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domingo - 11/12/2022 - 06:46h

O “golpe” sonhado foi apenas…

Por François Silvestre

…sonho de quem queria e pesadelo de quem temia.

O que esteve e continua presente na impossibilidade do golpe, que nunca temi, é a falta de condição objetiva para o sucesso da empreitada. Golpe

Você pergunta: O que danado é condição objetiva? É o conjunto de causas e situações que permitem a consumação da tentativa.

Vou desenhar. Um sujeito compra uma propriedade, na caatinga, cuja terra é completamente tomada por terreno arenoso. Sem qualquer área alagada. Sua pretensão é plantar arroz. Conseguirá? Não. Ou melhor, pode até plantar, mas nascerá o arroz? Não. Por quê? Porque o arroz precisa obrigatoriamente de área alagada para prosperar. Pra nascer. Se não tem uma vazante de açude, um alagado de lagoinha, uma ribeirinha de riacho ou córrego, não se pode plantar arroz naquele terreno. Porque o alagado é condição objetiva necessária para o plantio de arroz. Sem cuja existência a impossibilidade da colheita é absoluta.

Há condições objetivas, no Brasil de hoje, para um golpe de Estado? Não. Absolutamente não. Há quem queira? Sim. Mas é preciso recorrer a uma lição de guerra. Não tema do inimigo o que ele quer, tema o que ele pode. Os que querem o Golpe podem consumá-lo? Não.

Falta absoluta de condições objetivas. Tanto interna quanto externamente. Não interessa às Forças Armadas, única força capaz de consumar um golpe, o rompimento da ordem constitucional para uma aventura cujo desfecho seria a marginalização do Brasil no mundo de hoje.

Todos os países compradores e vendedores do e ao Brasil já declararam apoio à legitimidade do pleito que derrotou Bolsonaro. Todos. E só Bolsonaro aceitaria esse rompimento, porque é da sua índole o esgarçamento da sociedade.

Um “patriota” de mentira, um “estadista” de missanga e um “honesto” de fancaria. Só. Vai ficar feito maluco estimulando um bando de vagabundos que repetem chavões sem compreensão da realidade nem qualquer senso do ridículo.

Vão plantar arroz na pedreira, onde nascem os cactos.

François Silvestre é escritor

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Categoria(s): Crônica

Comentários

  1. A de Andrade diz:

    Não tem, esse simulacro de ditador, nenhum compromisso com a estabilidade nacional, com a paz ou o bem estar do povo. Só pensa nele e nos da sua convivência íntima. Nem nos malucos da rua ele pensa. Já tem gente que perdeu emprego, família e renda. E ele torcendo pela desgraça de todos. Desde que se saia bem. O destino dele tá reservado.

  2. Amorim diz:

    Que bom que voltou!
    O Seboso ganhou; pronto. Não vou torcer prá o piloto do avião morra em voo cruzeiro.
    O Doido Sem juízo, ja Rei Posto na sua vã esperança, incitou a massa a pedir que as forças armadas reajam
    Um abraçaço

  3. Fernando diz:

    Só tem golpe se o eterno patrocinador( USA) tiver interesse, não tem. Portanto esse arroz não nascerá.

  4. Rocha Neto diz:

    Mais uma vez o filho de seu Silvestre e dona Lourdes Alencar (in-memorian), se supera nos presenteando com o artigo em tela.

    • François Silvestre diz:

      Eu havia decidido não comentar comentários no Blog. Meu caro Rocha Neto, o nome da minha mãe não era Lourdes. Chamava-se Mariana Suassuna de Alencar. Brigado pela leitura. E aproveito pra mandar um abraço aos outros comentaristas. Bons novos tempos procês.

  5. Rocha Neto diz:

    Ih, verdade François, é mesmo!
    É o mesmo nome da esposa do ex -prefeito de nossa Portalegre. Casal Antônio Damião e Dona Mariana (in-memorian).
    Vez por outra minha memória me trai! 72 carnavais. Kkkk

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