segunda-feira - 25/08/2025 - 17:50h
Tecnologia

App brasileiro usa inteligência artificial para apoio a deficientes visuais

Adriana é especialista em inteligência artificial aplicada à acessibilidade e deficiente visual (Foto: Arquivo Pessoal)

Adriana é especialista em inteligência artificial aplicada à acessibilidade e deficiente visual (Foto: Arquivo Pessoal)

No Brasil, cerca de 19% da população convive com algum grau de deficiência visual, segundo dados recentes do IBGE. Entre eles, mais de 6 milhões enfrentam comprometimento severo da visão, e outros 16,5 milhões não encontram solução nem mesmo com o uso de óculos. Para essas pessoas, deslocar-se pelas cidades é uma tarefa que vai muito além do simples ato de caminhar.

Falta de calçadas acessíveis, ausência de sinalização tátil e a escassez de semáforos sonoros tornam o ambiente urbano um obstáculo constante. “Caminhar em um mundo em silêncio visual significa se deparar diariamente com incertezas que a maioria desconhece”, explica Adriana Duarte, especialista em inteligência artificial aplicada à acessibilidade e deficiente visual.

É justamente a partir dessa experiência que ela criou o ViCop, aplicativo que pretende ampliar a autonomia de quem tem baixa acuidade visual, oferecendo rotas adaptadas, alertas em tempo real e integração com pontos de apoio próximos, como estações e comércios acessíveis.

Mais que um GPS com comando de voz, o ViCop é um copiloto que acompanha o ritmo do usuário e interpreta o ambiente. Ele identifica obstáculos como buracos, degraus e veículos, além de fornecer informações detalhadas sobre o entorno, desde a leitura de placas e fachadas até a indicação de espaços adaptados. “Desenvolvemos o ViCop ‘de dentro para fora’. Quem vive a deficiência sabe o quanto pequenos detalhes fazem diferença. Nossa proposta respeita o tempo e o ritmo de cada pessoa, promovendo uma navegação segura e inclusiva”, diz Adriana.

A tecnologia do ViCop está em fase de desenvolvimento com usuários reais e deve ser lançado, em versão beta, ainda em 2025. Adriana optou por não acelerar o processo com pressa de mercado. O objetivo, segundo ela, é escalar com responsabilidade e escuta ativa.

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segunda-feira - 25/08/2025 - 17:00h
02 e 03 de Setembro

Programa Líder do Sebrae vai acontecer em Grossos

Banner de divulgação

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O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do RN (SEBRAE/RN) no RN promoverá o 3º Encontro do Território Empreendedor Economia do Mar, Programa Líder.

Acontecerá entre os dias 2 e 3 de setembro em Grossos-RN, entre 8 e 16h30, na Barraca Azul, Praia de Alagamar.

Só terão acesso ao local do evento pessoas que confirmaram pelo link (veja AQUI).

O Programa Líder é uma iniciativa focada em fortalecer a liderança e promover o desenvolvimento regional sustentável, mobilizando e qualificando lideranças de diferentes setores (público, privado e terceiro setor) para criar um planejamento estratégico territorial. Ele busca articular essas lideranças para definir uma governança e um método de acompanhamento da gestão, a fim de impulsionar as vocações e potencialidades de cada região.

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segunda-feira - 25/08/2025 - 09:24h
Saúde

Rafael Motta é transportado para São Paulo; sofreu acidente sexta-feira

Motta: recursos aquém das necessidades (Foto Fábio Barros)

Motta: acidente provocou algumas fraturas (Foto Fábio Barros/Arquivo)

Vítima de acidente quando praticava kitesurf nas proximidades do Forte dos Reis Magos, em Natal, na sexta-feira (22), o ex-deputado federal Rafael Motta foi transferido para São Paulo-SP no fim da noite desse domingo (24).

Internado no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, ele foi submetido a cirurgia torácica para correção de uma lesão no brônquio, considerada a mais crítica do quadro (veja AQUI). O procedimento foi realizado com sucesso e sem intercorrências, mas o paciente seguiu intubado.

Leia a íntegra do Boletim Médico mais recente, nesse domingo:

Boletim Médico

Após a estabilização e evolução positiva do quadro clínico, Rafael Motta está sendo transferido para São Paulo, para continuar o tratamento de forma específica e intensiva. A transferência ocorre ainda neste domingo, dia 24.

Rafael passou por uma cirurgia bem-sucedida no Hospital Walfredo Gurgel (HWG), e registramos nosso profundo agradecimento a todos os envolvidos no caso: desde os amigos do kitesurfe que acionaram o socorro, ao SAMU, a equipe de politrauma do HWG, ao setor de bucomaxilo facial, setor de imagem, enfermeiros, auxiliares e técnicos.

E um agradecimento especial a competente equipe de neuro, de cirurgia torácica composta por Dr. Henrique Mota, Dr. Diogo Medeiros e Dr. Eustácio Aquino e a toda a diretoria do hospital, em nome do diretor Geraldo Neto.

Agradecemos imensamente pela solidariedade e pelas orações de todos. Sigamos firmes na fé em Deus, confiantes de que, em breve, Rafael estará totalmente restabelecido.

Natal (RN), 24 de agosto de 2025

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segunda-feira - 25/08/2025 - 07:46h
Brasileirão

América vai às quartas de final; ABC está ameaçado de rebaixamento

América teve classificação sofrida (Foto: Anderson Régis)

América teve classificação sofrida (Foto: Anderson Régis)

ABC e América jogaram nesse domingo (24) pelo Brasileirão 2025, respectivamente pelas séries C e D. O primeiro está à beira da queda para a D no próximo ano e o segundo está muito próximo do acesso em 2026.

Na zona de rebaixamento, o ABC empatou em 1 a 1 com o Retrô, na Arena Pernambuco. Para não desabar à Série D no próximo ano, na última rodada vai precisar vencer o Itabaiana no Estádio Frasqueirão e torcer por combinação de resultados.

Já rebaixado, o Retrô parecia desmotivado e mesmo assim o ABC só conseguiu empatar em um a um. Danilo fez 1 x 0 para o Retrô aos 3 minutos do segundo tempo e Rafael Oller empatou para o alvinegro de Natal aos 45 minutos.

ABC enfrenta o Itabaiana na 19ª rodada da Série C às 17h do próximo sábado (30). Além de vencer, o ABC precisa que o Botafogo-PB derrote o Anápolis fora de casa. O ABC tem 18 pontos e está na 18ª posição entre os 20 clubes que disputam essa série.

América

Foi sofrido, poderia ter sido menos sofrido, mas o América avançou para as quartas de final da Série D e está muito próximo de se classificar à Série C em 2026. Em jogo nesse domingo na Arena das Dunas, o alvirrubro empatou em 0 x 0 com o Imperatriz do Maranhão, para público recorde de 21.868 torcedores presentes. Na partida de ida na casa do adversário, tinha vencido por placar mínimo com gol de Ferreira.

Agora, bastava um empate à classificação. E tudo poderia ter sido mais dramático, se o Imperatriz não tivesse gol anulado, conforme irregularidade mostrada pelo Var.

Nas quartas, o América vai enfrentar o Santa Cruz de Recife, em jogos também de ida e volta. Primeiro deverá ser no próximo sábado (30), a confirmar, no Estádio do Arruda. O segundo e decisivo acontecerá na Arena das Dunas, provavelmente no sábado (06 de Setembro).

Confrontos

Esses são os confrontos das quartas de final e os que passarem conseguirão ascender à Série C em 2026:

Santa Cruz x América-RN

Maranhão x ASA-AL

Goiatuba EC-GO x Inter de Limeira-SP

Cianorte-MT x Barra-SC

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segunda-feira - 25/08/2025 - 06:50h
Justiça do Trabalho

Setor de serviços alavanca novo crescimento de causas trabalhistas

Emergência é mais importante do que posto de trabalho (Foto  ilustrativa)

Justiça do Trabalho tinha sofrido recuo no volume de processos (Foto ilustrativa)

O Estado de São Paulo

O número de ações na Justiça do Trabalho vem registrando um crescimento contínuo, e deve bater este ano um novo recorde desde a aprovação da reforma trabalhista, em 2017. Esse movimento vem sendo puxado principalmente pelo setor de serviços. No ano passado, esse setor respondeu por 26,6% dos processos protocolados e atingiu um recorde histórico, com 556.143 casos novos. Até 2021, era sempre a indústria que liderava esse movimento nos tribunais trabalhistas.

Em todo o ano passado, como já mostrou o Estadão, foram 2,1 milhões de ações, o maior patamar desde a reforma. O pico havia sido atingido em 2016, com 2,7 milhões de processos, número que caiu para 1,7 milhão em 2018.

E a tendência de crescimento se mantém este ano. De janeiro a junho, foram ajuizadas 1,150 milhão de ações, ante 1,044 milhão no mesmo período de 2024, incluindo todos os setores da economia. As previsões são de que os novos processos cheguem a 2,3 milhões até dezembro.

De acordo com especialistas ouvidos pelo Estadão, o aumento da participação do setor de serviços nesse movimento se explica pela própria dinâmica da economia. São atividades em alta no País, que ganharam ainda mais impulso após a pandemia de covid-19. Isso movimenta as contratações e demissões e, consequentemente, as ações na Justiça.

Porém, o que mais explica o aumento geral da judicialização, segundo os analistas, foi uma mudança que o Supremo Tribunal Federal (STF) promoveu na reforma trabalhista em 2021.

A reforma determinou que, se um empregado entrar com ação contra uma empresa e perder o processo, tem de pagar as custas de honorários da outra parte e perícias, mesmo sendo beneficiário da Justiça gratuita – ou seja, de baixa renda. O STF derrubou essa parte relativa à baixa renda em 2021, alegando que a norma dificultava o acesso aos direitos e à Justiça.

Para o advogado Paulo Peressin, sócio do escritório Lefosse, que atende empresas na área trabalhista, a decisão do STF é o principal motivo para a alta das ações, incluindo o setor de serviços. Segundo ele, a isenção do pagamento para beneficiários da Justiça gratuita em caso de derrota tira qualquer risco de um trabalhador entrar com uma ação no Judiciário – e não é tão difícil assim se beneficiar dessa Justiça gratuita.

Rogério Neiva, juiz do Trabalho, ex-auxiliar da Vice-Presidência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e especialista em métodos de conciliação, também entende que a principal causa para o aumento das ações é a decisão do STF que facilitou o acesso gratuito à Justiça.

“A lógica é: eu não vou pagar para entrar com a ação; se eu perder, eu também não pago, e eu não vou pagar o advogado para entrar com a ação, pois vou dar um pedaço do resultado para ele se eu ganhar. É um sistema de incentivo à judicialização”, diz.

Fim da pandemia

Para o Tribunal Superior do Trabalho, porém, o aumento do número de ações tem ocorrido porque houve uma queda de processos no período mais crítico da pandemia de covid-19. “Após esse biênio (em 2020 e 2021), o número retomou o patamar pré-pandemia”, disse o tribunal ao Estadão, evitando relacionar o aumento com a decisão do STF sobre a Justiça gratuita.

Ainda para o TST, a judicialização do setor de serviços está relacionada com a participação desse segmento no mercado de trabalho. “Em 2024, por exemplo, o setor teve o maior saldo de empregos (915.800, segundo o Caged) e isso se repete neste ano.”

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domingo - 24/08/2025 - 23:50h

Pensando bem…

“Cada novo amigo que ganhamos no decorrer da vida aperfeiçoa-nos e enriquece-nos, não tanto pelo que nos dá, mas pelo que nos revela de nós mesmos.”

Miguel de Unamuno

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domingo - 24/08/2025 - 08:44h
Região Nordeste

Cresce diagnóstico de câncer de pulmão em pessoas não fumantes

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Embora o tabagismo seja a principal causa de câncer de pulmão, duas entre dez pessoas que desenvolvem a doença nunca consumiram cigarro. Entre as causas para tumores pulmonares em não fumantes estão a exposição ao gás radônio, fumo passivo, poluição do ar, exposição ocupacional (amianto, fumaça de diesel e outros produtos químicos), fatores genéticos, doenças pulmonares prévias e cigarro eletrônico. Na somatória dos nove estados do Nordeste a projeção é que entre 1.314 e 1642 pessoas, que nunca fumaram, recebam o diagnóstico de câncer de pulmão este ano.

O câncer de pulmão é a principal causa de morte por tumores malignos, tendo o fumo do tabaco como o agente cancerígeno mais determinante. Por sua vez, alerta o Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT), estudos epidemiológicos sugerem que 20% a 25% dos casos de câncer de pulmão podem não ser atribuíveis ao tabagismo.

Na somatória da incidência dos nove estados da região Nordeste, deverão ser registrados 6.570 novos casos de câncer de pulmão em 2025 e, a partir deste dado oficial do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a projeção é que entre 1.314 e 1.642 nordestinos que nunca fumaram recebam este ano o diagnóstico de um tumor maligno no pulmão.

A maior prevalência de câncer pulmonar na região é registrada no Ceará, com 13,65 casos para cada mil cearenses. A mais baixa é observada na Bahia, com 7,87 casos para cada 100 mil. Em relação à incidência, o maior número também é registrado no Ceará, com 1.400 casos e o estado da Bahia, por ser populoso, aparece em segundo, com 1.360, apesar da menor prevalência. Os menores números de casos estão em Alagoas (290) e Sergipe (240), cujas prevalências, respectivamente, são de 8,66 e 10,51, respectivamente.

“Os dados epidemiológicos são importantes para se observar a ocorrência de doenças nas diferentes áreas do país e, desta forma, nortear as políticas de saúde. Vemos, por exemplo, o quanto a alta prevalência no Ceará requer atenção das autoridades, assim como o elevado número absoluto de casos no estado da Bahia também é preocupante”, ressalta a oncologista clínica Samira Mascarenhas, diretora executiva do GBOT e titular na Oncologia D’Or na regional Bahia.

Estudo mostra cenário para estados nordestinos (Reprodução do BCS)

Estudo mostra cenário para estados nordestinos (Reprodução do BCS)

Mundo e Brasil

Em todo o mundo, segundo o Observatório Global de Câncer da Agência Internacional par Pesquisa do Câncer (IARC) são registrados mais de 2,4 milhões de casos de câncer de pulmão e a doença responde por 1,8 milhão de mortes anuais. (1). Ao menos 360 mil destas mortes por câncer de pulmão são de pessoas que nunca fumaram.

No Brasil, os dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que 32 mil pessoas devem receber o diagnóstico de câncer de pulmão em 2025. Considerando a estimativa de ao menos dois entre dez casos serem em não tabagistas, a expectativa é que ao menos 6 mil brasileiros, que nunca fumaram, sejam diagnosticados com a doença este ano. (2).

O câncer de pulmão em quem nunca fumou (lung cancer in never smokers/LCINS) é o sétimo contribuinte para morte por câncer. São diversas as etiologias (causas) para o câncer de pulmão em não tabagistas. Pensando nisso, em alusão ao Agosto Branco de 2025, o GBOT busca aumenta a conscientização sobre os fatores de risco do câncer de pulmão em não fumantes.

O GBOT listou os principais fatores de risco para câncer em não fumantes.

1 – Exposição ao Gás Radônio: O radônio é um gás radioativo natural que pode infiltrar-se em casas através de rachaduras na fundação. A exposição prolongada a altos níveis de radônio pode aumentar significativamente o risco de câncer de pulmão. Testar e mitigar os níveis de radônio nas casas pode reduzir esse risco.

2 – Fumo Passivo: Não fumantes que são regularmente expostos ao fumo passivo têm um risco maior de desenvolver câncer de pulmão. Isso inclui viver com fumantes ou frequentar ambientes onde o fumo é comum. Defender ambientes livres de fumaça pode ajudar a proteger contra esse risco.

3 – Poluição do Ar: A exposição prolongada à poluição do ar, incluindo emissões de veículos, processos industriais e usinas de energia, é um fator de risco conhecido para o câncer de pulmão. Apoiar políticas que visam reduzir a poluição do ar e promover energia limpa pode mitigar esse risco.

4 – Exposição Ocupacional: Certas ocupações expõem os trabalhadores a carcinógenos como amianto, fumaça de diesel e alguns produtos químicos usados na fabricação. Garantir medidas de segurança adequadas e equipamentos de proteção nos locais de trabalho pode reduzir a incidência de câncer de pulmão entre não fumantes.

5 – Fatores Genéticos:  Um histórico familiar de câncer de pulmão pode aumentar o risco de uma pessoa, mesmo que ela não fume. Incentivar as pessoas a discutirem seu histórico médico familiar com seus médicos pode levar a estratégias de rastreamento e detecção precoce mais personalizadas.

6 – Doenças Pulmonares Prévias: Condições como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou fibrose pulmonar podem aumentar o risco de câncer de pulmão. O diagnóstico e manejo precoces dessas condições são essenciais para reduzir esse risco.

7 – Uso de Cigarros Eletrônicos (Vape): Embora os cigarros eletrônicos (vapes) frequentemente sejam vistos como uma alternativa mais segura ao fumo tradicional, o uso desses dispositivos ainda apresenta riscos, mesmo sem a presença de nicotina. Os líquidos de vape contêm várias substâncias químicas que podem ser inaladas profundamente nos pulmões. Estudos preliminares sugerem que alguns destes produtos químicos podem ser prejudiciais e potencialmente aumentar o risco de câncer de pulmão e outras doenças pulmonares. Promover a conscientização sobre os riscos associados ao uso de vapes, mesmo sem nicotina, é crucial.

Sintomas

Os sintomas do câncer de pulmão variam de pessoa para pessoa. Muitas vezes, os sintomas são facilmente confundidos com doenças respiratórias comuns, como bronquite ou pneumonia, atrasando um diagnóstico preciso. Os sintomas mais comuns do câncer de pulmão incluem:

– Tosse que não desaparece e piora com o tempo
– Dor no peito constante e muitas vezes agravada pela respiração profunda, tosse ou riso
– Dor no braço ou ombro
– Tosse com sangue ou catarro cor de ferrugem
– Falta de ar
– Chiado
– Rouquidão
– Infecções como pneumonia ou bronquite que não desaparecem ou voltam com frequência
– Inchaço do pescoço e rosto
– Perda de apetite e/ou perda de peso
– Sentir-se fraco ou cansado
– Alargamento das pontas dos dedos e leito ungueal também conhecido como “baqueteamento digital”

Se o câncer de pulmão se espalhar para outras partes do corpo, pode causar:
– Dor no osso
– Fraqueza no Braço ou dormência na perna
– Dor de cabeça, tontura ou convulsão
– Problemas de equilíbrio ou uma marcha instável
– Icterícia (coloração amarela) da pele e dos olhos
– Gânglios linfáticos inchados no pescoço ou ombro

Trânsito e grande emissão poluente de veículos comprometem saúde (Depositphotos)

Trânsito e grande emissão poluente de veículos comprometem saúde (Foto: Depositphotos)

Sobre o GBOT

O Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica foi idealizado por médicos oncologistas, clínicos e cirurgiões, com reconhecida expertise nessa área de atuação. Sua missão é produzir conhecimento científico na área da pesquisa clínica oncológica. Ao mesmo tempo, estimular os processos de educação na área do câncer e a geração de informações epidemiológicas que auxiliem na compreensão da realidade brasileira nesta área, possibilitando o desenvolvimento de estratégias que resultem numa melhoria dos resultados para a sociedade como um todo. Informações: //www.gbot.med.br/.

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Categoria(s): Saúde
domingo - 24/08/2025 - 08:08h

Lirismo torto

Por François Silvestre

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Quem nasceu no pé da serra, e depois subiu a serra, e depois morou na serra, tem por destino certo viver com a cabeça nas nuvens.

Quem nasceu na beira do rio, e depois entrou no rio, e depois nadou no rio, tem por destino certo viver contra a correnteza.

Quem nasceu longe do mar, e depois chegou-se ao mar, e depois nadou no mar, tem por destino certo enfrentar a força das ondas.

Quem nasceu na beira do mato, e depois entrou no mato, e depois se perdeu no mato, tem por destino certo ser presa do caçador.

Quem nasceu na entrada da rua, e depois entrou na rua, e depois morou na rua, tem por destino certo enganchar-se na multidão.

Quem nasceu na franja da bandeira, e depois marchou com a bandeira, e depois se enrolou na bandeira, tem por destino certo fugir de todos os hinos.

Quem nasceu ouvindo hinos, e depois cantou os hinos, e depois ensinou os hinos, tem por destino certo fugir de todas as bandeiras.

Quem nasceu na porta da biblioteca, e depois se fez de biblioteca, e depois sumiu na biblioteca, tem por destino certo esconder-se por trás dos livros.

Quem nasceu no patamar da igreja, e depois entrou na igreja, e depois rezou na igreja, tem por destino certo duvidar das orações.

Quem nasceu na rua do fórum, e depois entrou no fórum, e depois conheceu o fórum, tem por destino certo zombar da pompa forense.

Quem nasceu ao som da política, e depois entrou na política, e depois conheceu a política, tem por destino certo a escolha entre a mentira ou a fuga.

Quem nasceu na escada da escola, e depois entrou na escola, e depois aprendeu na escola, tem por destino certo rever quase tudo que aprendeu.

Quem nasceu no primeiro verso do soneto, e depois atravessou os quartetos, e conseguiu passar dos tercetos, tem por destino certo desvencilhar-se das rimas.

Quem nasceu no escuro do mofumbo, e depois saiu do mofumbo, e viu a luz pelas mãos da parteira, tem por destino certo rir-se da vida e desdenhar da morte.

Quem nasceu na porta do bar, e depois entrou no bar, e depois se embriagou no bar, e lá teceu o seu ninho, tem por destino certo recitar a verdade do vinho.

François Silvestre é escritor

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Categoria(s): Poesia
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domingo - 24/08/2025 - 07:14h
Mossoró, 1927

Uma trincheira pouco conhecida e o misterioso Júlio Porto

Por Honório de Medeiros

Da esquerda à direita: Raimundo Firmino de Oliveira, Aldemir Pessoa Fernandes, Ezequiel Fernandes, Pedro Fernandes e Raimundo Nonato A. Fernandes, sócios de Alfredo Fernandes & Cia Ltda.

Da esquerda à direita: Raimundo Firmino de Oliveira, Aldemir Pessoa Fernandes, Ezequiel Fernandes, Pedro Fernandes e Raimundo Nonato A. Fernandes, sócios de Alfredo Fernandes & Cia Ltda.

Nos idos de 1925, o adolescente Raimundo Nonato Alfredo Fernandes, então com quinze anos, viu encostar, no terreiro da casa de seus pais José Fernandes Chaves e Maria Adília Fernandes, um Ford 1922 com duas pessoas dentro.

Era Elias Fernandes, que vinha convidá-lo para trabalhar com Alfredo Fernandes, proprietário da empresa do mesmo nome em Mossoró e da lendária residência na Avenida Alberto Maranhão, vizinha, por um lado, à também lendária residência do Coronel Rodolpho Fernandes, de quem era cunhado, e que hoje é a sede da Prefeitura da Cidade de Mossoró, e, pelo outro, à também lendária Igreja de São Vicente de Paula.

Elias e Alfredo Fernandes, primos legítimos de Raimundo Nonato, eram filhos do Coronel Adolpho Fernandes, protagonista do “Fogo de Pau dos Ferros”, em 1919, quando sua família, por ele liderada, expulsou o líder político Coronel Joaquim Correia da cidade.

O Coronel Joaquim Correia jamais voltou a Pau dos Ferros. E o Coronel Adolpho Fernandes era Prefeito (Intendente) quando Lampião atacou Mossoró.

A outra pessoa no carro atendia pelo nome de Júlio Porto, e era motorista da família Fernandes. Raimundo Nonato não sabia, mas viajou até Mossoró ao lado do seu primo e de um futuro cangaceiro que teve papel importante nas articulações que suscitaram os ataques a Apodi, em 10 de maio, por Massilon e seu bando, e a Mossoró, em 13 de junho de 1927, dessa vez por ninguém menos que o próprio Lampião.

Atentemos para o detalhe: em 1927 Júlio Porto, natural de Aurora, no Ceará, já conhecia, e bem, Mossoró.

Passam-se dois anos. Estamos em 1927. Junho. No dia 13, Lampião invadiu Mossoró.

No final da rua hoje denominada Dr. Francisco Ramalho, lateral do lado direito da Igreja de São Vicente de Paula, no sentido de quem vai para o centro da cidade, na última residência, residia Ezequiel Fernandes de Souza, sobrinho do Coronel Adolpho Fernandes e sócio da Companhia Alfredo Fernandes Indústria e Comércio.

Nela, a poucos passos da Igreja, montou-se uma tosca trincheira para aguardar os cangaceiros.

Sob a liderança de Ezequiel Fernandes, lá estavam sua esposa Ester(1), que havia dado a luz e padecia de febre puerperal; o chofer de um caminhão da Prefeitura que aguardava condições para retirá-la da cidade, mas que fugiu tão logo aconteceram os primeiros tiros; um freguês da empresa Alfredo Fernandes chamado de “Velho Chico”; e um amigo da família, Maurílio, que lá estava porque tinha raptado Isabel, sobrinha de Afonso Freire e a depositado sob os cuidados dos donos da casa.

As quinze pessoas, no total, recolheram-se em um quarto no centro, no entorno da cama da doente: Ezequiel Fernandes; Pedro Ribeiro, seu primo; seus filhos Laete, Luís e Aldo; Francisco Fernandes de Sena (Chico Sena), seu sobrinho; Isabel; as domésticas Leonila e Esmerinda; as vizinhas Maria Leite e sua filha Laura; Julieta, filha de Delfino Fernandes; Alzenita Fernandes; e Raimundo Nonato, então com dezessete anos.

Os integrantes da trincheira, que se posicionaram no telhado da residência foram o “Velho Chico” e Maurílio(2).

Dessa vez Raimundo Nonato não chegou a ver Júlio Porto, mas o ex-motorista dos Fernandes que fora lhe buscar em Pau dos Ferros talvez tenha estado com os cangaceiros de Lampião e Massilon no ataque a Mossoró. Com certeza já estivera na invasão de Apodi, com Massilon.

O misterioso Júlio Porto, nasceu em Aurora, no Ceará, mesma cidade onde nascera e exercia enorme influência política no Cariri o Coronel Isaías Arruda.

Em 1927 Júlio Porto tinha vinte e três anos de idade. Júlio Porto não era Porto. Seu verdadeiro nome era Júlio Sant’anna de Mello. O “Porto” viera de sua estreita ligação com Martiniano Porto, fidalgote nas terras do Apodi, e inimigo sangue-a-fogo do Coronel Francisco Pinto, líder político da cidade.

Martiniano Porto era relacionado por laços de interesse recíprocos com Tylon Gurgel e Benedito Saldanha(3) – futuro Prefeito daquela cidade -, todos ferrenhos opositores do Coronel.

Tylon Gurgel, por sua vez, era sogro de Décio Hollanda, e Benedito Saldanha, protetor de Massilon Leite no Ceará, fronteira com Apodi, o qual se considerava “afilhado” de seu irmão, o Coronel Quincas Saldanha, a quem chamava de “padrinho”, desde os tempos de sua jagunçada em Brejo do Cruz, quando matou Manoel Paulino de Moraes, José Augusto Rezende (juiz da cidade), feriu Minervino de Almeida (também juiz), e Severino Elias do Amaral, a serviço de um consórcio de coronéis da região.

Júlio Porto foi um dos elos de ligação entre os inimigos políticos dos Coronéis Francisco Pinto e Rodolpho Fernandes, com o Coronel Isaías Arruda, pelo fato de ser de Aurora(4). Ele está presente em momentos cruciais ligados à invasão de Apodi e Mossoró.

"Bronzeado prestou depoimento (Foto: reprodução)

“Bronzeado prestou depoimento (Foto: reprodução)

Em seu depoimento à polícia, Bronzeado corrobora essa versão, ao afirmar que:

“trabalhava com o senhor José Cardoso, que mora em uma fazenda do senhor Izaias Arruda chefe de Missão Velha e do qual o Cardoso é primo. Estava ali trabalhando quando chegou a ordem do senhor Izaías de seguirem para Apody, afim de fazerem o ataque já conhecido, a convite do senhor Décio Hollanda, morador em Pereiro. Ele e outros não queriam seguir, mas foram obrigados. O portador da carta de Décio fora o conhecido ‘chauffeur’ Júlio Porto, também bandido, que aqui morou”(5).

Júlio Porto conhecia Mossoró, portanto, como ninguém. Raul Fernandes nos relata o seguinte, em A MARCHA DE LAMPIÃO(6):

“Joanna Bezerra da Silva, conhecida por Doca, deu-nos uma entrevista interessante: Morava em Mossoró. Empregada doméstica da casa de José de Oliveira Costa (Costinha Fernandes), comerciante, sócio da firma Tertuliano Fernandes & Cia. Disse que Júlio Porto fora por último chofer de caminhão da referida firma. Meses antes do assalto a Apodi, desaparecera de Mossoró. Vez por outra aparecia à noite, muito apressado. Entrava pelo portão do fundo do quintal da casa, pedia café à Doca e sumia. Aconteceu chegar vestido à moda de cangaceiros. Dizia ser o traje onde trabalhava”.

Sendo de Aurora, Ceará, com certeza Júlio Porto sabia quem era José Cardoso, proprietário da Fazenda “Ipueiras”, parente e aliado do Coronel Isaías Arruda. A ele, quem sabe, apresentou Décio Hollanda, genro de Tylon Gurgel, amigo e correligionário de Martiniano Porto e Benedito Saldanha. Disse a Décio Hollanda, representante do grupo político contrário aos Coronéis Francisco Pinto e Rodolpho Fernandes, talvez, que José Cardoso era o homem certo para se chegar ao Coronel Isaías Arruda e, através dele, a cangaceiros e jagunços a serem comandados por Massilon.

É possível que Júlio Porto não tenha participado do ataque a Mossoró, embora estivesse na invasão de Apodi. Essa é a opinião de Calixto Jr, no excelente VIDA E MORTE DE ISAÍAS ARRUDA(7):

“Depois do assalto (a Apodi), tendo regressado a Aurora, Júlio Porto retorna à casa de Mundoca Macêdo no Angico, a quem vendeu por 95$000 um rifle e cinquenta balas que lhe havia sido cedido para a empreitada. Efetuada a venda, retirou-se para Juazeiro do Padre Cicero, onde viria a matrimoniar-se, ainda em 1927. Lançando mão de algum dinheiro que a esposa possuía, montou carpintaria nas proximidades da atual rua do Cruzeiro, onde trabalhou por uma temporada até ser preso”.

Uma vez preso e recambiado para Apodi, como visto, e liberto por Roldão Maia, o assassino do Coronel Chico Pinto, então carcereiro, sumiu no oco do mundo…

(1) Ester Fernandes não resistiu à doença e faleceu quatorze dias depois, no dia 27 de junho, cercada pela família.

(2) Tudo aqui é contado conforme o livro RAIMUNDO FERNANDES, ANTEPASSADOS E DESCENDENTES, da lavra de Inês Maria Fernandes de Medeiros, com alguns acréscimos.

(3) Do pesquisador Marcos Pinto, acerca de Décio Hollanda, Benedito Saldanha, e Tylon Gurgel, recebi a seguinte correspondência eletrônica, em 23 de janeiro de 2012:

“Encontrei um fato por demais interessante no inquérito/processo que apurou o ‘FOGO DE PEDRA DE ABELHAS’.

Consta por testemunha firme e valiosa que DÉCIO HOLLANDA comprou, no começo do ano de 1925, duas mil balas de rifle e mandou esconder em local que o Capitão Jacintho não conseguiu localizar. Agora, veja a coincidência: dois anos (1927) depois consta que Lampião recebeu um suprimento de duas mil balas de rifle quando se preparava para atacar Mossoró. 

Ora, se esta munição não foi gasta nem apreendida pelo Capitão Jacintho, é a mesma que Décio conduziu, em caixões muito bem disfarçados, “escanchados” em lombos de burro, segundo octogenários que ainda hoje comentam o episódio em Felipe Guerra.

Estou alinhavando um novo artigo que terá o seguinte título: “CANGAÇO NO OESTE POTIGUAR – DO FIO DA NAVALHA AO FIO DA MEADA. Vou provar por A mais B a proteção dada ao cangaceirismo por parte dos desembargadores FELIPE GUERRA e HORÁCIO BARRETO e do Juiz de Direito JOÃO FRANCISCO DANTAS SALES, que recebia abertamente, em sua casa em Apodi, Décio Holanda, Tylon Gurgel e Benedito Saldanha.

JOÃO DANTAS SALES foi transferido, “a pedido”, para Acari, em 25 de maio de 1925, por instâncias do Governador José Augusto, que convenceu o então Presidente do Superior Tribunal de Justiça Estadual, atual TJE.

Acrescente-se que HORÁCIO BARRETO era sobrinho de JUVÊNCIO BARRETO, que veio de Martins para Apodi em 1915, à convite de MARTINIANO DE QUEIRÓZ PORTO, para fixar residência e cerrar fileira na oposição à família PINTO comandada por Tylon Gurgel e seu genro Décio Hollanda. 

O Dr. José Fernandes Vieira também traficou influência em favor do seu sogro Martiniano Porto, sendo certo que, em 1925, o aconselhou a ir residir em Pau dos Ferros. 

Observo que os dois mil cartuchos que foram comprados por Décio Hollanda, o foram em Mossoró, em 1925. 

Lembrei-me de outra particularidade: o Desembargador Horácio Barrêto era sobrinho da esposa (Alexandrina Barrêto) do Governador do Rio Grande do Norte, Joaquim Ferreira Chaves, que deu apoio oficial à perseguição policial a Joaquim Correia e aos Ayres em Pau dos Ferros, em 1919. Horácio e Felipe Guerra foram indicados e nomeados desembargadores por Ferreira Chaves em 1919. 

Felipe Guerra foi candidato e eleito Deputado Estadual em 1934 na chapa dos “Pelabucho” na qual constava, ainda, Benedito Saldanha”.

(4) Leiamos um auto de interrogatório de Júlio Porto no qual ele informa que é cearense e, também, que o guarda que lhe deu fuga, jagunço do Coronel Benedito Saldanha, foi o mesmo Roldão Maia que anos depois assassinaria o Coronel Chico Pinto:

“Auto de perguntas feitas a Julio Sant’Ana de Melo, vulgo Júlio Porto.

Aos vinte e dois dias do mês de maio do ano de mil novecentos e trinta e três, nesta cidade de Apodi, município do mesmo nome, Estado do Rio Grande do Norte, em o salão da cadeia pública desta cidade, aqui presente o cidadão Osório Martins de Moura Brasil, Delegado de Polícia deste município, comigo escrivão abaixo assinado, presente o preso Júlio Sant’Ana de Melo, vulgo Júlio Porto, pela mesma autoridade lhe foram feitas as seguintes perguntas: Qual o seu nome, prenome, idade, estado, profissão, naturalidade, profissão, residência e se sabe ler e escrever? Respondeu chamar-se Júlio Sant’Ana de Melo, vulgo Júlio Porto, com vinte e nove anos de idade, solteiro, motorista, natural do Estado do Ceará, filho de Manoel Sant’Ana de Melo e Francisca Maria da Conceição, residindo nesta cidade, sabendo apenas assinar o nome. Perguntado como fugiu da prisão, quem o auxiliou e porque voltou? Respondeu que em o dia vinte do corrente mês, cerca de dezenove horas, com um pedaço de pau, abriu a prisão em que se achava e abrindo o portão, saiu pelo interior da cadeia; que se tinha alguma praça o guardando na ocasião em que saiu da prisão, não viu; que saiu na carreira na procura de Mossoró, onde destinava-se; que chegando no lugar chamado “Mato Verde”, e depois de subir a serra, resolveu voltar, chegando hoje nesta cidade, cerca de nove horas; que não teve quem o auxiliasse a fugir da prisão, bem assim quem o aconselhasse a fugir; que saiu como um doido quando saiu, pois estava bastante ébrio; que passou em casa de Arnóbio Câmara, despediu-se da mulher deste e saiu às carreiras; que Arnóbio não estava em casa quando passou por lá; que da casa de Arnóbio saiu pela estrada afora em busca de Mossoró; passou em casa de uma mulher conhecida por Preta, despediu-se da mesma e seguiu viagem; que no Sítio ? mais ou menos, nas proximidades da casa de José Honorato de Moraes, vulgo Zeca ?, pressentiu que ia a sua procura uma força; que ocultou-se dentro do mato e viu quando a força passou, reconhecendo serem uns soldados; que na tarde do dia em que fugiu andava só uns soldados da força do Tenente Virgílio Barbalho, e chegando em casa de Amália de Tal, os mesmos soldados tomaram um pouco de aguardente e deixaram um bocado em um copo para o respondente; que tomou o aguardente e saiu logo embriagado não sabendo o que ia fazendo; que quem trancou o respondente na prisão no dia em que fugiu foi o guarda Roldão, isso por lhe terem dito. E como nada mais disse…”

Trincheira na cada de Rodolfo Fernandes (Foto: Reprodução)

Trincheira na cada de Rodolfo Fernandes (Foto: Reprodução)

(5) O CANGAÇO NA IMPRENSA MOSSOROENSE; PIMENTA, Antônio Filemon Rodrigues; Tomo II; Coleção Mossoroense; Série “C”; nº1.104; 1999; Mossoró.

(6) 4ª. Edição; Nota 9 ao Segundo Capítulo.

(7) CALIXTO JÚNIOR, João Tavares; Fortaleza: Expressão; 2019.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura de Natal e do Governo do RN

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Categoria(s): Crônica
domingo - 24/08/2025 - 06:04h
Kitesurf

Ex-deputado sofre acidente e está intubado no Walfredo Gurgel

Candidato ao Senado, Rafael sabe que pode acabar se descapitalizando se não aparecer como viável (Foto: divulgação)

Rafael Motta está internado no Walfredo Gurgel (Foto: Arquivo/2022)

O ex-deputado federal Rafael Motta, 39, sofreu acidente durante a prática de kitesurf nesta sexta-feira (22), em Natal. Precisou passar por cirurgia delicada no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. Internado na UTI, ele está intubado.

O fato ocorreu nas proximidades do Forte dos Reis Magos.

Nesse sábado (23), a família do ex-parlamentar emitiu uma nota em forma de Boletim Médico, falando sobre a cirurgia e seus desdobramentos. Segundo esse comunicado, tudo ocorreu “sem intercorrências, com o paciente apresentando estabilidade hemodinâmica durante todo o procedimento”.

Veja abaixo a íntegra do Boletim Médico:

O paciente Rafael Motta foi submetido a cirurgia torácica para correção de uma lesão no brônquio, considerada a mais crítica do quadro. O procedimento foi realizado com sucesso e sem intercorrências.

Atualmente, Rafael encontra-se intubado e em recuperação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Walfredo Gurgel, em estado estável. A equipe médica mantém o monitoramento contínuo, e a permanência no hospital é necessária devido à disponibilidade de equipe especializada em cirurgia torácica 24 horas.

O paciente também apresenta fraturas que serão corrigidas em momento oportuno, incluindo uma fratura em vértebra torácica. Importante ressaltar que os movimentos dos membros inferiores estão preservados, indicando ausência de comprometimento medular.

A família agradece as manifestações de carinho e pede orações pela pronta recuperação. Novas atualizações serão fornecidas conforme evolução do quadro clínico.

Outro acidente

À noite de 29 de setembro de 2022, próximo a Assú, na BR-304, o então deputado federal e candidato ao Senado, Rafael Motta (PSB à época), sofreu acidente de carro (veja AQUI). Veículo em que viajava ao lado de motorista e assessores bateu num animal. Carro ficou irrecuperável, mas o parlamentar e demais ocupantes saíram ilesos.

Veículo ficou irrecuperável com batida na estrada (Foto: redes sociais)

Veículo ficou irrecuperável com batida na estrada (Foto: Arquivo do BCS)

O que é Kitesurf – é um esporte aquático que combina elementos do surf, windsurf e wakeboard, onde o praticante desliza e salta sobre a água usando uma prancha, impulsionado pela força do vento numa pipa (ou “kite”) controlada por uma barra e linhas.

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Categoria(s): Gerais / Política
  • Repet
domingo - 24/08/2025 - 05:32h

O porquê do civil law

Por Marcelo Alves

Arte ilustrativa do Jusbrasil

Arte ilustrativa do Jusbrasil

Como sói acontecer na grande maioria dos países do Novo Mundo, a configuração do direito brasileiro pode ser vista como o resultado de uma mistura de herança histórica, filosofias sucessivamente em voga e disposições legislativas, antigas e recentes.

A origem histórica do direito da República Federativa do Brasil está no estabelecimento de uma colônia portuguesa, no chamado Novo Mundo, no início do século XVI. Cerca de três séculos depois, em 1815, o Brasil foi promovido de colônia a reino soberano, unido a Portugal. Em seguida, em 7 de setembro de 1822, o filho mais velho do rei português João VI e regente do Brasil, o príncipe Pedro, declarou a independência do país de Portugal.

O príncipe Pedro foi declarado e coroado (em outubro e dezembro de 1822, respectivamente) o primeiro governante do Brasil independente, como Imperador Dom Pedro I. Foi durante esse Primeiro Império, em 25 de março de 1824, que a primeira Constituição brasileira foi promulgada. Pedro I abdicou em 7 de abril de 1831, deixando o seu filho mais velho como sucessor, que viria a ser o Imperador Dom Pedro II.

Assim como o exemplo célebre da conformação inicial do direito estadunidense à fundação, pelos ingleses, nos albores do século XVII, de colônias independentes na América do Norte, no início da história do Brasil, as antigas normas importadas de Portugal ofereciam soluções satisfatórias para a maioria das questões jurídicas da nova colônia e, em seguida, do novo país. Por exemplo, as Ordenações Afonsinas (1492) e as Ordenações Manuelinas (1512), bem como as Ordenações Filipinas (1603), foram aplicadas por vários anos no Brasil, estas últimas mesmo já durante o Primeiro Império.

Em forma e substância, entretanto, o direito brasileiro foi progressivamente se adaptando às condições específicas do país. Primeiramente, além do direito civil português, um direito rudimentar foi desenvolvido no Brasil durante o período do Primeiro Império. Surgiram as primeiras codificações brasileiras, como o Código Penal de 1830 e o Código de Processo Penal de 1832 (o primeiro Código Civil só surgiu em 1916), que auxiliaram na administração da Justiça. Em segundo lugar, além da influência do direito ibérico (de Portugal e também da Espanha), o desenvolvimento do direito brasileiro foi fortemente influenciado pelo direito produzido em países da Europa Continental, como França, Alemanha e Itália, o que certamente já sinaliza a associação brasileira com o civil law.

É realmente devido a esse contexto que o direito brasileiro está historicamente ligado à tradição romano-germânica, e que os conceitos de civil law prevalecem sobre a prática do common law. Vários ramos do direito brasileiro são codificados, embora leis não codificadas também desempenhem um papel substancial na estrutura do sistema jurídico. Obras doutrinárias têm forte influência no desenvolvimento legislativo e nas decisões judiciais. Os precedentes judiciais, até bem pouco tempo, eram geralmente apenas persuasivos (neste ponto, a coisa é hoje um pouco mais complexa).

Atualmente, todo o sistema jurídico brasileiro deve obediência à Constituição Federal de 1988 (promulgada em 5 de outubro do referido ano), a lei fundamental do Brasil. Até hoje, já foram aprovadas e incorporadas 135 emendas à Constituição Federal, além das seis emendas constitucionais de revisão e dos quatro tratados internacionais aprovados com equivalência às emendas constitucionais, totalizando, assim, 145 alterações ao texto original. De acordo com o princípio da soberania da Constituição, o restante da legislação e as decisões judiciais devem estar em conformidade com suas disposições. Isso inclui as constituições estaduais e as leis orgânicas dos Municípios e do Distrito Federal, que também não devem contradizer a Constituição Federal.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República, doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL e membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL

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Categoria(s): Crônica
domingo - 24/08/2025 - 05:00h

Eternos momentos

Por Odemirton Filho

Criança e avô caminham na praia - Imagem ilustrativa com recursos de Inteligência artificial para o BCS

Criança e avô caminham na praia – Imagem ilustrativa com recursos de Inteligência artificial para o BCS

Na semana passada fui à praia com o meu primeiro neto. Foi a segunda vez que ele viu o mar, e parece que gostou. É ainda um bebê, começando os dias de sua vida. Sentado na areia com os seus pais, ele sorria, olhava o mar, as ondas quebrando, pegava na areia; a brisa batendo em seu pequenino rosto.

Eu o olhava, de longe, apreciando esse momento tão singelo, de descobertas. E pensei no junho de minha vida. Vi-me na areia, fazendo castelos, brincando com os carrinhos. Eu estava a jogar bola com o meus primos e amigos, tomando banho de mar, desbravando o morro do labirinto.

Não sei se o meu neto continuará gostando de ir à praia, no entanto, espero que possa acompanhá-lo nessa jornada, e possamos jogar bola. Formaremos uma pequena trave, com chinelos. Ele, então, fará gols. Sorrirá. Depois, mergulharemos no mar; pegaremos “jacaré”; banharemos nossos corpos, sobretudo a alma, afastando mau-olhado.

Esperaremos as jangadas que aportarão à beira-mar e compraremos peixes. Vamos nos lambuzar saboreando picolés de chocolate. Caminharemos até a pedra do Ceará, recolhendo as conchas que embelezam a praia (as grandes, levaremos ao ouvido para escutar o barulho do mar, o fenômeno da reverberação), e afundaremos os nossos pés na areia, em ensolaradas tardes de fluxo e refluxo da maré.

Tudo isso, é claro, sob o olhar carinhoso e atento dos seus pais.

Na casa dos seus bisavós, ele vislumbrará uma linda paisagem; um mar azul, um lindo coqueiral. Na linha do horizonte, verá o Porto-ilha, que leva o nome do seu trisavô. O alpendre da casa será palco de redes armadas, onde se joga conversa fora, e se toma café coado, com bolo, grude e tapioca.

Na adolescência, talvez, ele não queira ir à praia comigo. Decerto, preferirá a companhia dos amigos e amigas, iniciando as paqueras, “as ficantes”, os namoros, na “vibe” dos doces anos da juventude. Pena que não curtirá as festas do Creda e a escadaria de Zé Félix.

Por isso, tento aproveitar esses eternos momentos, fazendo-os inesquecíveis, singulares.

Lembrei-me do poeta paraibano Ronaldo Cunha Lima, no seu livro de sonetos, Sal no rosto:

“Quando os meus filhos disserem aos meus netos o quanto eu os amava; e quando os meus netos disserem aos meus filhos que guardam lembranças minhas, e de mim sentem saudade, não terei morrido nunca:

Serei eternidade”.

Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos

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Categoria(s): Crônica
  • Art&C - PMM - Climatização - Agosto de 2025
domingo - 24/08/2025 - 04:30h

No dia em que Mossoró amanhecer sem água

Por Bruno Ernesto

Capa de livro lançado nos anos 70 (Reprodução de Bruno Ernesto)

Capa de livro lançado nos anos 70 (Reprodução de Bruno Ernesto)

Às 23h53min do último dia 13 de agosto de 2025, após mais de 200 anos, a ideia se materializou.

Enfim, as águas do Rio São Francisco tocam pela primeira vez o solo do Rio Grande do Norte, encerrando um longo período de incertezas e inaugurou uma nova era para nós.

A temática seca não carece de registros. Aliás, foi justamente por se registrar muito, e insistir mais ainda, que essa ideia agora é realidade.

As grandes secas que assolaram a região Nordeste dizimaram gente, bicho e plantas. E sonhos, muitos sonhos. As mais severas que se tem notícia, são as dos anos de 1877, 1915 e 1932.  Se a seca em si é terrível, essas três foram cruéis.

Mossoró mesma foi o palco de um verdadeiro desastre humanitário na seca de 1877, cuja história registrei no texto Extramuros, publicado neste mesmo espaço em 01/10/2023  (veja AQUI), e pontuei que antes da construção do cemitério público São Sebastião no ano de 1869 – o cemitério velho,  idealizado pelo Vigário Rodrigues -, os sepultamentos que se davam nos adros das igrejas da Mata Fresca, Capela de Santa Luzia, Casa de Oração do Bairro da Igreja Velha e, por fim, na Matriz.

Antes dessa seca histórica, o cemitério São Sebastião terminava onde hoje está localizada a sua capela, e que serve de mausoléu para sacerdotes da paróquia.

A sua dimensão atual se estabeleceu justamente nos anos de 1877-1879, ampliação feita em razão da grande seca que vitimou grande número de pessoas em Mossoró, havendo registros de que centenas de pessoas eram sepultadas diariamente em grandes valas abertas detrás da capela do cemitério.

Milhões de milhões de pessoas morreram na esperança desse dia chegar, e chegou.

Aproveito o fato histórico para trazer um pequeno registro de uma outra luta travada desde sempre por Mossoró, que também padece do mesmo problema. A falta d’água sempre desafiou a terra de Santa Luzia.

Meu pai, assim como tantos, encampou essa luta desde que chegou em Mossoró nos anos de 1960, para cursar Agronomia na ESAM-UFERSA.

Ele sempre foi um entusiasta e esperançoso de que a solução para esse problema era viável e de relativa facilidade, e representaria um grande avanço no desenvolvimento econômico e social, tanto na indústria, quanto na irrigação. Bastava boa vontade.

E isso é facilmente percebido na nota introdutória da edição de 1996 da livro “No dia em que Mossoró amanhecer sem água”, volume 913, da Coleção  Mossoroense, em conjunto com o professo Vingt-Un Rosado, de um artigo científico de autoria do meu pai e publicado pela primeira vez no final dos anos de 1970, início dos anos 1980, quando anotou que “Assim não está descartada a idéia de abastecer Mossoró com água de mananciais superficiais, fazendo chegar até aqui através de adutoras, pensando-se também na irrigação e na indústria. Atualmente, são 24 poços da CAREN e 2 poços da ESAM. 17 da CAERN estão em funcionamento, e 1 da ESAM, totalizando, portanto, 18 poços em funcionamento.”

No final da década de 1970, ele idealizou a construção daquela que hoje uma das principais fontes de abastecimento de água potável de Mossoró e do seu entorno (Assú e Serra do Mel), a Adutora Jerônimo Rosado, que distribui as águas da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, que é justamente quem irá represar boa parte das águas vindas do Velho Chico.

Meu pai, se estivesse vivo, certamente estaria chorando de alegria e vendo, enfim, um dos seus sonhos se tornar realidade, para Mossoró nunca mais amanhecer sem água.

Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor

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Categoria(s): Crônica
domingo - 24/08/2025 - 03:48h

O Efeito Casulo – Dia 13

Por Marcos Ferreira

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Conforme narrei da madrugada de ontem para o final da manhã do mesmo dia (veja AQUI), o vizinho à esquerda de minha casa espancou, de modo animalesco, selvagem, a própria esposa, talvez namorada. Não sei dizer, não me importa o status conjugal deles. O que pude avistar já me atordoou além da conta. Não fui às redes sociais nem aos blogues à procura de detalhes sobre o ocorrido. Uso o meu celular cada vez menos. As redes sociais me dão asco, repugnância. Tenho um monte de ligações não atendidas. O aparelho fica no silencioso. Não mais me interessa o caso do espancamento. É bem provável que tenha sido veiculado pelos noticiários televisivos, quem sabe em rede nacional, contudo não ligo o meu televisor há quase duas semanas. O que sei é que meu estado de nervos sofreu grande abalo por causa disso. Ainda me encontro nervoso; o coração com o ritmo acelerado. O tremor das mãos quase desapareceu, mas uma grande quantidade de pensamentos negativos e destrutivos ocupa a minha cabeça. Por exemplo, eu me imagino, me vejo cometendo toda espécie de violência contra uma centena, quiçá mais, de indivíduos que considero odiosos, abomináveis. Pústulas deste país e um monte de canalhas de outras nações, habitantes de vários pontos do globo.

Tal relato (este manifesto, esta catilinária contra gente escrota e poderosa) já se tornou uma revelação cansativa. Em determinadas vezes expus iguais, semelhantes ímpetos dessa natureza. Mossoró não fica de fora. Aqui existe um presunçoso rebanho de patifes que estaria na minha alça de mira se, por graça de Deus ou do Diabo, eu adquirisse poder para executar meus objetivos sem ser importunado pelas autoridades, os supostos homens da lei. Algumas cabeças seriam transfixadas de longa distância por projéteis de grosso calibre. O ódio que devoto a uma récua de sacripantas vem prejudicando, conturbando meu sono. Tenho (mesmo tomando cinco fármacos diferentes) enorme dificuldade para dormir. Por ora, todavia, fico na vontade. Não me proporciona prazer nenhum alimentar essas inofensivas lucubrações. O leitor não é bobo e decerto vai ficando de saco cheio diante desses meus poderes que nada podem. Melhor, por enquanto, é baixar a bola. Cachorro que muito late, como se diz, não morde. Essa, no entanto, é uma máxima que me parece por demais idiota, sem credibilidade.

Mudemos de assunto. Os meus arroubos psicóticos precisam se limitar ao meu cérebro doentio, enfermiço. Dei mais uma olhada por cima do muro, observei o que foi possível alcançar do meu posto de observação, e acredito que o número de vizinhos com as suas cadeiras nas calçadas aumentou sobremodo. É fácil deduzir que a selvageria do crápula que espancou a sua companheira é o tema ainda em alta. Deduzo isto. Em maior quantidade, avistei as mulheres próximas de minha casa falando demais; volta e meia uma dizia um gracejo e todas gargalhavam. Entre as quais, devo registrar, estavam moças bem jovens, mulheres de meia-idade e senhoras avançadas em anos. Não me dei ao trabalho de contar, entretanto posso supor que se tratasse de umas oito. Do sexo masculino, sendo agora exato, havia justos quatro elementos.

Era por volta das cinco e quinze da tarde. O trânsito nesta rua se encontrava como em geral se comporta de segunda a sábado: com intenso e ruidoso tráfego. É oportuno registrar que, aos domingos, esse fluxo de veículos, principalmente o de carros e motos, cai de forma considerável. Creio que tenha a ver com o fato de que os proprietários desses transportes automotores aproveitam esse dia consagrado ao descanso para curtir a família, assistir a um jogo de futebol pela tevê, tão somente tomar umas cervejas, umas cachaças em casa, e esticar o esqueleto em uma cama, uma rede; dormir algumas boas horas. Assim, não tanto quanto a Avenida Alberto Maranhão nem Presidente Dutra, a Pedro Velho, em especial no que abrange o bairro Santo Antônio, é uma artéria de expressiva circulação. Transita regularmente por aqui uma gente trabalhadora; são os ambulantes, pessoas oferecendo os seus diversos tipos de produtos.

Uma hora surge na esquina o Golzinho dos bolos, das bolachas, pães e biscoitos de variados formatos e sabores. Entre as onze e o meio-dia, costumeiramente, passa a picape dos “ovos fresquinhos” que, a exemplo do Gol, chama a sua clientela por meio de alto-falantes. Noutros horários passam o leiteiro, o homem do queijo, a mulher das canjicas e pamonhas, o vendedor de algodão-doce com uma buzina de borracha que ele aperta de quando em quando. Temos ainda, entre outros, o cidadão que anuncia (este sem contar com um sistema de alto-falantes) as suas castanhas assadas e amendoins torrados. Pela manhã, no mais das vezes em torno das dez e meia, com uma frequência quase religiosa, surge um senhor de uns sessenta anos vendendo frutas e verduras em uma carroça puxada por um cavalinho branco e magro feito o dono.

Em algumas ocasiões, a depender de meu interesse, abria o portão e esperava chegar um desses ambulantes que vêm anunciando os seus produtos desde longe. Geralmente, como não gosto muito das iguarias dos mercados, eu tinha o hábito de comprar canjicas, pamonhas e também as castanhas e os amendoins torrados. Hoje em dia, depois que veio o diagnóstico do câncer e eu me fechei nesta casa, com raras saídas para adquirir alguns gêneros no mercado, não mais ponho a cara fora a fim de comprar os produtos das pessoas que vendem suas mercadorias nas ruas. Além do câncer, agora tenho que lidar com a fobia social, uns vestígios de síndrome de pânico e cenofobia. Minha última ida ao supermercado foi um tanto quanto dramática. Por pouco não tive um surto mais acentuado; o episódio ficou só no mal-estar, consegui passar minhas compras no caixa e sair do comércio sem chamar a atenção de ninguém.

No início da noite de ontem (acontecimento que me causou uma ligeira insegurança) alguém deu umas leves batidas no portão. Acho que umas duas pancadinhas. Quem será? Indaguei de mim para comigo. Não tardou a chamar meu nome. Hesitei. Considerei a possibilidade de não responder, de fingir que não estava. Porém me aproximei e permaneci em absoluto silêncio. Com cuidado para não fazer barulho sequer com a respiração. Que a visita fosse embora. No entanto tomei coragem e respondi à mulher. Sim, era uma mulher que me chamava. Antes de abrir, indaguei pelo nome. “Maria”, respondeu. Ela viera me entregar um presente. Tratava-se de um livro de nome um tanto comprido, como hoje está na moda. Eis o título: Os Grandes Inspetores Gerais no Acampamento de Mossoró, do escritor e maçom Luiz Soares Filho, irmão de Maria, que gentilmente me fez chegar sua bem-confeccionada obra pelas mãos da irmã, vizinha cuja casa fica a duas moradias desta. Ainda não li a obra por completo, estou fazendo isso aos pedaços, entrementes gostando do seu conteúdo. Apesar do fastio que me acomete e tem me afastado das leituras ultimamente. Fiquei satisfeito por Luiz Soares haver dito à sua irmã que acompanha meus escritos todo os domingos.

É sempre bom saber que alguém está lendo o que a gente escreve. Não importa que seja em um blogue desta província aos domingos, na concorrida Folha de São Paulo, no poderoso The New York Times. Não. Contar com esse cidadão acompanhando meus textos (segundo sua irmã) gerou no meu peito um bom bocado de alegria, uma inofensiva e saudável sensação de orgulho. Então, sem perder o vínculo com a descoberta desse inesperado e mais recente leitor, homem de letras que eu desconhecia, registro que o meu médico psiquiatra, o doutor Jarbas Sabóia, aconselhou-me tomar duas quetiapinas de 100 miligramas (Neural) e dois comprimidos de clonazepam (Rivotril) nas noites em que me encontro com o sossego e o sono perturbados. Sujeito previdente, doutor Jarbas teme que eu esteja às vascas de uma nova crise psicótica.

Já o doutor Epitácio Coelho, oncologista que me forneceu o diagnóstico de meu câncer de pâncreas, este classificado em estágio 4, inoperável, metastático, também me prescreveu um punhado de remédios, visto que recusei me submeter ao tratamento quimioterápico. O doutor Epitácio, não menos experiente, alertou-me sobre o detalhe de que abrir mão da quimioterapia significa uma redução na minha expectativa de vida que, segundo ele, seria de menos de seis meses se eu ficar só com o procedimento medicamentoso. Recusei! Trinta ou sessenta dias a menos não significa muito para mim a esta altura do campeonato. Torço apenas que daqui até o apagar das luzes eu possa terminar de escrever e, se possível, fazer o copidesque e a revisão deste romance autobiográfico. Ou, reavaliando o gênero, uma autobiografia asfixiante, correndo igualmente contra o tempo. O resto é apenas o resto e não me interessa.

Marcos Ferreira é escritor

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Leia também: O Efeito Casulo – Dia 12

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Categoria(s): Conto/Romance
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sábado - 23/08/2025 - 23:36h

Pensando bem…

“São as perguntas que não podemos responder que mais nos ensinam. Elas nos ensinam a pensar.”

Patrick Rothfuss

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sexta-feira - 22/08/2025 - 12:42h
Aluguel de chromebooks

Estado é obrigado a cancelar licitação e TCE decide monitorar contrato

Questão dos chromebooks foi decidida nessa quinta-feira pelo plenário do TCE (Foto: Daiana Martins)

Questão dos chromebooks foi decidida nessa quinta-feira pelo plenário do TCE (Foto: Daiana Martins)

Sem alardes, o Governo do Estado resolveu anular processo de licitação para aluguel de 21 mil “chromebooks”, equipamento de informática para alunos da rede estadual de ensino. O assunto veio à tona nessa quinta-feira (21), porque o Tribunal de Contas do Estado do RN (TCE/RN) noticiou os desdobramentos da decisão em seu próprio portal. A Corte vai monitorar a continuidade do processo licitatório. O monitoramento foi determinado em sessão do Pleno desta quarta-feira (20) – veja AQUI.

Ontem mesmo, o Governo do Estado emitiu uma nota se explicando e dando a entender que nada estaria errado, mas que a medida seria para resolver uma “falha formal.” Na verdade, o governismo não tinha outra alternativa e o cancelamento da licitação foi compulsória. Não existia outra saída, apesar da gestão Fátima Bezerra (PT) tratá-la com o eufemismo de “autotutela administrativa.”

Em junho, o senador Styvenson Valentim  (PSDB) mostrou distorções no caso em primeira mão e o Tribunal de Contas da União (TCU) considerou necessária a anulação desse processo de compra.

O parlamentar destacou que tinha adquirido igual chromebook com valor bem abaixo (R$ 1,5 mil por unidade), meses antes, entregues à Escola Estadual Maria Ilka, localizada no Bom Pastor. Já o Governo do RN iria pagar R$ 2,5 mil pelo aluguel. Contrato seria da ordem de R$ 50 milhões.

Leia tambémTCU suspende outra licitação suspeita do Governo Fátima Bezerra

O processo no TCE teve início com uma representação da empresa Altbit Informática Comércio e Serviços Ltda., que alegou ter sido inabilitada indevidamente no Pregão Eletrônico realizado para o aluguel dos Chromebooks. Além disso, a Corte de Contas recebeu uma representação do senador Styvenson Valentim, que questionou o valor da locação dos equipamentos. As duas representações foram apreciadas em conjunto.

Irregularidades identificadas

O TCU identificou irregularidades, como a exclusão da Altbit, que apresentou o menor preço, e a aceitação de atestados de fornecimento, em vez de locação, pela empresa vencedora. Tudo muito suspeito.

Como resultado da decisão do TCU, o Estado do Rio Grande do Norte comunicou a anulação do contrato com a empresa vencedora, a Repremig, além da retomada do pregão eletrônico para a fase de habilitação. Um extrato do termo de anulação foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) em 24 de julho de 2025, mas passou despercebido por tudo e todos, inclusive a imprensa. O próprio Estado evitou divulgação explícita fora do DOE.

Com relação à opção pela locação em detrimento da compra dos equipamentos, o corpo técnico do Tribunal alertou que o convênio firmado com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) trata apenas de verba de custeio, o que impedia a destinação dos recursos para a aquisição dos Chromebooks. No entanto, o voto aprovado pelos conselheiros determina que a Diretoria de Controle de Contas de Gestão e Execução da Despesa Pública (DCD) proceda à análise técnica da formação do preço de referência, indicando o valor agregado dos serviços que integram o contrato de locação, com vistas a identificar eventual prejuízo à economicidade.

O outro lado

Veja abaixo nota oficial da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e do Lazer (SEEC), sobre a extinção da licitação:

Em reconhecimento à conduta da gestão, o Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN) destacou a regularidade da medida adotada pela Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e do Lazer (SEEC), ao extinguir processo com objeto idêntico e afirmar que a anulação do contrato corrigiu integralmente o vício apontado.

Para assegurar a lisura do certame, a SEEC decidiu anular os atos posteriores à possível falha e retornar a licitação à fase de habilitação, cuja reabertura ocorreu em 28 de julho de 2025,  com sucesso e ciência de todos os participantes. Todos os procedimentos foram publicados no Diário Oficial do Estado, garantindo transparência.

A decisão não decorreu de denúncia parlamentar, mas de autotutela administrativa, seguindo recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU). O questionamento original se restringiu à habilitação documental da empresa com menor preço, sem envolver o valor do contrato.

A Secretaria reforça que a comparação entre compra e locação de equipamentos é equivocada. O contrato garante, por 36 meses, suporte técnico presencial, manutenção, seguro, rastreamento, substituição imediata de aparelhos e licença Chrome Education Upgrade (CEU) para todos os 21.000 Chromebooks, serviços não incluídos em uma simples aquisição.A opção pela locação segue a Lei nº 14.172/2021, que vincula os recursos federais a despesas de custeio.

A SEEC reafirma seu compromisso com a legalidade e a celeridade para que os equipamentos cheguem aos estudantes com máxima urgência.

Natal, 21 de Agosto de 2025

Chromebooks usados na Escola Estadual Maria Ilka - com recursos do mandato de Styvenson Valentim (Imagem feita a partir de vídeo)

Chromebooks usados na Escola Estadual Maria Ilka – com recursos do mandato de Styvenson Valentim (Imagem feita a partir de vídeo)

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sexta-feira - 22/08/2025 - 11:26h
Mossoró

Zenaide e prefeito entregam mais uma Unidade Básica de Saúde

Inauguração antecede mais 12 UBS's que ainda serão entregues este ano (Foto: assessoria Zenaide Maia)

Inauguração antecede mais 12 UBS’s que ainda serão entregues este ano (Foto: assessoria Zenaide Maia)

Na tarde desta quinta-feira (21), a senadora Zenaide Maia participou da solenidade de entrega da Unidade Básica de Saúde Rural Ednor Targino de Macedo, localizada na comunidade de Mulunguzinho, em Mossoró. Foi a terceira UBS inaugurada de um total de 15 unidades que ainda serão entregues através de emendas parlamentares da senadora.

A parlamentar destacou a importância do novo equipamento de saúde para a população da zona rural “Precisou de vontade política e respeito pelo seu povo, para que esse jovem prefeito resolvesse trazer esse equipamento. Gente, um equipamento digno! Isso não é um postinho de zona rural, isso é uma Unidade Básica de Saúde, onde vão funcionar todos os serviços.”

O prefeito Allyson Bezerra (UB) agradeceu à senadora pelo envio dos recursos que viabilizaram a obra: “A senadora pegou na minha mão em Brasília, mandou os recursos, liberou os recursos. Pois é, senadora, essa aqui já andou e está entregue. Mas eu quero dizer, senadora, que a partir de agora, toda semana a senhora vai vir a Mossoró. Toda semana, até o final do ano, vai vir a Mossoró. Por que, senadora? Porque toda semana nós vamos entregar uma Unidade Básica de Saúde, fruto do seu trabalho como senadora da República.”

Também participaram da solenidade o presidente da Câmara Municipal, Genilson Alves (UB), o vice-prefeito Marcos Medeiros (PSD), primeira-dama Cìnthia Raquel Pinheiro, vereadores, secretários municipais e a comunidade local.

Em seguida, ela prestigiou a Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada (Expofruit), naEstação das Artes Elizeu Ventania.

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Categoria(s): Política / Saúde
sexta-feira - 22/08/2025 - 10:48h
Relatório financeiro

Bolsonaro movimentou R$ 44,3 milhões em dois anos em sua conta

Boa parte dos altos volumes de dinheiro de Bolsonaro foi para esposa e filhos (Foto: Evaristo Sá/AFP)

Boa parte dos altos volumes de dinheiro de Bolsonaro foi para esposa e filhos (Foto: Evaristo Sá/AFP)

Do Canal Meio e outras fontes

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu mais de R$ 30 milhões no período de um ano, entre março de 2023 e fevereiro de 2024. As informações são do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), segundo análise realizada pela Polícia Federal no âmbito do inquérito que apura suspeita de coação no processo sobre a trama golpista. De acordo com a PF, as operações financeiras têm “suspeitas de serem ocorrências de lavagem de dinheiro e outros ilícitos”. No entanto, o ex-presidente não foi indiciado neste crime. Praticamente todo o volume de recursos não permaneceu na conta de Bolsonaro.

Boa parte do dinheiro foi transferida para sua mulher, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e para os filhos do meio do ex-presidente, Eduardo e Carlos Bolsonaro. O Coaf também apontou que Carlos e Eduardo receberam mais de R$ 4 milhões cada em diferentes períodos entre 2023 e 2025. Assim como ocorreu com as contas do pai, os recursos também não ficaram nas contas deles. (Globo)

Considerando o período até junho de 2025, Jair Bolsonaro recebeu cerca de R$ 44,3 milhões. De 20 de dezembro de 2024 a 5 de junho deste ano, quando Bolsonaro recebeu R$ 11,1 milhões. Nos quase dois anos cobertos pelo relatório, R$ 20,7 milhões vieram de transações em Pix — sendo que cerca de R$ 19,3 milhões foram enviados de março de 2023 a fevereiro de 2024. Do PL, em todo o período, segundo esses dados, foram R$ 1,1 milhão. (Folha)

Conta de passagem

O relatório do Coaf solicitado pela Polícia Federal aponta indícios de que Eduardo Bolsonaro usou a conta bancária de sua esposa, Heloísa Bolsonaro, para tentar esconder recursos enviados por seu pai no período. Segundo a apuração, Eduardo recebeu sete transferências de R$ 111 mil do pai e uma oitava no valor de R$ 2 milhões. De acordo com a PF, Eduardo Bolsonaro “utilizou a conta bancária de sua esposa como forma de escamotear os valores encaminhados por seu genitor, utilizando como conta de passagem, com a finalidade de evitar possíveis bloqueios em sua própria conta”. (CNN Brasil)

Entre os gastos de Bolsonaro identificados pela PF, um chamou a atenção dos investigadores. Enquanto movimentava milhões de reais em transferências para os filhos e a esposa, Bolsonaro fazia despesas mais modestas com a lotérica do irmão, Angelo Bolsonaro, em Eldorado (SP). Entre 2024 e 2025, Jair Bolsonaro fez 113 transferências para a lotérica, num total de R$ 70 mil — uma média de R$ 619 por envio. (UOL)

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sexta-feira - 22/08/2025 - 09:54h
Polícia

Irmãs investigadas por crime no RN estão presas no Paraná

Imagens da imprensa paranaense, que chegam às redes sociais, mostram a chegada à delegacia policial, em Foz do Iguaçu-PR, de duas irmãs investigadas por crimes de morte no Rio Grande do Norte. Seriam mandantes do assassinato do prefeito de João Dias (região Oeste do RN), Francisco Damião de Oliveira (UB), 38, conhecido por “Marcelo Oliveira.”

No mesmo episódio foi morto o pai do governante, Sandi Alves de Oliveira, 58.

Damária Jácome de Oliveira, vice-prefeita de João Dias à época do crime e filiada ao Republicanos; Leidiane Jácome de Oliveira, vereadora e irmã de Damária; além de Weverton Claudino Batista, também investigado como intermediário na trama criminosa – estavam escondidos em Cidade del Este no Paraguai. Os três estavam foragidos desde agosto de 2024.

Providência são tomadas para que as irmãs e Weverton, suposto intermediário do plano que resultou nos assassinatos, sejam logo escoltados ao RN. A localização é prisão do trio foi possível em face de trabalho integrado. A Polícia Civil do RN contou com apoio da Polícia Federal, meios operacionais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Foz do Iguaçu e atuação da Polícia Nacional do Paraguai, por meio do comando da Tripartido que atua na Fronteira.

🎥 Portal Cidade de Foz

Leia tambémImplicados em morte de prefeito do RN são presos no Paraguai

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quinta-feira - 21/08/2025 - 23:54h

Pensando bem…

“A arte não é só talento, mas sobretudo coragem.”

Glauber Rocha

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  • Art&C - PMM - Climatização - Agosto de 2025
quinta-feira - 21/08/2025 - 23:42h
Decisão

Desembargador emérito Barros Dias é novamente inocentado

Barros Dias construiu uma carreira sólida como judicante, professor e escritor (Foto: Reprodução)

Barros Dias construiu uma carreira sólida como judicante, professor e escritor (Foto: Reprodução)

Do Justiça Potiguar e BCS

O juiz da 4ª Vara da Justiça Federal do Rio Grande do Norte (JFRN) – Janilson Bezerra de Siqueira – absolveu nesta quinta-feira (21), o desembargador emérito Francisco Barros Dias da acusação de ter vendido decisão em favor de Rychardson Macedo, réu da operação Pecado Capital e preso em 2012.

Barros Dias foi inocentado no processo em que era acusado de ter praticado ato de improbidade administrativa em benefício de Rychardson Macedo, apontado como líder do esquema de corrupção instalado no Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande do Norte (IPEM/RN).

A sentença enfatiza que não existem provas de crimes cometidos pelo desembargador.

Francisco Barros Dias chegou a ser preso em agosto de 2017 (veja AQUI), sob duas acusações do Ministério Público Federal (MPF/RN)que se mostraram infundadas: (1) a de ter vendido decisão enquanto atuava no TRF5, cuja sentença publicada hoje declarou a completa ausência de provas, e (2) a de supostamente ter explorado prestígio no próprio TRF5 após sua aposentadoria, denúncia que já havia sido julgada improcedente anteriormente.

Nascido em Olho D’água do Borges na região Oeste do RN, com sólida carreira como judicante, professor e escritor, ele foi denunciado pelo MPF noutra demanda e chegou a ser condenado em primeiro grau a 38 anos de reclusão. Leia AQUI série de matéria sobre o caso.

Leia tambémTribunal Federal inocenta ex-desembargador Barros Dias

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quinta-feira - 21/08/2025 - 23:28h
Mossoró

Condomínio Américas ainda não tem anúncio oficial para ser entregue

Planta do empreendimento que fica numa extensão do Nova Betânia, próximo ao Partage Shopping (Reprodução do BCS)

Planta do empreendimento que fica numa extensão do Nova Betânia, próximo ao Partage Shopping (Reprodução do BCS)

A Construtora Embraco ainda não anunciou oficialmente quando entregará o Condomínio Américas em Mossoró.

O empreendimento fica numa extensão do bairro Nova Betânia e próximo ao Partage Shopping.

Possui 503 lotes e terá um cinturão verde de 2.813 m² com pista de cooper, além de uma diversidade de equipamentos de lazer e convivência social.

É destinado a um público exigente e de alto padrão.

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