segunda-feira - 12/06/2017 - 09:16h
Mossoró

Moradores interditam estrada e cobram segurança pública

Dezenas de moradores queimaram pneus e bloquearam um trecho da BR-405, logo no início da manhã desta segunda-feira (12). O local é no leito da pista que corta a comunidade rural do Jucuri (Mossoró).

O protesto cobra segurança para Jucuri, Pedra Branca, Barreira Vermelha e outras comunidades rurais.

Obstrução da BR com pneus e fogo leva muitos motoristas a tentarem atalho carroçável (Foto: cedida)

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Militar foram acionadas para tentativa de desobstrução da pista, sem maiores sobressaltos.

Os moradores usam também palavras de ordem e faixas cobrando “segurança já”.

Registram diversos casos de furtos e roubos. Arrastões se tornaram frequentes em equipamentos públicos também, como a escola municipal do Jucuri.

Tentando sair desse impedimento, muitos motoristas estão pegando estradas vicinais de acesso ao município de Governador Dix-sept Rosado, para pegarem a RN-117, num atalho de muitas dificuldades.

Com informações adicionais do Mossoró Hoje.

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Categoria(s): Segurança Pública/Polícia
segunda-feira - 12/06/2017 - 08:35h
2017

Um “Pingo” com muitos acertos e alguns senões

O evento denominado de “Pingo da Mei Dia”, marco na programação do “Mossoró Cidade Junina”, é um dos temas mais comentados desde sábado (10), quando se realizou em Mossoró.

Elogios, críticas, muita exaltação ao próprio ego, selfie etc., estão no centro das conversas. Normal.

Evento teve expressiva presença popular (Foto: cedida)

Merece aplauso a iniciativa da municipalidade, que se revelou bem mais organizada do que a edição do ano passado, porém com menor participação popular.

A segurança foi ostensiva e eficiente, sem nenhum registro particularmente especial em termos de crimes letais.

Um senão foi a prioridade no uso de músicas fora do contexto junino, que deveria ser proposta nuclear da festa. Em boa parte do circuito dos trio-elétricos, parecia que estávamos num carnaval fora de época na Bahia.

Mesmo assim, parabéns pela escolha de artistas locais para fazerem o evento em trios-elétricos e camarotes. Que seja uma tônica nos próximos anos, e não algo pontual em função da exiguidade de recursos à contratação de nomes de peso regional e nacional.

Aplausos ainda pela agilidade na limpeza pública. Logo cedinho no domingo (11), a área onde se realizou a programação estava higienizada.

Que venho o Pingo 2018!

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segunda-feira - 12/06/2017 - 07:39h
Série D

América perde invencibilidade; Globo vence em casa

O América perdeu sua invencibilidade na Série D. Sofreu placar adverso contra o Jacobina, no Estádio José Rocha na Bahia, neste domingo (11). Deon, no segundo tempo, marcou o gol da vitória por 1 x 0 do adversário baiano.

A partida foi válida pela 4ª rodada.

O destaque da partida foi o goleiro americano Fred, com uma série de importantes defesas durante o jogo.

O América segue líder isolado do grupo A9 com 9 pontos. O próximo compromisso da equipe de Natal é contra o Sergipe, dia 18 de junho, na Arena das Dunas, às 16h.

Globo vence

Em uma partida muito equilibrada nesse domingo (11) e com chances para os dois lados, o Globo-RN venceu o América-PE por 1 a 0 nesta 4ª rodada e assumiu a vice-liderança do Grupo A06 da Série D do Campeonato Brasileiro. Faltando apenas dois jogos para o fim da fase de grupos, o time potiguar depende apenas de si para avançar.

Com a vitória, o Globo-RN chega aos seis pontos e está atrás apenas do Parnahyba, que tem a mesma pontuação. Também com seis pontos, o América-PE caiu para o terceiro lugar.

O gol foi de Gláucio aos 24 minutos do primeiro tempo.

O Globo-RN vai ao Ceará enfrentar o lanterna Guarani de Juazeiro, enquanto o América-PE viaja ao Piauí para enfrentar o líder Parnahyba, no próximo sábado (17).

Com informações do Blog do Futebol do Interior

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segunda-feira - 12/06/2017 - 07:24h
No Piauí

Potiguar volta a ser derrotado e caminha à desclassificação

A segunda derrota para o Ríver em duas semanas parece ter selado o destino do Potiguar no grupo A5 da Série D do Campeonato Brasileiro. A equipe mossoroense foi derrotada novamente pelo Galo piauiense na tarde deste domingo, 11, por 2 a 1, pela quarta rodada da chave. A partida foi realizada no estádio Lindolfo Monteiro.

Com apenas dois pontos ganhos em doze disputados, o alvirrubro mossoroense está praticamente eliminado da edição 2017 da quarta divisão nacional. O líder e o vice-líder, Maranhão e Guarany de Sobral, respectivamente, somam sete pontos ganhos, faltando apenas duas rodadas para o fim desta primeira fase.

Os donos da casa saíram na frente com o atacante Viola, logo aos 11 minutos do primeiro tempo. O empate dos visitantes veio quatro minutos depois. Capacete deixou tudo igual no Lindolfo Monteiro. Ainda na etapa inicial o River ficou novamente a frente do placar através do zagueiro Gabriel, aos 19 minutos.

Saiba mais detalhes clicando AQUI.

Nota do Blog – O Potiguar entrou na competição sob suporte de empresários, apenas para não ser punido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por eventual desistência da competição. Claro que nada poderia dar certo.

Torcer para que a desvalorização da imagem do clube não prossiga de forma tão acelerada, além de muitos prejuízos. Essa relação perniciosa com empresários caminha para dar problemas consideráveis adiante. Anote, por favor.

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segunda-feira - 12/06/2017 - 07:06h
"Pingo da Mei Dia"

Robinson recua novamente; primeira-dama ocupa seu lugar

Julianne fez papel - e bem - do marido no "Pingo" (Foto: redes sociais)

Apesar de anunciar sem desembarque no sábado (10) em Mossoró, para participação no evento denominado de “Pingo da Mei Dia”, promovido pela gestão municipal, o governador Robinson Faria (PSD) esquivou-se oura vez.

Ano passado já fora assim.

Quem acabou o substituindo foi a primeira-dama Julianne Faria (PSD), secretaria de Estado do Trabalho e Ação Social (SETHAS).

Tomando as redes sociais como termômetro, não eram auspiciosas as expectativas de presença do governador em Mossoró em meio à aglomeração que se formou àquele dia. Havia um clima de animosidade e até excessos na verborragia contra o governante.

Seu recuo foi questão de bom senso.

Julianne cumpriu seu papel – e bem – durante boa parte da festa popular. Circulou bastante, posou para muitas fotos e interagiu com o povo, sempre com sua militância a tiracolo.

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segunda-feira - 12/06/2017 - 06:02h
Cordão de Sombra

Comunidade vive aflição por falta de água após roubo

Carlos Santos, bom dia.

Tenho uma casinha ali pra bandas do assentamento Cordão de Sombra (I e II). Fica ali pros lados do município de Serra do Mel.

Por favor, faça um apelo à Caern.

Rapaz, as pessoas estão há mais de 15 dias sem água. Roubaram o transformador de energia que aciona as bombas e até o momento nada de água na comunidade. Animais morrem de sede, quem tem veículo está vindo pegar água em Mossoró. Está um sofrimento para as pessoas ali residentes.

Agradeço em nome da comunidade pelo alerta que você fizer em seu Blog.

George Duarte – Webleitor

Nota do Blog – Alerta feito, George.

Esta postagem instantaneamente terá leitura. Vamos cobrar iniciativa nesse sentido.

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segunda-feira - 12/06/2017 - 05:44h
Pesquisa

Internet passa a influir mais no voto do que mídia comum

Por José Roberto de Toledo (O Estado de São Paulo)

Pela primeira vez, uma pesquisa extraiu da boca do eleitor o que urnas e ruas sugeriam mas faltavam elementos para provar: a internet virou o maior influenciador para eleger um presidente. Sondagem inédita do Ibope revela que 56% dos brasileiros aptos a votar confirmam que as mídias sociais terão algum grau de influência na escolha de seu candidato presidencial na próxima eleição.

Para 36%, as redes terão muita influência.

Nenhum dos outros influenciadores testados pelo Ibope obteve taxas maiores que essas. Nem a mídia tradicional, nem a família, ou os amigos – o trio que sempre aparecia primeiro em pesquisas semelhantes. Muito menos movimentos sociais, partidos, políticos e igrejas. Artistas e celebridades ficaram por último.

TV, rádio, revistas e jornais atingiram 35% de “muita influência” e 21% de “pouca influência”, somando os mesmos 56% de peso da internet. A diferença é que seus concorrentes virtuais estão em ascensão – especialmente junto aos jovens: no eleitorado de 16 a 24 anos, as mídias sociais têm 48% de “muita influência” eleitoral, contra 41% da mídia tradicional.

Mudança/mistura

Nas eleições de 2004 a 2014, a geografia separou petistas de antipetistas. Bairros, cidades e Estados mais pobres ficaram majoritariamente de um lado; enquanto moradores dos locais mais ricos, em geral, ficaram do outro. Em 2016, não mais. A internet misturou e segue confundindo essas fronteiras.

A construção de identidades virtuais via Facebook e Twitter aproxima forasteiros e afasta vizinhos. Proximidade física importa, mas menos.

Quanto mais tempo ele passar online, mais a internet influenciará o eleitor. O celular bateu a TV também na urna.

Veja mais detalhes clicando AQUI.

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domingo - 11/06/2017 - 23:58h

Pensando bem…

“O bom senso é tão raro quanto o gênio.”

Ralph Waldo Emerson

 

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domingo - 11/06/2017 - 15:56h
A trilha do cangaço

Cidades guardam marcas da passagem de Lampião no RN

Reportagem especial mostra o caminho percorrido por cangaceiro e seu bando até ataque a Mossoró

Por Ivanúcia Lopes e Hugo Andrade (G1RN)

O povo falava que Lampião tinha passado por aqui e tinha umas armas guardadas…”. Foi assim que dona Ilma de Oliveira começou a contar a história que sempre ouviu dos mais velhos. A senhora de cinquenta e poucos anos mora na casa que serviu de apoio aos cangaceiros em 10 de junho de 1927.

Naquele dia de madrugada Lampião e seu bando entravam em terras potiguares. Eles chegaram pela Paraíba, cruzaram a divisa dos estados e apearam-se bem na casa onde dona Ilma criou os três filhos. A estrutura é quase a mesma: paredes largas, teto alto, tornos de madeira e caritós para guardar objetos. “Até um tempo desse os familiares do antigo dono ainda vinha aqui olhar e recordar”, conta.

A casa que fica no sítio Baixio, no pé da Serra de Luís Gomes, pertencia a familiares dos cangaceiros Massilon Leite e Pinga-fogo. Massilon era ‘os olhos e ouvidos’ do líder pelas bandas do sertão potiguar. Era ele o responsável por guiar os homens do cangaço no plano de atacar a cidade próspera de Mossoró.

Foi nessa casa que Lampião se abrigou ao entrar no RN em 1927 (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)

A recepção durou pouco. Quando amanheceu os cangaceiros se embrenharam na caatinga. Galoparam por veredas, saquearam fazendas e fizeram prisioneiros. Na Fazenda Nova, onde hoje é o município de Major Sales, até o padrinho de Massilon, coronel Joaquim Moreira, foi sequestrado. Na fazenda vizinha de Aroeira, onde hoje é a cidade de Paraná, eles fizeram mais uma refém: a senhora Maria José foi levada pelo bando que seguia despistando a polícia e invadindo propriedades.

“A passagem do bando de Lampião pelo RN está qualificada como banditismo, pois tem casos de assalto, assassinato e uma novidade que até então não tinha aqui que era o sequestro”, explicou o pesquisador Rostand Medeiros que já fez o mesmo trajeto de Lampião no RN algumas vezes. “Depois desses ataques na manhã do dia 10, o bando continuou subindo e praticando todo tipo de desordem”, lembrou.

Para seguirem sem alardes os cangaceiros evitavam a passagem por centros urbanos mais desenvolvidos e desviavam de estradas reais, aquelas por onde passava o gado e o movimento era maior. O objetivo era evitar confrontos para não desperdiçar munição e nem perder homens, já que ainda tinha muito caminho até Mossoró.

Mapa mostra o percurso feito por Lampião em terras potiguares (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)

Mais ataques

Na tardinha do dia 10 de junho de 1927 o grupo chegava na Vila Vitória, território que hoje pertence ao município de Marcelino Vieira. No povoado ainda é possível encontrar casas remanescentes da época, e algumas até com sinais da violência praticada pelo bando. Na casa de dona Maria Emília da Silva, por exemplo, eles deixaram marcas de boca de fuzil. Era comum bater com as armas na madeira para assustar os donos da casa. “Eles só foram embora quando viram o retrato de Padre Cícero. Onde tinha retrato de Padre Cícero ele não fazia nada”, contou.

Na comunidade vizinha os cangaceiros saquearam a casa onde mora dona Terezinha de Jesus. A casa é antiga, do ano de 1904, mas ainda mantém a estrutura da época. A aposentada conta que o pai avistou de longe quando o bando chegava, mas não teve tempo de fugir. Na casa, eles procuraram joias, armas e dinheiro.

“Eles iam a cavalo e armados. Papai dizia que para montar era um serviço grande porque estavam pesados com armas”, disse Dona Terezinha ao mostrar o quarto dos fundos onde ficam guardados os baús alvos dos cangaceiros. “Deixavam as roupas tudo no chão. Jogavam tudo atrás de dinheiro. Aí dinheiro não tinha. Naquela época era difícil, né? Mas se achassem podiam levar. Era o que diziam”, contou dona Terezinha enquanto acendia a lamparina para mostrar os objetos preservados.

Depoimentos de testemunhas e vítimas da vila Vitória compõem o processo contra Lampião que tramitou na Comarca de Pau dos Ferros.

Em 1927 os pertences dos moradores eram guardados em baús (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)

Fogo da Caiçara: o primeiro combate militar

A notícia de que o bando estava invadindo propriedades na Vila Vitória mobilizou a força militar. A polícia juntou homens para enfrentar os cangaceiros. O combate aconteceu no local onde hoje é o açude de Marcelino Vieira. “Por conta da seca é possível ver exatamente onde ocorreu o primeiro combate militar contra a invasão do bando no estado. Essas plantas que estavam cobertas de água ainda podem testemunhar esse fato”, disse o historiador Romualdo Carneiro ao mostrar as marcas de tiros que ficaram nos pés de canafístulas.

Quando o combate começou a caatinga se acinzentou com a queima da pólvora dos rifles e espingardas dos dois grupos em guerra. O agricultor Pedro Felix ouviu o pai contar como foi: “Muito tiro. Muito tiro. Chega assombrava o povo que só pensava em fugir”.

O escritor Sergio Dantas, conta em seu livro “Lampião e o Rio Grande do Norte: a história da grande jornada”, que o tiroteio durou trinta minutos. Os cangaceiros, em maior número e treinados na guerrilha da caatinga, puseram a frota militar ao recuo. No confronto morreram o soldado José Monteiro de Matos e um cangaceiro conhecido como Azulão.

O monumento atual fica próximo a capela onde é celebrada a tradicional missa do soldado (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)

Os moradores da região até hoje se referem ao soldado como sendo um herói. “Quando acabou a munição os outros foram embora, mas ele disse ‘eu morro, mas não corro!’ e morreu lutando.” contou seu Pedro ao apontar para os restos de tijolos do antigo monumento construído em homenagem ao soldado. “Era bem aqui que tinha uma cruz pra ele, mas quando fizeram o açude levaram lá pro outro lado”, explicou.

Ainda hoje o local onde está o monumento recebe visitações. Todo dia 10 de junho a figura do soldado é homenageada pelos moradores que fazem celebrações. A missa do soldado virou um evento no povoado.

Fim da festa, não do medo

Não demorou para o bando chegar ao povoado de Boa Esperança, local onde hoje é o município de Antônio Martins. O ataque aconteceu em frente a igrejinha da comunidade onde acontecia a festa de Santo Antônio. “Em vez de recepcionar a banda de música para a novena do padroeiro os devotos foram surpreendidos com a chegada dos cangaceiros que bagunçaram as casas, saquearam o comércio, quebraram melancia na cabeça do dono e acabaram com a festa”, contou o historiador Chagas Cristovão.

O ataque aconteceu no pátio dessa capelinha construída em 1901 (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)

O principal comércio da época ficava ao lado da Igrejinha. O prédio ainda guarda as características de antigamente. Relatos dão conta de que na tarde do ataque o bando só foi embora depois que uma senhora implorou. “Atendendo ao pedido de Rosina Maria, que era da mesma terra de Lampião, o bando deixou o vilarejo e seguiu rumo a Mossoró.”, concluiu o historiador.

Mesmo depois que os cangaceiros se debandaram o medo permaneceu entre os moradores. Houve até quem fizesse promessa para não sofrer as maldades do bando. Hoje dá pra avistar no alto da serra, uma capelinha construída para agradecer a proteção.

O massacre

Eram altas horas da noite do dia 11 de junho quando o bando entrava na Vila de Lucrécia. Uma das casas invadidas na Fazenda Serrota continua preservada. Na janela estão as marcas de tiros e nas paredes os retratos daqueles que estiveram frente a frente com Lampião. “Quem morava aqui eram meus avós Egidio Dias e Donatila Dias. Eles amarraram Egídio Dias e levaram ele lá pro Caboré.”, contou o aposentado Raimundo Leite, que mora ao lado da antiga casa dos avós.

Caboré é um sítio que fica a poucos quilômetros da Fazenda. O prisioneiro teria sido levado por uma estrada de terra onde hoje é a RN 072. Os cangaceiros pediram dez contos de reis para poder soltar o fazendeiro. “Um grupo de mais de dez homens foi até lá pra tentar salvar Egídio, mas foi surpreendido por uma emboscada. Três homens acabaram mortos.”, relatou a pedagoga Antônia Costa.

No local do massacre foi construído um monumento em homenagem aos homens. Em Lucrécia eles são reconhecidos como heróis. “Todo dia 11 de junho tem programação na cidade em memória de Francisco Canela, Bartolomeu Paulo e Sebastião Trajano”, enfatizou a pedagoga.

Egídio Dias fugiu. Permaneceu várias horas no mato. Só depois que o bando foi embora ele conseguiu voltar para o convívio da família.

O bando seguiu desafiando a caatinga. Os rastros de destruição ficavam pelas propriedades. Na manhãzinha do dia 12 eles entraram na Fazenda Campos, onde hoje é território de Umarizal. Na casa grande, que estava abandonada pelos donos amedrontados, eles ficaram pouco tempo até pegarem a estrada de novo. Uma marcha que parecia não ter fim.

Horas depois eles chegaram ao povoado de São Sebastião, hoje Governador Dix Sept Rosado. “Meu pai conta que Lampião passou na Estação de Trem e fez muita bagunça. Aí o povo do sítio era tudo no mato com medo. Meu pai mesmo dormiu muitas noites no mato, com medo”, relembra seu Maurilio Virgílio, aposentado de 75 anos que hoje mora pertinho da Estação alvo dos ataques.

A estação foi alvo dos cangaceiros no povoado de São Sebastião (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)

Os cangaceiros ainda saquearam o comércio, queimaram os vagões do trem e destruíram o telégrafo. Mas antes disso, um agente da Estação conseguiu mandar uma mensagem para Mossoró informando que o bando estava a caminho.

Mossoró é alertada

Foi o tempo de Mossoró se preparar para a luta. E a cidade tava mesmo preparada. Quando receberam o recado que Lampião e seu bando estava por vir, autoridades e outras personalidades da época se uniram, chamaram os moradores e começaram a montar as estratégias de defesa. Essas pessoas que venceram o combate 90 anos atrás são conhecidos como heróis da resistência.

“Foi um feito heroico de um grupo de cidadãos e cidadãs, que se juntou pra defender a cidade. Quando eu olho para a resistência ao bando de lampião, eu não vejo uma individualidade, vejo um ato de cidadania, de coragem que esse grupo frente à sua vida, à sua cidade”, diz o historiador Lemuel Rodrigues.

Noventa anos depois, os resistentes já se foram, mas ficou o legado. Ter um herói na família é motivo de orgulho para muitos mossoroenses. Algumas figuras estavam na linha de frente e lideraram a defesa da cidade contra o bando de Lampião. Tenente Laurentino, por exemplo, organizou as trincheiras e montou o plano de resistência com o apoio dos civis, todos liderados pelo prefeito Rodolfo Fernandes.

Capela de São Vicente foi ponto decisivo da resistência de Mossoró em 13 de junho de 1927 (Foto: reprodução)

De acordo com os registros da época, o confronto entre os moradores e o bando de lampião durou cerca de quarenta minutos. Quase 170 homens participaram da defesa da cidade e ficaram espalhados em 23 trincheiras no centro de Mossoró. Uma delas teve papel fundamental para o sucesso do combate: a torre da capela de São Vicente que era o ponto mais alto de Mossoró. Do local, os resistentes tinham uma visão privilegiada. Três homens ficaram na torre e surpreenderam os cangaceiros.

“Manoel Félix, Tel Teófilo e Manoel Duarte eram os três homens que estavam no Alto da Torre. A partir daí, eles começaram a informar que os cangaceiros estavam vindo do lado de cá, na lateral da capela. E nesse momento, eles passam a ser revidados e deixam de ser atiradores para se tornarem alvos”, explicou o historiador Kydelmir Dantas,.

Os homens que ficaram lá em cima não foram atingidos, mas as marcas dos tiros ainda permanecem no alto da torre. A capela que serviu de trincheira e guarda um dos maiores símbolos do combate de 13 de junho de 1927, dia em que Lampião e seu bando bateram em retirada de Mossoró.

Veja vídeo dessa matéria clicando AQUI.

Nota do Blog – Da torre da Capela de São Vicente partiram os tiros que mataram o cangaceiro Colchete e feriram Jararaca, que foi capturado e depois executado.

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domingo - 11/06/2017 - 14:37h
Francisco José Júnior diz:

Rosalba faz gestão “mesquinha” e “medíocre” em Mossoró

Na série de entrevistas que abriu à semana passada, em secção denominada de “6eis Perguntas”, o Blog da Chris destaca neste domingo (11) um pingue-pongue com o ex-prefeito mossoroense Francisco José Júnior (PSD).

Ele não poupa críticas à administração da atual prefeita, Rosalba Ciarlini (PP). Entre outras coisas, diz que a gestão é “medíocre”. Faz um balanço de sua passagem pela gestão municipal, sobre suas atividades atuais, projetos,  perseguição que teria sofrido da imprensa e a relação com o governador Robinson Faria (PSD).

Leia abaixo:

– A prefeita Rosalba tem dito insistentemente, em seus discursos e entrevistas, que vai reconstruir Mossoró. O senhor acha que depois de sua passagem pela prefeitura, Mossoró precisa ser reconstruída?

Ex-prefeito justifica que não foi até o fim da disputa à reeleição por perseguição da imprensa (Foto: arquivo)

Como todos sabem a prefeita Rosalba costuma governar com um discurso de terra arrasada. Foi assim quando assumiu a Prefeitura de Mossoró em seu primeiro mandato, quando retornou à prefeitura, quando chegou ao Governo do Estado e agora não está sendo diferente. Ela faz isso para se apresentar como uma boa gestora, que resolveu os problemas da cidade. No governo do Estado, essa estratégia não deu certo tanto que ela é apontada como a pior governadora da história do RN. Quanto a Mossoró, enfrentamos sérias dificuldades financeiras, mesmo assim conseguimos avançar em vários pontos que julgo cruciais, principalmente na área da saúde. Basta ver a questão da maternidade. Avançamos também no transporte público, nas UPAs, nas cirurgias ortopédicas, na segurança, no meio ambiente, com o Parque Municipal. Na educação, investimos em tecnologia… Pena que nada disso está tendo continuidade simplesmente por capricho da prefeita em não reconhecer que uma pessoa sem o sobrenome Rosado possa gerir Mossoró. A cidade não precisa ser reconstruída de maneira alguma. Precisa ser melhorada, pois sempre precisamos buscar melhorias no serviço público.

– Como o senhor analisa a administração da atual prefeita? Faça um paralelo com a sua gestão.

A prefeita ainda não conseguiu dar uma cara à sua gestão. É uma gestão medíocre, a começar pelo pensamento mesquinho de acabar com tudo que foi implementado em outras gestões por pura picuinha política. Não sabemos suas prioridades e até agora não conseguiu implementar nenhum projeto. Nos primeiros seis meses de nossa gestão, nós já tínhamos colocado a UPA do Belo Horizonte para funcionar, tínhamos ampliado as Bases Integradas Cidadãs, tínhamos conseguido ambulância para o SAMU, reduzimos custos devolvendo veículos de luxo que serviam aos secretários, comprando a mesma insulina por preço mais barato… Não nos preocupamos com a gestão anterior, mas em moralizar o serviço público e resolver os principais problemas que atingiam a nossa população. Rosalba, por sua vez, só sabe lamentar a falta de recursos, os problemas que existem, e não apresenta nenhuma ação, no máximo, lança projetos que já existiam com outros nomes como se fossem novidade, além de fechar os serviços que conseguimos implementar, como as BICs, que colocava 140 policiais a mais em Mossoró, sem falar na ortopedia, na usina de oxigênio e no atendimento no PAM aos sábados. Além disso, é uma gestão que pouco conversa, principalmente com o funcionalismo público.A cidade está cada vez mais violenta, sem avanços na educação e com vários serviços na saúde fechados.

– O senhor exerceu vários mandatos de vereador, inclusive foi presidente da CMM, e depois prefeito eleito de Mossoró. Desistiu da política ou está pensando em voltar em 2018, e a qual cargo?

Não me afastei da política. Continuo acompanho a política de Mossoró, do Rio Grande do Norte e do país e dou minha contribuição de outras formas. Os últimos três anos foram muito intensos. Trabalhava 18 horas por dia, abandonei minha família, meus filhos por entender que Mossoró precisava de um prefeito presente, capaz de tomar decisões. Nesses seis meses, estou curtindo minha família e cuidando de outros projetos. Quanto a 2018, ainda é cedo para falar. O político hoje precisa entender que estamos vivendo um novo momento.

– Quando terminou seu mandato de prefeito o senhor mudou-se para Natal. Por que esse distanciamento de Mossoró?

Como disse estou me dedicando à minha família. Meu filho mais velho já cursa medicina em Natal e estávamos afastados há quatro anos. Tenho dois filhos muito pequenos ainda, Gabriel com pouco mais de um ano e Guilherme, que acabou de nascer, e decidimos reunir a família. Quase metade da minha vida foram dedicados a Mossoró, à vida pública, e a gente acaba dando mais atenção para as outras famílias que para a nossa própria família. Chega um momento em que é necessário parar pois a família é o maior patrimônio que nós temos. Mas não estou distante de Mossoró. Praticamente toda semana estou na cidade, continuo em contato com amigos, contribuindo com o Portal RN Mais, e continuarei dando minha contribuição a Mossoró, independente de cargo público.

– O senhor foi um dos principais responsáveis pela vitória de Robinson Faria (PSD) na disputa para governo do Estado, dando-lhe inclusive uma expressiva vitória de mais de 30 mil votos. Após eleito, contudo, o governador virou as costas para o senhor. A que ou a quem atribuir esse comportamento?

O governador decepcionou não apenas a mim, mas a todos os mossoroenses. Mossoró deu a vitória a Robinson, uma vitória que ninguém acreditava, já que Henrique Alves era o governador de férias, no entanto, ele não soube reconhecer depois que foi eleito. Como prefeito, sempre cobrei benefícios para a minha cidade, e acredito que essa insistência em cobrar mais saúde, segurança, educação, geração de emprego, o próprio aeroporto, tenha desgastado a relação. Não fui, nem nunca serei um político submisso. Desejo sucesso e sorte ao governador, e como sempre digo, o reconhecimento é de Deus.

– Em que o senhor errou a ponto de ficar impossibilitado de ir à disputa da reeleição nas urnas?

Tenho a consciência de que tudo o que fizemos foi pelo bem de Mossoró e que poucos prefeitos conseguiram fazer tanto em tão pouco tempo. Mas não ser Rosado em Mossoró é difícil. Não ser submisso à Lei dos Rosado é complicado e enfrentamos a pior oposição que esta cidade já viu, e não falo somente em relação à Câmara Municipal, mas em tudo. Sabemos que 90% da mídia mossoroense pertence à família Rosado, que se uniu para gerar uma onda negativa em relação à nossa gestão.  Todos os dias as rádios, os jornais, os blogs encampavam uma luta diária para denegrir nossa gestão, com falsas verdades, com insinuações e espalhando boatos somente para desestabilizar a gestão. Como já disse, enfrentamos a pior crise financeira que essa cidade já viu, e não foi fácil atravessar este período sem apoio de ninguém. Fizemos muito, em muitas áreas. Foram mais de 170 ações, entre obras e serviços. Desafio qualquer político que tenha feito mais, em tão pouco tempo e tão poucos recursos. Hoje, recebo diariamente mensagens de pessoas que já reconhecem o nosso trabalho e sabem que os problemas que enfrentamos iriam acontecer, independente de quem fosse o gestor.

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Categoria(s): Administração Pública / Política
domingo - 11/06/2017 - 13:32h

Gestão de custos – uma saída para a crise

Por Gutemberg Dias

Gerir o público passou a ser uma grande dor de cabeça para muitos gestores, principalmente, aqueles que não têm em sua essência o tino de gestão corporativa, ou seja, aquele que simplesmente foi eleito pelo povo, mas não está preparado para administrar uma engrenagem tão complexa quanto a máquina pública.

Com a crise, que vem solapando as finanças públicas desde alguns anos, os gestores públicos tiveram que mudar seu modo de pensar e, sobretudo, agir. Nem todos conseguem. Não dá mais para ficar sentado na cadeira esperando que os recursos caiam do céu, foi-se o tempo das vacas gordas.

Em Mossoró não é diferente. O município já teve sua época áurea quanto a ter dinheiro sobrando nos cofres. Hoje, como tantos outros municípios, amarga um déficit financeiro que impacta negativamente os investimentos e, também, a forma de gerir a máquina pública.

Costumo dizer que gestor bom não é aquele que administra na bonança. Se conhece um bom gestor nos momentos de crise e falta de recursos, já que ele terá de mostrar suas habilidades para superar as dificuldades de forma criativa, muitas vezes tomando medidas corajosas e impopulares.

Mas, vamos pensar um pouco como podemos superar os obstáculos que hoje dificultam a gestão pública em Mossoró. Escrevi nesse espaço que um dos caminhos mais lógicos para superar a crise financeira é aumentar a arrecadação, obviamente, sem criar novos tributos que venham onerar o contribuinte.

O outro caminho ou o outro lado da moeda, é a redução de custos. Como fazer isso em meio a uma estrutura tão grande e inúmeros tentáculos? Fácil, de forma alguma. Mas tenho a convicção que é possível estabelecermos critérios e mecanismos simples que podem contribuir em muito à redução dos custos operacionais da máquina administrativa.

Mossoró, especificamente, tem uma estrutura administrativa extremamente grande – com pleonasmo, assim mesmo. Basta entender que a folha de pessoal bruta responde a mais de 50% de tudo que o município arrecada. É sabido que na gestão pública não se tem a manobra, como na iniciativa privada, de demitir funcionários para aliviar os custos, dessa forma, o gestor precisa pensar outras alternativas de reduzir os custos.

Vários são os caminhos. Não se pode exonerar servidores, mas é possível criar mecanismos para controlar horas extras, plantões e, também, otimizar as equipes.

Lembro que enquanto estive secretário de Planejamento na PMM, a secretaria desenvolveu um trabalho focado à Secretaria de Saúde, que resultou na redução mensal de algo próximo a R$ 1 milhão de reais só com plantões em sete equipamentos. Na ocasião fizemos apenas o básico, ou seja, informatizar as escalas e implantar efetivamente o ponto eletrônico.

Acredito que outra saída para reduzir os custos é a revisão dos contratos. Existe uma máxima na iniciativa privada que para vender para o setor público é preciso aumentar o valor, devido a inconsistência nos pagamentos. Mas isso precisa ser revisto e logo.

Se a gestão tem a certeza que tem como quitar seus contratos é preciso que faça a renegociação urgente dos mesmos. Quantos serviços ou materiais estão sendo fornecidos levando em conta a lógica que eu citei anteriormente? Acredito que são muitos e, se a gestão não for para cima, nenhum centavo será salvo.

A reorganização administrativa é outra saída para a redução dos custos. Atualmente a gestão municipal em Mossoró tem inúmeros equipamentos distribuídos em várias partes da cidade que podem ser fechados, obviamente sem causar prejuízos ao cidadão ou que podem ser melhor utilizados.

É preciso pensar no compartilhamento dos espaços com foco na redução de custos. Com isso quero dizer que um equipamento que tem espaço ocioso, por exemplo na saúde, pode ser compartilhado com o desenvolvimento social e assim integrar serviços com redução dos custos com água, energia, limpeza etc.

Outro ponto importante é fazer análise sistemática dos processos. Por exemplo: há controle da frota? Há controle do abastecimento? Há rastreamento dos veículos próprios e locados? Há controles de diárias e viagens? As compras gerais para as secretarias são unificadas para ter ganho em escala? Essas são algumas perguntas que precisam ser respondidas pela gestão em Mossoró.

Diante do que foi exposto não tenho dúvida que para redução dos custos e, sobretudo, a adequação das despesas a receita existem vários caminhos a seguir.

Resta saber se a gestora municipal tem essa visão e quer enveredar por esses caminhos. O mais fácil, sem sobra de dúvida, é reclamar da crise e deixar o tempo passar, com aposta no discurso do “retrovisor” e na propaganda personalista.

Mas se realmente quiser mudar a cara do município só existe uma coisa a fazer: arregaçar as mangas e ser criativa e corajosa na tomada de decisão.

Já faz um tempo que venho dizendo que a gestão pública em Mossoró tem jeito, basta sair do quadrado.  Ou do oito, como queira.

Gutemberg Dias é graduado em geografia, mestre pela UERN e empresário

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Categoria(s): Administração Pública / Artigo
domingo - 11/06/2017 - 06:30h
Série B

ABC empata em 2 a 2 com Figueirense no Frasqueirão

Do Globo Esporte

Sem perder em casa desde março de 2016, o ABC precisou suar para não perder a invencibilidade neste sábado. O Figueirense esteve por duas vezes à frente do placar no Frasqueirão, mas o Mais Querido buscou a igualdade e garantiu o 2 a 2 (gols de Filipe e Dalberto para o time potiguar e de Robinho e Henan para os catarinenses).

O resultado, no entanto, não foi bom para nenhum dos dois times ao fim da sexta rodada da Série B, uma vez que o G-4 fica um pouco mais distante.

O empate deixa o ABC com nove pontos e faz a equipe perder uma posição na classificação – agora é o 8º colocado. O Figueirense chega a 7 e está no 14º lugar.

ABC e Figueirense voltam a jogar na próxima terça-feira, 20h30. Fora de casa, o Mais Querido visita o líder Juventude. No Orlando Scarpelli, o Furacão recebe o rival Criciúma, em um duelo regional.

Veja detalhes e vídeos do jogo clicando AQUI.

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Categoria(s): Esporte
domingo - 11/06/2017 - 06:17h

Semântica de cada tempo

Por François Silvestre

Cinza. É a cor da pintura nova do presente velho tempo. Nada de saudosismo. Nem da surrada fala dos avós, “no meu tempo num era assim”.

Cada tempo, outra fisionomia. Nem o espaço é o mesmo no tempo diferente, mesmo que seja o mesmo lugar não será mais a mesma geografia.

Uma coisa é absolutamente inquestionável: vivemos o tempo sublime da mediocridade. Nível medianamente posto abaixo da linha d’água.

Mediocridade política, intelectual, cultural. Até a honestidade adjetivou-se como “um prêmio” e não uma obrigação natural. E por ela, em seu nome, castas se empanzinam do marajanato mais cínico ante a miserável remuneração do rebanho.

Republicano era o adjetivo de partidos políticos, da semântica latina da coisa pública. Virou prostituição da semântica moderna, onde trampolineiros habituais usam-no para fazer faxina na sujeira dos seus discursos.

Legitimidade era o alicerce da Lei, que precisava legitimar-se para ingressar no estuário da legalidade. Legalidade era consequência, na forma da lei, legitimamente constituída com vistas ao bem público.

Diferentemente do agora, onde o embalo de cada onda ou o interesse de cada segmento produz as leis que lhes interessam. Ou lhes acobertam. Ou atropelam os mesmos interesses dos oponentes. Ou sempre foi assim?

O fascismo vestiu-se de roupagem suave, puritana, inofensiva. Os fascistas modernos não fazem anauê nem desfilam fardados. São macios, “democratas e republicanos”. O seu discurso é irrespondível, pois se agasalha no estuário da hipocrisia do senso comum.

Negociação política virou escracho sem qualquer pudor. Popular virou sinônimo de imbecil. O fórum é a casamata das vaidades ou das vinganças. Onde o processo é mais importante do que a vida ou a liberdade. Superior à Lei.

Pensão era nome de hotel, no interior. Igreja era lugar de orações. Norma, sinônimo de lei. Estado era sociedade organizada. Segurança, direito natural. Escola transmitia Educação. Cultura era alimento do espírito. Ladrão era termo ofensivo. Matar gente era crime.

Ásperos tempos. Talvez não tanto quanto os tempos de Brecht. “Vivi num tempo de guerra, sem sol. Comi minha comida no meio da batalha; vocês não esqueçam esse tempo”.

Num tempo desses dá pra renegar Satanás? No leito de morte, Voltaire recebeu a visita do pároco da sua freguesia. Perguntou o velho padre: “Voltaire, você renega Satanás”? O filósofo respondeu baixinho: “O senhor não acha que essa é uma hora muito inconveniente para fazer inimigos novos”?

Pois bem. Esse é o tempo da “nova” semântica. De conceitos velhos repintados com demão de farsa. Do cinismo engalanado para o festim de Belsazar. A cretinice substituiu a ignorância. Se abrirmos a Caixa de Pandora nem a esperança ficará presa e salva. Voará nas asas escuras de um morcego cego. Té mais.

François Silvestre é escritor

* Texto originalmente publicado no Novo Jornal.

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domingo - 11/06/2017 - 05:10h

E pensar que um dia o povo “falou” por ele

Por Bruno Barreto

O ano é 1998. Henrique Alves enfrentava graves problemas vocais e estava impedido de falar após se submeter a um tratamento no exterior.

Como fazer um candidato ser reeleito sem proferir um único discurso? Nada que um marketing não resolva. O slogan era tão óbvio quanto o peso de uma máquina azeitada graças à venda da Cosern no final do primeiro governo Garibaldi Filho: “O povo fala por ele”.

Não deu outra!

Henrique Alves foi o deputado federal mais votado com 163.572 sufrágios, 60 mil a mais que o segundo colocado Iberê Ferreira de Souza. A força monetária fez o povo colocar no Congresso Nacional pela oitava vez um político que nunca falou por ele. Muito pelo contrário, era famoso por ser o deputado “Copa do Mundo”.

O agora detento Henrique Alves teve uma carreira política de altos e baixos. Depois de 1998 foi eleito mais três vezes se tornando um recordista de passagens pela Câmara dos Deputados com 11 mandatos.

Em 1988 e 1992 perdeu a Prefeitura de Natal. Na primeira dispunha das máquinas municipal, estadual e federal, mas acabou perdendo para Wilma que na época ainda usava o sobrenome Maia. Quatro anos depois saiu da condição de favorito pela estrutura e ausência de adversários fortes para a de derrotado por incríveis 961 votos para um desconhecido Aldo Tinôco.

Mas o sonho de Henrique era ser governador do Estado. As condições para isso só surgiram após se tornar presidente da Câmara dos Deputados, sentar interinamente na cadeira de presidente da República e juntar muita grana.

Ele já havia se engraçado com o cargo em 2002, mas deu um passo maior para ser vice na chapa de José Serra (PSDB) e terminou tombando após Mônica Azambuja emergir da condição de esposa traída para a de delatora. Uma capa de Revista escancarando uma conta secreta fez Henrique às pressas, e com voz, ser eleito deputado mais uma vez.

Para ser governador Henrique juntou gatos, cachorros e ratos (verdadeiras ratazanas) em seu palanque. O roteiro era perfeito: o único adversário, Robinson Faria, por pouco não esteve no palanque dele e montou uma frágil aliança com o PT. Aliança que provocava escárnio dos adversários, saiu das anedotas ao êxito nas urnas.

Graças ao apoio de Henrique Alves que, segundo Ministério Público e Polícia Federal, bancou várias candidaturas com doações oficiais e caixa dois, a propina abasteceu várias campanhas no violentado elefante.

Só na base henriquista foram eleitos 18 estaduais das 24 vagas em jogo e mais seis federais das oito cadeiras disponíveis ao Rio Grande do Norte.

Nunca um político uniu tantos desafetos em um palanque. Nunca um político teve tanto apoio numa campanha. Mesmo assim ele perdeu o pleito porque o povo não quis.

Henrique hoje está preso para vergonha do um Estado que ele diz ter representado, mas na verdade nunca deu a mínima.

Pensar que um dia o povo “falou” por ele…

Bruno Barreto é jornalista

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Categoria(s): Artigo
sábado - 10/06/2017 - 23:58h

Pensando bem…

“O homem tem o valor que a si próprio dá.”

François Rabelais

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sábado - 10/06/2017 - 16:21h
Segunda-feira, 12

Redepetro/RN terá audiência com a prefeita Rosalba

Devido ao diálogo recente com o governador do estado, Robinson Faria (PSD) – veja AQUI, onde foram tratadas reivindicações e possíveis ações no setor petrolífero, a Redepetro-RN terá uma nova oportunidade de debater o assunto, agora com a prefeitura municipal de Mossoró.

Será realizada na segunda-feira (12) uma audiência entre a associação e a prefeita Rosalba Ciarlini, onde a revitalização da cadeira de petróleo e gás no município e cidades próximas será tratada como prioridade.

A Redepetro/RN reúne os mais diversos prestadores de serviços da área de produção petrolífera.

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Categoria(s): Economia / Política
sábado - 10/06/2017 - 14:29h
TSE

O peso de um tribunal

Sejamos sinceros:

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nunca foi levado a sério por quem vive cá embaixo, no mundo real.

Seu alto custo e papel nem sempre republicano são conhecidos.

Não vale o que pesa à nação.

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sábado - 10/06/2017 - 10:36h
Perda

Morre “Abel do Gazeta do Oeste”

Abel do Gazeta (Foto: redes sociais)

Abro espaço para noticiar o falecimento de Abel Rodrigues Xavier, 55, o “Abel do Gazeta do Oeste”.

Registro foi ontem (sexta-feira, 9) à noite, em decorrência de lúpus. Estava internado há cerca de um mês.

“Centro de Velório Sempre” recebe seu corpo, que será sepultado às 16 horas no Cemitério Novo (Avenida do Contorno), em Mossoró.

Abel é uma lembrança viva, pelo permanente bom humor escrachado e seus bordões aparentemente incompreensíveis: “Ai, Tonha!”, “Ah, bãm!” (bem ao estilo do humorista Costinha), “Aí dento!” e por aí caminhava seu repertório.

Quem conviveu com ele, certamente deve lembrar demais.

Que descanse em paz!

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Categoria(s): Gerais
sábado - 10/06/2017 - 08:45h
Falso!

PSDB espalha notícia inverídica sobre infrações trabalhistas

Do jornal O Globo

O PSDB repercutiu em seu site e nas redes sociais uma informação dissipada pelo deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN) de que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) teria excluído o Brasil da lista de “possíveis infratores das normas trabalhistas internacionais”. Segundo o partido, que apoia o projeto de reforma trabalhista enviado pelo governo ao Congresso, “com isso, a entidade não avaliza as acusações de que a modernização das leis do trabalho no país poderá infringir direitos”.

PSDB divulgou informação inverídica para sustentar suas pregações (Foto: reprodução)

O partido completou dizendo ainda que a consequência disso seria o arquivamento.

O projeto de reforma trabalhista foi denunciado à OIT por centrais sindicais e levado à discussão durante a 106ª Conferência Internacional do Trabalho, mas será que a OIT realmente excluiu o país da lista de possíveis infratores e a denúncia será arquivada?

FALSO!

A OIT não excluiu o Brasil da lista da lista de possíveis infratores das normas trabalhistas internacionais, como anunciou o partido. A organização emitiu uma nota nesta sexta-feira esclarecendo que um comitê elegeu 24 casos, dentre os que foram levados à organização, para “serem discutidos individualmente ao longo da conferência”. Entretanto, “os demais casos que não foram citados nessa lista, incluindo os referentes ao Brasil, seguem o rito ordinário e estão sendo conduzidos de acordo com o procedimento normal do Comitê de Peritos para a Aplicação das Convenções e das Recomendações”.

A OIT ressaltou ainda que o “Comitê de Peritos continuará examinando a aplicação das Convenções em matéria de negociação coletiva ratificadas pelo Brasil”.

Veja AQUI a íntegra da nota da OIT, desmentindo notícia do PSDB.

Nota do Blog – O deputado federal e relator do projeto de reforma trabalhista, Rogério Marinho (PSDB), pulverizou a caixa postal da mídia potiguar e do país com essa notícia cavilosa. Chegamos a recebê-la, mas não a publicamos. A desconfiança tinha razão de ser.

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Categoria(s): Política
sábado - 10/06/2017 - 07:53h
Prisão

Juiz ouvirá MPF para decidir se transfere Henrique ou não

Henrique foi preso, sob dois mandados de prisão, na terça-feira desta semana (Foto: Web)

Da coluna Expresso (Revista Época)

O juiz Francisco Farias, da 14ª Vara Federal do Rio Grande do Norte, suspendeu a transferência para Brasília do ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB), alvo de duas operações da Justiça Federal na última terça-feira (06).

O juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, havia pedido ao juiz Francisco Farias, da 14ª Vara Federal do RN, a transferência de Alves para Brasília.

O advogado Marcelo Leal apresentou pedido de habeas corpus contra a decisão. Farias solicitou posicionamento do Ministério Público Federal e depois vai decidir sobre o pleito de permanência em Natal.

Em seu habeas corpus, Leal afirmou que o objetivo era expô-lo à “execração pública” e questionou:

– “Qual a lógica de transferir Henrique para colocá-lo à disposição de outro juiz de igual envergadura fazendo com que o Estado arque com custos de transporte aéreo, escolta, alimentação e outros, quando o requerente pode ser ouvido pelo juízo do Distrito Federal por videoconferência?”.

Nota do Blog – Henrique está preso na Academia de Polícia Militar em Natal, após passar por sabatina na Polícia Federal e audiência de custódia na Justiça Federal, na terça-feira (6).

O pedido de sua transferência aconteceu ontem (veja AQUI).

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Categoria(s): Política
sábado - 10/06/2017 - 07:18h
Segurança

Delegacia Móvel da Polícia Civil passa a atuar em Mossoró

Veículo estará no Corredor Cultural (Foto: divulgação)

A Delegacia Móvel da Polícia Civil já está instalada no Corredor Cultural para garantir a segurança durante o “Pingo da Mei Dia” e demais eventos do Mossoró Cidade Junina (MCJ) 2017.

Durante todo o dia de hoje (sábado, 10), a unidade móvel estará localizada por trás do Teatro Municipal Dix-Huit Rosado, com atuação em todo o circuito do evento.

De acordo com o delegado regional da Polícia Civil, Denys Carvalho, a unidade móvel terá toda a estrutura de uma delegacia, com sala para delegado, escrivão e demais equipes.

“Vamos trabalhar junto com as demais forças de segurança da cidade e do Estado”, destacou.

É mais uma iniciativa do Governo do Estado para o período especial de festas populares, em Mossoró.

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sábado - 10/06/2017 - 06:32h
Cultura e história

Pau-de-Arara Eletrônico começa “linha” no ‘Pingo da Mei Dia’

Pau-de-arara eletrônico resgata história com diversão lembrando transporte simbológico (Foto: Web)

Um passeio cultural pelos principais pontos do Mossoró Cidade Junina em uma boate, em cima de um caminhão. O Pau de arara eletrônico é uma das principais atrações do evento e este já começa no sábado, 10, durante o Pingo da Mei Dia.

Nas semanas seguintes o Pau de arara funcionará de quinta a domingo, saindo a partir das 19h, do Cafezal, na Avenida Rio Branco.

O transporte já é um patrimônio cultural da cidade e a iniciativa partiu motivada pela história do seu “Raimundinho do Mixto”, que por décadas fez o o transporte de passageiros e mercadorias entre a região do Vale do Jaguaribe, no Ceará, e Mossoró.

"Raimundinho do Mixto": história (Foto: Web)

Além da música oferecida pelos melhores Djs, o Pau de arara eletrônico também oferece serviços de bar. O valor cobrado por pessoa em cada passeio é R$ 10,00.

Com informações da Prefeitura Municipal de Mossoró.

Nota do Blog – “Seu” Raimundo de Freitas Nunes – que ganhou título de cidadão mossoroense há vários anos – começou a fazer a “linha” Limoeiro do Norte no Vale do Jaguaribe-Mossoró em 1962.

Raimundinho do “Mixto” (com ‘X’) fez de um caminhão com boleia estendida um equipamento simbológico, desbravando o sertão e valorizando sobremodo o papel de cidade-polo que Mossoró ganhou através das décadas.

Ele chegou a ter sete veículos com essa mesma finalidade de transporte. Hoje, sobraram dois para aluguel em eventos diversos, como o Mossoró Cidade Junina. Do seu trabalho diário de segunda a sábado, durante décadas, assegurou o sustento de família numerosa, com sete filhos.

A ideia do Pau-de-arara Eletrônico foi muito auspiciosa e é um diferencial interessante. Bravo!

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