“O descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou de uma nação.”
Oscar Wilde
Jornalismo com Opinião
“O descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou de uma nação.”
Oscar Wilde
Patético! Já ouvi muita gente reclamando que juventude só quer saber de “Malhação” na TV e forró lá fora.
Quando ela vai às ruas, em protesto, é acusada de não saber o que é política.
Exigir politização de nossa juventude, quando a imensa maioria dos adultos é analfabeta política, é algo caricato.
A culpa não é deles.
Essa meninada não é tão transviada quanto pensávamos.
Ainda bem.
Do Blog Território Livre (Laurita Arruda)
Com uma trégua das ruas, alguns sinais do movimento “acorda Brasil” foram identificados nas redes sociais.
Ontem, os sites do PT e PMDB – nacionais – foram hackeados. No Rio Grande do Norte, a Assembleia Legislativa não escapou.
Quem acessar sua página na internet encontrará a mensagem da foto acima.
Nota do Blog Carlos Santos – Vá entender. O sujeito invade a página da Assembleia Legislativa, maior caixa-preta do Rio Grande do Norte, mas prefere plantar mensagem contra Dilma Rousseff (PT).
O caso é de analfabetismo político, estupidez ou direcionamento de má-fé?
Por Gaudêncio Torquato
Ante a baixa da tarifa de ônibus nas capitais que sediaram as maiores manifestações populares dos últimos tempos, a indagação aguça a curiosidade de todos: qual será o próximo foco? O primeiro round da guerra que tem, de um lado, exércitos compostos por variados conjuntos da sociedade e, de outro, guerreiros defensores do establishment deve terminar com evidente vitória dos primeiros. O atendimento da demanda por Executivos estaduais e municipais (até o alcaide paulistano cedeu) será o jorro d’água para apagar faíscas que ameaçam multiplicar fogueiras acesas nas principais regiões do território.
Urge atentar para o sinal amarelo aceso no farol dos governantes e suas múltiplas significações: o som barulhento das ruas não carece mais de maestros de grandes orquestras, sejam políticos ou lideranças sindicais; não é preciso muito tempo para as massas afluírem às ruas; e a tuba de ressonância destes tempos efervescentes é o conjunto das redes eletrônicas da internet.
Se a reivindicação concreta das turbas for acolhida, como governantes de algumas capitais e Estados já o fizeram (gerando o efeito dominó), permanecerá a dúvida sobre os próximos passos da ampla movimentação social, eis que as palavras de ordem tentam expressar a amálgama de carências que compõem o Produto Nacional Bruto da Insatisfação, agrupando, entre outras, os estrangulamentos do sistema de transportes, a precária estrutura de saúde, as deficiências nas frentes educacionais e a crescente insegurança pública ante a avalanche de atos de extrema violência nas grandes cidades.
E agora, galera, as batalhas continuarão? Haverá questões específicas a serem proclamadas? Os administradores públicos, por sua vez, ficarão entre a cruz e a caldeirinha: atenderão às demandas ou farão ouvidos de mercador.
A questão abre um leque de abordagens. A primeira diz respeito à natureza das reivindicações. O pleito da redução da tarifa de ônibus posicionou na linha de vanguarda a esfera estudantil. Os jovens encontraram na vertente dos transportes uma causa próxima aos seus interesses, sem deixar de avocar outras demandas.
Vale registrar a energia de um universo de quem se reclamava inércia, desinteresse, apatia. Desde os “caras-pintadas” da era Collor não se via tanta disposição, a demonstrar que os exércitos estudantis são os primeiros a usar a musculatura e a entrar no palco de guerra, caso tenham motivo para tanto.
A mobilização estudantil ganha expressão diante de uma paisagem urbana tradicionalmente ocupada por soldados comandados por centrais sindicais. Nas últimas décadas, vale lembrar, infiltraram-se elas nas entranhas do Estado, em conluio que deixa transparecer preocupação com os cofres. (Basta anotar as grandes concentrações de massas a cargo das centrais nas festas do 1.º de Maio, animadas por sorteios de casas e carros.) É saudável, portanto, enxergar grupamentos jovens voltando às passeatas, empunhando bandeiras e fazendo ecoar demandas e palavras de ordem.
Ocorre que, para ser eficaz, a locução cívica dos estudantes carecerá, doravante, de clarificação de metas, sob pena de suas vozes se perderem na polifonia de uma Torre de Babel.
Não se quer dizer que tenham de esquecer o discurso que clama por mudanças em muitas frentes, como este que costurou o pano de fundo da reivindicação da tarifa zero para as passagens de ônibus. Governantes e atores políticos de todas as instâncias precisam ser monitorados, avaliados, cobrados e, assim, perceber que há vigilantes cívicos fazendo ronda no entorno de palácios, sedes de governo, cúpulas congressuais, assembleias e câmaras. Mas, para efeito de resultados imediatos, as manifestações de caráter massivo necessitam abrigar metas, de acordo com parâmetros de bom senso e capazes de abrir diálogo entre as partes.
Nessa trilha e por conexão com a redução de tarifas, seria razoável que, neste momento, os entes municipais e estaduais se debruçassem sobre os meios de mobilidade urbana, refazendo programas, reordenando cronogramas, com vistas à expansão dos sistemas e melhoria de qualidade dos serviços. Dessa forma, a movimentação adensará seu escopo e poderá obter mais vitórias.
O recado das ruas serve ainda de alerta para que gestores públicos passem a lupa sobre serviços precários em todos os setores da vida cotidiana. Afinal, aguda dissonância fere a sensibilidade tanto de plateias das cadeiras numeradas quanto de galeras das gerais: de um lado, a estética exuberante dos estádios de futebol, emoldurada por formas e traços futuristas, a denotar a absorção de avançados parâmetros tecnológicos; de outro, a acanhada e esburacada estrutura de serviços, cuja estética é pontilhada por corredores de hospitais locupletados de macas, filas quilométricas em postos de atendimento, superpopulação nos meios de transporte, vielas e becos apinhados de jovens drogados, chacinas seriadas nas periferias.
Para completar o cenário de contrastes, a falta de ônibus para acesso rápido aos majestosos estádios e a indignação por se cobrar de torcedores R$ 8 por um cachorro-quente. A imagem que se tem é a do reizinho que tenta esconder doenças nas habitações de seu reino com paredes folheadas a ouro.
Chama a atenção o fato de que as manifestações se desenvolvem sob o empuxo de integrantes de grupamentos centrais: estudantes de curso superior (e seus pais), simpatizantes de partidos de esquerda, punks, ativistas em defesa de igualdade de gêneros e minorias, funcionários públicos, profissionais liberais, etc. Os exércitos periféricos não formam os maiores volumes dos contingentes.
Sabendo que as correntes centrais influenciam as margens (a pedra jogada no centro faz marolas que chegam à beira do lago), pode-se imaginar desdobramento perigoso caso bolsões miseráveis sejam afetados em sua parte mais sensível, o bolso. Nesse caso (Deus nos livre dessa ameaça), a fome se juntaria com a vontade de comer.
Gaudêncio Torquato é jornalista, consultor político de comunicação e professor titular da USP
* Texto originalmente publicado, hoje, no jornal O Estado de São Paulo.
Carlos Santos,
Ontem a noite indo com minha família a um “arraiá”, passei em frente ao Restaurante Germano’s (Abolição I, Mossoró) e fiquei boquiaberto.
O restaurante mais parecia uma grande jaula, com os clientes todos aprisionados dentro dela.
Mais um retrato da violência que assola nossa Mossoró.
Chegaaaaa!!!
Frank Dantas – Webleitor e servidor público
Por Josué Moreira
“A nosso ver, a chave misteriosa das desgraças que nos afligem, é esta e só esta: a ignorância popular, mãe da servilidade e da miséria”, Rui Barbosa (1849-1923). Nove décadas se passaram e o quadro não mudou. O caminho continua sendo o mesmo e do mesmo jeito este caminho não está sendo trilhado. Padecemos.
A educação é a ferramenta ideal de transformação social mal utilizada atualmente. O quadro e giz já não atraem os jovens. Os professores disputam a atenção dos alunos com a programação televisiva, os ‘encantos’ da internet e as ‘facilidades’ da rua. Termina o mestre da sala de aula com quadro e giz perdendo esta disputa desigual.
Precisamos, enquanto sociedade, pelo menos, nivelar as partes. Amplias as chances dos mestres nas salas de aula e reduzir da TV, da internet, da rua.
Entre as escolas brasileiras, o modelo que mais se aproxima deste ideal, que está ao nosso alcance, é o Instituto Federal de Educação Tecnológica (IFRN). O conheço bem. No geral, as escolas de ensino médio e fundamental I e II seguem o cenário indesejado aos alunos e professores e que os pais, a sociedade não se mobiliza para mudá-la.
É necessário mobilizar a sociedade para salvar a educação, lutar por mais desenvolvimento social, por segurança nas ruas, por saúde. Vamos pensar em construir escolas em locais amplos, com estrutura adequada para os mestres ensinar nos horários da manhã o conteúdo programático das ciências, da cartilha de português e os números da tabuada.
À tarde, uma boa revisão e reforço e por fim práticas esportivas, culturais e recreativas. Por exigência da sociedade, as escolas teriam ginásios de esportes, estádios de futebol com perfil olímpico, bibliotecas atualizadas, estrutura que possa oferecer ensinamentos de música, dança, artes plásticas, fotografia, cursos de capacitação técnico/profissional nas mais variadas modalidades que a região tanto precisa.
Obvio que a metodologia empregada pelos professores seria o que a ciência apontasse ser a melhor para caminho de ensinar de forma agradável, sem imposições e o desconforto do quadro e do giz. Não se pode falar em melhorar a educação sem pensar em salários dignos para os professores. Estes devem vir, inclusive, primeiro.
E por que não sonhar mais alto. Sonhar numa grade curricular no ensino fundamental com ensino do que seja política, filosofia, sociologia assim como o Artigo V da Constituição Federal, ou seja, tão somente nossos deveres e direitos enquanto cidadão. Não faz sentido algum o jovem votar, aos 16, sem saber o que é política, aqui vista como um debate de boas idéias, que resulta em bons projetos em prol da coletividade.
Com a escola funcionando em tempo integral, realmente em tempo integral, como forma de exigência da sociedade, o jovem chegaria aos 18 anos pronto para o mercado de trabalho. Entraria na faculdade já com o seu salário. Alto estima lá em cima. Produzindo e verdadeiramente crescendo, transformando seu meio e trazendo paz social ao nosso meio.
A educação é vetor também para melhorar a saúde. Precisamos de mais saúde nas escolas, isso seria possível numa escola em tempo integral, onde o jovem teria aulas de educação alimentar e física, prevista na grade curricular, aprenderia praticando, evitando assim, problemas de saúde ocasionados pela alimentação incorreta que leva muitos por exemplo a obesidade que tanto mata e destrói sonhos inclusive de jovens.
Os mais de 270 mil habitantes de Mossoró, com educação alimentar correta, não deveriam freqüentaria 250 mil vezes as UPAS dos Bairros Santo Antônio e Alto São Manoel, como aconteceu em 2011. Este número, por si só já revela uma sociedade doente. Carente, não de injeção, mas de conhecimento, de costumes, de cultura, de esportes, de educação.
A redução da violência seria natural.
Consciente, os jovens seriam menos influenciados a entrarem no mundo das drogas e dos crimes.
Nos dados levantados pelo jornalista Cézar Alves, aconteceram de 2006 até esta sexta-feira, dia 7 de junho de 2013, nada menos do que 920 homicídios em Mossoró, em sua maioria em função das drogas, podendo ser caracterizada como agravo persistente e preocupante em termos de saúde pública.
Um dado assustador, se considerar que para cada homicídio são pelo menos três (3) famílias destruídas e perdas de força de trabalho. Deveria ser visto como terror social e preocupação econômica também.
E tudo isto é um direito nosso previsto no nosso ordenamento jurídico desde 1988 na Constituição Federal em seu Art. 205: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. A educação é sim, o caminho mais seguro para instituirmos a paz social.
Josué Moreira é professor do Instituto Federal (IFRN/Mossoró) e foi candidato a prefeito de Mossoró nas eleições de 2012, pelo PSDC
Por Francisco Edilson Leite Pinto Junior
“Só os profetas enxergam o óbvio”, já dizia Nelson Rodrigues. John Donne, poeta jacobino inglês do século XVI, era também um profeta. Ele enxergava o óbvio: “Ninguém é por si só uma ilha. Cada um é uma porção do continente, uma parte do oceano!”. Dizer isso hoje é fácil. Mas, naquela época sem iPhone, Tablet, 3G, internet, Facebook, etc. etc. só sendo profeta para enxergar o óbvio.
Steve Jobs era também um profeta. Profeta e revolucionário. E no dia 29 de junho de 2007, ele iniciou a sua revolução. Neste dia histórico, chegava ao mercado o iPhone, que foi ridicularizado inicialmente pelas concorrentes, em especial a Nokia, que na época liderava o mercado de telefonia celular.
No primeiro final de semana, atingiu as vendas de 500 mil unidades, e só no ultimo trimestre de 2011, a Apple vendeu mais de 37 milhões deles… assim, “os telefones se transformaram em placas escuras touch screen parecidas com tijolos. E tudo mudou do dia para a noite”.
Arquimedes, matemático e inventor grego (200 a.C), foi também profético ao dizer: “Dê-me uma alavanca e um ponto de apoio, e eu moverei o mundo!”. O iPhone, quem diria, está sendo a alavanca para a “geração Y” mudar o mundo…
Geração Y?! Sim, os nativos digitais – nascidos entre 1980 e 1999 – e que são chamados assim, graças à União Soviética que exercia uma influencia tão grande nos países comunistas, que chegava ao ponto de definir a primeira letra dos nomes, que deveriam ser dados aos bebês nascidos, neste período: “letra Y”.
E se alguém tem dúvida do porquê do comunismo não ter vingado no mundo, talvez essa “importante” preocupação em definir essa letra, possa ser uma das causas…
Não era à toa que Demócrito, filósofo grego, ria e ria muito, afinal o mundo é uma grande ironia: a geração Y, assim chamada, graças ao comunismo, já nasce com um iPhone na mão… Então, não se espantem com a ambiguidade das suas decisões e escolhas. Por isso que Steve Jobs, profético e revolucionário, os estimulava: “sejam famintos, sejam tolos!”.
Fazendo várias atividades ao mesmo tempo, impacientes e vivendo a vida intensamente – afinal: “Deus vomitará os mornos!”-, eles sabem que na Internet não há fronteiras e não há manipulações. Assim, são sensíveis ao interesse corporativo; processam o mundo em tempo real e rápido, detestando esperar (pois “quem sabe faz a hora e não espera acontecer!”); são autônomos, não precisando de líderes (caçadores de marajá, Estrela-lá…) como muletas para tomarem as suas decisões; são curiosos e aplicam os seus conhecimentos para transformarem a realidade…
Realidade que num simples clique, muda! E se uma “tapinha” pode ainda não doer no nosso país… Na Tunísia, foi este o motivo para derrubar um dos regimes mais poderosos do Oriente Médio.
O tapa na cara que Faida Hamdi (Oficial de inspeções municipais) deu em Mohamed Bouazizi (Vendedor de frutas), em 17/12/2010, promoveu efeitos em cascata, criando situações imprevisíveis. Manifestações começaram a pipocar na Tunísia. A polícia foi instigada a atirar neles. As imagens, apesar de só 20% dos tunisianos terem Facebook, foram transmitidas em tempo real.
Clique, clique, clique e o Presidente Ben Ali teve que renunciar…
“Ninguém é por si só uma ilha”, não é mesmo?! Pois bem! Três dias depois da renúncia na Tunísia, começaram os protestos no Cairo, contra o ditador Hosni Mubarak. Este, resistiu por um mês e renunciou. O Tsunami parecia não ter mais fim no Oriente Médio. E a próxima “vítima” foi o ditador do Líbano, Muammar Kadhafi. E tudo começou com um simples tapinha… Neste caso, o tapinha doeu, e doeu muito!
Acabo de receber uma mensagem do meu ex-aluno e fiel amigo Bruno Pessoa, que se formou há 06 meses, e resolveu desenvolver um trabalho belíssimo numa comunidade indígena, no interior de Pernambuco: “A onda de protesto pelo país é um grito de socorro: só não sabemos muito bem contra o quê e contra quem. Isso só reflete o modo ambidestro de se fazer política hoje em dia.
Não sabemos mais quem é esquerda ou direita. Antigos rivais estão no mesmo palanque. Partidos com ideologias completamente contrárias se coligam em busca do ‘bem maior do povo’, que não é a saúde, nem educação: é o voto! Não são os 20 centavos, não é Alckmin, nem muito menos Dilma.
Está tudo errado: ou a gente luta por uma mudança radical, ou vamos continuar assistindo na míd ia comentaristas e políticos pegando o fio da meada para endossar a continuidade… e nós, ingênuos em questão de política ambidestra, continuaremos sem saber quem é do bem e quem é do mal…”.
O nosso país vive um momento extremamente delicado. E é muito bom que a nossa classe política – onde quase todos fedem a mofo e a corrupção-, perceba que não esta mais lidando com a geração coca-cola, onde o “pão e circo (ou copa)” ainda funcionam muito bem… É preciso enxergar que R$ 0,20 pode sim, ser entendido como um tapa na cara e aí salvem-se quem puder… E depois não venham se perguntar: “Por quem os sinos dobram?!”, Afinal, eles irão dobrar por todos nós…
Francisco Edilson Leite Pinto Junior é professor, médico e escritor.
“Quando os amigos deixam de jantar com os amigos [por causa da ideologia], é porque o país está maduro para a carnificina”.
Nelson Rodrigues
Por Carlos Santos
Gostei de ver crianças, adultos, idosos; polícia e cidadão juntos, misturados, mesclados….
Gente simples, classe média; empresários e empregados no mesmo chão, na mesma praça; sobramos como povo/gente no leito da rua, irmanados na avenida e na praça.
Todos em paz: Chegaaaa!
O “Movimento Chegaaaaa!!!” foi sucesso em sua natureza de protesto pacifista, um fracasso em número – hoje (sábado, 22) – em Mossoró.
Por quê?
Porque a maioria de nós quer tudo de graça. Sem luta.
Mossoroense – com exceções – adora transferir responsabilidades; poucos topam a boa luta e a defesa de propósitos coletivos.
Pessoas pequenas adoram arranjar desculpas menores para grandes causas. Anote, por favor.
Os que se atrevem a transgredir costumam pagar caro pela ousadia.
Mas lhe digo: vale a pena desafiar o imobilismo e defender causas que acreditamos.
Depois, até quem cruzou os braços, calou-se, poderá usufruir dos resultados.
Talvez eu seja um sonhador. Ótimo.
Não me imagino indiferente, omisso e sem fé.
Bom demais poder olhar para trás e exclamar: “dei o meu melhor”.
Claro que não é o suficiente, mas é uma parte maior do que a ofertada pela maioria.
Aí, lá adiante, talvez faça alguma diferença para todos nós.
Chegaaaaa!!!
* Foto de Ebelardo Freitas
Por Daniel Lopes
Eu vi!
Neste dia 22 de junho de 2013 eu vi pessoas sedentas por um retorno ao passado. Por uma volta ao tempo em que vivíamos em PAZ, com outras preocupações e sem medo de mortes matadas, ou de perdermos um filho para as drogas, ou de passar uma vida inteira trabalhando para ter que entregar tudo a um malfeitor.
Vi policiais com as mãos pintadas e com flores nas mãos;
Vi os comandantes dos Batalhões de Polícia da cidade e da Guarda Municipal dando total apoio ao evento, eles também têm interesse na redução da violência, claro.
Vi Promotores, Oficiais de Justiça, Advogados e muitos que lidam diretamente com crimes de todos os tipos. Eles também estão indignados.
Vi comerciantes, comerciários, transeuntes, vendedores de rua, donas de casa, estudantes e muitas outras pessoas com os olhos marejados, emocionados em ver uma manifestação tão calma e tão linda.
Vi o comércio fechado em apoio; Vi os empresários que abriram mão de algumas horas de faturamento por um bem comum.
Vi jovens, adultos, idosos, crianças e bebês, vi famílias inteiras.
Vi todos eles cantando o Hino Nacional lindamente, todos unidos em uma só voz.
Emocionante (!)
Quem não foi e quis de alguma forma boicotar o evento, eu respeito, porém perdeu uma grande oportunidade de gritar por uma mudança, sem partido, sem cor. De verdade.
Até Deus nos ajudou com uma temperatura mais amena, com um céu nublado e um vento relativamente frio.
Lembro-me como se fosse neste momento, quando vinha na Rua Benjamim Constant, por volta de meio-dia, e vi uma grande movimentação e desespero de algumas pessoas.
Parei, perguntei e descobri que o amigo “Leivinha” havia sido baleado em seu ambiente de trabalho quase naquele instante.
Tão logo soube, liguei para Ricardo Lopes (fotógrafo), meu tio, que é seu grande amigo. Falamos rapidamente, o informei e desligamos mais ou menos com essa frase: “Ninguém aguenta mais”.
Quando cheguei em casa já havia sido criado o grupo Chegaaaaa!
Nada é por acaso.
Os comerciantes precisam voltar a abrir os seus comércios sem medo, sem necessidade de seguranças armados, e com o risco de prejuízos apenas por motivos de mercado.
As famílias precisam ir aos seus passeios com a certeza de que voltarão em segurança. Os jovens precisam ir às festas com a tranquilidade de que dormirão em suas camas.
Precisamos ter de volta o direito de bater um papo em nossas calçadas. De chegar na casa de um amigo e desembarcar eembarcar no carro sem correr com medo de alguém nos surpreender.
Quantos passaram por isso?
Quantos passarão?
Meu respeito aos que não irão concordar, e mais ainda aos que estiveram juntos conosco, hoje.
Paz e bem!
Sou Daniel Grospim Lopes, do partido da PAZ e da EDUCAÇÃO.
Daniel Lopes – Webleitor e empresário.
* Foto de Ebelardo Freitas
Por Paulo Pinto
Foi bonita a festa da PAZ em Mossoró.
Sem as surradas “palavras de ordem “.
Sem lideres ou liderados.
Sem radicalismo.
Sem sectarismo. Sem violência.
Na PAZ e pela PAZ Mossoró amanheceu cantando e vai dormir com o eco da voz do movimento que nasceu do povo, com povo e para o povo.
Mesmo que uns poucos não queiram…
Paulo Pinto é repórter social em “O Mossoroense”
Por Gilberto Gil
A paz invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais
A paz fez um mar da revolução
Invadir meu destino; A paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz
Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz
Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos “ais”
* A foto, linda e representativa, é do meu querido amigo jornalista/fotógrafo e ativista social incansável Cézar Alves, extraída de sua sensibilidade.
A imagem diz tudo. Mossoró quer paz.
Chegaaaaa!!! de violência!
Por Raimundo Nonato Sobrinho (Cinquentinha)
O movimento pela paz intitulado de “Chega Mossoró” – queremos paz – foi realizado nesta manhã de sábado em clima de paz em Mossoró, o que é muito bom para nossa cidade e serve de exemplo para o Brasil.
Não foi um movimento que trouxe a maioria dos mossoroenses às ruas, mas já foi suficiente para chamar a atenção dos políticos.
O Movimento foi importante, mas não é suficiente para mudar o quadro de insegurança que tomou conta da cidade.
É preciso ter consciência que sem uma reforma no Código Penal nada mudará. Precisamos de leis mais enxutas e objetivas que dêem ao judiciário condições de mandar para a prisão e manter criminosos fora da sociedade.
Para isso é preciso implantar a prisão perpétua para corruptos e criminosos presos por prática de crimes hediondos, confiscar os bens e os direitos políticos desses criminosos para sempre, ao invés do que se tem feito ultimamente que é só dar indulto para criminosos de alta periculosidade.
Raimundo Nonato Sobrinho (Cinquentinha) – Webleitor, servidor público e ex-candidato a prefeito de Mossoró pelo Psol nas eleições de 2012.
Chega de violência em Mossoró. O Movimento Chegaaaaa!!! está nas ruas do centro de Mossoró.
A mobilização que começou na Internet, agora ocupa o centro da cidade de forma pacífica. É um protesto que envolve a sociedade civil organizada, a partir do Sindicato do Comércio Varejista (SINDIVAREJO) e populares de todos os matizes.
Todos somos vítimas da violência urbana, sem exceção.
O cidadão comum não aguenta mais ser assaltado, não suporta mais tantos assassinatos (quase 100 até aqui em 2013), sequestro, furtos/roubos etc.
Ordeira, pacífica, outrora bucólica e preguiçosa, Mossoró virou paraíso da bandidagem, do crime organizado e desorganizado. Do terror.
Não temos mais o direito de ir e vir.
O simples hábito de conversa à calçada está proibido.
O bem privado e o patrimônio público sob ameaça.
Então, Gládio à mão; à luta.
Mossoró reage à violência empunhando a bandeira da indignação, sob a flâmula branca da paz.
“O verdadeiro espírito de revolta consiste justamente em exigir a felicidade aqui na vida.”
Henrik Ibsen
O juiz José Herval Sampaio Júnior – da 33ª Zona Eleitoral – consegue a proeza de desagradar os dois lados de uma mesma moeda. É coisa rara em Mossoró e em sua política maniqueísta e provinciana.
Os dois esquemas do clã Rosado que bipolarizam a política paroquial mossoroense andam insatisfeitos com sua postura e sentenças.
Até aqui, Herval cassou em três decisões – originárias das eleições do ano passado – as candidatas Larissa Rosado (PSB), da oposição, e Cláudia Regina, da situação.
Larissa, com uma decisão. Cláudia já empilha duas.
Suspeição
Em pronunciamento na Assembleia Legislativa, a deputada Larissa – derrotada no pleito do ano passado – resmungou quanto aos argumentos sustentados por Herval à sua cassação. Foi incisiva.
Em pronunciamento aparteado por outros colegas de Casa, disse que ele teria cometido profundo equívoco ao avaliar que suposto uso de meios de comunicação, por ela, teriam desequilibrado disputa que na verdade terminou “premiando” Cláudia.
Com Cláudia, as estocadas em Herval são mais contundentes. Seus advogados alegaram sua incapacidade de continuar julgando matérias relativas ao prélio de 2012, devido hipotética falta de imparcialidade.
Empurraram a suspeição para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Antes disso, na primeira sentença contra Cláudia, Herval teve que conviver com desgastante despacho de outro colega de magistratura, o juiz Pedro Cordeiro Júnior da 34ª Zona Eleitoral, que o substituiu na 33ª Zona.
Pedro suspendeu os efeitos da peça assinada por Herval. Tudo voltou à estaca zero.
Por Ciro Marques (Portal No Ar)
O juiz eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Carlos Virgílio, não precisou fazer qualquer interpretação do código processo civil, apenas o aplicou. Bom, pelo menos foi isso que o magistrado que ele afirmou em contato com o portalnoar.com para explicar a decisão que suspendeu, poucas horas após a sentença, a cassação da prefeita de Mossoró, Cláudia Regina, do DEM, e do vice Wellington Filho, do PMDB.
“É uma questão muito simples: ajuizaram uma espécie de recurso, que é a exceção de suspeição, suscitando que o juiz eleitoral (Herval Sampaio, autor da decisão) tinha interesse pessoal no processo. Então, de acordo como o artigo 253, inciso 3° do Código de Processo Civil, o processo está automaticamente suspenso e decidi apenas confirmando isso. Era algo que tinha que fazer respeitando o Processo Civil”, afirmou ele, confirmando a versão já antecipada pela advogada de Cláudia Regina, Izabel Fernandes.
Mais cedo, a advogada tinha explicado ao portalnoar.com que a defesa tinha entrada com um pedido de exceção de suspeição a Herval Sampaio no processo. Ele negou e encaminhou para a análise do TRE. O problema é que Herval teria que esperar o Tribunal julgar para poder da continuidade na análise da ação. Mas não fez isso.
Encaminhou o processo e proferiu a sentença, cassando pela segunda vez a prefeita de Mossoró, Cláudia Regina, e o vice, Wellington Filho – determinando também a inelegibilidade deles por oito anos e, ainda, a realização de uma nova eleição na cidade.
O processo deve ficar suspenso até que o TRE decidir se Herval Sampaio é ou não suspeito, ou seja, se ele tem ou não motivações pessoais no processo.
“É importante lembrar que ao suspender a decisão eu não entrei no mérito da ação. Eu sou o relator desse processo, mas só entrarei mais na frente nesse quesito. Já pedi o parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE) e espero que chegue o mais breve possível para que possamos dar andamento ao caso”, afirmou Carlos Virgílio.
Nota do Blog – Webleitores ligam para meus fones e mandam email querendo explicações didáticas sobre esse novo encolhe-estica judicial.
Simplificadamente, sem rodeios, pode ser dito o seguinte: Carlos Virgílio suspendeu o andamento do novo processo de cassação, até que o plenário do TRE julgue a procedência da suspeição ou não do juiz Herval, conforme alegado pela defesa de Cláudia Regina e Wellington Filho.
A sentença de hoje de manhã tem seus prazos suspensos, mas a partir do que decidir o TRE, a demanda segue tramitação.
Não há derrubada de sentença, visto que sequer ocorreu apreciação de recurso interposto pela parte ré.
Há muita desinformação e má-fé na cobertura desse lengalenga, que infelizmente apenas contribuem para confundir.
Um dos pontos importantes para garantir a tranquilidade de quem vai à festa tem sido o sistema de segurança, montado através da parceria entre a Prefeitura Municipal de Mossoró e o Governo do Estado. Para se ter uma ideia, 31 câmeras com imagens em tempo real monitoram um raio de 3 quilômetros no entorno dos locais onde ocorrem os festejos juninos.
A prefeita Cláudia Regina (DEM) foi, na noite desta sexta-feira, conhecer o funcionamento do Centro de Comando e Controle, área onde está concentrada a base de monitoramento da segurança do Mossoró Cidade Junina. O monitoramento por câmeras é controlado pelo Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (CIOSP) da Polícia Militar, com visão geral e ampla dos pontos mais vulneráveis da cidade.
Através de contato direto com as equipes policiais que estão na rua, abordagens são realizadas em questão de minutos.
Aldair Rocha
“Isso garante uma eficiência muito grande nas ações policiais, dando segurança ao cidadão e tranquilidade para que ele possa aproveitar a festa com toda a família”, disse o Major Macedo, coordenador do Ciosp durante apresentação do sistema à prefeita Cláudia Regina.
O secretário estadual da Segurança Pública, Aldair Rocha, acompanhou a prefeita até o Centro de Comando, localizado no Teatro Municipal Dix-Huit Rosado. Com ele, várias autoridades policiais do município.
Para a prefeita Cláudia Regina, o sucesso deste trabalho é possível através da sintonia com que polícias Civil, Militar e Federal tem atuado com a prefeitura, através da Guarda Civil Municipal.
Com informações da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Mossoró.
Em requerimento aprovado no plenário da Assembleia Legislativa, esta semana, a deputada estadual Larissa Rosado (PSB) cobra do Governo do Estado retomada das obras de duplicação da RN-013, entre Mossoró e Tibau.
A parlamentar também questiona o motivo alegado pelo Governo do Estado à paralisação (chuvas), já que a construção do Complexo Viário da Abolição, também em Mossoró, não foi interrompida e continua em ritmo normal.
“Motoristas que trafegam na rodovia se queixam da paralisação e dos transtornos da obra inacabada. Por isso, pedimos urgência na retomada dos trabalhos. Ainda faltam aproximadamente 27 quilômetros”, justifica Larissa.
Com informações da Assessoria de Imprensa de Larissa Rosado.
Baderneiros infiltrados no movimento #ProtestoNatal tentaram invadir a Governadoria na noite desta quinta-feira (20) e foi preciso a Polícia Militar usar da força para impedir.
Balas de borracha, spray de pimenta e cassetetes acabaram contendo os mais exaltados.
Mesmo assim, um grupo ateou fogo na guarita em frente à Governadoria. Ocorreram outras depredações ao patrimônio público no prédio.
Na mobilização de rua, alguns pontos da cidade tiveram depredações, como no Shopping Midway Mall que estava fechado preventivamente.
Bem antes da marcha começar, preventivamente ônibus foram tirados de circulação.
Há quem veja na medida, uma tentativa de esvaziamento do protesto e não uma decisão para salvaguardar a frota de coletivos.
Porém, o mais significativo da movimentação, foi mesmo a presença pacífica de jovens e adultos das mais variadas faixas etárias.
Estima-se presença de 20 mil pessoas na mobilização.
Com cartazes, faixas, palavras de ordem e cores que exaltavam o Pavilhão Nacional, protestaram contra corrupção, transporte coletivo, deficiência em saúde, educação, segurança pública etc.
Em Mossoró, estudantes estiveram nas ruas centrais da cidade ao final da tarde dessa quinta-feira (20), em mobilização pacífica.
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O juiz titular da 33ª Zona Eleitoral, com sede em Mossoró, José Herval Sampaio Júnior, chegou há poucos minutos à sede da Justiça Eleitoral em Mossoró (TRE), no conjunto Abolição II.
Formaliza ainda entrega de nova sentença relativa às eleições do ano passado em Mossoró.
Em 140 laudas, ele decide – outra vez – pela cassação da prefeita e do vice eleitos e empossados, Cláudia Regina (DEM) e Wellington Filho (PMDB).
O magistrado também já emitira sentença cassando a concorrente direta, deputada estadual Larissa Rosado (PSB) e seu vice Josivan Barbosa (PT), ex-reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA).
Depois o Blog acrescentará mais detalhes.
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Morreu o ex-prefeito pauferrense Aliatá Chaves de Queiroz. Seu falecimento ocorreu à noite dessa quinta-feira (20) em Mossoró, no Hospital Wilson Rosado.
A Prefeitura de Pau dos Ferros emitiu nota oficial comunicando o fato e manifestando solidariedade. Veja na íntegra abaixo:
A Prefeitura de Pau dos Ferros vem, em nome do povo pauferrense, manifestar votos de profundo pesar pela morte de um ilustre cidadão, o médico Aliatá Chaves de Queiroz. O Baiba, como era mais conhecido, faleceu na noite desta quinta-feira, 20, no Hospital Wilson Rosado, na cidade de Mossoró, onde se recuperava de um ataque cardíaco, sofrido há vários dias.
Ele foi vice-prefeito no mandato de José Fernandes de Melo no período de 1982 a 1987, assim como foi Prefeito de Pau dos Ferros por um mandato, entre os anos de 1993 a 1996, prestando relevantes serviços à sociedade pau-ferrense ao longo de toda sua vida.
Foi um homem conhecido e respeitado em Pau dos Ferros, enquanto político, pai, médico e cidadão.
O Prefeito de Pau dos Ferros, Fabrício Torquato, através do decreto N° 1284/13, decretou luto oficial na cidade, por três dias.
Pau dos Ferros, 21 de junho de 2013
Luiz Fabrício do Rego Torquato – Prefeito Municipal
Nota do Blog – Figuraça. Como administrador, um completo fracasso. Mas como figura humana e médico, certamente alguém incomum, despojada e aberta à crença de que todos somos iguais.
Tenho lembrança, em especial, de uma rara entrevista com ele.
Início dos anos 90, em Pau dos Ferros, consegui fazer uma entrevista de página inteira com Aliatá, num bate-papo que foi se descontraindo e valeu ótimo material.
Era de poucas palavras. Foi amado pelos mais pobres e às vezes visto como um estranho entre os mais afortunados, em face de seu perfil largado.
Que descanse em paz.