedade e novos apoios interessados e interesseiros. Virou tigre. No pensamento dele. No orgulho dele. A glória e o reconhecimento, justamente conseguidos, não vieram misturados com nobreza, com grandeza de espírito, de agradecimento.
Não acho que consiga, entretanto, com luz de vaga-lume fechar um trabalho de anos luz da Coleção Mossoroense.
Desejo com o coração repleto de sinceridade, mais sucesso e prosperidade, saúde e longos anos de vida e maturidade ao escorpião que cuspia.
Dix-sept Rosado Sobrinho – Diretor executivo da Fundação Vingt-un Rosado.
Agradeço publicação de minha fabulazinha e referências a minha pessoa. Irreais mas gostosas, como diria Câmara Cascudo, aliás com n trabalhos publicados pela Coleção Mossoroense. Um abs. Dix-sept Sobrinho.
Olá Carlos, Tenho a nitida sensação que eu sei exatamente quem é este escorpião que cospia, vez por outra ainda cospe, suas condições de saude não o permite cuspir mais tanta maldade e arrogância.
Dix-sept
Gostei demais da sua fábula.
Dix-sept
Dix-sept
Gostei demais da sua fábula.