“Cuidado para não ser cola, rejunte, entre todos da família. De tanto juntar cacos, você é o único que se corta.”
Fabrício Carpinejar
Jornalismo com Opinião
“Cuidado para não ser cola, rejunte, entre todos da família. De tanto juntar cacos, você é o único que se corta.”
Fabrício Carpinejar
“Levar humanidade para quem está em situação de rua.” Com essa afirmação, o bispo da Diocese de Mossoró, Dom Francisco de Sales (O.Carm.), recepcionou na manhã desta terça-feira (09), na Cúria Diocesana em Mossoró, o padre Júlio Lancellotti, pároco da Paróquia de São Miguel Arcanjo no bairro da Mooca-SP e vigário episcopal para a Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo-SP.
Além desse convidado especial, que tem uma atividade social e evangelizadora de repercussão internacional, voltada para pessoas de rua, outros convidados: reitora da Universidade do Estado do RN (UERN), Cicília Maia, Irmã Vera Lúcia e Irmã Leucia da Silva, das Missionárias da Fraternidade Cristã, o pároco da Catedral de Santa Luzia, padre Antoniel Alves, Alexandre Fernandes do setor jurídico da Diocese, além de outras pessoas. Em pauta, o projeto Casa da Esperança.
Foi uma oportunidade única em que padre Júlio compartilhou ideias para a Casa da Esperança, a partir de sua vasta experiência à frente de 19 projetos sociais em São Paulo (SP). A reitora Cicília Maia apresentou dados e iniciativas da universidade junto à população em situação de rua e colocou os cursos da Uern à disposição para colaborar com o projeto.
União
Dom Francisco agradeceu a presença de padre Júlio e da reitora, destacando a importância das experiências e ideias. Bispo e padre Antoniel enfatizaram a necessidade de unir muitas mãos e corações em torno da Casa da Esperança, cuja sede será no Alto do Louvor – bairro Bom Jardim. Inauguração está prevista para dezembro.
Padre Antoniel recordou a visita que fez em julho a São Paulo, onde pôde conhecer de perto o “grande trabalho de padre Júlio”, e ressaltou a alegria de recebê-lo em Mossoró. Ele ainda reforçou que a Diocese irá buscar instituições e parcerias, para que todos possam acolher e estender a mão, na partilhar do pão e juntos construir um lugar onde ninguém se sinta invisível: Casa da Esperança.
Em sua estada em Mossoró, padre Júlio deu entrevista a Rádio Rural e outros segmentos da imprensa, visitou local onde será a Casa da Esperança, presidiu missa na Catedral de Santa Luzia (vídeo AQUI) e esteve com pessoas em situação de sua.
Unidade da Igreja local passará por reestruturação para acolher pessoas de rua (Foto: Diocese de Mossoró)
Nessa quarta-feira (10), sua programação é essa abaixo:
8h – Encontro com o clero, seminaristas e religiosas.
11h – Participação no Programa Manhã TCM da TV Cabo Mossoró, Canal 10.
Acesse nosso Instagram AQUI.
Acesse nosso Threads AQUI.
Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.
Empresas do Nordeste conectadas a rede de apoio empreendedor apresentaram crescimento médio de 100% de faturamento, segundo o Mapeamento Nacional 2025. Estudo foi realizado entre fevereiro e maio deste ano. A pesquisa foi realizada pela Confederação Nacional de Jovens Empresários (CONAJE) com base em respostas de empresários de 17 estados de todas as regiões do país.
A média nacional de crescimento de empresas no Brasil gira entre 7% e 10%, de acordo com a própria entidade. No Nordeste, o desempenho acima da média está ligado a fatores como turismo e economia criativa.
“Empreender sozinho é muito mais difícil. Quando o jovem empresário tem acesso a mentorias, capacitação e conexões reais, o crescimento se torna viável”, afirma Fábio Saraiva, presidente da Conaje.
Perfil
Os jovens empresários do Nordeste têm entre 30 e 34 anos, e 50% possuem ensino superior completo. Segundo o levantamento, 85% são donos(as) do próprio negócio e são ativos em eventos e redes estaduais. A maior parte das empresas associadas são MEIs (45%) e microempresas (40%), com forte presença de empreendedores sociais e criativos. Os principais setores de atuação são comércio, turismo, serviços pessoais e gastronomia.
Entre os principais desafios enfrentados pelos empresários estão a estruturação dos negócios (47% apontaram essa dor), conquistar escala e sair da informalidade e baixa capilaridade de ecossistemas locais. As maiores demandas dos empresários envolvem capacitação prática – como vendas, marketing e liderança – networking nacional e apoio para acessar recursos e crédito.
Panorama nacional
A Conaje reúne mais de 15 mil empresas associadas no Brasil. Juntas, essas empresas movimentam R$ 51,8 bilhões por ano e geram mais de 191 mil empregos diretos. Além do faturamento, os negócios associados relatam acesso facilitado a capacitação, crédito, mentoria e oportunidades de networking, fatores que influenciam diretamente no desempenho do negócio.
A entidade sem fins lucrativos, que atua há 25 anos no fomento ao empreendedorismo jovem, tem presença em todas as regiões do país, com 20 movimentos empresariais ativos e representação em fóruns internacionais como o G20 Young Entrepreneurs Alliance (YEA) e a Federação Ibero-Americana de Jovens Empresários (FIJE). O estudo completo pode ser acessado neste link.
Acesse nosso Instagram AQUI.
Acesse nosso Threads AQUI.
Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.
A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) lança campanha nacional de conscientização e prevenção de doenças reumáticas com mobilização dia 28 de Setembro (um domingo). Será no Parque das Dunas, em parceria com a Sociedade de Reumatologia do Rio Grande do Norte (SRRN).
Com o slogan “Dor nas Juntas? Junta tudo e vem para o reumato”, a edição 2025 da campanha nacional visa chamar atenção da população sobre prevenção, sintomas, diagnósticos e tratamentos corretos das doenças reumáticas, que afetam cerca de 15 milhões no país.
Das 8h às 11h, médicos especialistas em reumatologia estarão à disposição do público para esclarecer dúvidas, distribuir materiais informativos sobre as principais doenças reumáticas e orientar sobre hábitos de vida que contribuem para a qualidade de vida da população.
São mais de 120 doenças já catalogadas entre inflamatórias, crônicas, autoimunes e raras, algumas das quais estão entre as principais causas de afastamento do trabalho. “Dores nas articulações podem ser sintomas de doenças reumáticas como artrite e osteoartrite/artrose, e devem ser investigadas, diagnosticadas e tratadas de forma correta por um reumatologista”, alerta o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), Dr. José Eduardo Martinez.
“A conscientização é uma das principais formas de prevenção. O diagnóstico precoce e o início do tratamento correto proporcionam inserção social e qualidade de vida ao paciente”, completa ele.
Acesse nosso Instagram AQUI.
Acesse nosso Threads AQUI.
Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.
O Ministério Público Federal (MPF) recorreu de sentença que absolveu (veja AQUI) o desembargador federal aposentado Francisco Barros Dias da acusação de venda de decisões judiciais no Tribunal Regional Federal da 5a Região (TRF5). O MPF pediu a condenação de Dias por improbidade administrativa ao receber propina em troca de dois julgamentos favoráveis a Rychardson de Macedo Bernardo, ex-diretor do Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande do Norte (IPEM/RN), em 2012. Com a sentença da Justiça Federal no RN, o recurso será analisado pelo próprio TRF5.
A ação decorre da chamada Operação Alcmeon, um desdobramento da Operação Pecado Capital, que descobriu desvios de recursos no IPEM/RN entre 2007 e 2010. As investigações levaram à prisão preventiva e sequestro de bens de Rychardson Bernardo, então diretor do instituto, além da intervenção judicial nas empresas utilizadas na lavagem de dinheiro.
Segundo o MPF, entre janeiro e julho de 2012, o ex-diretor do IPEM/RN e seu irmão Rhandson Bernardo pagaram propinas a dois hoje ex-desembargadores federais — Francisco Barros Dias e Paulo de Tasso Benevides Gadelha (falecido) — com o objetivo de obter decisões favoráveis à soltura de Rychardson e à liberação de seus bens e empresas. Pelo menos R$ 250 mil foram destinados a Dias, com intermediação do advogado Francisco Welithon da Silva, também demandado na ação.
De acordo com o recurso, “as provas produzidas não apenas corroboraram o extenso material probatório já previamente reunido, como também, analisadas em conjunto, afastam qualquer dúvida razoável quanto à existência de um esquema de venda de decisões judiciais”. No entanto, a 4a Vara da Justiça Federal no RN entendeu “não ter sido formado um conjunto probatório suficientemente coeso e seguro para amparar a acusação”.
Acesse nosso Instagram AQUI.
Acesse nosso Threads AQUI.
Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.
A UniCatólica do Rio Grande do Norte promoverá solenidade de abertura do VI Congresso Nacional de Ciências e Educação (CONCED), que neste ano tem como tema: “Educar como um Ato de Esperança: por uma Poética Inventiva do Ser.”
O evento ocorrerá no dia 15 de setembro de 2025 (segunda-feira), às 19h, no Requinte Buffet em Mossoró, ocasião em que o Magnífico Reitor, padre Charles Lamartine, fará a exposição do tema ressaltando a missão educativa como ato de esperança e força transformadora do ser humano.
Na oportunidade, o Grupo Diocecena, Coral Ângelus e atores de renome nacional presentearão o público com um espetáculo artístico-cultural, que integrará música, dança e expressões artísticas, com o intuito de proporcionar uma experiência poética e sensível, em sintonia com o tema da conferência.
Acesse nosso Instagram AQUI.
Acesse nosso Threads AQUI.
Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.
Em postagem em suas redes sociais agora há poucos minutos, a governadora Fátima Bezerra (PT) anunciou convocação de aprovados em concurso da Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN.
“No Diário Oficial de amanhã (quarta-feira, 10), estaremos nomeando os 50 primeiros concursados da Sesap: 25 técnicos de enfermagem e 25 técnicos administrativos para reforçar o Hospital Walfredo Gurgel”, disse.
“E tem mais: em breve, faremos nova convocação de servidores administrativos para integrar os quadros do Hospital da Mulher, em Mossoró. Uma conquista importante para a saúde da nossa região Oeste.”
Acrescentou que é preparado um grande plano de nomeações de servidores efetivos, em diálogo com o Ministério Público e o Judiciário. Nosso compromisso é fortalecer a saúde pública do RN com equipes completas e um serviço de excelência ao nosso povo.”
Acesse nosso Instagram AQUI.
Acesse nosso Threads AQUI.
Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.
Aldo, ao lado de Pedro, é secretário da Educação em Natal e ligado a projeto de Álvaro Dias (Foto: redes sociais)
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo (SEDINT) de Mossoró não é mais o professor-doutor Pedro Fernandes Neto. Até aí, nenhuma novidade. A notícia em primeira mão a gente publicou no dia passado (veja AQUI).
Mas, afinal, por que ele ‘pediu o boné’, mesmo sendo bem avaliado pela gestão e com ótima relação pessoal com o prefeito Allyson Bezerra (UB)?
Sua justificativa por escrito ao pedido de exoneração foi protocolar. Sustentou que queria mais tempo para se dedicar à família, mas a motivação de Fernandes vai além, tendo relação direta com as eleições 2026.
Secretário municipal de Educação da Prefeitura de Natal, o advogado Aldo Fernandes (Republicanos), irmão de Pedro Fernandes, pode ser candidato a deputado estadual em 2026. Mais: é ligado politicamente a Álvaro Dias (Republicanos), ex-prefeito de Natal.
Álvaro é pré-candidato a governador e está claro que lista o prefeito Allyson Bezerra como adversário. Daí, entendeu Pedro Fernandes, não ser coerente continuar no governo local, também porque o prefeito terá um nome próprio à Assembleia Legislativa. A princípio, a pedagoga Cínthia Raquel, sua mulher.
Acesse nosso Instagram AQUI.
Acesse nosso Threads AQUI.
Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.
O prefeito de Caicó, Dr. Judas Tadeu (PSDB), transmitiu oficialmente o cargo ao vice-prefeito Toinho Santiago (PSDB), nessa segunda-feira (08).
A mudança ocorre por poucos dias, enquanto o governante cumpre agenda administrativa em Brasília em ministérios e com bancada federal.
Há um simbolismo nessa alteração temporária no Executivo de Caicó. Do ponto de vista legal, seria dispensável a troca ou o ‘afastamento’ fugaz do prefeito.
Dezenas de vezes, Dr. Judas Tadeu fez esse trajeto administrativo – Caicó-Brasília -, sem entregar a municipalidade ao vice.
Agora é diferente.
Acostume-se, caicoense.
Em poucos meses, o prefeito estará renunciando ao cargo para concorrer a mandato eletivo em 2026. Possivelmente, à Assembleia Legislativa do RN.
Acesse nosso Instagram AQUI.
Acesse nosso Threads AQUI.
Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.
Do Canal Meio e outras fontes
O julgamento da ação penal que investiga a trama golpista e pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro a mais de 40 anos de prisão terá hoje um dos seus capítulos mais importantes e esperados: o voto do ministro relator do processo, Alexandre de Moraes. Ele será o primeiro dos cinco ministros da 1ª Turma do STF a dar seu parecer, e a expectativa é de que Moraes use entre três e quatro horas para ler seu voto.
A decisão de Moraes será a primeira e deve, de alguma forma, influenciar a decisão dos demais ministros. A sentença final, no entanto, só deve ser proferida na sexta-feira, após todos os ministros votarem e definirem qual pena será imputada a cada um dos acusados do que ficou conhecido como “núcleo crucial” da trama golpista.
Regime fechado
Há pouca expectativa de absolvição para os réus, em especial o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é considerado o líder da organização criminosa que planejou o malsucedido golpe de Estado. O próprio Bolsonaro tem dito a aliados saber que será condenado, mas revelou o temor de cumprir a pena em regime fechado. (CNN Brasil)
Votação
A audiência que será retomada nesta terça-feira vai se estender por toda a semana, com sessões diárias no Supremo Tribunal Federal até a sexta. De acordo com a ordem, depois de Alexandre de Moraes, vota o ministro Flávio Dino, seguido por Luiz Fux e, depois, pela ministra Cármen Lúcia. O último a proferir seu voto é o presidente da 1ª Turma do STF, o ministro Cristiano Zanin. A expectativa é de que todos os ministros tenham votado até o final do dia de quarta-feira, mas há a possibilidade de que a votação se estenda até quinta-feira. (g1)
Semana ‘livre’
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu que nesta semana não haverá sessões presenciais em Brasília. Motta determinou que as sessões sejam remotas e liberou os deputados a ficarem em suas bases até sexta-feira. De acordo com os líderes partidários, além de tentar reduzir a pressão pela entrada do PL da Anistia na pauta, Motta também quer evitar que as tensões na Câmara ultrapassem o bom senso. (Valor)
Governo
O Planalto, por sua vez, quer que seus ministros pressionem a base do governo no Parlamento para que pautas de teor popular entrem na pauta nesta semana em que poucos deputados estarão em Brasília. Em reunião com diversos ministros de partidos do centrão, como o MDB, União Brasil e PSD, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reforçou que o governo pretende levar à pauta o projeto que prevê isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. (Metrópoles)
Tarcísio
Enquanto se preparam para os momentos finais do julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro, ministros do STF dedicaram parte da segunda-feira para repercutir as falas do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), no ato de 7 de setembro na Avenida Paulista, em São Paulo. Para ministros do STF, Tarcísio implodiu as pontes que havia construído com a cúpula do Judiciário ao afirmar que o ministro Alexandre de Moraes é um tirano e que não existem provas para condenar Bolsonaro. (Estadão)
EUA
Depois de vários dias em silêncio, o governo americano voltou a se posicionar contra o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e a atacar o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Desta vez, coube ao subsecretário do Departamento de Estado, Darren Beattie, a tarefa de ir até o X para publicar um post sobre o Brasil. Citando os 203 anos de independência do país, Beattie afirmou que os Estados Unidos mantêm o compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores de liberdade e justiça. (Terra)
Brics
Na cúpula do Brics, Lula criticou a política de retaliação de Donald Trump, a classificando como “chantagem tarifária” usada para conquistar mercados e interferir em assuntos internos de outros países. O presidente brasileiro alertou para a ameaça que medidas unilaterais e sanções extraterritoriais representam às instituições e à liberdade comercial dos países em desenvolvimento.
Em tom alinhado ao do presidente chinês, Xi Jinping, Lula acusou os EUA de enterrar os princípios do livre-comércio e reiterou a defesa do multilateralismo. Também defendeu regulação global das big techs e soberania digital, afirmando que sem isso os países seguirão vulneráveis à manipulação estrangeira. (Folha)
Acesse nosso Instagram AQUI.
Acesse nosso Threads AQUI.
Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.
“Cuidado com a tristeza. Ela é um vício.”
Gustave Flaubert
Do Mossoró Hoje e BCS
A Justiça Eleitoral da 65ª Zona Eleitoral, com sede em Pau dos Ferros, cassou os diplomas do prefeito e da vice-prefeita do município de Marcelino Vieira, Hindemberg Pontes de Lima (Podemos), conhecido por “Dibed”, e Juliana Emídia do Nascimento Costa (PL).
A decisão, proferida pelo juiz Osvaldo Cândido de Lima Júnior e divulgada na sexta-feira (05), determina a realização de novas eleições no município, que tem quase 9 mil habitantes, sendo que pouco mais de 6 mil estão habilitados ao voto.
Contudo, cabe recurso e a decisão não tem efeito imediato. Prefeito e vice podem responder à demanda no exercício dos respectivos mandatos.
O magistrado concluiu que os gestores cometeram abuso de poder político e econômico, além de outras condutas ilícitas. A principal justificativa foi a contratação em massa de servidores e diaristas pouco antes do pleito de 2024. O magistrado destacou que as contratações não tinham comprovação de necessidade e foram feitas com claro intuito eleitoreiro, a fim de desequilibrar a disputa em favor da chapa.
O que poderá ocorrer
Novas eleições deverão ser realizadas em um prazo máximo de 90 dias, caso a sentença seja mantida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN), para onde o caso pode ser recorrido. Havendo julgamento colegiado nesse sentido, o presidente da Câmara Municipal assume a prefeitura interinamente até que o TRE-RN convoque novas eleições/diplomação e posse dos novos eleitos.
A ação de cassação foi movida pela coligação “Marcelino Vieira para Todos”, que teve como candidatos o o médico Geraldo Antônio da Costa Neto (PSD) – “Dr. Geraldinho”, e o servidor público José Zilmar da Silva (PSD) – “Zilmar Do Panati”. Além dos efeitos eleitorais, o juiz encaminhou cópias do processo para o Ministério Público Estadual e o Ministério Público Eleitoral para apuração de possíveis atos de improbidade administrativa e ilícitos penais.
Acesse nosso Instagram AQUI.
Acesse nosso Threads AQUI.
Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.
O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Norte (SINDUSCON/RN) divulgou o Custo Unitário Básico (CUB/m²) referente ao mês de julho de 2025.
O indicador apresentou uma variação positiva de 0,5% em relação ao mês anterior, fixando-se no valor de R$ 1.975,44.
O CUB/m² é o principal parâmetro de mensuração dos custos da construção civil, servindo como referência para orçamentos, contratos e acompanhamento das oscilações do setor.
Mais do que um dado numérico, o índice traduz os movimentos econômicos que impactam diretamente o segmento da construção, refletindo tanto no mercado imobiliário quanto no desenvolvimento econômico regional.
Acesse nosso Instagram AQUI.
Acesse nosso Threads AQUI.
Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.
Não estou conseguindo trabalhar com o provedor “Brisa Necas.”
Semanas e semanas terríveis.
Nos últimos dias, muito pior.
Tarefas diversas atrasadas ou perdidas sem net minimamente confiável.
Simples atualização do Blog é uma pedra de *Sísifo (saiba mais AQUI).
Acesse nosso Instagram AQUI.
Acesse nosso Threads AQUI.
Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.
O professor-doutor Pedro Fernandes Neto, ex-reitor da Universidade do Estado do RN (UERN), formalizou nesta segunda-feira (08) pedido de exoneração. Ele é titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo (SEDINT) de Mossoró.
Alegou injunções que se formam e conflitam com suas obrigações na pasta, para tomar a decisão. Segundo justificou, “neste momento entendi ser necessário priorizar minha família.”
Assinalou, ainda, “minha sincera admiração e respeito pelo senhor, pela forma como conduz nossa cidade com dedicação e coragem. Foi uma honra caminhar ao seu lado nesse período, aprendendo e contribuindo dentro de minhas possibilidades.”
Por fim, confessou o “orgulho de ter feito parte dessa gestão.”
Fernandes estava no governo desde 25 de janeiro deste ano. Mas, na primeira administração do prefeito Allyson Bezerra (UB), ele já entrara no lugar do professor-doutor Frank Felisardo no dia 13 de agosto de 2024.
Acesse nosso Instagram AQUI.
Acesse nosso Threads AQUI.
Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN), por meio da Comissão de Saúde, promove na próxima quarta-feira (10), às 8h30, no auditório Cortez Pereira (sede da Assembleia), audiência pública com o tema “Falta de insumos nos Hospitais Regionais do RN”.
O encontro tem como objetivo debater a escassez de insumos básicos e medicamentos nos hospitais regionais do Estado, reunindo representantes de órgãos públicos, entidades de classe, profissionais da saúde e a sociedade civil.
Durante a audiência, serão apresentados relatos das instituições diretamente envolvidas com a gestão e a prestação dos serviços de saúde. A proposta é identificar as principais causas da falta de materiais, avaliar os impactos na assistência à população e construir encaminhamentos que assegurem o abastecimento hospitalar e a continuidade do atendimento no sistema público de saúde.
“Temos falado praticamente todas as semanas sobre a falta de medicamentos e insumos. Agora precisamos reunir todos os órgãos envolvidos para buscar soluções concretas. O objetivo é garantir o reabastecimento das unidades de saúde, a retomada das cirurgias eletivas e o pleno funcionamento das urgências e emergências”, destaca a deputada Cristiane Dantas (SDD), presidente da Comissão de Saúde da ALRN.
A iniciativa integra a agenda de atividades da Comissão de Saúde da ALRN, que vem acompanhando de perto a situação da rede hospitalar estadual.
Acesse nosso Instagram AQUI.
Acesse nosso Threads AQUI.
Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.
Do Diário Político (Vonúvio Praxedes) e BCS
Em entrevista ao repórter Joãozinho GPS, da Rádio Difusora, durante evento da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RN (FCDL/RN), realizado no Hotel Garbos no fim de semana, o empresário e engenheiro Jorge do Rosário confirmou seu retorno ao Partido Liberal (PL) e oficializou sua pré-candidatura a deputado estadual para as eleições de 2026. Ele concorreu à Assembleia Legislativa do RN (ALRN) pelo Avante em 2022.
Jorge lembrou que não é a primeira vez que integra os quadros da legenda. “Eu já fui presidente do PL em Mossoró, em 2016, durante a campanha ao lado de Tião Couto à Prefeitura de Mossoró. Agora estou retornando com muita honra e assumirei novamente a presidência do partido”, declarou.
O engenheiro também ressaltou que volta ao PL em um novo contexto político, desta vez representando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no município. “É uma responsabilidade grande, mas que assumo com disposição de contribuir com o fortalecimento do partido e com o debate político no Rio Grande do Norte”, afirmou.
Até agora, o partido é comandando pelo farmacêutico-bioquímico Genivan Vale, ex-vereador e ex-candidato a prefeito de Mossoró na eleição de 2024.
Retrospecto
Nome vitorioso na atividade empresarial, na construção civil, Rosário não tem bom retrospecto na política, onde os resultados são diametralmente opostos. Em 2016, foi candidato a vice-prefeito de Tião Couto, com chapa derrotada por Rosalba Ciarlini (PP)-Nayara Gadelha (PP).
Em 2018, na primeira tentativa à Assembleia Legislativa do RN (ALRN), não vingou.
Já em 2020, a adversária de 2016 o cooptou para vice. De novo, não deu certo. Rosalba e ele foram derrotados pelo deputado estadual Allyson Bezerra (SDD).
Nas eleições de 2022, outra frustração: No Avante, que assumiu, Jorge do Rosário não prosperou à ALRN pela segunda vez consecutiva. E apoiou a reeleição da governadora Fátima Bezerra (PT).
Ano passado, ele articulou nominata à vereança do Avante, porém a sigla não elegeu qualquer nome.
Acesse nosso Instagram AQUI.
Acesse nosso Threads AQUI.
Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.
O Diário Oficial do Estado (DOE) publicou, na último quarta (03), a aprovação do Projeto Cestinhas 2026, iniciativa da Associação Atlética Santa Delmira (SADE) que, neste novo ciclo, será a maior edição já realizada.
Criado no bairro Santa Delmira, Mossoró, o Cestinhas expandiu em 2025 para o Conjunto Abolição V e, agora, em 2026, se prepara para alcançar novos bairros de Mossoró. A expectativa é beneficiar um número recorde de crianças e adolescentes, fortalecendo o acesso ao esporte, à educação e à cidadania.
“O Cestinhas chegou para ficar. Em 2026, vamos alcançar o maior número de crianças e adolescentes da nossa história, graças à união entre sociedade civil, poder público, universidade e iniciativa privada”, destaca Lucas Negreiros, presidente da entidade.
O projeto conta com patrocínio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, por meio do Programa RN+ Esporte e Lazer, além da parceria da Trevo Embalagens e do apoio institucional da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), através da PROEX e da Faculdade de Educação Física da Uern.
Com a nova expansão, o Cestinhas reafirma sua vocação em transformar vidas, promovendo oportunidades esportivas e valores de cidadania a jovens em situação de vulnerabilidade social.
Sobre o Cestinhas
Criado em Mossoró/RN, o Cestinhas é um projeto de formação esportiva e cidadania realizado pela Sade. Desde sua criação no Santa Delmira, já impactou centenas de crianças e adolescentes, utilizando o basquete como ferramenta de inclusão, disciplina e convivência comunitária.
Acesse nosso Instagram AQUI.
Acesse nosso Threads AQUI.
Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.
A Liga Contra o Câncer informa que, a partir desta segunda-feira, 8 de setembro, as cirurgias eletivas estarão suspensas. A medida decorre da ausência de adesão dos médicos cirurgiões à empresa Justiz Terceirização de Mão de Obra Ltda, atual responsável pela gestão dos procedimentos de alta complexidade no âmbito da Prefeitura de Natal. Diante disso, não há contrato vigente que assegure a continuidade regular dos serviços.
Na semana passada, foi realizada reunião entre os profissionais e a direção da Justiz, ocasião em que foram apresentados os termos do novo contrato. Contudo, a análise técnica do Edital nº 003/2025 identificou risco de desassistência à população, uma vez que o valor previsto é insuficiente para atender ao volume de procedimentos atualmente realizados.
Cabe destacar que a prestação de serviços médicos na Liga é realizada integralmente por profissionais liberais, sem vínculo empregatício direto com a instituição, o que assegura a autonomia técnica de cada um.
A Liga ressalta que as cirurgias de urgência continuarão sendo realizadas, garantindo a assistência ininterrupta aos pacientes em situações críticas. A instituição reforça que vem atuando na busca do diálogo urgente e necessário junto à Prefeitura do Natal, a empresa Justiz e os médicos, no objetivo de viabilizar a retomada da normalidade do atendimento, o mais breve possível.
Leia também: MP vai investigar denúncias sobre pressão de sindicato contra médicos
Acesse nosso Instagram AQUI.
Acesse nosso Threads AQUI.
Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.
Por Wilson Gomes
Há 75 anos, em 1950, saía a público um livro de fôlego incomum, resultado de mais de uma década de pesquisa coletiva em psicologia social, sociologia e teoria crítica: The Authoritarian Personality (A personalidade autoritária), de Theodor W. Adorno, Else Frenkel-Brunswik, Daniel J. Levinson e Nevitt Sanford. O projeto nasceu sob o patrocínio do famoso Instituto de Pesquisa Social — “transplantado” de Frankfurt para os Estados Unidos — dirigido por Max Horkheimer, em colaboração com a Universidade da Califórnia em Berkeley.
A pergunta que guiava a empreitada era simples e perturbadora: como explicar que tantos cidadãos comuns, em sociedades modernas e supostamente democráticas, pudessem se tornar terreno fértil para o antissemitismo, o etnocentrismo, o preconceito e a intolerância — em uma fórmula sintética, para o fascismo?
Creio que a grande inovação da abordagem de Adorno e colegas consistiu em uma espécie de virada copernicana na forma de representar o fascismo. No centro do sistema, em vez das ideologias, partidos e instituições, de um lado, e das circunstâncias históricas, de outro, como se costuma fazer, é posto o indivíduo e suas atitudes.
O livro nos convida a buscar a fonte da adesão massiva a movimentos antidemocráticos não simplesmente em discursos políticos ou conjunturas históricas, mas nos padrões subjetivos (e intersubjetivos) que levavam certas pessoas a buscar ordem em líderes fortes, a reagir com hostil intolerância diante da diferença e a aceitar certas explicações, em vez de outras, para problemas complexos.
No centro está a “personalidade”, definida como uma estrutura relativamente estável de atitudes, predisposições e modos de interpretar o mundo que orienta a experiência política e social. A pesquisa assumiu como pressuposto que, sob determinadas condições históricas e discursivas, disposições autoritárias — que moldam as nossas personalidades e estão latentes e prontas para serem ativadas — podem ser despertadas e trazidas à tona, abrindo espaço para formas patentes de autoritarismo, até o limite da eclosão do fascismo.
Aceito esse pressuposto, o fascismo e outras formas de movimentos sociais e políticos intolerantes, autoritários e violentos contra a alteridade perdem grande parte do seu excepcionalismo. Há sempre, em qualquer sociedade, um estoque considerável de disposição autoritária, mesmo em democracias estáveis. E ele pode se manifestar em muitos tipos de pessoas, inclusive naquelas que pouco se ocupam de ou se interessam por política.
Essa é a premissa mais perturbadora do livro: o fascismo e toda forma de intolerância política não são excepcionais, não desaparecem de fato e não são extintos.
Permanecem em estado latente nas pessoas, até serem despertados por apelos autoritários que conseguem vencer os freios sociais que os recalcam.
Essa inovação dá a medida do significado do livro. Ao combinar teoria crítica — herdeira da tradição frankfurtiana de crítica marxista e freudiana à razão instrumental e às ideologias reificadas — com os instrumentos empíricos da psicologia social americana, A Personalidade Autoritária inaugurou uma agenda de pesquisa que atravessou 75 anos de debates sobre intolerância política e as bases psicológicas do autoritarismo.
O livro marcou época não apenas por suas teses, mas pelo conjunto de inovações teóricas e metodológicas que trouxe. Pela primeira vez, aplicou-se em larga escala uma pesquisa que unia psicanálise, psicologia, sociologia e estatística em um único programa coerente.
Entre as inovações mais notáveis estão as escalas padronizadas de opinião — entre elas a célebre Escala F (de fascismo) —, as entrevistas clínicas em profundidade e os testes projetivos. O projeto não se limitava a medir preconceito; pretendia oferecer uma “biografia metodológica” das escalas criadas, registrando seus limites, vieses e o aprendizado obtido em cada tentativa. Tudo documentado em uma obra monumental de mais de mil páginas.
Essa disposição de articular teoria social, psicologia individual e técnicas estatísticas em uma só empreitada científica conferiu à obra um caráter pioneiro. Décadas antes de a psicometria se consolidar, A Personalidade Autoritária já oferecia instrumentos sofisticados para medir tendências antidemocráticas e, mais importante, para conectar essas medidas ao diagnóstico social.
Uma das contribuições mais originais do livro é a formulação de um padrão de personalidade autoritária como uma constelação de disposições interligadas — que chamo de “poliedro de nove faces”. Em vez de reduzir o autoritarismo a um único traço, Adorno e colegas o descreveram como a combinação recorrente de diferentes dimensões.
Entre elas, o convencionalismo (adesão rígida a valores e convenções), a submissão à autoridade percebida como legítima pelo grupo de pertencimento, a agressividade autoritária dirigida contra grupos externos, a superstição e a estereotipia como modos simplistas de interpretar o mundo, a valorização da força em detrimento da compaixão, uma visão cínica e fatalista da vida social, a projeção de impulsos reprimidos sobre inimigos externos e a preocupação exagerada com questões sexuais (a repulsa ao sexo).
O instrumento metodológico que formularam servia basicamente para mostrar que essas facetas da personalidade não são independentes, mas se reforçam mutuamente. Quem pontua alto em convencionalismo tende a repetir o mesmo em agressividade contra grupos externos e submissão à autoridade, por exemplo.
É por isso que os autores preferiram falar em “constelação autoritária”: um arranjo de tendências que, tomadas em conjunto, revelam um padrão reconhecível de intolerância e predisposição antidemocrática.
Esse poliedro foi operacionalizado por meio da Escala F, mas também por inventários de valores, questionários de opinião e técnicas qualitativas. O resultado era mais do que um índice de preconceito: era um mapa de como diferentes disposições se articulam para produzir uma atitude política intolerante ao pluralismo, agressiva com o diferente e decididamente autoritária.
Um dos aspectos mais inovadores da Escala F foi justamente sua tentativa de captar predisposições autoritárias de modo indireto, sem despertar as defesas conscientes dos entrevistados. As escalas anteriores — como a A-S (Anti-Semitism Scale), voltada a medir atitudes antissemitas, e a E (Ethnocentrism Scale), focada na hostilidade contra grupos minoritários em geral — lidavam de forma muito explícita com preconceito, mas esse caráter direto induzia respostas socialmente desejáveis: muitos preferiam se apresentar como democráticos e igualitários.
A tentativa intermediária, a PEC (Politico-Economic Conservatism Scale), buscou contornar o problema evitando referências étnicas ou raciais, mas acabou excessivamente ideológica e transparente, o que a tornava fácil de “decifrar” pelos participantes. A Escala F nasce dessa lacuna: formular itens que, sem mencionar minorias nem recorrer a enunciados políticos óbvios, pudessem revelar tendências de fundo da personalidade — padrões de autoridade, convencionalismo, estereotipia, rigidez moral — que se manifestariam tanto em opiniões ideológicas quanto em temas aparentemente neutros da vida cotidiana. Com isso, pretendia-se medir não apenas crenças superficiais, mas disposições latentes, muitas vezes inconscientes, que estruturavam a abertura ou o fechamento de cada indivíduo ao pluralismo democrático.
Os efeitos do livro foram imensos. Ele inspirou pesquisas fundamentais sobre intolerância política (como o estudo de Samuel Stouffer em 1955), sobre preconceito e identidade social, sobre as bases cognitivas e motivacionais do autoritarismo, até os debates atuais sobre polarização, populismo e desinformação digital.
A Right-Wing Authoritarianism Scale de Bob Altemeyer, nos anos 1980, foi herdeira direta do modelo frankfurtiano-berkeleyano. E mesmo estudos recentes sobre left-wing authoritarianism e intolerância progressista continuam dialogando com o legado de 1950.
A fortuna crítica, contudo, não foi menor. Muitos acusaram o livro de “psicologizar” (antes, psicanalisar) o fascismo, dando peso excessivo à personalidade em detrimento de fatores históricos e estruturais.
Um dos limites mais discutidos de The Authoritarian Personality está na forma como a Escala F foi concebida e operacionalizada. A intenção era medir predisposições latentes ao fascismo como uma síndrome de atitudes e traços de personalidade, mas muitos itens acabaram confundindo posições políticas legítimas com traços psicológicos autoritários.
Assim, religiosidade intensa, apego à tradição, moralidade sexual convencional ou respeito a autoridades foram frequentemente tratados como sinais de fragilidade do ego e predisposição antidemocrática. A operação psicanalítica, ao traduzir essas atitudes em sintomas de repressão, projeção ou rigidez cognitiva, reforçava essa equivalência. O resultado foi uma tendência a patologizar disposições culturais conservadoras, aproximando-as do fascismo, mesmo quando poderiam existir em democracias estáveis sem comprometer sua vitalidade.
Esse viés não decorre de uma formulação explícita de Adorno e seus colegas, mas de decisões teóricas e metodológicas que deixaram em aberto a confusão entre conservadorismo e autoritarismo. Ao não distinguir claramente a deferência racional à autoridade da submissão acrítica, ou a religiosidade tradicional de uma hostilidade ativa ao pluralismo, a escala alimentou uma leitura segundo a qual apenas estilos de vida liberais e progressistas estariam em sintonia com a democracia.
Essa ambiguidade permitiu que, mais tarde, se difundisse no senso comum de esquerda a tendência de classificar posições de direita como “fascistas” ou “patológicas”. A crítica posterior — de Stouffer a Sullivan, de Altemeyer a Marcus — buscou corrigir esse excesso, refinando os instrumentos de medida para separar o apego a normas convencionais das atitudes francamente intolerantes e antidemocráticas.
Do ponto de vista normativo, esse legado é ambíguo. Por um lado, a obra foi pioneira em mostrar que predisposições psicológicas importam na compreensão do autoritarismo; por outro, deixou como herança a suspeita de que o conservadorismo seria intrinsecamente incompatível com a democracia.
A literatura posterior, sobretudo com o conceito de Right-Wing Authoritarianism de Altemeyer, mostrou que o problema não está em valores tradicionais ou em sociedades hierárquicas em si, mas na forma patológica como certos indivíduos transformam a obediência em subserviência, a moralidade em intolerância e a religiosidade em dogmatismo repressivo.
A grande lição, então, é dupla: se a pesquisa de 1950 revelou o perigo real das predisposições autoritárias, também mostrou como as próprias lentes intelectuais podem gerar distorções, confundindo diversidade cultural e ideológica com ameaça à democracia.
Outros questionaram a validade da Escala F e a homogeneidade sociocultural da amostra. Essas críticas são importantes e, em parte, justas. Mas seria injusto ignorar que o livro sempre insistiu na interação entre predisposições individuais e ambiente social: sem crises, ameaças e discursos mobilizadores, os potenciais autoritários permanecem latentes.
Essa noção de autoritarismo como predisposição ativável antecipou, em linguagem própria, o que décadas mais tarde se tornaria central na psicologia política. Hoje sabemos que cidadãos que se autodefinem tranquilamente como democratas convictos podem, sob condições de ameaça real ou imaginada, apoiar medidas intolerantes contra adversários políticos.
A atualidade do livro salta aos olhos. Democracias vivem sob pressão de forças que exploram exatamente esses mecanismos: líderes e movimentos que, ao amplificar medos e fabricar inimigos, despertam tendências latentes à intolerância e ao dogmatismo.
A ascensão da extrema direita digital, que organiza ressentimentos e oferece explicações simplistas para crises econômicas, culturais e identitárias, é prova disso. Mas não apenas ela: também movimentos progressistas identitários, ao reivindicar censura e punição de vozes dissidentes, alimentam novas formas de intolerância política.
A lição dos frankfurtianos e de seus colegas de Berkeley continua válida: sociedades democráticas não podem se dar ao luxo de ignorar as predisposições autoritárias que residem nelas mesmas. Reconhecer sua existência, estudá-las com rigor e criar mecanismos institucionais e culturais para neutralizá-las é parte essencial da defesa da democracia.
Se em 1950 a questão era entender o fascismo europeu, hoje é compreender como a intolerância se reinventa dentro de democracias que ainda se pretendem abertas.
Setenta e cinco anos depois, o diagnóstico permanece perturbador: o autoritarismo não é uma anomalia distante, mas uma sombra que acompanha a democracia, sempre à espera de novas oportunidades históricas para se manifestar.
Em tempo: Não tenho conhecimento de traduções de The Authoritarian Personality em português, mas a editora da Unesp traduziu, em cerca de 600 páginas, vários dos seus capítulos principais, e nomeou o livro Estudos sobre a personalidade autoritária, cuja leitura recomendo.
Wilson Gomes é doutor em filosofia, professor titular da Universidade Federal da Bahia e autor de “Crônica de uma Tragédia Anunciada”
Por Marcelo Alves
Gaston Leroux (1868-1927), escritor francês, é mais conhecido como o autor da fábula/mistério “Le Fantôme de l’Opéra” (“O Fantasma da Ópera”), de 1910. Inspirada na Opéra de Paris – também conhecida como Opéra Garnier ou Palais Garnier –, nos seus subterrâneos e nas histórias e estórias ali alegadamente sucedidas, “Le Fantôme” de Leroux é ponto de partida de um caso de imenso sucesso.
Foi reinterpretado e adaptado inúmeras vezes para o teatro e para o cinema (arte da qual Leroux pode ser considerado um dos precursores, com a fundação da Société des Cinéromans, em Nice, em 1919). Sobretudo virou um musical de Andrew Lloyd Webber (1948-), “The Phantom of the Opera” (1986), que bateu recordes de público e permanência na West End londrina e na Broadway novaiorquina, superando o também mui querido musical “Cats” (1981), do mesmo Webber.
O enredo e a música de “The Phantom of the Opera” são fantásticos – e o trocadilho aqui é proposital e preciso. Eu mesmo já assisti ao dito cujo não me lembro quantas vezes (a memória vai ficando fraca com a idade).
E se “Le Fantôme de l’Opéra” é em si um caso a ser “investigado”, há, na vida e na obra de Leroux, “mais mistérios do que ousa imaginar a nossa vã filosofia”, digo, crítica literária.
Primeiramente, há o que podemos chamar de sua produção de romances “góticos”, a exemplo do “Fantôme”, tais como “La Double Vie de Théophraste Longuet” (1904), “L’Épouse du Soleil” (1913) e “La Poupée sanglante” (1924)”. Adoro esse tipo de fábula, admito.
Tem-se a série de estórias de Rouletabille – o repórter detetive de inteligência dedutiva incomum –, iniciada, em 1908, com “Le Mystère de la chambre jaune”. Rouletabille continua o herói de outros romances, tais como “Le Parfum de la dame en noir” (1909), “Rouletabille chez le Tsar” (1913) e “Le Crime de Rouletabille” (1922). Já àquele tempo temos um jornalismo investigativo, embora imaginativo, de primeira qualidade. E, claro, conhecemos um forte concorrente para os mui queridos Sherlock Holmes e Arsène Lupin.
Ainda mais curioso para os profissionais do direito é o fato de que Leroux é também autor de um conjunto de romances marcadamente “jurídicos”. Iniciada em 1913, a série “Chéri-bibi” tem como pano de fundo um erro judiciário e cai num “gênero” de melodrama de muito sucesso na virada do século XIX para o XX. O anti-herói do título é um jovem acusado de um crime que não cometeu, fugido da prisão, simpático malgrado seus crimes abomináveis, que, para explicar seus malfeitos e suas frustradas tentativas de sair da vida do crime, invoca uma peculiar maldição celestial, resumida na alocução latina: “Fatalitas!”.
Aliás, Leroux, por sua vez um jurista “frustrado”, abordou várias vezes o direito em suas obras, até com análises jusfilosóficas, como em sua peça “La Maison des juges”, de 1907, em que ele milita contra a pena de morte, da qual era, na vida civil, um adversário resoluto.
Pondo de lado o legado de “Le Fantôme de l’Opéra”, decerto a obra-prima de Leroux é o seu romance “Le Mystère de la chambre jaune” (“O mistério do quarto amarelo”), um clássico de enigma de quarto fechado. E é da minha edição de poche desta obra (da Maxi-Livres, 2005) que retiro uma pequena biografia jurídico-literária do autor: “Nascido em Paris em 6 de maio de 1868, Gaston Leroux trabalha como advogado após estudar direito. Mas, às coisas das lides, ele prefere as maravilhas da arte e sonha em ser escritor. Para viver da pena, ele começa por fazer jornalismo. Seu conhecimento do direito lhe permite começar como repórter judiciário no diário Le Matin. Foi nas colunas desse jornal que ele publicou, em 1903, o seu primeiro romance, Le Chercheur de trésors: ele faz sua entrada na carreira literária, mas não exatamente como havia imaginado, já que ele vai se tornar um dos mestres do romance-folhetim policial. Grande repórter, à maneira do seu futuro herói Joseph-Joséphin, dito Rouletabille, jornalista profissional e detetive amador, ele percorre a Europa para o seu jornal (…)”. O resto é história e estórias.
Bom, quedo muito curioso sobre esse “jurista misterioso”. Vou reler “Le Mystère de la chambre jaune”. Já não me lembro mais do seu fim. Como dito, a memória já está ficando fraca.
Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República, doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL
Por Honório de Medeiros
Alguns anos atrás o antigo Centro Mossoroense promoveu, em Natal, uma exposição com pequena parte do acervo fotográfico de Manoelito Pereira.
Ao mesmo tempo, prestou-lhe uma homenagem através de seus descendentes.
E os mossoroenses, além de outros interessados, puderam constatar seu talento através das fotografias expostas na Capitania das Artes.
Vivo fosse, talvez Manoelito tivesse encarado com ressalvas as fotografias escolhidas para a exposição. Faltaram aquelas que melhor expunham sua arte: os tipos populares, os nus artísticos, a própria cidade.
Sim, porque já naquela época, ou por isso mesmo, ele construiu um legado contemporâneo do futuro – em termos de arte os conteúdos, como o querem alguns filósofos, ditam a forma – jamais o contrário.
Embora seja compreensível a razão do Centro Mossoroense ter escolhido as fotografias de membros de antigas famílias da cidade para o evento, não seria demais a lembrança do caráter paroquiano dessa escolha.
No final das contas a exposição, que pretendia homenagear Manoelito, transformou-se numa homenagem de mossoroenses a mossoroenses através das fotografias expostas.
Assim é que não se via outra coisa, na Capitania das Artes, senão mossoroenses procurando a si mesmo e a seus ancestrais nas imagens.
Um fato no mínimo curioso, para um evento aberto ao público para homenagear a arte – embora também a memória por ele construída – de um artista finalmente e justamente lembrado.
Não importa. De qualquer maneira a homenagem, merecida, foi feita.
E o melhor, do acontecimento, foi chamar a atenção dos próprios mossoroenses para o valor incalculável do acervo doado por sua família a Mossoró.
Não é à-toa a importância que estudiosos de grandes universidades do sul dão ao acervo.
Tornado público, talvez seja mais difícil sua destruição, embora não haja mais como recuperar o muito que se perdeu, ao longo do tempo.
Saliente-se que o valor da obra de Manoelito não reside apenas no aspecto histórico.
Se, através das lentes de suas máquinas fotográficas, captou e registrou quase cinquenta anos da vida de Mossoró, muito mais se torna fundamental seu trabalho quando o observamos a partir de uma perspectiva acadêmica e, com os olhos de estudiosos, agradecemos sua contribuição para entendermos a evolução de uma cidade com as características de Mossoró.
Entender como Mossoró avançou no tempo é entender aspectos da história das cidades, do Sertão, Nordeste, Brasil, enfim, de nós mesmos.
Ou seja, o instante que Manoelito aprisionou é, aos olhos do estudioso, um imenso objeto de estudo a ser desvendado e compreendido. Lá estão, à sua espera, congeladas no espaço e no tempo, com arte, imagens que revelam fenômenos históricos, sociológicos, econômicos.
Debruçados sobre eles, assim como se debruçaram outros sobre as pinturas, as estátuas, a arte, enfim, dos antigos, estudiosos construíram a história da humanidade.
Entretanto, mais que alguém desejando fazer o registro de várias épocas, Manoelito construiu arte. Neste aspecto, não se sabe se sua vida imitou a arte, ou o contrário.
Como todo artista, estava à frente de seu tempo não só no que diz respeito à arte em si, mas também ao seu estilo de vida.
E parecia compreender essa perspectiva, quando transcendia a diuturnidade das exigências comerciais que lhe eram impostas pela necessidade de sobrevivência compondo fragmentos-imagens de uma beleza sem par, mesmo se somente lhe era solicitado o aprisionamento de um instante específico através de uma fotografia.
Ele não fotografava, compunha. Transformava o árido em fértil, o cinzento em festa para os olhos, o jogo de sombras em arte.
Repousa sobre o meu birô de trabalho uma foto de minha mãe, feita por ele, onde está estampado, com rara felicidade, o melhor de seu talento.
Não podia ser diferente: virou lenda a exigência e rispidez com a qual, mesmo no tumulto de casamentos ou outras festas, produzia as fotografias a ele encomendadas.
E, compondo, reafirmou a crença – pelo menos para uns poucos – de que somente artistas como ele, antenas da raça, ungido dos deuses, conseguem tornar-se eternos.
Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura de Natal e do Governo do RN