Em sua estada amanhã em Natal, o candidato José Serra (PSDB) terá a chance de finalmente juntar em torno de si todos os principais aliados que devem empinar sua postulação no Rio Grande do Norte.
Mas não creio que receba endosso efusivo. Não acredito em desdobramento capaz de adesivar seu nome às candidaturas majoritárias da coligação "Força da União", que oficialmente arrima seu nome. Oficialmente.
"Todos sabem que meu candidato é José Serra (PSDB)". A declaração foi dada pela senadora e candidata a governador Rosalba Ciarlini (DEM), no último dia 13, à TV Cabo Mossoró (TCM). Esse depoimento é uma raridade.
Fora a TCM, Rosalba evitou o nome de Serra em recente debate promovido pela Band TV. Em comícios e programas eleitorais, o silêncio é fantasmagórico. Um pouco antes, na própria convenção estadual, ele não foi visto ou lembrado.
A voz mais elouquente contra o governo Lula no Senado, José Agripino (DEM), faz o mesmo.
Entretanto ninguém pense que Rosalba e Agripino são bichos estranhos, raridade na fauna política nacional na campanha deste ano. Eles não se bicam com tucano.
Serra é cristianizado por quase todos os seus correligionários no Rio Grande do Norte e em diversos outros estados. O comportamento de vários candidatos majoritários, ou não, tem sido igualzinho ao protagonizado por Rosalba. "Casada"E é pouco provável que esse jogo de cena mude após a passagem fugaz do candidato por Natal.
O que mais concorre para que a Força da União evite carregar José Serra, nas costas, é a própria opinião pública. As várias pesquisas divulgadas apontam avalanche de intenções de votos para Dilma Roussef (PT), contra sofrível desempenho de Serra.
Para piorar o quadro pro tucano, no cruzamento de informações das principais pesquisas, é fácil perceber que Rosalba está "casada" com Dilma, não obstante adversárias. O eleitor vota maciçamente em ambas.
O marketing da senadora tem tido o cuidado de fazê-la pró-Serra, sem que precise ser antiLula ou antiDilma. É um contorcionismo na linguagem, em que o silêncio fala mais alto. Operação científica.
Lança mão de técnicas da semiótica à pura encenação, que nos remete ao "bunraku", teatro de bonecos japoneses, com seus movimentos quase humanos.
Essa engenharia passa pela tentativa de descolar a campanha estadual da contenda nacional, o inverso do articulado pelo governismo.
Até aqui, o estratagema tem dado certo.
Serra agoniza. Rosalba flana às alturas.
Pra bom entendedor…
O ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, disparou suas baterias contra a imprensa ao afirmar, ao lado do presidente Lula, que os jornais e emissoras de TV vão perder o controle sobre as notícias levadas à opinião pública. Franklin foi além: disse que o canal de TV que está sendo lançado por sindicatos “quebrará o poder dos aquários (jargão que identifica a chefia das redações dos grandes veículos nacionais), iniciando uma revolução irreversível, que está apenas começando”. Nas entrelinhas, pode-se ler: Lula, que não é bobo, deixará montado o esqueleto de um projeto propondo mudanças no setor, mas deixará que Dilma apresente o monstrengo. A grande imprensa que se prepare, pois no começo do ano, período em que o Congresso e a própria mídia vivem em lua-de-mel com o eleito (a), Dilma irá com tudo para “revolucionar” a comunicação, instalando tribunais contra jornalistas e outras medidas cerceadoras da liberdade de expressão. Podem anotar!
Postado por Roberto Jefferson às 12:29
Com certeza o eleitorado potiguar está assimilando,também, a idéia de que não adianta eleger ROSALBA, posto que,juntamente com Zé Agripino, adversários figadais do governo LULA, e por conseguinte, contra todos os programas sociais do mesmo, contra quem o DEM(O) fechou questão, inclusive derrubando a CPMF, o que acarretou em danoso prejuízo à máquina gestora da saúde, no Brasil.