terça-feira - 06/05/2025 - 09:22h
Operação Sem Desconto

Anotações do ‘Careca do INSS’ incriminam ex-chefe do órgão

"Careca do INSS" é nome estratégico no esquema bilionário (Fotomontagem do G1)

“Careca do INSS” é a ponte para avanço da PF nas investigações (Fotomontagem do G1)

Do Canal Meio e outras fontes

A Polícia Federal trata os 20 cadernos grandes de brochura e capa dura apreendidos no escritório de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, como as provas mais graves colhidas na primeira fase da Operação Sem Desconto. As informações são da colunista Malu Gaspar.

As anotações diárias da secretária de Antunes oferecem detalhes das atividades do operador, apontado pela PF como responsável por pagar a propina das entidades que fraudaram as aposentadorias para os funcionários do INSS.

Entre os registros, estão “Virgilio 5%” e “Stefa 5%”, que a PF acredita se referir aos pagamentos feitos ao procurador-geral do INSS, Virgílio Oliveira Filho, e ao ex-presidente do instituto, Alessandro Stefanutto. Os dois foram afastados dos cargos pela Justiça na semana passada. Já haviam sido encontrados indícios de que Virgílio ganhou um carro de luxo  da quadrilha, mas ainda não havia evidências de repasses para Stefanutto. (Globo)

Mais embaraços

E sucedem-se os desconfortos envolvendo Wolney Queiroz, escolhido por Lula para substituir Carlos Lupi no Ministério da Previdência. Em 2021, quando era deputado pelo PDT de Pernambuco, Queiroz foi um dos cinco signatários de uma emenda que afrouxou as regras de controle sobre descontos associativos em aposentadorias e pensões, exatamente onde ocorreu a fraude. A emenda a uma Medida Provisória elevou de um para três anos o prazo de revalidação dos descontos. (UOL)

Deputados e senadores da oposição pretendem protocolar hoje o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as fraudes no INSS. De acordo com os articuladores do pedido, já foram confirmadas 211 assinaturas, sendo 182 deputados e 29 senadores.

Mas, para que a comissão saia do papel, é preciso que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que viaja com o presidente Lula para a Rússia, leia em plenário o requerimento. A oposição decidiu pela CPMI após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), alegar que uma CPI teria de entrar na fila atrás de outros 11 requerimentos, e apenas cinco comissões desse tipo podem funcionar simultaneamente. (CNN Brasil)

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terça-feira - 06/05/2025 - 09:00h
Economia

Um negócio de grande vulto está sendo costurado

Diálogo está avançado, mas aguardamos desfecho (Imagem gerada com recursos de IA para o BCS)

Diálogo está avançado, mas aguardamos desfecho (Imagem gerada com recursos de IA para o BCS)

Um negócio de grande vulto está sendo costurado em Mossoró.

Acompanhamos bastidores.

Não antecipamos qualquer outra informação, para preservar a própria natureza das negociações e evitarmos o anúncio sem maior consistência e embasamento fático.

Checamos fontes credenciadas. Mas, não é o suficiente para publicarmos nada como certo, definitivo e selado.

Seguimos.

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terça-feira - 06/05/2025 - 08:44h
Imposto de Renda

Maioria dos potiguares ainda não enviou declaração do IRPF 2025

Imposto de Renda tem exigências que precisam ser obedecidas (Foto ilustrativa)

Declaração do Imposto de Renda deve ser apresentada até o dia 30 de maio (Foto ilustrativa)

A menos de um mês do fim do prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2025, mais da metade dos contribuintes potiguares ainda não acertou as contas com o Leão.

Segundo dados da Receita Federal atualizados até esta segunda-feira (5), apenas 211.761 declarações foram enviadas no Rio Grande do Norte — o que representa 45% do total esperado, de 469.194.

A data limite para envio termina no dia 30 de maio e quem perder o prazo estará sujeito a multa mínima de R$ 165,74 ou 1% ao mês sobre o imposto devido, limitada a 20% do valor total.

A declaração do Imposto de Renda pode ser feita por três canais: pelo Programa Gerador da Declaração (PGD), disponível para computadores; pelo aplicativo Meu Imposto de Renda, para smartphones; ou ainda pelo portal e-CAC, acessado com login Gov.br. Para quem já declarou em anos anteriores, também é possível importar os dados da declaração anterior, desde que utilize o mesmo canal.

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terça-feira - 06/05/2025 - 08:20h
RN

Governo instala Comissão do Concurso para Auditores Fiscais

Governadora fez anúncio nessa segunda-feira (Foto: Sandro Menezes)

Governadora fez anúncio nessa segunda-feira (Foto: Sandro Menezes)

Após duas décadas sem realização de concurso público para a carreira de Auditor Fiscal, o Governo do Rio Grande do Norte instalou, nesta segunda-feira (5), a Comissão responsável pela organização do novo certame, que terá 50 vagas. A iniciativa representa um marco para a valorização da administração tributária e atende a um compromisso firmado com a categoria, disse a governadora Fátima Bezerra (PT).

Ao lado de secretários, procuradores e dirigentes sindicais, bem como dos membros da Comissão, a governadora Fátima Bezerra destacou a relevância do concurso para o equilíbrio fiscal e a justiça tributária no Estado.

Segundo a governadora, o edital para suprir as 50 vagas na carreira de Auditor Fiscal do Tesouro Estadual deve ser publicado até agosto de 2025. O processo seletivo será realizado em duas etapas: provas objetiva e discursiva, seguidas de curso de formação. A expectativa é que a homologação aconteça até fevereiro de 2026.

O concurso decorre de acordo firmado entre o Governo do Estado e o Sindicato dos Auditores Fiscais do RN (SINDIFERN), sob mediação da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e da Secretaria da Fazenda (Sefaz), em reconhecimento à necessidade de recompor os quadros da fiscalização tributária. Atualmente, são 292 auditores fiscais em atividade e 115 em abono de permanência. O certame também estará fundamentado em um Projeto de Lei que trata da reestruturação da carreira, reduzindo o número de cargos previstos de 590 para 390.

A Comissão do Concurso será coordenada pela Secretaria de Estado da Administração (SEAD), responsável pela condução dos certames do Executivo Estadual. “Nosso objetivo é garantir um concurso público de alto nível técnico e que fortaleça a capacidade de atuação do Estado. Vamos trabalhar para cumprir essa agenda tão importante para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte na parte da arrecadação tributária”, disse o secretário da Administração, Pedro Lopes.

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terça-feira - 06/05/2025 - 07:48h
Vamos!

Circuito Aventura de Expedições 4×4 – Etapa Serra-Mar está agendado

Banner de divulgação

Banner de divulgação

Você quer aventura e adrenalina? Agende-se, então. O “Circuito Aventura de Expedições 4×4 – Etapa Serra-Mar” está engatilhado para proporcionar isso e muito mais. A promessa é de quem comanda essa iniciativa, com experiência de incontáveis jornadas: Cláudio Garcia da Ctec Eventos Esportivos.

Serão 180 km de trilhas a serem percorridos em 6h, proporcionando também diversão, contato com a natureza, competitividade e congraçamento com pessoas diversas, que nutrem paixões parecidas.

Será um trecho entre Mossoró, Areia Branca e Serra do Mel.

Será usado o método de “Regularidade” onde cada competidor larga com sua planilha e tempo a ser cumprido. Serão duas categorias competindo (Graduados e Iniciantes) e uma desfrutando das trilhas e paisagens (Turismo).

Programação

Dia 10/05 (sábado) a partir das 8h, na Povel Fiat Mossoró, Curso de Navegação. Serão abordados os componentes da planilha e detalhados cada um deles, para em seguida ser produzida uma prova prática, aplicando os conhecimentos.

Dia 24/05 (sábado), a partir das 8h na Povel Fiat Mossoró, acontecerá a largada oficial da 1ª Etapa do Circuito, a Etapa Serra Mar.

Trilhas inéditas, paisagens incríveis e muita diversão esperando por todos.

Inscrições através do site www.wprisma.com.br/CTEC e maiores informações na página @cteceventos no número 84-98802-3622.

Então, vamos!

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segunda-feira - 05/05/2025 - 23:50h

Pensando bem…

“Que a importância esteja no teu olhar, não naquilo que olhas.”

André Gide

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  • Art&C - PMM - Maio de 2025 -
segunda-feira - 05/05/2025 - 18:24h
Natal

Prefeito de Assú recebe alta hospitalar

Print com reprodução de boletim médico/nota da PMA

Print com reprodução de boletim médico/nota da PMA

O prefeito de Assú, Lula Soares (Republicanos), recebeu alta hospitalar nesta segunda-feira (05). Estava internado no Hospital da Unimed, em Natal, após diagnosticado de dengue hemorrágica.

Dia 27 último, ele foi internado em Mossoró, no Hospital Wilson Rosado. No dia seguinte, segunda-feira (28), foi transportado para Natal.

O gestor agora vai se recuperar em casa, seguindo orientação da equipe médica responsável por seu tratamento.

Por recomendação médica, seguirá tratamento em repouso domiciliar nos próximos dias.

“A Prefeitura do Assú agradece a todas as manifestações de carinho, orações e mensagens positivas enviadas pela população. Em breve, Lula Soares estará de volta ao seu ritmo habitual de trabalho, com o compromisso e dedicação de sempre ao povo assuense”, assinala nota da Prefeitura de Assú.

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segunda-feira - 05/05/2025 - 15:20h
Série D

América chega à liderança com vitória fora de casa

Vitória do Mecão. O América venceu o Central-PE por 2 a 1, na tarde desse domingo (4), no estádio Lacerdão, em Caruaru-PE.

A partida foi válida pela terceira rodada do Brasileiro da Série D, no Grupo C da competição nacional.

O América abriu o placar num golaço de fora da área com Ferreira. Mas, no segundo tempo, o Central empatou com Augusto Potiguar de falta. Outro golaço.

O estreante Salatiel fez o gol da vitória do alvirrubro de Natal, em jogada de contra-ataque.

Com a vitória, o América virou líder do Grupo C com sete pontos. Já o Central é o terceiro, com quatro pontos ganhos.

Na próxima rodada, o América vai jogar no dia 9, sexta-feira, contra o Santa Cruz em Recife.

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  • Art&C - PMM - Maio de 2025 -
segunda-feira - 05/05/2025 - 14:14h
Legislativo

MP recomenda que Câmara de Mossoró realize concurso público

Câmara vai ser ambiente para discussão de tempo muito importante (Foto: Edilberto Barros)

Câmara tem antiga desproporcionalidade entre comissionados e efetivos (Foto: Edilberto Barros/Arquivo)

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) recomendou ao presidente da Câmara Municipal de Mossoró, vereador Genilon Alves (União Brasil), a adoção de todas as providências administrativas, técnicas, legislativas e orçamentárias cabíveis para o cumprimento de um cronograma para a realização de concurso público para provimento de cargos efetivos.

A recomendação leva em consideração, entre outros pontos, a desproporcionalidade entre o número de cargos comissionados e efetivos, constatada em uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN), no ano de 2018. A inconstitucionalidade por ofensa ao princípio do concurso público já havia sido constatada desde 2013, sem que nenhuma providência tivesse sido tomada pela Casa Legislativa, para sanar a irregularidade.

As medidas que a Câmara deve tomar incluem a realização, até maio, de um estudo de dimensionamento da necessidade da força de trabalho, que deve analisar, inclusive, o número de cargos comissionados no gabinete dos vereadores. Até agosto de 2025, deverá elaborar e aprovar um projeto de lei para a criação, a transformação ou a extinção de cargos efetivos, fundamentado nas conclusões do estudo.

Além disso, as despesas relacionadas ao concurso precisam ser incluídas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, garantindo o respaldo financeiro.

Termo de Referência

Outro passo indicado na recomendação é a elaboração do Termo de Referência para a contratação da banca examinadora, com conclusão até outubro deste ano. Em seguida, a licitação para contratação da banca terá que ser realizada até janeiro de 2026, com critérios claros, transparência e economia.

Foi orientado que a publicação do edital do concurso, por sua vez, ocorra em março de 2026, de forma ampla e acessível, detalhando requisitos e etapas, seguida pelo processamento das inscrições (até junho de 2026), observando princípios de publicidade e isonomia. Por fim, a aplicação das provas, com a homologação do resultado final e a convocação dos aprovados para agosto de 2026.

Caso haja impossibilidade de concretização de qualquer etapa prevista no cronograma, em razão de impedimento na legislação eleitoral no ano de 2026, tão logo superado o período vedado as etapas devem ser concretizadas a partir do mês seguinte ao fim da vedação.

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segunda-feira - 05/05/2025 - 12:52h
Operação Sal Grosso

Prescrição penal livra ex-vereadora Izabel Montenegro de prisão

Izabel pronunciou-se em nota (Foto: arquivo/Edilberto Barros)

Izabel Montenegro teve pena encolhida no TJ e passa a contar também com benefício da prescrição (Foto: arquivo/Edilberto Barros)

A ex-presidente da Câmara Municipal de Mossoró Izabel Montenegro (MDB) livrou-se das condenações judiciais que carregava, com penas que se aproximavam de 40 anos de prisão (veja AQUI e AQUI). O Tribunal de Justiça do RN (TJRN) considerou que não obstante culpada, ela tem o benefício da prescrição penal.

A tentativa de Embargos de Declaração em Apelação Criminal n° 0121290-69.2013.8.20.0106 do Ministério Público do RN (MPRN) não foi acolhida.

A posição pelo TJRN no âmbito da Câmara Criminal também beneficia outros familiares da ex-vereadora, que tinham condenação. O TJRN já havia reduzido drasticamente decisão de primeiro grau que sentenciou Izabel Montenegro a 30 anos e um mês de reclusão, encolhendo-a para sete anos e 23 dias.

Izabel Montenegro era ré por crimes de peculato e corrupção passiva, a partir da denominada “Operação Sal Grosso” – deflagrada em 14 de novembro de 2007 (veja AQUI), pela 11ª Promotoria de Justiça de Mossoró.

Segundo os autos, Izabel Montenegro embolsava dinheiro de empréstimos contratados à Caixa Econômica Federal (CEF) por três assessores, além de empalmar remunerações de uma funcionária “fantasma,” lotada em seu gabinete. No período, ela integrava o legislativo mossoroense, presidido por Júnior da Escóssia (in memoriam).

A ex-vereadora poderá retomar seus direitos políticos, sendo novamente candidata a qualquer cargo eletivo. O que passou, passou, digamos.

Entenda

O que é prescrição – Ocorre quando o Estado deixa de exercer o seu poder punitivo dentro do tempo previsto na lei, perdendo assim o direito de aplicar a pena ao acusado

O que é peculato – é um crime praticado por funcionário público contra a administração pública, caracterizado pela apropriação ou desvio, em benefício próprio ou de terceiros, de dinheiro, valor ou qualquer bem móvel que o beneficie sob sua posse em razão da carga.

O que é corrupção passiva – Esse crime ocorre quando um funcionário público solicita ou recebe, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem indevida, ou aceita promessa de tal vantagem, em razão de sua função.

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segunda-feira - 05/05/2025 - 09:22h
2026

Fátima demarca ponto de partida e liga ‘seta’ para abrir caminho

Reunião foi para “ Alinhamento estratégico “(Foto: Carmem Félix)

Reunião foi para “ Alinhamento estratégico “(Foto: Carmem Félix)

Com reunião no fim de semana – sexta-feira (02) – que juntou toda sua equipe direta de auxiliares, a governadora Fátima Bezerra (PT) demarcou ponto de partida para 2026. Ligou a “seta” para tentar abrir caminho.

Foi denominado de “reunião de alinhamento estratégico e balanço de governo. Porém, na realidade, o foco vai além da arrumação interna e inventário administrativo.

Ela de fato começa a tentar virar o jogo, em favor do seu governo e à melhoria de sua imagem.

Por enquanto, o movimento é muito mais motivacional do que operacional.

Pesquisas realizadas no plano estadual e em vários municípios, varias delas delas recentemente, apontam que não há sinais de recuperação na imagem de governo e da governante.

Imprescindível, portanto, uma reação.

É o que Fátima Bezerra tenta.

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domingo - 04/05/2025 - 23:50h

Pensando bem…

“Não somos ricos pelo que temos, e sim pelo que não precisamos ter.”

Immanuel Kant

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domingo - 04/05/2025 - 11:04h

Lugares de ontem

Por Odemirton Filho

Imagem ilustrativa gerada com recursos de inteligência artificial do Grok para o BCS

Imagem ilustrativa gerada com recursos de inteligência artificial do Grok para o BCS

Nas noites da Mossoró da minha juventude era comum os moradores do grande Alto de São Manoel voltarem a pé depois das festas, pois não tínhamos a insegurança e violência dos tempos atuais. Era uma turma de amigos que retornava das festas da ACDP, da AABB, dos festejos de Santa Luzia ou, quem sabe, das festas do Imperial e do clube Realce.

Como hoje, logo após as farras, as pessoas faziam um lanche para voltarem as suas casas. Não existia o famoso “Sebosão”. Havia a lanchonete Big-Burg, em frente a atual Estação das Artes. No bairro Doze Anos, a lanchonete de Dedé do Sandubar, figuraça!

No Alto de São Manoel, em frente a atual loja da Olinda Pneus, existia a lanchonete de Zecão. Era ali, na maioria das vezes, que eu ia saborear um “completo”. Eu e alguns amigos aproveitávamos para resenhar, conversar sobre a noite que findava.

Não existia essa ruma de opções de hoje em dia, hamburguerias, pizzarias. Açaí? Ninguém conhecia por essas bandas.

Lembrei desses fatos, pois soube há alguns dias, por meio do meu querido amigo Marcos Ferreira, do falecimento de Zecão. Aliás, ele morava e ainda mantinha a lanchonete, quase vizinho a casa do nosso dileto escritor, no conjunto Walfredo Gurgel. De vez em quando eu ia por lá, e aproveitava para colocar o papo em dia com Marcos Ferreira.

Zecão fez parte da Mossoró das antigas, nos bons tempos de minha juventude. Fazia parte do rol de figuras, como Dedé do Sandubar, Alberto do Big-Burg, Zé Leão, entre outros.

A vida é passageira, e vamos construindo a nossa história com fatos e pessoas que, de alguma forma, ou em algum momento, dela fizeram parte. Sim, “quando se vê, já se passaram cinquenta anos”.

Lembro-me do Frango de Olinda; da churrascaria Kancela; Severino da Carne Assada; O Laçador; da lanchonete Tube; A Geladinha; Sorveteria do Juarez; Pizzaria Hut; lanchonete do Matú; do restaurante de Chico, no conjunto Walfredo Gurgel; do Bar do Gordo, no Paraíba.

E você, qual o lugar vem à memória?

Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos

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domingo - 04/05/2025 - 10:32h

A nossa insignificância

Por Marcelo Alves

Imagem ilustrativa gerada com recursos de inteligência artificial  do Grok para o BCS

Imagem ilustrativa gerada com recursos de inteligência artificial do Grok para o BCS

Carl Sagan (1934-1996) – astrônomo, físico, biólogo, escritor, ativista e outras coisas mais – foi um dos maiores divulgadores científicos do século XX. Autor de muitos livros, para lá de vinte, ganhou um prêmio Pulitzer com “Os Dragões do Éden” (“The Dragons of Eden”, 1977). Seu romance “Contato” (“Contact”, 1985) foi adaptado para o cinema, em 1997, com título homônimo, tendo a bela Jodie Foster (1962-) no papel da protagonista. Cuidando de um tema caro ao autor, o nosso contato com extraterrestres, o filme fez sucesso.

Mas acredito que Sagan é hoje especialmente conhecido, para além das suas contribuições para a ciência, pela série “Cosmos” (“Cosmos: a Personal Voyage”), de 1980, da qual ele é um dos roteiristas e o apresentador. A série deu ensejo a um livro que, confesso, ainda não li.

“Cosmos” segue o modelo das suas primas “Civilização” (“Civilisation”, 1969) e “A escalada do homem” (“The Ascent of Man”, 1973). Treze episódios de pouco menos de uma hora cada. E, como consta da apresentação que possuo, em DVDs, comprada em alguma livraria de Londres, ela “conta a fascinante história de como cerca de quinze bilhões de anos de evolução cósmica transformaram matéria e vida em consciência, de como ciência e civilização cresceram juntos e, ainda, das forças e indivíduos que ajudaram a formatar a ciência moderna”.

Estou agora revendo, encantado, a dita cuja, como havia feito, nos anos 1980, adolescente, com o meu pai. Até sugeri a ele (meu pai) fazer o mesmo. Mas recebi como resposta: “Não, ela está datada”. Não sei de onde ele tirou todo esse conhecimento de astrofísica e da estrutura do DNA para dizer que “Cosmos” está “datada”. Vá lá. Existem mais mistérios entre ele e eu do que ousa perguntar a minha vã valentia. De toda sorte, a minha versão de “Cosmos” é de 2009, restaurada e remasterizada digitalmente, com “science updates” de bônus.

Já consegui assistir a dois episódios. Foi o suficiente para tirar um par de conclusões: a nossa insignificância cósmica e a nossa fragilidade como espécie e como indivíduos. Nesses dois episódios, Sagan, na sua “Espaçonave da Imaginação”, nos mostra um Universo com trilhões de galáxias e viaja dos confins deste (se é que o infinito tem “confins”), explicando as origens das estrelas, dos planetas e de maravilhas mais, passando pelo Grupo Local de galáxias, onde estão a vizinha Andrômeda e a nossa Via Láctea, entrando no Sistema Solar e chegando à querida Terra. Somos um grão de areia na imensidão cósmica.

Ele também discute a criação da vida. Das moléculas da vida, especulando se “nasceram” aqui entre nós, na Terra, ou se vieram de mundos distantes. E a origem bioquímica comum de todos os organismos terrestres nos leva à história da seleção natural e da seleção artificial. Genética, replicação e mutação. Caminhamos, alguns ficando no meio do caminho (como os gigantes dinossauros), e chegamos, por sorte e por diferenças, com a nossa inteligência, aonde estamos. Ainda assim, no calendário cósmico, nós humanos ocupamos apenas uns poucos segundos. Somos também insignificantes no tempo. Origem dos mundos e origem da vida, sabemos tão pouco.

Doutra banda, mesmo as nossas mais valiosas conquistas são perecíveis, a longo prazo ou num piscar de olhos. A série fala da escola e da Biblioteca de Alexandria, a mais badalada da Antiguidade, onde estudaram, nos seus papiros, gênios como Eratóstenes (276-194a.C.), Euclides (circa 300a.C.), Arquimedes (287-212a.C.), Ptolomeu (90-168) e, mais adiante, Hipátia (351/370-415), a primeira filósofa e matemática da história. Mesmo guardiã de tanto saber, a biblioteca foi destruída, talvez incendiada. Tudo perece, fato. Embora eu também tenha visto que a história da famosa biblioteca volta no último capítulo da série. Ansioso por lá chegar, na esperança de um renascimento.

Por fim, a própria vida/morte de Carl Sagan nos dá um alerta. Ele morreu jovem. 62 anos. Uma neoplasia na medula. Uma pneumonia oportunista. Nem toda ciência, dele e da medicina, foi capaz de contornar os desígnios de Deus ou do Cosmos.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República, doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL e membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL

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domingo - 04/05/2025 - 09:24h

O que aprendemos com a prisão de Collor de Mello

Por Rafael Mafei (Especial para a revista Piauí)

Collor de Mello sofreu processo de impeachment (Foto: Paulo Fridman/Sygma via Getty Images)

Collor de Mello sofreu processo de impeachment (Foto: Paulo Fridman/Sygma via Getty Images)

“Eu vim para enterrar César, não para louvá-lo”, diz o general Marco Antonio na peça Júlio César, de Shakespeare. A famosa citação foi relembrada por Fernando Collor de Mello em 15 de março de 2007, quando ele assumiu o mandato de senador por Alagoas e pôs fim a quinze anos de ostracismo. No plenário do Senado, o ex-presidente discursou por três horas e meia, defendendo sua versão dos fatos que levaram ao processo de impeachment contra ele. Falou sobre “a tortura, a angústia e o sofrimento” que enfrentara. A citação a Shakespeare fechou o solilóquio. “Eu vim para sepultar, com a permissão de vossas excelências, essa dolorosa lembrança.”

Na sexta-feira (25 de abril), Collor deixou a superintendência da Polícia Federal em Maceió rumo ao presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira. Muito mais do que em 2007, parece que só agora foi sepultada a dolorosa lembrança de sua presidência e dos primeiros tropeços da Nova República, que, como sabemos, não foram poucos.

Collor foi um dos muitos políticos que souberam surfar habilmente a transição da ditadura para a democracia. Começou a carreira à sombra do pai, Arnon, que foi suplente de deputado federal, governador e senador por Alagoas. Em quase trinta anos de vida pública, Arnon acumulou não apenas influência política na Arena, partido de sustentação da ditadura pelo qual seu filho Collor militou a partir dos anos 1960, mas também outras vantagens que costumavam beneficiar políticos e empresários alinhados ao regime, como concessões públicas de rádio e televisão.

Arnon não viveu para testemunhar como os conflitos pelo controle dessas empresas de mídia levaram seu filho caçula, Pedro, a fazer denúncias públicas que desaguaram no processo de impeachment contra seu primogênito. Até esse dia chegar, Collor viveu uma ascensão veloz na política, disfarçando com jovialidade o atraso e o conservadorismo que representava. O ex-presidente fez o país acreditar que ele era em tudo diferente, e melhor, do que os políticos brasilienses – mesmo daqueles que, ao contrário dele, haviam lutado pela democracia e pagado o duro preço de ser oposição à ditadura.

Ulysses Guimarães, patrono da Constituição, cheirava a naftalina perto do presidente que fazia jogging e pilotava um veículo aquático chamado jet ski, que àquela altura a maioria dos brasileiros sequer conhecia. No primeiro turno da eleição de 1989, o candidato que chegara à corrida presidencial como um desconhecido ex-prefeito de Maceió e ex-governador de Alagoas teve quase sete vezes mais votos do que Ulysses. No segundo turno, com ajuda de uma cobertura de imprensa enviesada em seu favor, superou Lula por 4 milhões de votos.

Na presidência, Collor foi em alguns sentidos pioneiro. Muito antes de Donald Trump e Steve Bannon adotarem a estratégia de choque e espanto (shock and awe), que consiste em despejar um sem número de políticas que desorientam oposição e imprensa, o mandatário alagoano tomou posse prometendo medidas que deixariam “a esquerda perplexa e a direita indignada”. Promessa cumprida. No primeiro dia do mandato, em março de 1990, Collor editou 22 medidas provisórias e nove decretos, implementando, entre outras coisas, o mais radical plano econômico da história do Brasil. O fracasso retumbante desse plano colaborou depois para sua derrocada.

Mas o maior legado que Collor deixou para nós foi, com alguma ironia, seu impeachment. Tratava-se de um processo pioneiro não só no Brasil, mas na América Latina. Inaugurou-se ali um mecanismo político que, como apontou o cientista político argentino Aníbal Pérez-Liñán, se tornou a nova face da instabilidade política no continente. A interrupção de mandatos presidenciais por atos legislativos substituiu os métodos violentos de outrora, como assassinatos e golpes militares.

O processo contra Collor não foi conduzido sobre bases frágeis e falsos pretextos, como ocorreu com Dilma Rousseff. Tampouco foi um episódio que enfraqueceu um partido importante do sistema político brasileiro, nem deixou traumas e ressentimentos sociais duradouros. Sabendo que a condenação e o afastamento de Collor eram questão de tempo, as autoridades encarregadas, principalmente o Supremo Tribunal Federal – naquela época um tribunal contido, composto por ministros desconhecidos do grande público e unanimemente respeitados na comunidade jurídica –, definiram rapidamente os ritos do processo na Câmara e no Senado, conferindo clareza e segurança jurídica para o deslinde da ação. Com exceção de algumas pequenas alterações definidas muitos anos depois, o rito fixado no caso Collor ainda hoje rege os processos de impeachment presidencial no Brasil.

Entre essas regras está o que chamamos de independência de instâncias, segundo a qual o processo no Senado não se confunde, nem depende, de processos paralelos que corram em outros foros. Por essa razão, Collor pôde, sem contradição, sofrer impeachment e ser absolvido no processo criminal ao qual respondeu no Supremo.

O ex-presidente era acusado de usar contas fantasmas para receber milhões de dólares de Paulo César Farias, o PC, figura obscura que trabalhou como tesoureiro na campanha presidencial de Collor. Documentos e testemunhas apontavam que as tramoias de PC beneficiaram diretamente o ex-presidente, inclusive com pagamentos de despesas pessoais de sua casa. No julgamento político, no Senado, Collor foi condenado e perdeu o mandato: além das vantagens financeiras comprovadas (que, a bem da verdade, eram insignificantes comparadas à sua fortuna familiar), pesou contra o presidente a indignidade trazida para o cargo – não apenas por Collor ter feito de um trambiqueiro como PC Farias a figura central dos negócios da República, mas também por seu comportamento errático durante a crise.

A cada nova descoberta incriminadora, Collor fornecia explicações que eram logo desmentidas por documentos ou testemunhas, fazendo-se parecer dissimulado e indecoroso.

O escândalo, depois disso, teve desdobramentos criminais. Collor teve de responder no STF, com outros oito réus, a uma ação penal por três imputações de corrupção passiva. Numa época em que o Brasil sequer tinha uma legislação sobre interceptações telefônicas, parte das provas colhidas contra o ex-presidente foi anulada. O Supremo entendeu que a gravação de uma conversa usada contra Collor fora obtida ilegalmente, assim como os registros da memória de computadores.

Os ministros também concluíram não haver prova de que, por meio de um ato presidencial, Collor havia compensado as vantagens recebidas. Essas considerações, que resultaram na absolvição de Collor, dificilmente teriam lugar no STF atual, pois mudaram tanto as leis quanto a disposição do Judiciário para usar o direito penal contra próceres do sistema político.

A condenação que levou Collor à prisão na semana passada nada teve a ver com os fatos que levaram ao seu afastamento da presidência. Foi, em vez disso, um desdobramento das grandes operações de combate à corrupção, que atingiram em cheio o alto empresariado e a política brasileiro nos anos 2010. Esse capítulo da Nova República deve muito à Constituinte de 1985, que deu poderes e independência inéditos ao Ministério Público. Deve também ao desenvolvimento de outros órgãos de investigação e controle, sobretudo os que monitoram transações financeiras.

Quase nada disso existia quando Collor escapou de sua primeira acusação criminal por corrupção. Desta vez foi diferente. Provas documentais de repasses feitos ao ex-presidente foram encontrados em posse do doleiro Alberto Youssef. Comprovou-se, além disso, que o senador atuou para garantir contratos ilegais junto à BR Distribuidora. A condenação por lavagem de dinheiro, que ajudou a levar Collor à cadeia, foi embasada em uma lei que sequer existia nos tempos de PC Farias.

Outra diferença fundamental entre esses dois momentos históricos é que, de uns anos para cá, a Justiça brasileira conheceu as alegrias e tristezas de protagonizar grandes empreitadas anticorrupção. Um tribunal célebre pela maneira como se expõe publicamente, seja como instituição ou por iniciativa pessoal de seus ministros, percebeu que há louros a serem colhidos por uma performance pública de justiça – e poucas coisas geram tanto engajamento, para usar uma palavra da moda, quanto colocar na cadeia um político percebido por todos como um representante da linhagem “como pode esse cara nunca ter sido preso?”. O difícil, nessa arte, é saber equilibrar o espetáculo da comunicação pública com as exigências jurídicas de um processo criminal legítimo, conduzido em obediência às regras do devido processo.

Neste caso, infelizmente para Collor, é difícil contestar o julgamento. Por ter corrido do começo ao fim no STF – já que o ex-presidente exerceu cargo de senador entre 2007 e 2023 e tinha foro privilegiado –, a ação penal contra ele não sofreu as mesmas máculas que prejudicaram os inquéritos da Lava Jato vindos de instâncias inferiores. Em maio de 2023, oito dos onze ministros do Supremo concluíram haver indícios robustos contra Collor, que foi condenado então a 8 anos e 10 meses de prisão.

Semiaberto

Seguiu-se uma série de recursos que terminaram na semana passada, quando o ministro relator do processo, Alexandre de Moraes, ordenou a prisão do ex-presidente. A decisão foi referendada pelo plenário na segunda-feira (28). Nessa quinta-feira, 1º maio, Moraes concedeu o regime semiaberto em caráter humanitário a Collor.

Eis uma importante lição que essa condenação nos deixa: nas ações que correm no STF do começo ao fim, a margem para questionamentos de natureza processual é consideravelmente menor. Questões de incompetência territorial, como as que anularam as ações contra Michel Temer na Justiça Federal do Rio de Janeiro, simplesmente não existem em casos assim. Mas não só isso: nesses processos, a autoridade que pode eventualmente reconhecer uma nulidade processual é a mesma que a causou – isto é, o próprio Supremo. Não há outra instância à qual recorrer, sobretudo em casos como o de Collor, que foi julgado diretamente no órgão máximo do tribunal, o Pleno.

A impossibilidade de recorrer é uma mitigação do direito de defesa que, há muitos anos, rende reclamações justas. Isso poderia ser atenuado por meio de reformas legislativas e regimentais, mas nem Congresso nem Supremo dão sinais de que tomarão providências. Não é bom agouro para Jair Bolsonaro.

Rafael Mafei é advogado e professor de Direito na USP e na ESPM. Publicou Como Remover um Presidente: Teoria, História e Prática do Impeachment no Brasil (Zahar)

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Categoria(s): Artigo / Opinião
domingo - 04/05/2025 - 08:28h

Boi Café

Por Bruno Ernesto

Talhão de café, Fazenda Rio Grande (Foto do autor da crônica)

Talhão de café, Fazenda Rio Grande (Foto do autor da crônica)

Nos últimos meses o café tem sido o centro de muitas notícias, desde questões relacionadas aos benefícios de sua ingestão, estilo de vida, tradição e, em especial, as questões relacionadas ao declínio de sua produção, aumento da demanda e a consequente disparada nos preços desse elixir que o mundo inteiro aprecia.

Tudo, absolutamente tudo, gira em torno dele. Se não concorda, é melhor sentarmos e discutirmos a questão enquanto tomamos um cafezinho.

Abstraindo todas essas questões, aproveitando o feriado do Dia do Trabalhador, juntei minha família e fomos conhecer a Fazenda Rio Grande, onde fica o cafezal mais antigo e ainda ativo do estado do Rio Grande do Norte, e que está encravado a 670 metros de altitude no município de Jaçanã, bem no topo da serra do Cuité, na divisa com o estado da Paraíba.

Durante o trajeto, percorremos o estado de uma ponta a outra, subindo serras e rasgando o sertão, que está verdinho e exuberante.

Após a calorosa recepção, e já deliciando um saboroso café mais que especial, recém-torrado, moído e preparado ali mesmo na entrada, rumamos para o cafezal e fomos conhecer aquele paraíso.

Conhecendo um pouco da história da fazenda, o seu responsável, Diogo Jeremias, nos contou que o plantio do cafezal teve início em 1981, e que após mais de duas décadas, houve um período de letargia em sua produção, só tendo sido efetivamente retomada com a eclosão da pandemia da Covid-19, época que retraçou os planos de muitas pessoas no mundo inteiro e o local, além de refúgio para a família, serviu como recomeço da atividade cafeeira.

Enquanto caminhávamos no cafezal, Diogo falava todos os detalhes da produção do café, bem como as técnicas de manejo, detalhes com microclima, em especial a necessidade de sombreamento do cafezal para proporcionar uma produção de excelência e consistente do café arábica lá produzido.

Ele me mostrou a enorme diferença no desenvolvimento dos pés de café que crescem sombreados por enormes cajueiros e os que não são, ainda que a temperatura local se mantenha em agradáveis 25 ou 26 graus Célsius em pleno meio dia.

Também notei que alguns bois e vacas bem nutridos e vistosos, ao longe, descansavam calmamente debaixo das copas dos enormes cajueiros em meio ao cafezal.

Por um instante – talvez pelo adiantado da hora e a fome já dando notícias – fiquei curioso para saber se eles comiam os frutos doces de café ali fartamente disponíveis, o que seria interessante, pois – imaginei -, quem sabe, o café desse um sabor especial à carne deles, tal qual os famosos porcos ibéricos têm a carne com sabor das bolotas (frutos do carvalho) que eles comem em abundância e que produzem o famosíssimo Jamón Pata Negra.

Seguindo, ao nos mostrar um outro talhão de café, percebi que esse aparentava ser bem mais jovem que os demais, e, por curiosidade, perguntei a respeito da irrigação, manejo e adubação do solo do cafezal.

Ele nos falou da necessidade de investimentos frequentes para a manutenção, melhoria e ampliação do cafezal, o que representa um enorme um desafio para quem produz cafés especiais.

Enquanto olhávamos para esse talhão jovem, ele contou que, para viabilizá-lo, precisou rifar um boi de estimação da fazenda.

Como sou apaixonado e apegado aos animais – não considere tanto o episódio do Jamón Pata Negra -, e sei que quando alguém fala que é de estimação, ainda que se trate de um boi, imaginei o quão doloroso deve ter sido desfazer dele para poder dar seguimento ao cafezal.

– E o destino do boi, Diogo?

Ele sorriu um tanto sem graça e disse que o arrematante não tinha estima pelo boi e selou o seu destino como se fosse um qualquer.

Seguimos o passo e, por breves três ou quatro segundos, perguntei a ele qual era o nome do boi de estimação.

E ele olhou sério para mim e falou seco:

– Boi Café.

Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor

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Categoria(s): Crônica
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domingo - 04/05/2025 - 07:16h

Manicômio digital

Por Marcos Ferreira

Cabeça do palhaço maluco (Fonte: Freepik)

Cabeça do palhaço maluco (Fonte: Freepik)

Desapego, quiçá altruísmo, abnegação, fidelidade ao seu destino de agregador de pinéis. Pode ser tudo isso e muito mais. Só sei que dessa forma, desinteressado de aplausos e lucro financeiro, o diretor deste manicômio digital, o jornalista e escritor Carlos Santos, reúne em seu blogue todos os domingos um expressivo e polimático número de malucos informais. Pois é. Temos aqui amalucados para todos os gostos e atribuições. A começar pelo próprio timoneiro desta nau psiquiátrica, que obviamente tem a sua parcela de insanidade.

Creio que alguém que bate direitinho da cachola não abraçaria essa missão de confraternizar e apaziguar mentes alvoroçadas. “Loucura! Loucura!”, diria o galáctico Luciano Huck, ele também um louco de pedra.

Claro que nem todos que orbitam em torno deste blogue são pirados. Há exceções. Especialmente no tocante aos leitores. Já alguns articulistas padecem de elefantíase do ego. Como os pavonescos Euzébio Ramalho e Gustavo Noronha, intelectuais com renome e prestígio na praça. Exibem um inegável grau de deficiência cognitiva em seus próprios artigos indecifráveis. Digo, a bem da verdade, que esses cavalheiros são mais que meros tipos egocêntricos. Tanto o senhor Ramalho quanto o senhor Noronha são profundos estudiosos de objetos voadores não identificados.

Existem aqueles que fazem questão de deixar bem claro que são doidos. É o caso, por exemplo, do meu estimado xará e jurisconsulto Marcos Araújo, o mais ilustrado e apaixonante maluco que conheço. Araújo, além de cronista invulgar, é comentarista deste espaço, ele que de quando em vez me dá a honra de emitir uma opinião construtiva sobre meus escritos.

Antes que alguém o diga, declaro que não sou nenhum alicerce de equilíbrio mental. A diferença entre mim e os pavões Ramalho e Noronha (suponho) é que estou sempre medicado e não misturo meus antipsicóticos com álcool. Aliás, não conheço o gosto de bebida alcoólica nenhuma. Muito menos posso afirmar que o senhor Ramalho e o senhor Noronha tomam remédio controlado.

Estou sóbrio desde o dia 10 de abril de 1970, há cinquenta e cinco anos. Mais de meio século remando contra as convenções sociais. E isso não tem relação com igreja evangélica nem católica, budismo, espiritismo ou candomblé. A minha sobriedade etílica, portanto, não está vinculada a nenhuma religião.

Sou desconfiado por natureza. Não boto a minha mão no fogo por esses messias e mitos que pipocam em toda parte deste país e do mundo. Enxergo tanta honestidade nessa récua de sacripantas quanto em uma cédula de trinta reais. Penso, todavia, que não somos frutos do acaso. Mas voltemos ao que de fato interessa. O papo aqui não é sobre credulidade ou descrença. Desejo abordar apenas a questão dos que possuem parafusos frouxos ou até faltando. Situação na qual possivelmente me encaixo. Meu alienista é quem pode falar melhor sobre o meu caos psicológico.

Entre os alvoroçados estão os doidos mansos, elementos deveras tranquilos, moderados, com a serenidade de um peixinho de aquário. Desse naipe aponto escribas como Bruno Ernesto, Odemirton Filho, Jessé de Andrade Alexandria, Ayala Gurgel e o delegado da Polícia Civil Inácio Rodrigues Lima Neto, sujeito de fino trato e um ficcionista dos melhores desta terra de Santa Luzia.

Um tanto mais incisivo, combativo, há o poeta e escritor de responsa François Silvestre. Em meio a esses (acho que já estou cometendo o pecado do esquecimento) não posso deixar de incluir o amigo e memorialista Rocha Neto, verdadeiro arquivo ambulante desta aldeia.

Carlos Santos, então, com a sua fleuma de monge tibetano, consegue harmonizar e socializar todas essas categorias de discípulos do saudoso Paulo Doido, cujo nome de pia é Paulino Duarte Morais, que se encantou aos sete dias de junho de 2024. Deixou para todos nós, tantãs, um robusto legado de doidices ora meio afobadas, ora bem-comportadas. Sua biografia de maluco beleza está gravada na história desta província e jamais será esquecida. Os doutores psiquiatras Dirceu Lopes e Roncalli Guimarães, que também possuem as suas neuras, ficaram desolados com o passamento de Paulo Doido. Infelizmente, apesar dos esforços, nosso editor nunca conseguiu firmar um contrato com Paulino Duarte para participar do BCS — Blog Carlos Santos.

Como os demais cronistas deste hospício, Paulo Doido teria bastante o que contar sobre suas andanças pelas ruas de Mossoró. Segundo uma fonte porra-louca, corre à boca miúda a notícia de que o diretor deste malucódromo adquiriu o passe de outro doido para jogar em nosso time de birutas. Minha fonte diz que se trata de ninguém mais, ninguém menos do que o ponta-esquerda Adélio Bispo, esfaqueador de elite predestinado. Será muito bem-vindo ao nosso manicômio digital.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica
domingo - 04/05/2025 - 05:40h

Depoimento – XIV

Por Ayala Gurgel

Imagem ilustrativa com recursos de inteligência artificial para o BCS

Imagem ilustrativa com recursos de inteligência artificial para o BCS

B.O: N° 12-7192/2021

NATUREZA: INQUÉRITO INVESTIGATIVO

DATA DA COMUNICAÇÃO: 08 DE FEVEREIRO DE 2021

COMUNICANTE: SANDRA MARIA DA CONCEIÇÃO SALDANHA

A senhora Sandra Maria da Conceição Saldanha, trinta e quatro anos, casada, enfermeira do SAMU e residente nesta freguesia, compareceu a esta delegacia e noticiou, na qualidade de testemunha, perante mim, escrivã de polícia, fatos de que tem conhecimento envolvendo a morte do senhor Bartolomeu Barbosa da Silva. A depoente disse que foi a primeira a chegar ao local e não estava de serviço naquele dia, mas aquele era seu caminho habitual para retornar ao domicílio alugado por ela e outras colegas de trabalho durante a pandemia, como forma de proteger seus familiares. Disse que passa pela rua onde se deu o acontecido três vezes por semana, e, naquele início de noite estava voltando quando ouviu três disparos, o que a deixou atenta e a fez diminuir a marcha do carro, pois não sabia de onde vinha o perigo. Que, mais adiante, avistou o corpo ensanguentado na parada de ônibus e reconheceu se tratar de uma emergência, talvez associada aos disparos ouvidos, o que a levou a ligar para a polícia e o SAMU. Que, na qualidade de profissional qualificada e tendo observado não haver sinais de perigo, parou o carro no local para prestar os primeiros socorros. Logo constatou que a vítima estava sem vida, alvejada com três disparos, todos na região torácica. Ainda no local, achou a vítima parecida com um autor que gosta de ler, desde os tempos da faculdade, e, para tirar essa dúvida e ajudar na identificação, procurou por documentação nos bolsos da vítima e não encontrou nada, o que a levou a julgar que se tratava de latrocínio. A vítima pode ter reagido a um assalto, o meliante não gostou da reação e o alvejou à queima-roupa. Indagada sobre o que podia informar sobre a vítima e o estilo de vida que ela levava, a depoente declarou que sabia pouco sobre a vida pessoal do escritor, apenas que era considerado um dos maiores autores do século XXI, tendo deixado vasta produção literária, embora apenas um livro venha fazendo sucesso. Sabe também que ele não tinha recursos, pois os lucros das vendas não ficavam com ele, mas com sua editora, que comprou os direitos patrimoniais da obra. Que ele escrevia para ajudar as pessoas, como ele mesmo declarou em entrevista, de que de sua caneta nunca sairia uma palavra sequer para denegrir ou colocar qualquer pessoa para baixo, fosse quem fosse. Com sua arte, enaltecia a alma ou não escreveria, pois seus olhos só viam o que há de melhor nas pessoas. A depoente disse que tem conhecimento de vários escritos dele, dedicados às mais diferentes categorias sociais, inclusive uma composição que enaltece o trabalho das enfermeiras, a quem ele chamou de “anjos da guarda”. Segundo a depoente, ele foi, em vida, aquilo que podemos chamar de pronóico. Indagada sobre o significado do termo, a depoente esclareceu que se trata de classificação psiquiátrica para o tipo de pessoa que tem uma visão de mundo na qual as coisas que acontecem, acontecem sempre para o seu melhor possível. Completou dizendo que pessoas pronóicas são o oposto de pessoas paranoicas e estão sempre falando que tudo vai ficar bem, que vai dar certo, pois alguém ou algo está olhando por você, cuidando para que tudo ocorra da melhor forma possível. Que ela conhece muitas pessoas pronóicas, mas como ele, nunca tinha visto. Em vida, ele foi o exemplo vivo de pessoa pronóica, e o meio que usou para expressar isso foi a escrita. Que ele estava muito empenhado com a ideia de que podia mesmo ajudar as pessoas por meio das palavras. Que foi com o objetivo de ajudar as pessoas que escreveu o seu mais famoso livro, cujo título é “Humanos Melhores Virão”. Disse que o autor acreditava e escreveu que depois da pandemia irá surgir uma nova humanidade, que está sendo gestacionada no plano quântico, com o advento do que chamou de homo quanticum. Esta será a nova espécie, que substituirá o homo sapiens e passará a viver em simbiose com a vida do planeta. Seu livro foi traduzido para vários idiomas, um best-seller, e há quem o considere o novo Capital, graças ao conceito de “economia quântica” que ele introduziu. Que ao autor não coube nenhuma participação nos lucros, apenas conviver com a fama de ver seu livro sendo vendido sob outro nome, pois a editora achou que Bartolomeu Barbosa da Silva não era comercial. Foi assim que o livro passou a ser publicado sob o pseudônimo Barth S. A vítima afirmou, certa vez, não se importar, que Barth S era seu “eu quântico”. Indagada como a depoente reconheceu a vítima, mesmo o senhor Bartolomeu estando sem seus documentos, disse que foi o local do crime que a ajudou. Que, ao lado da parada de ônibus onde a vítima foi alvejada, havia um outdoor imenso com a propaganda do livro “Humanos Melhores Virão” e uma foto dele ao lado. Era o que tinha a relatar.

Ayala Gurgel é escritor, professor da Ufersa, doutor em Políticas Públicas e Filosofia, além de especialista em saúde mental

*O texto faz parte do livro homônimo e tem como desafio transformar a escrita ordinária, informal, em literatura, tal como os clássicos fizeram com as cartas (criando a literatura epistolar). Veja abaixo, links para as postagens anteriores:

Leia tambémDepoimento (02/02/2025)

Leia tambémDepoimento II (09/02/2025)

Leia tambémDepoimento III (16/02/2025)

Leia tambémDepoimento IV (23/02/2025)

Leia tambémDepoimento V (02/03/2025)

Leia tambémDepoimento VI (09/03/2025)

Leia tambémDepoimento VII (16/03/2025)

Leia tambémDepoimento VIII (23/03/2025)

Leia tambémDepoimento IX (30/03/2025)

Leia tambémDepoimento X (06/04/2025)

Leia tambémDepoimento XI (13/04/2025)

Leia tambémDepoimento XII  (20/04/2025)

Leia também: Depoimento XIII (27/04/2025)

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Categoria(s): Conto/Romance
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domingo - 04/05/2025 - 04:20h

Otto e Nelson, por todos os séculos e séculos

Por Ailson Teodoro

Lara e Rodrigues, amigos da redação e de vida (Fotomontagem do BCS)

Otto Lara Resende e Nelson Rodrigues, amigos da redação e de vida (Fotomontagem do BCS)

Otto Lara Resende (1922-1992) e Nelson Rodrigues (1912-1980) construíram uma amizade que teve início em 1948, quando se conheceram na redação do jornal carioca O Globo. Eram diferentes, inclusive no apelido que um dedicava ao outro. Otto adesivava Nelson de “Idade Média”, e esse retroagia o amigo para mais perto no tempo, o tratando por “Século XIX.”

Otto, Mineiro de São João Del-rey, era brilhante jornalista, escritor, gramático e um memorialista de visibilidade nacional. Era afável e admirador de grandes intelectuais como Fernando Sabino e Rubem Braga.

Otto Lara Resende brilhou também como redator do Jornal Última Hora.

Por muitos anos, eles alimentaram uma amizade inabalável, mas que não teve fim pela prudência e razoabilidade de Otto, em especial diante da peça rodriguiana “Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinária”, de 1962.

Ela ficou cinco meses em cartaz e causou desprazer a Otto, que afastou-se um tempo de Nelson. Mas não colocou um ponto final na amizade.

Nelson, Pernambucano do Recife, destacou-se com inteligência inclinada a encantar seus leitores.

Nos trabalhos e obras que coordenou como diretor, dramaturgo, no teatro, no jornalismo e, principalmente, escrevendo “A vida como ela é…, ou suas crônicas sobre futebol, ele conseguia aguçar seus fãs com a magia que rebentava da sua genialidade.

Quando o tema é dramaturgia, mesmo tendo falecido há quase meio século, Nelson ainda é visto como o maior nome da dessa produção artística, em nosso país.

O Nelson, tido em grande conta como um ser nocivo, cético e pessimista, carregava o gosto amargo da derrota.

Em momento algum ele acreditava que algo em sua vida ia dar certo. Reclamava da vida e falava que a morte era um presente que recebíamos por termos vividos.

Um dos diálogos mais conhecidos com seu amigo e companheiro de redação, Otto, foi no Amarelinho, depois de longa jornada de trabalho:

Otto diz: “Eu fico triste quando lembro que um dia vou morrer. A vida é ótima. Acho uma merda quando sei que vou morrer”.

Rodrigues, já embriagado, responde: “Não, Otto, a vida é uma merda porque a gente tem que viver”.

Tolerante e fino – até determinado limite -, para quem já conhecia as numerosas tragédias que atingiram sua família, ele era também um fanfarrão. E entrou para história do nosso país deixando cunhadas uma série de frases que ficaram marcadas na história:

“Sou Reacionário. Minha reação é contra tudo que não presta”.

“Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”.

“Invejo a burrice. Porque é eterna”.

Em minha visão, só existia amizade por parte de Otto Lara. Nelson “sacaneava” qualquer um, com rótulos e termos depreciativos e ultrajantes como fizera várias vezes com com o amigo de redação e vida.

Em relação àqueles anos, não podemos deixar de falar sobre Ditadura Militar. Olvidar ninguém consegue, é o fato de Nelson Rodrigues ter apoiado o regime, bajulando-o e o endeusando; glorificando e louvando aquilo que depois prendeu e torturou seu filho Nelsinho.

Era visto por vários colegas como cupincha do presidente e general Garrastazu Médici. No final da vida, revisou suas posições e defendeu com devoção canina anistia aos presos políticos.

A genialidade de Nelson era tão assombrosa, que ele escrevia em um só dia três colunas sobre futebol, política e “A vida como ela é…

Bem, essa foi minha singela contribuição sobre esses dois grandes escritores da literatura, teatro e dramaturgia nacional.

Agora, encerro esse alinhavado texto, pois não sou “Sapateiro das Letras”, nem possuo habilidade e vocação no trato das palavras como outros colaboradores do Nosso Blog.

Ailson Teodoro é bacharel em direito e pós-graduado em Direito Constitucional

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Categoria(s): Crônica
sábado - 03/05/2025 - 23:52h

Pensando bem…

“A saudade é a única dor que me faz esquecer as outras dores.”

Mia Couto

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Categoria(s): Pensando bem...
  • Art&C - PMM - Maio de 2025 -
sábado - 03/05/2025 - 21:52h
No Frasqueirão

ABC perde de virada numa grande partida de futebol

Até que o ABC saiu na frente no placar, mas terminou sendo derrotado no Estádio Frasqueirão, neste sábado (03), pelo Ituano: 2 x 3.

O jogo emocionante foi pela quarta rodada da Série C do Campeonato Brasileiro 2025.

Ramon, Vinícius Popó e Neto Berola marcaram os gols do time paulista e Matheus Martins e Bruno Bispo fizeram os do alvinegro.

Com o resultado, o ABC se mantém na 15ª colocação e ainda sem vencer na competição. Enquanto isso, o Ituano assume a liderança isolada da competição.

O alvinegro volta a campo no próximo sábado (10), diante do Brusque, em Santa Catarina, às 19h30. Na segunda (12), o Ituano recebe a Ponte Preta.

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Categoria(s): Esporte
sábado - 03/05/2025 - 15:46h
Blog Carlos Santos

Dezoito anos depois

Imagem com recursos de Inteligência Artificial, em estilo aquarela, a partir de foto de 2020

Imagem com recursos de Inteligência Artificial, em estilo aquarela, a partir de foto de do dia 02 de abril de 2020

Há exatos 18 anos – 03 de maio de 2007 – o Blog Carlos Santos entrava no ar. De forma ainda precária, aos trancos e barrancos, deu as caras como um dos pioneiros da blogosfera, no papel de diário jornalístico virtual, sendo hoje um dos mais longevos do RN. Era uma época de supremacia absoluta de veículos tradicionais de mídia, quando não existiam redes sociais poderosas como o WhatsApp e Instagram, que hoje pontificam.

Esse domínio (endereço postal) foi antecedido por protótipo que ficou no ar de forma experimental por um ano, o Carlos Santos On-line (veja AQUI), página do Blogger – plataforma de blogs on-line gratuita adquirida pelo Google em 2003.

Em casa ‘própria’ estamos aqui há todo esse tempo e com números que nunca imaginamos atingir.

*São 216 meses em atividade sequencial;

*São 6.755 dias de produção (incluindo os anos bissextos de 2008, 2012, 2016, 2020 e 2024);

*São 65.591 postagens veiculadas, incluindo essa que você lê agora. Porém, mais de 450 se perderam devido ataques de hackers e outros incidentes;

*São mais de 172 mil comentários postados.

*Mais de 26,253 milhões de acessos cumulativos.

Grato à família e pela bênção da vida. Que bom ter um ofício que ainda empolga. Como faz bem o aprendizado incessante e a companhia fiel de milhares de webleitores.

Muito obrigado a tantos apoios do pessoal técnico, anônimos solidários e amigos jornalistas que chegaram a me substituir em momentos pontuais, sem que caíssem produção e qualidade.

Só gratidão pela convivência plural com os que se afinam, mas também com os discrepantes.

Meu agradecimento a dezenas de colaboradores que escrevem dominicalmente ou em situações excepcionais.

Minha reverência aos que me corrigem; gente colaborativa, interessada no bom conteúdo, zelando também pela produção final.

Chegar até aqui não tem um pingo de heroísmo. Não sou mártir nem vítima. O jornalismo não deve ser glamourizado. Isso é tarefa operária, mas que precisa ser feita com fervor, apetite e paixão.

O fim está próximo, creio. São quase 40 anos de profissão que batem à porta. Exaustão física, cansaço mental, limitações intelectuais e novas prioridades que chegam com a idade outonal, não apontam para muito mais tempo nessa missão. Contudo, até lá, sempre haverá entrega máxima.

Enquanto der, dará.

P.S – Provavelmente não é coincidência: hoje também seria aniversário de Dona Maura, minha mãe, falecida dia 4 de dezembro de 2009. Sempre tem a luz dela.

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Categoria(s): Comunicação / Comunicado do Blog / Política
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