Por Inácio Augusto de Almeida
Chega dezembro trazendo sempre a mesma pergunta que até hoje não consigo responder.
Por que antes de ouvir falar em Jesus Cristo eu já admirava Papai Noel?
E dizemos que estamos comemorando o Natal, o nascimento do Salvador. Digo dizemos, porque, nas conversas ao redor da mesa farta, de quem menos falamos é de Jesus Cristo.
Poderíamos até trocar o nome noite de Natal para noite da ostentação.
Não convidamos a humildade para a festa do mais humilde entre os humildes que por aqui passaram.
Imagine um faminto batendo a uma porta e pedindo um pouco de comida na noite dedicada ao mais caridoso de todos os homens?
Quantos na noite de Natal, que conversam alegremente, falam da fé que devemos propagar a todos?
De esperança até falamos. Mas não, da esperança de um mundo mais fraterno. É da esperança de um acúmulo maior de bens materiais que falamos.
A caridade parece que se foi com Madre Teresa de Calcutá e Irmã Dulce. Não nos lembramos da caridade amorosa, do bem querer ao semelhante.
A nossa caridade, quando acontece, se resume a doação que fazemos sem olhar nos olhos daquele a quem estamos ajudando. Esquecemos que eles também precisam de afeto.
Noite de Natal, noite que deveria ser totalmente dedicada ao amor.
Visitamos algum asilo de velhinhos ou um hospital para levar palavras de conforto a quem, mais do que de bens materiais, necessita de uma palavra amiga?
Quando jovem eu me perguntava por que Deus não fazia de todas as noites, noite de Natal.
Hoje eu entendo a sabedoria do Criador ao limitar a apenas uma noite por ano a comemoração do nascimento de Jesus Cristo.
Se com apenas uma noite por ano para reverenciar àquele que carregou a cruz sozinho para nos livrar dos nossos pecados esquecemos do aniversariante e dos seus belos ensinamentos, imagine se todas as noites fosse noite de Natal.
Para os nossos pequenos filhos e netos, hoje é a noite de Papai Noel.
A noite de Jesus está no coração daquele que tem fartura de amor no coração.
Um dia nos convenceremos de que FÉ, ESPERANÇA e CARIDADE são mais importantes do que ORGULHO, OSTENTAÇÃO e DESAMOR.
Que nossos filhos e netos aprendam que hoje é a noite de Jesus Cristo.
Inácio Augusto de Almeida é escritor e Jornalista
Excelente poema, Inácio. Parabéns!
Que beleza, Sr.Inácio!