domingo - 03/02/2013 - 09:20h

O novo mercado sexual

Por Nelson Motta (O Globo)

Elas mandam recados safados aos professores nas apostilas e no Facebook, tipo ‘Vai ao barzinho hoje? Se for, vou sem calcinha’

O jogo virou, de antigas oprimidas dos anos 60, chamadas por John Lennon de “o crioulo do mundo” em “Woman is the Nigger of the World”, as mulheres avançaram pelas trilhas abertas pelo feminismo e hoje são presidentes, secretárias de Estado, ministras, comandantes de jatos, de batalhões militares e de grandes grupos econômicos, jogando futebol, dirigindo filmes e dando aulas de todos os assuntos, elas estão em toda parte, até na frente de combate.

Mas continuam reclamando.

Pesquisas recentes mostram que nos Estados Unidos, onde elas têm mais poder, dinheiro, independência e liberdade do que nunca, as mulheres estão mais insatisfeitas agora do que nos anos 60, porque, com tantas opções, escolher ficou muito mais difícil. E, como Freud já sabia, nunca se sabe o que quer uma mulher.

Até o sonho da maternidade balança, algumas já admitem que seria melhor não ter tido filhos, ou que foram eles que destruíram a sua felicidade.

São muitas as Marias hoje em dia, da clássica “Maria-Gasolina”, com sua atração irresistível por carros, à moderna “Maria-Chuteira”, que acompanhou a evolução sociopatrimonial dos jogadores de futebol.

Agora a antropóloga Miriam Goldenberg fala do florescimento nos meios universitários da “Maria- Apostila”, que manda recados safados aos professores nas apostilas e no Facebook, tipo “Vai ao barzinho hoje? Se for, vou sem calcinha”. Competindo para ver quem pega mais professores, as “Maria-Lattes”, como a famosa plataforma de currículos acadêmicos, valorizam tanto a quantidade quanto a qualidade.

As mulheres passivas, à espera do chamado dos homens, estão saindo de cena. Estamos na era das periguetes, das roupas curtas e justas em corpos sarados, partindo para o ataque e invertendo os papéis de gênero, intimidando e provocando desconforto nos homens. Embora ainda continuem esperando um telefonema no dia seguinte.

Nas pesquisas de Miriam ficou claro que, com essa troca de papéis, os homens estão apavorados. E as mulheres, desesperadas.

Assim como na economia, a lei da oferta e da procura vale para o mercado sexual: quando a oferta cresce, a procura amolece.

Nelson Motta é jornalista

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Wilpersil diz:

    Certa vez ouvi do Sr. Lauro Lúcio – ” Para o homem não brochar, ele tem de procurar a mulher só quando estiver com vontade de trepar”. Concordo.
    Sendo assim entendi que quando somos atacados pelas mulheres nossa tendência a brochar é muito grande, pois mulher pode ter relações com vários homens num mesmo dia, ela não precisa de ereção, mas o homem não consegue, precisa do bicho em pé para tal ação…

    • YONARA diz:

      – ” Para o homem não brochar, ele tem de procurar a mulher só quando estiver com vontade de trepar”.
      Então o melhor e procurar o buraco de uma melancia.
      Para toda e qualquer mulher, que não tenha o sexo como profissão, valorizam muito mais elas, o ANTES (beijos e abraços, andar de mãos dadas) e o DEPOIS (a ligação do dia seguinte) do que propriamente o DURANTE, visto que, um orgasmo feminino tem a duração mínima de 2 a 4 SEGUNDOS, muitas vezes, só dar tempo a dar um gemido rsss.
      E para muitas, pesquisas apontam 50%, não sabem se já sentiram ou não um orgasmo.

  2. YONARA diz:

    Nelson Motta esqueceu de mencionar Maria-trator.
    Sempre fui contra generalizar e ainda mais julgar atitudes de alguém, sejam elas mulheres ou homens.
    No entanto, achei pertinente fazer algumas considerações, sobre esse tipo de mulher esquecida pelo caro jornalista.
    Outro dia uma amiga com apenas 33 anos, me contava sua trajectória de vida, depois que saiu de casa, com uma mão na frente e outra atras.
    7 anos de casada,sem filhos, um belo dia o marido chega e diz que se apaixonou por ‘uma moleca’ e a pede para deixar o lugar vago.
    Na minha opinião foi a melhor coisa que ele fez por ela, talvez muitas não pensem assim… Porque deve ser muito bom se bancada por alguém…
    Mais Maria correu atras do dela, arrumou um emprego, se matriculou numa faculdade, comprou um computador, depois uma casa, viajou, ESCOLHEU a quem dar rsss, e ultimamente comprou um carro importado Zero Bala.
    Disse-me que se considerava hoje um B0M PARTIDO.
    Se referindo ao amor, para um homem.
    Achei muita graça e lhe falei:
    E desde quando homem gosta de mulher-trator?
    Mulher guerreira, que não precise da grana dele.
    Bem vinda ao clube Maria, lhe aconselho a ter um bom grupo de amigos, e que seu próximo investimento seja em viagens.
    E uma lastima, mais tenho que concordar com o jornalista.
    Muitas mulheres, se não todas, ainda sonham com romance, com um amor para vida toda, com um homem pra chamar de ‘Meu’.
    E o nosso grande defeito, defeito esse, que vem da fabricação.

  3. Marcos Pinto. diz:

    As mulheres, com raríssimas exceções, estão banalizando o amor e supervalorizando o sexo como instrumento para galgar projeção social.

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