domingo - 13/02/2022 - 18:58h

Pensando bem…

“O comportamento é o espelho no qual todos mostram sua verdadeira imagem.”

Johann Wolfgang von Goethe

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domingo - 13/02/2022 - 13:22h

Por que profissão esperança

Por Inácio Augusto de Almeida 

Quem não já ouviu a expressão BRASILEIRO, PROFISSÃO ESPERANÇA?

Esta frase é do cronista Antônio Maria, que além de cronista era jornalista, locutor esportivo, compositor e boêmio. a-esperanca-de-dias-melhores

De Antônio Maria temos MANHÂ DE CARNAVAL, VALSA DE UMA CIDADE, SUAS MÃOS e inúmeros outros sucessos, gravados por Maysa, Nora Ney, Miltinho, Roberto Carlos, Júlio Iglesias e centenas de cantores famosos.

Falar das crônicas de Antônio Maria é desnecessário.

NINGUÉM ME AMA, sua composição de maior sucesso, nasceu num momento que o poeta/cronista sentia-se deprimido e cansado da vida. Antônio Maria tinha deixado Fortaleza e tentava o Rio de Janeiro. Sobrevivia como jornalista. Para ganhar um larjan, como gostava de dizer, passou a escrever uma crônica diária para o jornal. Sucesso tão grande que a tiragem do jornal aumentou, já que as crônicas atraíram uma legião de leitores, jovens na sua maioria, que não liam jornal, mas encantados com a forma simples como o cronista dizia as verdades da vida, sem uso de textos rebuscados, passaram a leitores cativos.

Num destes dias em que o amargo da vida era mais forte, alguém lhe perguntou o nome e a profissão. Antônio, sem pensar, disse:

Antônio Maria,

Brasileiro, profissão esperança.

E assim nasceu o BRASILEIRO, PROFISSÃO ESPERANÇA.

Nestas três palavras o poeta/cronista definiu a nossa alma.

O que nós, brasileiros, somos sem esperança?

Mesmo sabendo de mais um ano de seca o nordestino planta cheio de esperança. Por mais que a realidade grite que não, o brasileiro, animado pela esperança, sua verdadeira profissão, insiste e persiste.

Sabedor de toda injustiça social, o brasileiro, cheio de esperança, sua verdadeira profissão, acredita em mudanças, mesmo que a realidade grite que tudo continuará na mesmice de sempre.

Ter esperança é continuar mesmo quando tudo grita para desistir. É não abandonar a caminhada, por mais tirana que seja a estrada.

Ter esperança é muito diferente de ser otimista.

Otimista soma os fatores com os quais contará para alcançar o objetivo.

Antônio Maria não disse BRASILEIRO, PROFISSÃO OTIMISTA.

Poucos cronistas souberam tão bem usar as palavras como Antônio Maria.

Os otimistas conseguem realizações vistas por muitos como impossíveis.

Os brasileiros, profissão esperança, vão além.

Ir em cima de um caminhão, em busca de numa terra distante encontrar uma oportunidade, não é coisa de otimista.

Acreditar no triunfo do bem contra o mal num sistema corrompido, não é coisa de otimista.

A lamentar que muitos confundam esperança com loucura.

Muito obrigado, Antônio Maria.

Inácio Augusto de Almeida é escrito e Jornalista

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Categoria(s): Crônica
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domingo - 13/02/2022 - 10:22h

De longe chegava a voz de Altemar Dutra cantando…

Janela, olhando da janela, janela de edifício, apartamento, iluminação externa, condomínio, cerca de proteção em janelaPor Honório de Medeiros

De longe chegava a voz de Altemar Dutra cantando “Tudo de Mim”, de Evaldo Gouveia e Jair Amorim. Quem estaria escutando essa música, no último dia do ano, quando já era noite fechada e faltava pouco para os fogos subirem aos céus?

Enquanto desfrutávamos da nossa solidão a dois, preparávamos, a quatro mãos, nossa ceia. Eu e ela. Os meninos, ainda os chamamos assim, já tinham partido, para muito longe. Ficamos nós, aqueles cujas raízes são fundas demais para serem arrancadas.

Eles se foram, são o futuro, e, nós, cada dia mais, o passado.

Ela nota minha melancolia. Disfarço. Brinco. Não resolve. Não consigo mais engana-la. São muito anos de cumplicidade. Falo-lhe de Altemar Dutra, de quando o conheci ainda praticamente adolescente, uma noite, no “Casarão”, e emendo com uma confissão, dizendo-lhe que minha tristeza não vem da batida do passado na porta do meu coração.

Não é isso, digo-lhe. É a tristeza de quem sente que algo precioso está se perdendo, e não voltará. Estou, agora, falando acerca da maravilhosa letra da música que Altemar Dutra canta e que ouvimos vinda de longe, de alguma das casas que cercam nosso prédio, elas mesmas, as casas, antigas, desaparecendo para cederem seus lugares a prédios modernos, repletos de vidros e ausentes de história.

Essas músicas sobrevivem como espasmos e me quedo surpreso quando as escuto em algum lugar, por insistirem em abrir espaço, vindas do passado, em um futuro tão diferente. Como quando escutei uma melodia de Chiquinha Gonzaga, em um celular portado por uma adolescente no shopping onde almoçávamos.

Altemar Dutra segue desaparecendo lentamente da nossa memória, e fatos como esse sempre me lembram amigos que se foram, ao longo do tempo, de nossas vidas. Amigos que se afastam, aqueles velhos amigos, com eles desaparecem “a testemunha e o comentarista de milhares de lembranças compartilhadas, fiapos de reminiscências comuns que se desvaneceriam“(*). “All those moments will be lost in time, like tears in rain“(Todos esses momentos serão perdidos no tempo, como lágrimas na chuva**).

Assim, concluo, enquanto ela põe a mesa, morre aquilo que o homem constrói, apaga-se, desaparece na neblina do tempo, pois o futuro e seu filho dileto, o esquecimento, algoz de todas essas lembranças, não se compadece do quanto já foi construído em todos os lugares e tempos. É preciso que chegue o novo, que se vá o passado.

Eu me calo. Muito antes, já se calara Altemar Dutra. Decerto, quem o escutava, já se aproximando do inverno da vida, resolveu dormir. Mal sabe ele que lhe fiz um brinde, com um copo de água, quando vinha a madrugada.

Para ele, Altemar Dutra, Evaldo Gouveia e Jair Amorim.

* Hereges, Leonardo Padura.
** O replicante Roy Batty, em “Blade Runner“.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Governo do RN.

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Categoria(s): Crônica
domingo - 13/02/2022 - 09:34h

Tibau de ontem e de hoje

areia da praia, mar, beira-marPor Odemirton Filho

De onde estava eu via a beleza do mar e dos coqueiros. O vento balançava as varandas da minha rede, armada no alpendre da casa dos meus pais, na qual desfrutei a juventude dos meus dias. De vez em quando caía uma chuvinha gostosa. Eu sentia o cheiro da maresia.

Os sinos da Capela de Santa Terezinha repicavam, convidando para a missa. Eu via poucas jangadas navegando. Na minha infância era um desfile de velas brancas.

Sim, eu estava em Tibau por esses dias. Na praia do meu ontem. Do meu hoje. Por isso, vem à lembrança o meu tempo de menino.

O banho de mar; o jogo de bola na areia da praia com os meus primos e amigos. Pena que a pedra do chapéu vai ruindo aos poucos.

Depois, na adolescência, eram as festas. Os porres de virar a perna. Os arroubos da mocidade. Antônio Maria, cronista doutros tempos, escreveu: “o adolescente é inteiramente só. Faz todas as viagens sem sair de sua casa, sem fazer outro caminho senão o do grave caminho da volta do colégio. Qual teria sido o primeiro dia da adolescência? A procura é ainda mais difícil que a do último dia da infância”.

Desculpe-me, caro leitor, escrever sobre Tibau aqui ou acolá. Mas, para mim, Tibau é Lembrança. Saudade. Recarrega as minhas baterias para enfrentar o ano novo. Mais um veraneio pra conta. De tantos. Rogo a Deus que possa desfrutar outros ao lado dos meus, no alpendre da velha casa dos meus pais.

Pois é. O tempo andou apressado. O menino cresceu. Traz no coração algum machucado, mas muitas alegrias. Quando eu estava em Tibau caminhando na beira do mar, molhando os pés na água salgada e sentindo uma brisa suave no rosto, lembrava daquele menino sonhador. De poucas palavras. De muitos conhecidos, poucos amigos. Eu navegava nas minhas lembranças; nas minhas saudades.

Ontem, era a Tibau dos “morros vermelhos”, na qual faltava energia quase todas as noites. Hoje, é a Tibau dos condomínios luxuosos.

Eu vivi a Tibau de ontem, da minha primeira infância, e continuo a viver a Tibau de hoje, da maturidade dos meus dias.

Não importa. O que vale é “viver, beber o vento e o sol”, diria a poetisa Florbela Espanca.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de justiça

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Categoria(s): Crônica
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domingo - 13/02/2022 - 08:30h

Oficina

escrever, escrita, escritor, literatura, caneta,Por Marcos Ferreira

Palavra após palavra, siga em frente

Deixando que o seu texto lhe conduza

Sem pressa nem arroubos, calmamente,

Ao gosto e bel-prazer da sua musa.

 

Escreva com vagar, porém não tente

Subestimar a língua — esta Medusa

Que às vezes petrifica a nossa mente,

Paralisando a verve mais profusa.

 

Evite empregar termos rebuscados.

É bom sempre tomar esses cuidados,

De modo que seu texto seja limpo.

 

A escrita exige esforço, dá trabalho.

Das frases nós limpamos o cascalho

Assim como pepitas num garimpo.

Marcos Ferreira é escritor

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domingo - 13/02/2022 - 07:26h

João, o missivista

Por Marcelo Alves

O rei João da Inglaterra (1166-1216) restou conhecido na história pelo apelido – depreciativo, por sinal – de João Sem-Terra. Paciência. Dizem haver merecido.

João era natural da bela e erudita Oxford e o filho mais novo do rei Henrique II (1133-1189) e da rainha Leonor da Aquitânia (1122-1204). Assim, de logo, tinha poucas expectativas de herdar grandes possessões de terra. Entretanto, tornou-se o filho favorito do pai por ficar ao lado deste nas rebeliões encetadas pelos irmãos mais velhos.Carta Magna - manuscrito na Inglaterra

Destes, Guilherme, Henrique e Godofredo morreram jovens. Foi seu irmão Ricardo (1157-1199), o Ricardo Coração de Leão, que virou rei em 1189. João conspirou sem sucesso contra o rei do “coração de fera” quando este estava na Terceira Cruzada.

Com a morte do rei Ricardo, em 1199, João finalmente assume o trono. Mas João perdeu muitas terras, localizadas sobretudo na Normandia francesa e arredores, para o rei Filipe II de França (1165-1223), dito (elogiosamente) Filipe Augusto. Isso, claro, fortaleceu em demasia a dinastia dos Capetos de França e, por sua vez, enfraqueceu bastante o Império Angevino ou Plantageneta inglês. João mereceu o infame codinome.

De toda sorte, a fama de João Sem-Terra, uma moderada boa fama in casu, reside também em sua participação em um momento estelar do direito e da ciência política como um todo: a assinatura da Magna Carta (também chamada de Magna Carta Libertatum ou Grande Carta das Liberdades), em 1215.

Originalmente escrita em latim e conhecida, no Brasil e mesmo no mundo de língua inglesa, pelo seu nome latino, a Magna Carta é sem dúvida um dos textos/documentos mais importantes da história do direito e, por que não dizer, da Humanidade. Segundo conferi certa vez na British Library, não há evidências de que apenas um único original da Magna Carta tenha sido produzido e oficialmente firmado em 1215 e, dos muitos “originais” da Grande Carta produzidos à época (sendo guardados em lugares supostamente seguros, como catedrais, abadias etc.), apenas quatro sobreviveram, achando-se dois desses no museu da maravilhosa Biblioteca Britânica.

Os outros dois exemplares estão nas cidades inglesas de Salibury e Lincoln.

A Magna Carta, é verdade, teve como inspiração e modelo a anterior Charter of Liberties, de 1100, na qual o rei Henrique I (1068-1135) voluntariamente reconheceu que seus poderes estavam limitados pela lei. Mas, quando falamos da Magna Carta, nos referimos, precisamente, ao documento de 1215, que foi várias vezes emendado nos anos subsequentes (1216, 1217, 1225 e por aí vai), por diferentes monarcas, sendo a versão de 1297, eventualmente, a que restou assentada nos livros pertinentes à legislação da Inglaterra e do País de Gales.

Na época, a Magna Carta foi uma solução prática para um contexto em que o rei inglês estava em conflito com a Igreja e com boa parte dos barões do Reino e enfraquecido pelas desastrosas campanhas militares no que hoje é a França. Por pressão dos barões, a Carta exigiu do rei João Sem-Terra (que teve sempre sua legitimidade ao trono inglês contestada pela forma como a ele ascendeu após a morte do rei Ricardo Coração de Leão) e, por consequência, dos monarcas subsequentes que respeitassem certos direitos e procedimentos legais, deixando claro que a vontade do monarca não era absoluta, estando sujeita ao direito.

Diz-se, por exemplo, estar na Magna Carta a origem do instituto do habeas corpus. Ela, pelo menos implicitamente, garante a expedição dessa ordem para o caso de prisão ilegal. Entretanto, não resta dúvida de que a Grande Carta foi um dos primeiros passos dados no caminho que levou ao surgimento do constitucionalismo moderno, sobretudo nos países de língua inglesa, como a Inglaterra e os Estados Unidos, bastando lembrar sua repercussão no Bill of Rights americano e na Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Alguns de seus artigos e parte da introdução, inclusive, ainda estão tecnicamente em vigor no contemporâneo direito inglês.

O tal João, embora “sem-terra”, foi um grande missivista.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República e doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

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Categoria(s): Crônica
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domingo - 13/02/2022 - 04:30h

Umberto Eco e a legião dos imbecis na internet

Por Eduardo Wolf

Em 2015, durante a cerimônia de outorga prêmio de doutor honoris causa na Universidade de Torino, o romancista, filósofo e teórico da literatura e da linguagem Umberto Eco deu uma de suas declarações mais polêmicas. Segundo o célebre autor de O nome da rosa, da Editora Record, “a internet deu voz a uma legião de imbecis”.

O comentário algo ranzinza, por não ser de autoria de algum sorumbático niilista dos tempos digitais, mas sim de um notável comunicador, erudito que alcançou a celebridade pop, especialista de mídias e de comunicação em amplo sentido, não apenas causou significativo furor – na internet em especial, é claro – como também foi levado a sério por muita gente boa, como deveria, mesmo, e resultou em algumas reflexões interessantes sobre as ilusões de nosso entusiasmo digital.

Umberto Eco em 2015 (Foto: Antonio Nardelli / Shutterstock.com)

Umberto Eco em 2015 (Foto: Antonio Nardelli / Shutterstock.com)

Eu tive o privilégio de entrevistar Eco em sua residência, em Milão, para as Páginas Amarelas da revista Veja poucos dias depois de sua famosa declaração sobre a internet, em junho de 2015. Fui recebido por sua esposa, Renate, um pouco espantada pela minha chegada no domingo pela manhã (eles haviam se confundido com o horário agendado para a entrevista, esperavam-me à tarde), mas que prontamente me preparou um café, se pôs a conversar comigo sobre alguns quadros da casa – ela é especialista em história da arte – e insistiu que eu visse os livros que quisesse enquanto ela tentava contatar o marido – Eco estava se divertindo em uma feira de livros antigos ali pelas redondezas do Castello Sforzesco.

De uma das janelas da sala em que eu aguardava, avistava uma das torres do Castello. O domingo tornava tudo tranquilo, e a própria experiência de eu estar ali para entrevistá-lo, assumia algo de irreal, de fantástico.

Eco chegou pedindo desculpas pela confusão, bastante suado (o calor de junho) e um pouco molhado da chuva. Prontamente pôs-se a falar. Gentil, interessado no interlocutor – não há como não dizer: bonachão! –, mantinha um charutinho no canto da boca (ele não fuma mais, mas o hábito…) e falava, ao saber que eu recém chegara de um colóquio sobre Aristóteles em Paris, sobre a recepção da Poética do Estagirita na Idade Média, sobre como foi sua paixão pela estética de Tomás de Aquino (fato que ainda me surpreende) e sobre como a atual ultra-especialização acadêmica o espantava e o aborrecia. Senti-me em casa e, ainda assim, maravilhado.

Quando passamos à entrevista propriamente dita, centrada em seu romance mais recente – e que seria seu último –, Número Zero, e em seus temas principais (jornalismo, desinformação e política, conspirações, etc.), era um prazer ouvi-lo especialmente pela generosidade com que tentava me fazer tirar melhor proveito das minhas perguntas. Eu, obviamente nervoso, fui me soltando aos poucos graças à experiência do entrevistado, claro.

Minha conversa com Eco, assim como a leitura de seu livro Número Zero, hoje, volta-me fortemente à memória em função do acirramento precisamente daqueles temas acerca dos quais ele tratava: a radicalidade com que a internet e, especialmente, as redes sociais, tem servido para universalizar a circulação das mais estapafúrdias e esdrúxulas opiniões – o que foi agravado durante o período desta pandemia global que vivemos.

Quando perguntei a Eco sobre sua declaração, quis saber o que ele achava do eventual potencial “crítico” da internet. Sua resposta parece-me ainda hoje pouco explorada:

– “No caso da internet, não penso que ela possa fazer a crítica da vida, porque o trabalho crítico significa filtrar, distinguir as coisas, ao passo que a internet é como o personagem do [escritor argentino Jorge Luís] Borges, Funes, memorioso: ela lembra de tudo, não esquece nada. Seria preciso exercer essa crítica — filtrar, distinguir — sobre a própria internet. Eu sempre digo que a primeira disciplina a ser ministrada nas escolas deveria ser sobre como usar a internet: como analisar e filtrar informações. O problema é que nem mesmo os professores estão preparados para isso. Foi nesse sentido que eu defendi recentemente que os jornais, em vez de se tornarem vítimas da internet, repetindo o que circula na rede, deveriam dedicar espaço para a análise das informações que circulam nos sites, mostrando aos leitores o que é sério, o que é um hoax, por exemplo. Será que os jornais estão prontos pra isso?”

E continuou:

– “Seria preciso ter gente especializada em diversas áreas. Obviamente, sendo você um conhecedor de Aristóteles, você consegue reconhecer se um site é bom ou não, mas você não poderá fazer o mesmo com um site sobre teoria das cordas. A crítica da internet exige um novo tipo de expertise, mesmo para os jornais. E isso é muito importante para os jovens, pois eles não têm, aos 15, 16 anos, os conhecimentos necessários para filtrar as informações a que têm acesso na rede. Ora, assim como quem lê diversos jornais acaba aprendendo a distinguir abordagens distintas da parte dos jornais, os jovens hoje precisam aprender a buscar essa variedade de abordagens nos sites que frequentam.” 

Seis anos depois, a situação parece apenas ter se degradado – e muito. Das loucuras parcialmente inofensivas que sempre estiverem expostas na rede mundial às teorias conspiratórias mais perigosas, o que os anos seguintes à declaração de Eco nos mostraram é que essas redes viriam a desempenhar um papel decisivo na crise das democracias que todos estamos testemunhando já há alguns anos. (Um filme espetacular sobre isso está disponível no NetflixRede de Ódio, do diretor polonês Jan Komassa).

Aliás, Número Zero, o romance de 2015, abordava o tema dessas teorias conspiratórias, muitas das quais ganharam vida nos últimos anos. Das loucuras trompistas sobre “fraude” nas eleições americanas às campanhas antivacina (mesmo em meio à pandemia), parece que a principal forma de imbecilidade praticada e disseminada pela internet é justamente essa pletora de teorias conspiratórias, muitas das quais acabam por ter resultados fatais (vide mortes no Capitólio, ou disseminação de um vírus letal). Eco, aliás, foi um notável investigador das teorias da conspiração, e sua lição na entrevista que fiz com ele foi cristalina:

– “Há muitos anos que eu me interesso por conspirações, ou, melhor dizendo, pela semiótica das conspirações, sobre como construímos uma conspiração. Ora, o fato é que o mundo sempre foi repleto de conspirações. Há um ensaio seminal de Karl Popper [“The Conspiracy Theory of Society”] sobre isso que é bastante esclarecedor: nós podemos encontrar conspirações na Ilíada [de Homero], com os deuses do Olimpo tramando o envolvimento de certos personagens ou a própria ruína de Troia. A ideia de conspiração é contínua. Tome o exemplo dos Templários na Idade Média; tome o exemplo das teorias do Abbé Barruel, no século XVIII, afirmando que a Revolução Francesa de 1789 foi fruto de uma conspiração de sociedades secretas como os Maçons e os Illuminati; depois disso, os judeus foram acrescentados à trama, com o as teorias sobre os Protocolos dos Sábios de Sião.”

Disse, concluindo:

– “Hoje, se você procurar na internet, há centenas de teorias da conspiração. No meu romance [Número Zero], há um personagem, Braggadocio, que é um paranóico, que constrói a sua própria conspiração. A sua teoria contém o único elemento da trama histórica que é puramente inventado — eu não acredito que Mussolini não tenha sido executado em 1945, etc. Isso é uma invenção, a invenção de um paranóico. Contudo, todo o restante da trama histórica que eu narro e que é parte da teoria conspiratória de Braggadocio realmente aconteceu. A questão é que nós devemos distinguir entre conspirações verdadeiras e conspirações falsas. A característica de uma conspiração verdadeira é que ele é invariavelmente descoberta. Houve uma conspiração para matar Júlio Cesar, e todos sabemos; houve uma conspiração para matar Napoleão III, que fracassou em seus propósitos, mas todos a conhecemos. O perigo está nas conspirações falsas, pois você não pode desmenti-las — elas simplesmente não existem! Elas se prestam, no entanto, à manipulação: quem quiser tirar proveito delas, pode montar contra-conspirações muito reais: o que Hitler fez, aceitando e propagando a falsa conspiração dos judeus, foi criar sua própria conspiração.”

Agora que estamos todos acompanhando vivamente a expansão de tantas e tão novas formas de teorias conspiratórias afetando nossas vidas (fraude de urnas, vacinas que transformam as pessoas em jacarés, etc.), confesso que a recordação desse belo momento de conversa com Eco me deixou com um misto de pessimismo amargo, de um lado, por termos chegado a níveis tão impressionantes de difusão da perversidade, com uma pontinha de otimismo “ponderado”. Vou buscar na própria experiência de entrevistar Eco esse otimismo.

Terminada a entrevista, feitas as análises sobre a imprensa, a internet, o estado da cultura e um mergulho em seu livro mais recente, Eco generosamente dispôs-se a mostrar-me uma outra dimensão do mundo – este mesmo mundo que nós habitamos, e que frequentemente julgamos ser apenas consumido por essas tolices, “imbecilidades” ou sandices: o mundo de James Joyce e Jorge Luis Borges, seus dois heróis literários.

Explico-me. Passando pelos corredores de seu apartamento, abarrotados de livros, paredes e mais paredes, primeiro exibiu-me com grande entusiasmo uma parede em especial, repleta de edições do “Ulysses” (a brasileira, de Houaiss, entre elas), e, com uma felicidade quase infantil, mostrou-me a primeira edição autografada pelo próprio Joyce. Depois, levou-me por uma sala dedicada exclusivamente a livros medievais e renascentistas sobre línguas, línguas inventadas, elaborações de línguas perfeitas e outras fantasias, para logo depois, na sequência de um corredor que parecia não ter fim, ingressarmos em um imenso salão com a biblioteca de Filosofia — qual a sala mais fantasiosa?

E ali estava Borges. Não como Joyce, presente na assinatura da primeira edição (ainda que também assim), mas em tudo: no quadro da Catedral Branca que pendia nas paredes da sala, nas iluminuras expostas pelos corredores, na bibliofilia real de livros fantásticos, na fantasia vivida cotidianamente por aquele homem que supunha uma continuidade perfeita entre o marido bonachão que vai à feira de livros da vizinhança e o criador de mundos tortuosos, cômicos, labirínticos da ficção que suplanta, momentaneamente, a realidade.

Anos depois dessa magnífica jornada em Milão, ainda fico com a sensação de que não me despedi. Talvez por isso meu otimismo. Sinto que fiquei por lá, entre um livro sobre a Kabbalah e um tratado sobre o tomismo anacrônico de Wittgenstein, como se me deixasse assimilar àquele mundo de símbolos da cultura, da arte e do pensamento – nossa melhor resistência às mentiras, às falsidades e às loucuras perversas do mundo, digital ou não.

Eduardo Wolf é doutor em filosofia pela USP

*Texto originalmente publicado na Fronteiras

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sábado - 12/02/2022 - 23:58h

Pensando bem…

“Estar do lado de fora sozinho em todas as intempéries é emocionante; isso liberta-te”.

Paul Simonon

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sábado - 12/02/2022 - 22:20h
ADTS

Polícia Civil e Estado retomam diálogo; terça-feira haverá nova proposta

As entidades representativas dos policiais civis do RN participaram de uma reunião com o Governo do Estado neste sábado (12). Os trabalhos aconteceram na Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (SESED), para retomada das negociações referentes ao Adicional por Tempo de Serviço (ADTS) da categoria, que Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) do Ministério Público do RN (MPRN) vê como ilegal.

Reunião ocorreu após semana de paralisações e tensões (Foto: cedida)

Reunião ocorreu após semana de paralisações e tensões (Foto: cedida)

O secretário-chefe de Gabinete Civil, Raimundo Alves, presidiu o encontro.

Os representantes dos policiais civis pediram mais uma vez ao Executivo que seja construído um projeto que mantenha a estrutura de carreira atual, bem como as projeções previstas no Estatuto da Polícia Civil.

Promessas do Governo

Ficou assegurado que não haverá perda de direitos. Temor dos trabalhadores é subtração de 35% de seus ganhos devido a ADI. O governo assegura a manutenção de atuação da Procuradoria Geral do Estado (PGE) em defesa da constitucionalidade da Lei Complementar nº 270 e suas alterações posteriores, como tem afirmado em todos os momentos de diálogo com as categorias.

Entre as premissas apresentadas pelo Governo do Estado, na tarde de hoje, é de que não haverá redução salarial, e os valores recebidos, no momento da alteração da lei, a título de ADTS, serão incorporados à remuneração dos policias civis.

Também ficou acertado que esse projeto deverá assegurar que o policial civil não terá redução de salário. A equipe do Governo ficou de trabalhar a proposta que será apresentada às entidades na próxima terça-feira (15), às 15h.

Após a reunião deste sábado, um grupo de policiais civis que estavam na saída da Secretaria de Segurança aguardando o resultado, foram informados sobre o que foi discutido. A categoria deliberou por se manter em assembleia permanente e, na próxima quarta-feira (16), às 15h, voltar a se reunir na sede do Sinpol para avaliar a proposta que será apresentada pelo Governo.

Tensões

Pessoal foi comunicado sobre conteúdo da reunião ainda no local (Foto: redes sociais)

Pessoal foi comunicado sobre conteúdo da reunião ainda no local (Foto: redes sociais)

A semana foi de tensões entre as partes. A paralisação iniciada na segunda-feira (7) só foi encerrada na sexta-feira (11) à noite – veja AQUI. Mas, as com relações ainda estão esgarçadas, num embate com decisão judicial que obrigou categorias a encerrarem movimento, mas que teve ainda ocupação do prédio da Governadoria (veja AQUI).

Participaram da reunião deste sábado, pelo Governo do Estado, além do secretário-Chefe da Casa Civil, Raimundo Alves Júnior: o controlador-Geral do Estado, Pedro Lopes, o procurador-Geral do Estado, Luiz Antônio Marinho, o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, coronel Francisco Araújo, a delegada-Geral da Polícia Civil, Ana Cláudia Saraiva, e a assessora especial do Governo, Luciana Daltro. Representaram as categorias Taís Aires, presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil no Rio Grande do Norte (ADEPOL/RN); agente de Polícia Civil Edilzia Faustino, presidente do Sindicato dos Policiados Civis e Servidores da Segurança Pública do RN (SINPOL/RN) e Priscila Vieira, presidente da Associação dos Escrivães de Polícia Civil do RN (ASSESP/RN).

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Categoria(s): Administração Pública / Segurança Pública/Polícia
sábado - 12/02/2022 - 20:24h
Jogo do poder

Fogo-amigo tenta fabricar descarte de vice-governador

Antenor: jogo de interesses (Foto: G1RN/arquivo)

Antenor: jogo de interesses (Foto: G1RN/arquivo)

O vice-governador Antenor Roberto (PCdoB) que se cuide.

Fogo-amigo passou a ser o principal problema à sua manutenção na chapa às eleições sucessórias no RN.

A versão espalhada e ‘consagrada’ de que ele teria sido deselegante em reunião com representantes da Polícia Civil (veja AQUI), ao negociar o fim de paralisação do setor, interessa à ala aliada que deseja ejetá-lo da futura chapa.

O jogo de interesses baliza tudo.

Ouvido ao chão, Antenor.

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Categoria(s): Política
  • Repet
sábado - 12/02/2022 - 19:28h
Estadual 2022

Santa Cruz vence o Potiguar na estreia do segundo turno

Jogo entre os dois times, na abertura da competição, foi no Frasqueirão em Natal (Foto: Léo Moura)

Jogo entre os dois times, na abertura da competição, foi no Frasqueirão em Natal (Foto: Léo Moura)

Na abertura Copa RN, segundo turno do Campeonato Estadual 2022 do RN, o Santa Cruz de Natal venceu o Potiguar de Mossoró à tarde desse sábado (12).

O jogo foi no Estádio Frasqueirão em Natal.

O tricolor da capital fez 2 x 1 num confronto em que Márcio Mossoró, jogador com várias temporadas no futebol do exterior, estreou no alvirrubro mossoroense.

O Potiguar abriu o placar aos 10 minutos com Wenderson, mas o Santa Cruz virou com Maycon e Marcos Antônio.

O alvirrubro de Mossoró muda de técnico, muda de turno, mas a rotina é a mesma: empilha cinco derrotas seguidas. Só obteve duas vitórias em toda a competição, justamente nos dois primeiros confrontos.

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sábado - 12/02/2022 - 17:44h
Outro caminho

Fábio Faria pode trocar Bolsonaro pelo sogro Sílvio Santos

Do Diário do Centro do Mundo (DCM)

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, pode trocar Bolsonaro por Silvio Santos. Segundo apurou o DCM, o genro do dono do SBT tem uma proposta para trabalhar na emissora como uma espécie de assessor que coleta patrocínios.

Bolsonaro, Fábio e Sílvio Santos estão na mesma engrenagem política nesse momento (Foto: reprodução)

Bolsonaro, Fábio e Sílvio Santos estão na mesma engrenagem política nesse momento (Foto: reprodução)

O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, pode ter Fária como desfalque no time de 11 ministros que ele esperava que disputassem as eleições do seu lado neste ano.

Faria tem negado que vá desistir. A quem tem perguntado, ele afirma que a decisão só será tomada no final do mês. Mas internamente no governo já se trabalha com um cenário em que Faria fique até o o final do mandato de Bolsonaro e, depois, provavelmente vá para a iniciativa privada.

Espaço para um

A meta do ministro era se candidatar a senador pelo Rio Grande do Norte, assim como o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que também é do estado e se filiou recentemente ao PL.

Os dois sabem que só há espaço para um candidato do governo federal no estado, em que Lula é muito forte, e concordam que não faz sentido dividir esse eleitorado.

Como Bolsonaro já avisou que não vai se envolver nesse assunto, os dois combinaram de se reunir no final do mês para avaliar o panorama das pesquisas de intenção de voto.

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sábado - 12/02/2022 - 16:50h
Cultura

Complexo Cultural Rampa captou apenas 38% dos recursos

Rampa deverá ser entregue a diversas atividades ainda este ano (Foto: Brunno Martins)

Rampa deverá ser entregue a diversas atividades ainda este ano (Foto: Brunno Martins)

A Fase II do Projeto Rampa – arte museu paisagem, aprovada na Lei Câmara Cascudo em 2021, fechou o ano sem a captação total dos recursos previstos no valor de R$ 6.479.267,00. O volume captado em 2021 foi de R$ 2,5 milhões de reais, o equivalente a cerca de 38% do montante total.

Agora, a meta da Casa da Ribeira, responsável pela ocupação artística, é captar o valor em falta. A expectativa é garantir, junto a empresas, investimentos em patrocínio que permitam a implementação do Complexo Cultural.

Com o processo de captação ainda em andamento, a previsão de inauguração passa para o segundo semestre de 2022.

Os núcleos de trabalho (arquitetura, planejamento, comunicação, administrativo e museológico) seguem em atividade.

No espaço existe ambientação para o Memorial do Aviador e Museu da Rampa. Obra foi iniciada em 2013, mas sofrendo paralisações e readequações.

Leia também: Complexo cultural monta seu acervo.

A Rampa era uma antiga estação de passageiros e de transporte de correspondências, utilizada como base para receber hidroaviões. Seu posicionamento estratégico, em Natal, Rio Grande do Norte, a tornou de indubitável valor durante o transcorrer da Segunda Guerra Mundial, na década de 40, quando veio a se tornar a primeira base a operar missões da guerra na América do Sul.

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sábado - 12/02/2022 - 12:32h
Opinião

Candidatos analfabetos

Por François Silvestre

Bolsonaro deu ao Padre Cícero nascimento pernambucano. E arrematou: “Só não sei de qual cidade, qual é mesmo? Digam aí paus-de-arara”. Esse é o Bolsonaro. Analfabeto, ignorante, grosseiro, mentiroso, misógino, misantropo, energúmeno, sacripanta…e mais adjetivos correlatos.

Veio o outro, que foi juiz, mesmo suspeito, mas foi, que deveria ser mais instruído e disse: “Vim ao Nordeste e estive no Agreste do Ceará”. Alguém, da comitiva falou no seu ouvido: “Presidente, o Ceará num tem Agreste”.

Kkkkkkkkkk. Sabe o pior? O pai de Sérgio Moro era professor de Geografia. Você sabia disso? Eu sabia. Porque tenho a mania de aprender as coisas, e quem aprende acaba ensinando.

O Agreste é uma sub-região nordestina, transitória da Zona da Mata para o Sertão, que vem da Bahia até o Rio Grande do Norte, passando por Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba. Não chega ao Ceará. Analfabetos!

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sexta-feira - 11/02/2022 - 23:46h

Pensando bem…

“No passado, você era o que você possuia. Agora, você é o que você compartilha.”

Charles Leadbeater

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sexta-feira - 11/02/2022 - 20:24h
Pesar

Morre em Assu o blogueiro Juscelino França

Juscelino França, Diego Dantas e Carlos Santos em agosto de 2019 em Alto do RodriguesSoube do falecimento por volta de 13h dessa sexta-feira (11) em Assu, do blogueiro Juscelino França Dias, 44. O óbito aconteceu em sua casa, no bairro Planalto dos Poetas.

Apaixonado pela política, comunicador, polemista, Juscelino França teve Covid-19 há poucas semana. Superou fase mais crítica, mas sequelas e algumas comorbidades como problema renal concorreram à sua morte.

“Morreu como um passarinho”, comentou seu amigo e fiel escudeiro Aldo Barbalho Júnior, o “Arara”.

“Foi criado por seu avô, Manoel França, um homem combativo na época do regime militar e herdou essa inquietação e senso de justiça. Era uma pessoa querida”, definiu o radialista e jornalista Jarbas Rocha, da Princesa FM.

O velório acontece no Centro de Velório Sempre em Assu agora à noite.

Sepultamento acontecerá nesse sábado (12), às 16h no Cemitério São Sebastião também em Assu.

Nota do Canal BCS – Descanse em paz, meu caro. Minha solidariedade a seus familiares.

Chega ao fim tantas dores.

*Na foto (ele ao centro) constante dessa postagem, encontro nosso, com muitas gargalhadas, ao lado de amigo comum Diego Dantas, em agosto de 2019, em Alto do Rodrigues.

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sexta-feira - 11/02/2022 - 20:06h
ADTS

Paralisação da Polícia Civil é encerrada; nova negociação é definida

Chega ao fim a paralisação das categorias que compõem a Polícia Civil do RN. A decisão foi tomada já no início da noite dessa sexta-feira (11), em Natal.

Manifestantes deixaram o prédio agora à noite (Foto: reprodução BCS)

Manifestantes deixaram o prédio agora à noite (Foto: reprodução BCS)

O movimento chegou a ocupar (veja AQUI) hoje a Governadoria (onde fica o gabinete da governadora Fátima Bezerra-PT), mas acabou recuando e tomando essa posição. Os participantes da mobilização abandonaram o prédio já agora à noite, com a garantia de que nesse sábado (12), às 15h, haverá nova rodada de negociações.

Associação dos Delegados da Polícia Civil no Rio Grande do Norte (ADEPOL/RN), Sindicato dos Policiados Civis e Servidores da Segurança Pública do RN (SINPOL/RN) e Associação dos Escrivães de Polícia Civil do RN (ASSESP/RN) decidiram acatar decisão judicial que no dia passado decretou a ilegalidade da paralisação, além de determinar o retorno ao trabalho.

Delegados

Em Nota, os Delegados decidiram retomar os trabalhos ordinários na Polícia Civil do RN, em razão da reabertura da mesa de negociação e em sim atenção à decisão judicial. Contudo, deixaram claro que não realizarão qualquer serviço extraordinário até à resolução do impasse em torno do Adicional por Tempo de Serviço (ADTS).

Todos os servidores da Polícia Civil podem perder 35% de seus salários decorrentes da ADTS, em face de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida em 2019 pelo Ministério Público do RN (MPRN). As categorias cobram, do governo estadual, uma solução que preserve esses ganhos.

Estavam parados desde segunda-feira (7).

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sexta-feira - 11/02/2022 - 17:20h
Futebol

Band RN tem marca recorde de visualizações em final do 1º turno

Band comemora sucesso (Reprodução BCS)

Band comemora sucesso (Reprodução BCS)

A final do 1º turno do Campeonato Estadual do Rio Grande do Norte – Copa Cidade do Natal – rendeu mais que o título de campeão ao ABC Futebol Clube (veja gols). A Band RN, emissora oficial do campeonato, superou a marca de 205 mil visualizações da transmissão do jogo feita pelo Youtube.

A partida, disputada nesta quinta-feira (11), aconteceu no Estádio Maria Lamas Farache, o Frasqueirão, e contou com a equipe oficial de transmissão da emissora.

As transmissões feitas pela Band RN vinham acontecendo em dois formatos: através da televisão aos domingos e do Youtube durante os jogos da semana. Com a definição dos dois clubes finalistas, a Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF) optou por marcar a final durante a semana e por isso a transmissão foi feita exclusivamente pelo Youtube.

Apesar disso, a emissora colocou em campo seu elenco completo. A narração ficou sob o comando de Diego Dantas, com comentários de Júlio Terceiro e reportagem de Ana Karla Martins.

Nota do Canal BCS – Parabéns à Band e à sua equipe.

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sexta-feira - 11/02/2022 - 16:08h
Confronto

Policiais civis desobedecem decisão judicial e ocupam Governadoria

Membros da Polícia Civil do RN ignoraram decisão judicial (veja AQUI) exarada dia passado, que considerou ilegal paralisação desse segmento funcional do estado, além de determinar seu retorno ao trabalho.

O movimento está mantido, inclusive com ocupação do prédio da Governadoria no Centro Administrativo, em Natal, por vários manifestantes, nessa sexta-feira (11).

A categoria realizou um ato com cruzes e um caixão em volta da Governadoria e, em seguida, resolveu entrar no prédio para esperar alguma resposta – noticia o Sindicato dos Policiados Civis e Servidores da Segurança Pública do RN (SINPOL/RN).

O outro lado

Já o Governo do RN emitiu nota reiterando interesse em manter diálogo, mas assinalando que “aguarda o cumprimento da decisão judicial”. Veja abaixo:

Nota

O Governo do Estado aguarda o cumprimento de decisão judicial por parte dos servidores da Polícia Civil do Rio Grande do Norte para retorno de suas atividades normais. E reitera a disposição em retomar os diálogos com as categorias, desde que cumpridas as determinações contidas na ação impetrada pelo Ministério Público no Tribunal de Justiça.

Pessoal da Polícia Civil quer dialogar diretamente com a governadora Fátima Bezerra (PT), que até o momento se esquiva de um encontro direto com seus representantes. Eles pedem garantia de manutenção do Adicional por Tempo de Serviço (ADTS) em seus vencimentos, que o MPRN entende como ilegal através de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI). Se houver pronunciamento judicial que acolha a tese da ADI, a Polícia Civil terá redução salarial de 35%.

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sexta-feira - 11/02/2022 - 15:20h
Eleições 2022

Secretário tenta formar nominata com Mossoró à Câmara Federal

Nominata, chapa,eleiçõesO secretário do Desenvolvimento Econômico do RN, Jaime Calado (Pros), sonda nome em Mossoró para montagem de nominata à Câmara Federal em sua legenda.

Ele deverá se desincompatibilizar do cargo até o fim de março.

Calado pretende concorrer a mandato à Câmara dos Deputados e trabalha montagem de uma elenco de candidaturas que possa contribuir à sua viabilização.

Mossoró é uma área geopolítica estratégica, por seu o segundo maior colégio eleitoral do RN.

Até aqui, suas investidas não prosperaram.

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Categoria(s): Política
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sexta-feira - 11/02/2022 - 14:20h
Administração pública

Prefeito terá agenda intensa em Natal à próxima semana

Allyson: semana cheia (Foto: PMM)

Allyson: semana cheia (Foto: PMM)

O prefeito de Mossoró Allyson Bezerra (Solidariedade) cumprirá agenda de trabalho à próxima semana em Natal, de 14 a 19. O chefe do executivo mossoroense participará de reuniões com várias instituições, além de conceder entrevistas à imprensa da capital.

Allyson terá reuniões com representantes da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN); Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE); Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte (CREA-RN) e Caixa Econômica Federal.

Também se reunirá com integrantes da Superintendência do Ministério da Agricultura, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA), além da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (FECOMÉRCIO/RN), Tribunal de Contas do Estado (TCE),Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN), Secretaria do Estado de Segurança Pública e Defesa Social (SESED) e Companhia de Energética do Rio Grande do Norte (Neoenergia-Cosern).

Na agenda, o prefeito de Mossoró será acompanhado de secretários e outros auxiliares municipais.

Com informações da PMM.

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sexta-feira - 11/02/2022 - 13:52h
Primeiro turno

ABC empata com América e ganha Copa Cidade do Natal

Do GE RN

O ABC é o campeão do primeiro turno do Campeonato Potiguar. O Alvinegro levou sufoco no fim, mas segurou o empate com o América-RN e garantiu o título da Copa Cidade do Natal nessa quinta-feira (10), no Estádio Frasqueirão.

Thiaguinho marcou para o Alvirrubro, e Allan Dias, de cabeça, deixou tudo igual.

A conquista do primeiro turno dá ao ABC uma vaga para a Copa do Brasil de 2023, além de colocá-lo na final do Campeonato Potiguar.

Público e renda Pagantes: 1809
Sócios: 3402
Ingressos promocionais: 364
Gratuidade: 92
Público total: 5.667
Renda: R$ 90.316

Torcida única

Por recomendação do Ministério Público do Rio Grande do Norte, acatada pela Federação Norte-rio-grandense de Futebol, a final nesta quinta-feira foi disputada com torcida única. Apenas a torcida do ABC foi autorizada a estar no Frasqueirão. Alguns poucos torcedores do América também estiveram no estádio, na zona mista – cadeiras especiais -, sem identificação. Não houve registro de confrontos entre torcidas antes do jogo.

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