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terça-feira - 29/03/2022 - 10:30h
Números e história

O que a pesquisa Difusora/AgoraSei diz sobre o futuro de Fátima

Não basta apenas a análise de números atuais para se entender o que pode ocorrer na sucessão

O que realmente dizem os números da Pesquisa Rádio Difusora de Mossoró/Instituto AgoraSei, além do que é visível a todos nós? A sondagem divulgada dia passado pela emissora mossoroense, como resultado de trabalho do AgoraSei sobre o cenário eleitoral do RN, vai além da visão óbvia sobre quem aparece na frente, quem aparece atrás.

Eleita, Fátima é entrevistada ao lado de Jean-Paul Prates, Zenaide Maia, Antenor Roberto e Ezequiel Ferreira 28-10-18 (Arquivo Canal BCS)

Eleita, Fátima é entrevistada ao lado de Jean-Paul Prates, Zenaide Maia, Antenor Roberto e Ezequiel Ferreira 28-10-18 (Arquivo Canal BCS)

É preciso também que compreendamos: no atual estágio da pré-campanha, que começou há tempos, é sempre oportuno linkar dados divulgados nesse momento, com o passado. Daí começamos a compreender e tentar decifrar o que existe além dos números.

O conceito mais simples e verdadeiro sobre pesquisa é aquele que fala sobre seu instantâneo, o agora. Ela não é um oráculo, não diz quem vai vencer ou perder.

РPesquisa ̩ um retrato do momento!

Ponto.

Nesse momento, é fácil perceber que a governadora Fátima Bezerra (PT) tem boa dianteira sobre hipotéticos adversários, mas nem de longe pode se considerar “em férias” ou “confortável”. Perder faz parte e é uma suposição absolutamente possível de acontecer.

Estimulada (Difusora/AgoraSei)

Fatima Bezerra (PT) – 36,5%
Styvenson Valentim (Podemos) – 7,4%
Ezequiel Ferreira (PSDB) – 6,2 %
Brenno Queiroga (Solidariedade) – 6,2%
Rosália Fernandes (PSTU) – 2,7%
Clorisa Linhares (Brasil 35) – 0,5%
Nenhum/B/N – 24,3%
NS/NR – 16,2%

Hoje, ela venceria o pleito; não teria sequer segundo turno. Porém, as eleições serão apenas em 3 de outubro, daqui a pouco mais de seis meses. O tempo não para, não vai ficar congelado nesse quadro.

Em 2018, Fátima concorreu ao governo e foi eleita em dois turnos liderando todas as pesquisas, absolutamente todas, da pré-campanha à campanha. Nunca teve expressivos percentuais de intenções de voto, mas venceu seus adversários.

O principal deles era Carlos Eduardo Alves (PDT), que agora é seu aliado. O então governador Robinson Faria (PSD) foi mero figurante desde o começo, sem nunca ter ameaçado sequer ir ao segundo turno, como de fato não chegou.

Numa pesquisa de março de 2018 (veja AQUI), portanto há quatro anos, Robinson Faria sem se apresentar ainda como pré-candidato à reeleição, atingiu 85% de “desaprovação” de governo e 51% de “rejeição” eleitoral. Fátima acumulou 27,12% de intenções de voto, contra 13,29% de Carlos Eduardo e apenas 5,35% do governador (veja AQUI).

O peso da rejeição

Dessa feita, a liderança de Fátima Bezerra segue a rotina da pré-campanha de 2018, mas o momento é outro. Fátima agora é governo, com todos os seus bônus e ônus. Entre os ônus, o aumento da rejeição, que na pesquisa Difusora/AgoraSei bateu em 29%.

Em período similar, março de 2018, era de apenas 11,2% (contra 11,3% de Carlos Eduardo).

Dois dias antes do pleito do primeiro turno daquele ano, que ocorreria dia 7 de outubro, pesquisa mostrou rejeição de Fátima Bezerra (a líder das sondagens com 36,10%) na casa dos 14,66%. Enquanto isso, Carlos Eduardo só tinha a ojeriza de 8,34% dos eleitores (veja AQUI) e 25,82% de intenção de voto.

A então senadora Fátima Bezerra foi eleita ao governo estadual dia 28 de outubro de 2018 (veja AQUI), mesmo chegando numa das últimas pesquisas com alto percentual de rejeição (42,41%), contra 41,42% de Carlos Eduardo (veja AQUI). E por que houve tamanha elevação nesse item? Constatação evidente demais: o confronto direto apenas entre eles dois, Fátima e Carlos. Como se fosse um ABC x América, Potiguar x Baraúnas.

Ter 29% de rejeição hoje não é um grande problema, que fique claro. Boa parte desse índice é decorrência de uma cristalização antipetista. O do contra majoritariamente não é um neoconvertido à oposição, contra Fátima, contra a sua administração, mas sempre foi do contra e daí não sai.

Wilma de Faria quase bateu casa de 50% de rejeição e venceu disputa ao Governo do RN contra Garibaldi Filho (Foto: arquivo)

Wilma de Faria quase bateu casa de 50% de rejeição e venceu disputa ao Governo do RN contra Garibaldi Filho (Foto: arquivo)

Em 2006, por exemplo, Wilma de Faria (PSB) em sua campanha à reeleição ao Governo do RN venceu o “imbatível” senador Garibaldi Filho (PMDB) com rejeição que chegou a topar entre 46 e 48%. Fátima Bezerra está longe disso e é difícil que chegue a tal patamar num primeiro turno.

Ter puxado Carlos Eduardo para perto de si, sendo seu futuro candidato ao Senado, foi um movimento tático eficiente de Fátima Bezerra. Reduziu forças do outro lado e adiante saberá a dimensão do que ele soma. Se vai virar estratégia correta e eficaz saberemos adiante. O provável ‘pior adversário’ foi retirado do tabuleiro.

Ciente de que a campanha não é fácil, a governadora trabalha incessante para atrair mais forças potencialmente adversárias para seu palanque. Entre eles, mais alguns Alves e até mesmo o híbrido presidente da Assembleia Legislativa do RN, Ezequiel Ferreira (PSDB), que pode ser seu concorrente principal. Ou não.

O perigo é pensar que um ‘WO’, como o então deputado federal Henrique Alves (PMDB) tentou fazer em 2014, e se deu mal, seja a panaceia.

Bom observar que 40,5% dos eleitores – afirma a pesquisa Difusora/AgoraSei – não tem qualquer candidato até o momento. O número é maior do que os 36,5% das intenções de voto em Fátima Bezerra.

A campanha vai catalisar essa multidão, dando-lhe vida efetiva e capaz de decidir realmente quem será ou quem não será eleito (a) ao Governo do RN.

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Categoria(s): Eleições 2022 / Política / Reportagem Especial

Comentários

  1. Luiz Carlos da Silva diz:

    Nas eleições de 2018 no primeiro turno, abstenções, votos nulos e brancos atingiu 34,5%. Então, os 40,5% que não sabe em que votar fica na margem de erro com o primeiro turno de 2018.

  2. Marcos Pinto. diz:

    Sou eleitor do Cara Lula Brasil e Fátima Bezerra. No entanto, vejo estes números como totalmente divorciados da realidade das ruas. Como estes números são resultados de planilhas oriundas das hostes de bastidores dos famosos “Institutos de Pesquisa de Fundo de Quintal”, podem ser rubricados como risíveis e ridículos.
    Diante todo os históricos de resultados de Pesquisas destes referenciados Institutos, restou comprovado que os resultados das eleições foram totalmente diferentes dos apresentados pelos Institutos de fundo de Quintal.

  3. Marcos Pinto. diz:

    Observa-se ridículas forjações de densidades eleitorais para os candidatos apoiados pelo Prefeitim-bibelô de Mossoró (Segundo fontes seguras foi o pagador da ridícula pesquisa) respectivamente Soldado Jadson e Vereador Laurence. Todas as semanas ando pelos quatro cantos de Mossoró e não encontro manifestações populares individuais que citam estes dois inexpressivo e intragáveis candidatos. O prefeitim-bibelô vai passar por tremenda vergonha após apuradas as urnas. Anotem e confiram.

  4. Marcos Pinto. diz:

    Tenho plena convicção de que, tanto o Cara Lula 13rasil quanto a governadora Fátima serão eleitos, até porque os candidatos opositores são inexpressivos e sem densidade eleitoral que ameace as evidentes vitorias do Lula e da Fátima. Anotem e confiram.

  5. Wendell Stewart da Costa Silva diz:

    O seu texto foi muito bem construído e contextualizado; sem nenhum exagero de paixões políticas.
    Vamos aguardar o primeiro turno das eleições no dia 02 de Outubro.

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