segunda-feira - 08/11/2021 - 05:42h
Guamaré

Eleições suplementares apontam vitória do grupo de prefeito cassado

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) concluiu as eleições suplementares para prefeito e vice-prefeito no município de Guamaré. A Justiça Eleitoral totalizou os seguintes resultados: chapa Arthur Henrique da Fonseca Teixeira-vereadora Eliane Guedes (MDB), a “Eliane de Edinho”, da Coligação Confiança Renovada (MDB/PSB), teve 6.984 votos (61,16%).Guamaré - resultado de eleições suplementares a prefeito e vice

A chapa oposicionista como vereador Gustavo Henrique Miranda Santiago-ex-prefeito Mozaniel de Melo Rodrigues, do Solidariedade, recebeu 4.436 votos (38,84%).

Com isso, Arthur Henrique da Fonseca Teixeira, do PSB, sagrou-se eleito para o mandato que encerra em dezembro de 2024.

Ele é filho do ex-prefeito Auricélio Teixeira, além de sobrinho do próprio prefeito cassado Hélio Willamy Miranda da Fonseca (MDB), o “Hélio de Mundinho”, e do prefeito provisório Eudes Miranda (MDB). Sua vitória é sobretudo um êxito do grupo de Hélio de Mundinho.

De acordo com os dados totalizados, dos 14.532 eleitores que estavam aptos a votar, 11.821 (81,34%) compareceram às urnas neste domingo e 2.711 (18,66%) não votaram. Os votos em branco somaram 120 (1,01%) e nulos 281 (2,38%).

Diplomação

O prazo limite da diplomação do prefeito e vice-prefeito eleitos é 30 de novembro de 2021. A data será fixada, por meio de Portaria, pela juíza Cristiany Maria de Vasconcelos Batista, titular da 30ª Zona Eleitoral.

Riqueza e instabilidade

Com uma população estimada em 16.261 pessoas, distante 173,3 km de Natal, o riquíssimo município de Guamaré vive permanente conturbação político-administrativa desde o início dos anos 2000, com vários prefeitos afastados, caso do tio do eleito Arthur, Hélio de Mundinho, cassado duas vezes.

Conheça um pouco desse enredo nauseante clicando AQUI e AQUI.

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Categoria(s): Política
segunda-feira - 08/11/2021 - 04:52h
OAB Mossoró

Padre Sátiro manifesta apoio à chapa Luiz Carlos Helena Belmont

Candidatos posam ao lado de padre Sátiro (Foto: assessoria)

Candidatos posam ao lado de padre Sátiro (Foto: assessoria)

Padre Sátiro Cavalcanti Dantas disse sim ao projeto da chapa 63, que disputa eleições à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Mossoró). A visita dos candidatos a presidente e vice, Luiz Carlos Filho e Helena Belmont, aconteceu neste sábado (6). Foram recepcionados pelo sacerdote, referência pela contribuição religiosa, social e educacional para Mossoró e região.

Eles estavam acompanhados pela atual presidente da OAB Mossoró e candidato a vice-presidente da OAB/RN, na chapa de Marcelo Torres,  Bárbara Paloma.

“Vim aqui pedir também o voto. O senhor confia em mim, em Bárbara, em Helena, para que a gente possa fazer uma gestão ainda melhor. Pôr em prática esses projetos e fazer mais pela advocacia de Mossoró e região. Vamos com a gente?, questionou Luiz Carlos que recebeu a resposta:

“Vamos! Eu não tenho segredo, eu já estava preparado. Já tinha feito várias perguntas, principalmente sobre você. Eu não vou votar sem consciência”, declarou o religioso.

Padre Sátiro Cavalcanti Dantas é advogado, professor, ex-reitor da UERN e ajudou a formar advogados para Mossoró e região.

“Seu apoio nos anima, mas também aumenta a nossa responsabilidade de cumprir integralmente com o nosso compromisso de fazer mais pela nossa Ordem”, finalizou Luiz.

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domingo - 07/11/2021 - 23:58h

Pensando bem…

“Tudo que nos irrita nos outros pode nos levar a um melhor conhecimento de nós mesmos.”

Carl Jung

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domingo - 07/11/2021 - 16:42h

Entre livros

Por Marcelo Alves

“Os hotéis literários: viagem ao redor da terra” (“Hôtels littéraires: voyage autour de la terre”), de Nathalie H. de Saint Phalle, é um livro interessantíssimo. Sobretudo para quem é fã de dois prazeres da vida: viagens e livros. Pode ser classificado tanto como um guia de turismo literário ou como literatura de viagem, dois nichos que, antes da pandemia, vinham ganhando mais admiradores. E há uma coisa especial nele: faz dos estabelecimentos que arrola cenário e também personagem de gozos e dramas, fictícios ou reais, de gigantes das letras mundiais.literatura-de-viagem-1280x720

A nota à edição brasileira (Editora Senac, 2012) resume o objetivo da obra: “Este livro não trata apenas de destinos turísticos, mas versa, principalmente, sobre destinos pessoais. Ao inventariar os hotéis, pousadas e outros locais de hospedagem retratados em romances de diversas épocas, Nathalie H. de Saint Phalle recupera o drama de personagens colocadas em situações nas quais suas emoções e seus sentimentos afloram de maneira intensa. Mas, para além delas – e aí reside o especial interesse de Hotéis Literários –, revela as hesitações, buscas e paixões de seus criadores: escritores e artistas que se lançaram, mais do que a experiências de criação, à busca de novas perspectivas de vida”.

Da imensa lista de estabelecimentos de “Os hotéis literários”, destaco dois do meu desejo: o Savoy, em Londres, que fica na Strand, a rua do King’s College London, onde fiz o meu PhD. Assisti ao musical “Legally Blonde” no seu teatro, lembro-me bem. Já tomei chá no seu salão e imaginei-me personagem de Agatha Christie. Mas nunca ali me hospedei. Quem sabe de uma próxima vez na Terra da Rainha?

Já em Paris, o meu querer é o Hotel Lutétia, à esquerda do Sena, margem de minha preferência. Fica no Boulevard Raspail, o mesmo da Alliance Française Paris, que relembro com saudade. O Lutétia recebeu, nas suas camas ou no seu bar, Rilke, Gide, Joyce, Beckett, Heinrich Mann e mais uma multidão de escritores refugiados. Está reformado. Pernoitando, sonharia ajudando a expulsar os malditos nazistas de lá.

Todavia, estes dias, topei com um turismo que considerei até mais sugestivo. Foi através do artigo “Bookish Hotels & BnB’s Around the World For Your Next Getaway” (“Hotéis e pousadas livrescas pelo mundo para a sua próxima escapada”), de Courtney Rodgers, publicado no site Book Riot. Ele sugere: “Passaporte, mala e sobretudo mais livros do que dias em sua viagem? Para onde você está indo nas suas próximas férias ou escapada de fim de semana? Estes hotéis e pousadas têm decoração inspirada em escritores, muitos livros e diversão literária, para você dormir em grande estilo. Arrume suas malas!”.

Eu gostei de um tal Rivertown Inn, em Minnesota, EUA. Uma mansão do século 19, onde cada quarto é dedicado a um escritor diferente. Para Arthur Conan Doyle, temos a suíte da Londres vitoriana; para Agatha Christie, um quarto saído das páginas de “Murder on the Orient Express”. Tem-se Lewis Carrol, Jane Austen, Lord Byron e por aí vai. Já em Tóquio, Japão, gostei do Book and Bed, mistura de livraria e pousada. Quer melhor? Teria ficado lá nas Olimpíadas. Como “levantador de livros”.

Curiosamente, o artigo não fala no hotel “livresco” que afirmo a minha tentação: o Library Hotel, em Nova Iorque. Pelo que consta de “Novel Destinations: Literary Landmarks from Jane Austen’s Bath to Ernest Hemingway’s Key West” (National Geographic Society, 2009), de Shannon McKenna Schmidt e Joni Rendon, vocês podem ter uma ideia do dito cujo: a uma quadra da New York Public Library, este hotel de Manhattan abriga mais de 6 mil volumes.

Além do lobby tomado de livros, do chão ao teto, “cada um dos dez andares de quartos são devotados a diferentes saberes, entre eles história, filosofia e artes”. Os quartos, claro, estão cheios de livros da respectiva temática. Em tudo fantástico!

Na verdade, eu já tive a oportunidade, anos atrás, de quedar-me no “hotel da biblioteca”. Mas estava caro, achei. De toda sorte, acredito que as condições sanitárias e uma promoção me permitirão pernoitar um dia lá. Oxalá logo. Sem drama e muito gozo e leitura incluídas.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República e doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

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domingo - 07/11/2021 - 15:50h

CPI do Senado não pode pressionar STF e PGR

Por Ney Lopes

Infelizmente está se tornando comum ouvir-se de pessoas sensatas, que desejam construir uma nação próspera e pacífica para os seus filhos, a expressão de que se fossem mais jovens deixariam o Brasil e iriam morar no exterior.

Quem é mais novo e consegue sair não quer voltar, embora o sentimento da saudade e amor à terra os domine.

Triste realidade.fachada-supremo-tribunal-federal21

A pandemia causou o descontrole, não apenas da economia, mas também influem nas atitudes de grupos fanatizados, que atuam na política brasileira.

Tais sentimentos estimulam o pessimismo, o derrotismo, descrença e conduzem até a patologias mentais individuais, ou coletivas.

São pessoas amargas, que se alimentam do ódio e do ressentimento e buscam caminhos de intolerância, quebra das liberdades e das instituições, como fórmula de solução das questões nacionais.

A análise sob o aspecto político produz clima de tensão nunca vista no país, nas vésperas das eleições de 2022.

O radicalismo impera, com a polarização existente entre os grupos políticos do bolsonarismo e do lulismo.

Por justiça, existem em ambos os grupos militantes que não concordam com esse sectarismo e buscam a racionalidade.

Porém, nas manifestações exteriores são vencidos pelos radicais, dominados pelo fanatismo, intolerância, paixão, ódios e ressentimentos.

Veja-se um exemplo: a CPI do Senado encerrou os seus trabalhos. Pessoalmente, já fui relator de três CPIs importantes no Congresso e conheço a tramitação pós término das investigações.

O que se observa são senadores da extinta CPI intimidando, pressionando por via agressiva, fazendo insinuações, com o objetivo de obrigar a Procuradoria Geral da República (PGR) a denunciar o presidente Bolsonaro e os demais indiciados que lhes convêm.

Chegam a anunciar que irão ao STF com esse objetivo, o que é legalmente absurdo.

A Suprema Corte só intervirá quando as denúncias forem formalizadas e recebidas.

Antes não pode pressionar o Ministério Público, que tem prazos legais.

A observação é feita não para isentar o presidente Bolsonaro ou indicados de culpa. Mas para repelir pressões descabidas e diria ilegais, tanto na PGR, quanto no STF.

Não se pode omitir que todos – governantes e cidadãos – têm o dever de assumirem comportamentos de equilíbrio, diante do clima de intranquilidade política que atravessa a nação.

O senado poderá acompanhar e até cobrar civilizadamente as providências pós CPI da Covid.

O que não pode é intimidar quem irá tomar as decisões de indiciar, absolver ou não.

Ney Lopes é jornalista, ex-deputado federal e advogado

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domingo - 07/11/2021 - 11:38h

Mudanças mantendo privilégios?

Por Inácio Augusto de Almeida 

Nenhum governo se mantém sem apoio popular. Sem o apoio do povo nada pode ser mudado.

E como contar com o apoio de um povo faminto e que testemunha a manutenção de privilégios descabidos? Participação nos Lucros ou Resultados

Criam teto salarial, mas permitem que dirigentes e altos funcionários de estatais recebam mais de seis vezes o valor do teto. Basta ver o salário do presidente e dos diretores da Petrobras, Caixa Econômica Federal e de todas as outras estatais.

Até no pagamento do Imposto de Renda sobre a Participação nos Lucros ou Resultados a tabela de isenção é diferente e os ganhos só são tributáveis a partir de 6.000 reais. Já os militares pagam Imposto de Renda a partir de 1.900 reais.

Os gastos com o Legislativo e o Judiciário são desproporcionais. Diminuir o percentual dos repasses e aplicar o dinheiro na infraestrutura do país a fim de fomentar desenvolvimento.

Um governo que sabe existir mais de 50 milhões de brasileiros passando fome e não se anima a terminar privilégios não pode sequer pensar em contar com apoio popular para implementar mudanças.

Inácio Augusto de Almeida é jornalista e escritor.

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domingo - 07/11/2021 - 10:42h

O mapa da fruticultura irrigada que caracteriza a Expofruit

Por Josivan Barbosa

Há quase quarenta anos que as áreas irrigadas do Nordeste conseguem inserir seus produtos na cena do comércio internacional.

Esses produtos (frutos tropicais) se concentram em algumas áreas específicas e, entre elas, destacam-se os polos produtores de frutas frescas para a exportação do Nordeste, especificamente, o Polo Petrolina-Juazeiro (PE-BA), localizado na região do Submédio do Rio São Francisco e o Polo de Agricultura Irrigada RN – CE, localizado na Chapada do Apodi, Vale do Rio Jaguaribe (CE), Vale do Açu e regiões circunvizinhas (RN).

O Polo de Agricultura Irrigada RN – CE se caracteriza pela produção de melão e melancia, com cerca de 20 mil hectares destas culturas sendo cultivados a cada temporada.

Expansão da fruticultura irrigada na região tem vários polos (Foto: Canindé Soares)

Expansão da fruticultura irrigada na região tem vários polos (Foto: Canindé Soares)

O Polo também apresenta um forte crescimento da cultura do mamão formosa nas duas últimas décadas e mais recentemente estão aumentando os cultivos com banana (mercado interno) acerola, maracujá, limão tahiti, goiaba e frutos exóticos como pitaya.

Com intuito de facilitar a compreensão do tamanho do negócio rural de frutos tropicais aqui na região sede da Expofruit, separamos a localização das principais empresas da agricultura irrigada do Polo em seis microrregiões a saber:

Microrregião 1:  Grande Maisa (Mossoró – Tibau – icapuí – CE e Aracati – CE) –  Compreendida pela presença das seguintes empresas produtoras de frutos tropicais: Agrícola Famosa (sede,  Fazenda Santa Júlia, Fazenda Flamengo e Fazenda da Nolem – Califórnia e  Fazenda Paulicéia), Bollo Brasil Produção e Comercialização de Frutas Ltda (Sede – Fazenda Santana), Fruta Vida (Fazenda Pedra Preta), Agrícola Bom Jesus (Fazenda Santa Helena), Luso Tropical, Agrocanaã (ambas desativadas no momento), Agrícola Jardim, Agrícola Dinamarca, Brazil Melon (Sede, Fazenda São Romão e Fazenda Mata Fresca), Norfruit, Mata Fresca Produção e Distribuição de Frutas Ltda, Frumel, Renovare,  Agropecuária Vitamais  (Ecofértil) e J. B. de Paiva (EPP – melão).

Micorregião 2:  Compreendia entre os municípios de Jaguaruana, Russas e Itaiçaba: Meri Pobo Agropecuária sede e DISTAR, Agropaulo, J. S. Salute (desativada) e Agrícola Famosa (DISTAR – Distrito Irrigado Tabuleiro de Russas).

Microrregião 3: Compreendida entre os municípios de Baraúna (RN), Quixeré – CE e Limoeiro do Norte (CE): Agrícola Famosa (Fazenda Fruitland, Fazenda Km 60, Fazenda  Macacos e Fazenda Terra Nova), UGBP (Sede), Agropecuária Modelo, Cris Frutas, Frutanor, CK Agronegócio, Interfruit,  Fruta Sollo, Frutacor, Fazenda Frota, W. G. Produção e Distribuição de Frutas Ltda (Fazenda Baraúna e Tomé), Bessa Produção e Distribuição de Frutas Ltda (Sede, Fazenda do Vale do Jaguaribe), Del Mont Fresh Produce (Fazenda Quixeré e DIJA), J. S. Salute (Fazenda Tomé),  Tropical Nordeste e Terra Santa.

Microrregião 4: Compreendida entre os municípios de Tabuleiro do Norte (CE), Apodi (RN) e Felipe Guerra (RN):  Bessa Produção e Distribuição de Frutas Ltda (Fazenda Campos), UGBP (Fazendas Campos e Campos Novos – desativada), Agrícola Famosa (Fazenda Baixa Verde e Fazenda Bevenuto), Angel Agrícola Ltda (Sede), E. W. Empreendimento Agrícola Ltda (Fazenda Sítio do Góis), Mata Fresca Produção e Distribuição de Frutas Ltda (Fazenda BR 405 – Felipe Guerra), Bela Fonte Melon (divisa Apodi – Severiano Melo), Vitamais e Klinger (produtor).

Microrregião 5: Compreendida entre os municípios de Mossoró, Governador Dix-Sept Rosado, Caraúbas e Upanema (RN): Agrosol – JIEM Agrícola e Comercial Ltda, Agropecuária Vitamais  – Ecofértil – (Sítio Santana e Monte Alegre), W. G Fruticultura (RN 117), Renovare Upanema Agroindustrial Ltda, Dinamarca e Agrolemos.

Microrregião 6: Compreendida entre os municípios de Assu, Ipanguaçu, Alto do Rodrigues, Afonso Bezerra, Jandaíra (RN) e Pureza (RN): Del Mont Fresh Produce, Agrícola Salutaris, Itaueira Agropecuária (Fazenda Ipanguaçu), Finoagro (Ex-Finobrasa), CMR Brasil Prod. Com. Hortifrutícola Ltda (Fazenda Tubibal), Bollo Brasil (Fazenda Macau) e Caliman (Pureza – RN), Agrícola Potiguar e Terra Santa.

Como essas empresas ultrapassaram o período da grande seca (2011 – 2017)

Tradicionalmente a agricultura irrigada utiliza a água de irrigação proveniente de três fontes: Aquífero Jandaíra (alto teor de sais com profundidade até cerca de 300 m), Aquífero Açu (profundidade até 1200 m) e as barragens de médio e grande porte.  Devido à extensa área de domínio do aquífero Jandaíra (16 278 km2) e devido também à facilidade de acesso ao recurso hídrico, por ser a Formação Jandaíra aflorante na maior parte do seu domínio (10 298 km2), esse aquífero se reveste de extrema importância para o fornecimento de água para o consumo humano, animal  e para o uso na agricultura irrigada dessa região Semiárida.

As águas do aquífero Jandaíra reduziram-se significativamente a partir do segundo ano de seca (2013) e afetaram os municípios que produziam grandes áreas irrigadas como Baraúna – RN e Quixeré – CE, ambas localizados na divisa desses Estados. As principais culturas que tiveram suas áreas reduzidas em mais de 80% nesses municípios foram banana, mamão formosa, melão e melancia.

As principais barragens de importância para o fornecimento de água para a irrigação da região são, na ordem de capacidade de armazenamento: Castanhão (Nova Jaguaribara/Alto Santo -CE), Armando Ribeiro (Itajá/São Rafael/Assu – RN), Barragem de Santa Cruz (Apodi – RN) e Barragem de Umari (Upanema – RN).

No município de Alto Santo (CE), imediatamente antes desse longo período de estiagem, foi inaugurada a Barragem do Figueiredo, mas até o momento o volume de água armazenado é insignificante.

Ainda em construção, o Rio Grande do Norte possui um reservatório de porte médio, denominado de Barragem de Oiticica (capacidade em torno de 600 milhões de metros cúbicos) localizado no município de Jucurutu.

As águas do aquífero Arenito-Açu (baixo teor de sais e muito usadas para o consumo humano) foram utilizadas a partir da década de 1980 pela MAISA (Mossoró Agroindustrial S. A.), a principal empresa de agricultura irrigada da região até o final do século passado, mas, ultimamente o seu uso estava limitado, em função do custo energético do bombeamento, ao abastecimento do município de Mossoró – RN e de algumas comunidades da Chapada do Apodi.

Assim, com o reduzido fornecimento de água pelas barragens e a redução da água do aquífero Jandaíra em várias localidades tradicionais e o alto custo da água (investimento e custeio) do aquífero Arenito-Açu, as empresas adotaram as seguintes estratégias para continuarem mantendo a sua produção de frutas no Polo de Agricultura Irrigada RN – CE:

Algumas empresas de porte médio e grande, seguindo exemplos de outras que já haviam se instalado no início da década passada, ocuparam áreas por arrendamento ou aquisição, na região compreendida entre as divisas dos municípios de Apodi – RN, Severiano Melo – RN e Tabuleiro do Norte – CE, entre as estradas carroçáveis Transchapadão (ligando Apodi ao Distrito de Olho D`água da Bica) e a Estrada do Arenito (ligando os municípios de Apodi e Severiano Melo ao Distrito de Olho D`água da Bica), via comunidades rurais tradicionais de Campos Velhos e Campos Novos. Nessa região as empresas estão perfurando poços no aquífero Arenito-Açu em baixa profundidade (cerca de 150 a 300 m).

Este é o principal atrativo, ou seja, água de boa qualidade em baixa profundidade. Nessa região há solos mais argilosos, em cima da Chapada do Apodi e solos mais arenosos na região do entorno da Chapada do Apodi.

A principal dificuldade enfrentada pelas empresas nessa região é a necessidade de investimentos em infraestrutura de estradas e rede de alta tensão de energia.

Além disso há, também, necessidade de investimentos em infraestrutura de galpões de embalagens, cercas, instalações fixas de campo, pavimentação no entorno dos galpões de embalagens e áreas de acesso, depósitos e demais instalações fixas de campo.

Algumas empresas de porte médio e grande instalaram unidades produtoras no Vale do Açu, que apesar da dificuldade de água a partir da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, há uma boa perspectiva do uso de água de poços de baixa profundidade construídos no leito do Rio Açu.

As empresas de porte médio localizadas na região da Grande MAISA (Pau Branco, São Romão, Córrego Mossoró, Mata Fresca, Cacimba Funda e comunidades vizinhas) ampliaram as áreas neste entorno e estão cultivando melão e melancia. Esta região é a que apresenta maior capacidade de uso dos poços do aquífero Jandaíra, apesar da tendência do aumento da salinidade dos poços nos períodos de estiagem.

Outras empresas de porte médio da região de Pau Branco, instaladas ao longo da Estrada do Melão, fizeram a opção pelo investimento em poços profundos do Arenito-Açu, com profundidade em torno de 900 a 1000 m. O valor médio investido por poço profundo nessa região ultrapassa R$ 2,5 milhões. Apesar do elevado investimento e do custeio de energia para o bombeamento da água em grande profundidade, os produtores não precisam investir em infraestrutura nova, como é o caso das empresas que mudaram para novas áreas distante 100 a 150 km da sede. Há também a vantagem de mistura de água de baixa salinidade (Arenito-Açu) com água de alta salinidade (aquífero Jandaíra) o que torna mais fácil o cultivo de melão e melancia, sem causar grandes problemas para a cultura e para o solo.

As empresas de pequeno e médio porte arrendaram ou compraram terras na região de Upanema – RN que, apesar da limitada capacidade de áreas, apresenta bom potencial para a perfuração de poços no aquífero Arenito-Açu em baixa profundidade. Esta região cultiva frutas tropicais há mais de 20 anos. Uma grande empresa da região adquiriu áreas na região de Pedro Avelino, Sertão Central do RN, onde passou a utilizar a opção de poços profundos do Arenito-Açu, pois esta região é caraterizada por baixa profundidade dos poços.

Algumas empresas estão tentando se instalar em outras regiões do Semiárido, como o Vale do São Francisco (Petrolina-Juazeiro) e a região de Parnaíba no Piauí.

Há, ainda, uma empresa de grande porte, instalada na região de Jaguaruana-CE, que está construindo um canal de irrigação a partir do Rio Jaguaribe e, ao mesmo tempo, investindo em poços profundos do Arenito-Açu, como forma de enfrentar o desafio de produzir frutas tropicais na Grande Região Jaguaribe-Apodi.

Uma opção foi a região compreendida entre os municípios de Caraúbas e Upanema, onde há boas perspectivas para a perfuração de poços no Arenito-Açu com profundidade em torno de 300 a 400 m. Esta região já havia sido explorada no início da década de 1990 pela antiga Fazenda São João, tradicional empresa de agricultura irrigada da região de Mossoró que foi desativada no início dos anos 2000.

Algumas empresas novas ou que estavam instaladas na microrregião 1, adquiriram áreas na região de Jandaíra, que, apesar, da baixa vazão dos poços, tem sido uma opção nesse período de seca. A exemplo de Jandaíra, algumas empresas também procuraram se instalar nos municípios de Afonso Bezerra e Pedro Avelino, no Sertão Central do RN.

As fruteiras banana, melão e melancia e cultivo do mamão formosa, o qual passou a ter importância destacada nos mercados local, regional, nacional e europeu.

Atualmente, há várias empresas de médio porte instaladas na região de Baraúna, exclusivamente voltadas para a cultura do mamão formosa. Algumas delas trabalham com cultivos próprios e outras trabalham de forma integrada com médios e pequenos produtores.

Houve ainda o caso de uma empresa que adquiriu uma área no Vale do Rio Jaguaribe (Russas), mas que, até o momento não logrou sucesso em razão da falta d`água no leito do rio por limitação do volume da Barragem do Castanhão.

 Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA)

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domingo - 07/11/2021 - 09:28h

Monólogo das mãos

solidariedade, mãos, monólogo das mãos, dedos, braçosPor Giuseppe Ghiaroni

Para que servem as mãos?

As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder, ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar, confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar, acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar, aplaudir, reger, benzer, humilhar, reconciliar, exaltar, construir, trabalhar, escrever…

As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau,
salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário;

Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não matou Porcena;

Foi com as mãos que Jesus amparou Madalena;

Com as mãos David agitou a funda que matou Golias;

As mãos dos Césares romanos decidiam a sorte dos gladiadores vencidos na arena;

Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência;

Os antissemitas marcavam a porta dos judeus com as mãos vermelhas como signo de morte!

Foi com as mãos que Judas pos ao pescoço o laço que os outros Judas não encontram.

A mão serve para o herói empunhar a espada e o carrasco, a corda;

O operário construir e o burguês destruir;

O bom amparar e o justo punir;
O amante acariciar e o ladrão roubar;
O honesto trabalhar e o viciado jogar.

Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor ou uma granada, uma esmola ou uma bomba!

Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia!

As mãos fazem os salva-vidas e os canhões;

Os remédios e os venenos;
Os bálsamos e os instrumentos de tortura, a arma que fere e o bisturi que salva.

Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas protegemos a vista para ver melhor.

Os olhos dos cegos são as mãos. As mãos na agulheta do submarino levam o homem para o fundo como os peixes;

No volante da aeronave atiram-nos para as alturas como os pássaros.

O autor do Homo Rebus lembra que a mão foi o primeiro prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida;

A primeira almofada para repousar a cabeça, a primeira arma e a primeira linguagem.

Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas.

A mão aberta, acariciando, mostra a bondade;

Fechada e levantada mostra a força e o poder;

Empunha a espada a pena e a cruz!

Modela os mármores e os bronzes;

Da cor às telas e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia nas formas eternas da beleza.

Humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza;

Doce e piedosa nos afetos medica as chagas, conforta os aflitos e protege os fracos.

O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento de felicidade.

O noivo para casar-se pede a mão de sua amada;

Jesus abençoava com as mãos;

As mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as mãos as cabeças inocentes.

Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica, ainda por muito tempo agitando o lenço no ar.

Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias.

E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre, ainda as mãos prevalecem.

Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, são as mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino.

E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração para, o corpo gela e os sentidos desaparecem, são as mãos, ainda brancas de cera que continuam na morte as funções da vida.

E as mãos dos amigos nos conduzem…

E as mãos dos coveiros nos enterram!

Giuseppe Ghiaroni – (1919-2008) – Poeta, jornalista e cronista, mineiro de Parnaíba do Sul, ele morreu em 2008, aos 89 anos, com importante atuação com trabalhos para o rádio, teatro e imprensa escrita.

O texto faz parte da peça “O vendedor de ilusões” de Oduvaldo Vianna Filho, escrito para o ator Procópio Ferreira.

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domingo - 07/11/2021 - 08:28h

Uma rede, sem pressa

Por Odemirton Filho

O nosso conterrâneo Luís da Câmara Cascudo escreveu um livro sobre a rede. Segundo o folclorista, “a rede toma o nosso feitio, contamina-se com os nossos hábitos, repete, dócil e macia, a forma do nosso corpo. A rede é acolhedora, compreensiva, acompanhando, tépida e brandamente, todos os caprichos da nossa fadiga e as novidades imprevistas do nosso sossego”. Rede - 3Sim, a rede embala os nossos sonhos. Deixa-nos sem pressa do amanhã. Nessa vida corrida, na qual o ter é mais importante do que o ser, como é bom uma rede para espichar o corpo, descansando das batalhas do cotidiano. Uma rede no alpendre de uma casa de praia, vendo o mar e a lua se beijando, não tem “pareia”. A rede balança, gostosamente, um chamego.

Meu avô materno era proprietário de uma fábrica de redes. Talvez, daí a minha paixão por uma rede. Lembro-me muito bem do barulho dos teares. Eu brincava na velha fábrica, no meio dos rolos de fio, mesmo espirrando pra valer.

A rede faz parte de nossa cultura. É tão nordestina. Aliás, segundo Câmara Cascudo, quem primeiro denominou a rede foi Pero Vaz de Caminha, em 27 de abril de 1500, é o padrinho da rede de dormir. Batizou-a pela semelhança das malhas com a rede de pescar.

Quem mora em sítio ou fazenda gosta de se deitar em uma rede, sentindo o sereno ou aliviando-se do mormaço. À noite, quem sabe, acende uma fogueira e toma uns goles, tocando um violão com saudade de alguém.

Aos domingos, deitar-se numa rede no alpendre de uma casa de praia, no “terreno” ou no quarto, e viajar em uma boa leitura, faz um bem danado ao corpo e a alma.

Aliás, em uma de suas belas crônicas, a escritora Rachel de Queiroz também fala sobre a rede armada num alpendre: “Só a paz, o silêncio, a preguiça. O ar fino da manhã, o café ralo, a perspectiva do dia inteiro sem compromisso nem pressa. Vez por outra um conhecido que chega, conta as novidades, bebe um caneco de água, ganha de novo a estrada”.

Pois é. Carecemos, aqui ou acolá, de uma rede, sem pressa.

“Afinal de contas só do chão precisa o homem, para sobre ele andar enquanto vivo e no seu seio repousar depois de morto”.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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Categoria(s): Crônica
domingo - 07/11/2021 - 07:32h

Filosofia – a árvore do conhecimento

Por Honório de Medeiros

O conhecimento pode ser imaginado como uma árvore cujo tronco repouse no chão ancestral onde o homem pré-histórico caçava, coletava e, graças à sua primitiva linguagem, bem como à incipiente capacidade cooperativa, se tornou uma espécie apta a sobreviver.

Não é uma imagem precisa, tampouco absolutamente correta, mas cumpre seu propósito para ser assimilada.homens pré-históricos caçando em grupoOs problemas com os quais nossos antepassados se depararam e as soluções engendradas para ultrapassá-los formaram galhos, ramos, folhas, em ritmo cada vez maior e mais denso, em uma escala inimaginável. Cada folha, como é possível perceber, avança rumo ao infinito desconhecido por um rumo que sugere uma proporcionalidade inversa: quanto mais específico o conhecimento por ela simbolizada, mais ampla e profunda a vastidão a lhe servir de contraponto.

Se focarmos essa imagem em busca de nitidez, podemos acompanhar o desenvolvimento da Matemática, como exemplo, desde os primitivos números naturais até o cálculo, hoje, de tensores hiper espaciais, essas projeções hipotético/geométricas interdimensionais.

Podemos acompanhar, também, a evolução da linguagem até a Babel dos tempos modernos, constituída de signos bem diferenciados – desde os sinais utilizados pelos surdos-mudos, passando pelo informatiquês e o idioma dos guetos, presídios, e subúrbios, até a lógica do sub-universo computacional.

Aliás, o mundo da informática é muito exemplificativo dessa teoria da árvore do conhecimento. No início, meados do século XX, um computador ocupava salas; hoje, os “chips” guardam quantidades colossais de informações.

A imagem da árvore do conhecimento é possível graças à Teoria da Evolução de Darwin. É, digamos, um corolário. Podemos perceber que o Conhecimento se diferencia e especializa na medida em que avança. Sabemos, hoje, quase tudo acerca de quase nada em cada “nicho” do conhecimento, embora tudo quanto descartado por não ter sobrevivido ao choque entre ideias conflitantes forme uma contrapartida em negativo da realidade.

Contrapartida que agrega: aquilo que descartamos não precisa ser outra vez cogitado.

Assim essa árvore é finita e limitada (conceitos distintos) no espaço e tempo conhecidos, mas infinita e ilimitada quanto as suas possibilidades de crescimento. O futuro, para onde ela avança, é construção do passado, e como cada estrada amplia a quantidade de lugares onde se há de chegar, cada problema resolvido no processo civilizatório implica na ampliação de universos de saber.

Ou seja, o tempo, cada vez mais, dá razão a Darwin.

Funciona assim em termos macro, mas também em termos pessoais. Cada avanço nosso implica em ampliar o universo daquilo que não conhecemos. É um paradoxo: quanto mais sabemos, mais há a saber.

É, por fim, o voo do solitário para o infinito: “É como se cada um de nós, estando dentro de um ambiente fechado, uma clausura, criasse uma saída e a utilizasse. Lá, do outro lado da saída, lhe espera um outro ambiente, também fechado, só que maior, bem maior. Sua tarefa, assim, é sempre criar outra saída, sair, entrar em outro ambiente ainda maior, criar outra saída, sempre, em uma escala exponencial…”

Em termos pedagógicos, diria Gaston Bachelard: “todo conhecimento é sempre a reforma de uma ilusão.”

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Governo do RN

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domingo - 07/11/2021 - 04:30h

Pequeno luxo

Por Marcos Ferreira

Estou sozinho em casa e daqui não pretendo ir a lugar nenhum. Que importa que hoje ainda é quarta-feira e a vida lá fora urge, exige movimento, disponibilidade, trabalho e suor de todos. Não, não arredarei o pé. Muito menos em meio a este calor diabólico, infernal. Meu ventilador não aplaca o mormaço. O vento que ele produz é quente feito o de um secador de cabelo industrial. Supondo-se, claro, que existam secadores de cabelo industriais. Coisa bem pouco provável.

Ouço, como de costume, uma de minhas playlists com várias horas de blues. Acabei de fazer café e a cafeteira vai perfumando o ambiente com o aroma da rubiácea. Minha gata Gudãozinho, descansando sob a mesa da cozinha, vez por outra me encara com tédio e preguiça. Nesse horário, o que é absolutamente compreensível, nem ela está disposta a perseguir as lagartixas pelo quintal.casa, residência, moradia, construção civil

Os últimos dias, sob sol inclemente, em meio ao siroco, foram um exaustivo périplo por consultórios médicos e clínicas laboratoriais. Agora não quero contato com o astro-rei. Não ao menos lá fora, trafegando por estas ruas desarborizadas de Mossoró, sobre os paralelepípedos e o asfalto escaldantes. Ficarei aqui entre estas paredes velhas, sob este teto avariado pelos cupins, tomando um banho rápido de meia em meia hora, a porta da frente trancada; só a da cozinha aberta.

Cá estou com o Dom Quixote, óleo sobre tela, oriundo dos pincéis do Túlio Ratto. O cavaleiro da triste figura é testemunha deste calor insuportável neste princípio de tarde. Olho para a face do espanhol e tenho a ligeira impressão de que ele também transpira. Gudãozinho escancara a boca num bocejo extraordinário, abana levemente a cauda felpuda e apoia o queixo sobre a patinha.

Veículos (carros e motos) cruzam a Euclides Deocleciano de um lado para o outro. Levantam poeira. O ronco dos motores interfere no canto dos pássaros ao derredor de minha casa. Aonde vão essas pessoas em seus automóveis e motocicletas? Só podem ter compromissos inescapáveis, inadiáveis, para terem que sair a esta hora. Deveria ser proibido (quiçá uma lei municipal) o mossoroense circular por esta cidade debaixo de uma bola de fogo como esta que paira sobre nós.

Devo ficar em casa e não atenderei a ninguém que porventura bata palmas no portão, chamando ou não pelo meu nome. Não abrirei a porta. Darei o silêncio por resposta. O telefone está desligado. Nada de WhatsApp, Instagram ou Facebook. Muito menos informações sobre o esgoto político, a céu aberto, deste país. Pois eu preciso me desintoxicar. Ao menos durante o dia de hoje.

Um homem, qualquer pessoa, aliás, tem o direito de tirar um dia somente para si. Um dia assim para não se fazer coisa alguma. Exceto, no meu caso, escrever. Pois me convém escrever, embora suspendendo a redação de meia em meia hora para me demorar uns minutinhos sob o jato do chuveiro. Que calor dos seiscentos, prezado leitor e gentil leitora! Se escrevo, portanto, é por opção. Mas eu poderia estar largando dentro da rede, quem sabe assistindo a um filmezinho.

Todavia, como percebem, optei por escrever, ouvir blues e bebericar o meu café puro. Não tenho o hábito de dormir após o almoço, se acaso você me perguntar. Até porque meu almoço costuma ser o café da manhã. Não sinto fome logo que acordo. Também não tenho a menor intimidade com as atribuições alimentares de uma cozinha. Sobrevivo basicamente da geladeira e da cafeteira.

À noite, entretanto, vou à casa de Natália e lá sou brindado com uma refeição de verdade: arroz, feijão, cuscuz, carne, frango — a chamada comida de panela. Às vezes minha sogra faz sopa e eu tomo com muito gosto. Retorno por volta das vinte horas, engulo meus remédios e, enquanto Morfeu não se apodera de mim, vejo alguma coisa da Netflix, acesso este que me foi compartilhado pelo amigo Elias Epaminondas, ele que é o carioca mais mossoroense que conheço.

São treze horas e quarenta minutos. Eu até poderia jurar que Dom Quixote está mesmo transpirando. Deve ser, porém, o brilho da tinta ainda nova. Na representação de Túlio Ratto, que tem se revelado um bom pintor, o herói de Miguel de Cervantes parece um pobre-diabo sobre um cavalinho macérrimo. Estamos aqui, portanto, eu, Gudãozinho, Dom Quixote e seu cavalo desmilinguido.

Daqui não saio, daqui ninguém me tira. Por exemplo, sequer me abalarei até a lotérica, no Centro, para fazer a minha aposta na Mega-Sena. Ouvi dizer que está acumulada em não sei quantos milhões. Dinheiro mais que o bastante para que eu abra mão desse meu auxílio-doença mixuruca e me torne um vagabundo profissional, como no dizer do poeta Manoel de Barros. Ficarei aqui no meu suadouro, sem ar-condicionado, contando apenas com este ventilador barulhento.

— São milhões — uma voz me sussurra.

Apesar do calor, o vento circula impetuosamente. Açoita a grande mangueira na residência aos fundos. Uma lufada quente e empoeirada adentra pela porta da cozinha. Cai uma porção de ciscos do teto, que não possui forro. Há poeira em toda parte, sobretudo nos meus poucos e desorganizados livros nas estantes de ferro. Sinto as micropartículas de areia entre meus dedos e o teclado.

Sem camisa, um colar de suor à volta do pescoço, sigo digitando. Penso se não é o momento de fazer outra pausa para mais um banho rápido. Sim, é o que farei. Depois, com a cuca e o corpo mais arejados, tomarei um novo trago de café e avançarei para outro parágrafo. Antes, todavia, decido concluir este raciocínio, ou parágrafo. Gudãozinho se estica toda e vai para o terraço. São precisamente catorze horas e cinco minutos. Careço quebrantar este suadouro. Até breve.

Bem, estou de volta, refrescado e com outra meia caneca de café. Usufruo, como venho narrando, do pequeno luxo de estar na privacidade do meu humilde lar. Hoje não trocarei esse recolhimento por nenhuma visita imprevista e inoportuna. Só botarei a cara fora bem mais tarde, lá por volta das dezoito horas, quando chegar o instante de ir à casa de Natália. Será este o ponto alto do meu dia.

Marcos Ferreira é escritor

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sábado - 06/11/2021 - 23:58h

Pensando bem…

“Uma vez declarada a guerra, é impossível deter os poetas. A rima ainda é o melhor tambor.”

Jean Giraudoux

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sábado - 06/11/2021 - 15:38h
Plataforma digital

Justiça Federal fará cerca de 200 audiências de conciliação

semana de conciliacaoA Justiça Federal no Rio Grande do Norte (JFRN), no período de 08 a 12 de novembro, promoverá uma Semana Nacional de Conciliação inédita. Nesta edição 2021,  a grande novidade fica por conta da realização de todas as audiências de conciliação – cerca de 200 – através da plataforma digital Mediações Online (MOL), parceira do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5).

É a inovação tecnológica se colocando como importante aliada para a solução consensual de conflitos, ao possibilitar a realização de mutirões de audiências virtuais num momento em que persistem as medidas de biossegurança para enfrentamento da propagação da Covid-19.

O mutirão virtual de audiências no Judiciário Federal potiguar  contará com processos envolvendo a Caixa Econômica Federal (CEF), especialmente ações de expurgos inflacionários sobre saldos de cadernetas de poupança, além de cobranças pré-processuais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, do Conselho Regional  de Corretores de Imóveis da 17a Região, do Conselho Regional de Representantes Comerciais, do Conselho Regional de Contabilidade e do Conselho Regional de Medicina Veterinária.

Quem têm pendências jurídicas com a CAIXA, o CREA, o CRECI17, o CORE, o CRC e o CRMV, que fiquem atentos aos seus e-mails para confirmação do recebimento daquele enviado pela MOL, em nome do TRF5, acessando os dados relativos à data, hora e link de participação na audiência de conciliação.

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sábado - 06/11/2021 - 11:08h
Carnaxelita

Carnaval fora de época espera multidão nesse sábado

Uma das mais tradicionais micareta do interior do Rio Grande do Norte acontecerá neste sábado (6), na cidade de Currais Novos. O Carnaxelita chegará à sua 22ª edição e promete marcar a retomada dos grandes eventos no interior do estado. O carnaval fora de época terá como atração principal o cantor Wesley Safadão, que promete voltar aos palcos em grande estilo. Este será o primeiro show do WS em solo brasileiro neste 2021.

Carnaxelita chega à sua 22ª edição em Currais Novos (Foto: divulgação)

Carnaxelita chega à sua 22ª edição em Currais Novos (Foto: divulgação)

A estrutura conta com 80 camarotes privados, com vendas esgotadas ainda na primeira semana de lançamento, que formam parte do corredor da folia. Em local privilegiado está montado o Camarote Prime, para 600 pessoas, que trará uma festa à parte, com open bar de cerveja, mais conforto e serviços diferenciados.

Shows

Promovido pela Prime Eventos, o Carnaxelita terá um formato diferente dos anos anteriores e será realizado na Du Rei Casa Show, que passou por ampla reforma.

A estrutura de camarotes foi montada na parte exterior da casa de eventos, onde um trio elétrico – pranchão – circulará com animação da Banda Chicabana, puxando os foliões.

Em seguida, acontecerá no interior do espaço os shows dos cantores Wesley Safadão e Felipe Amorim.

P.S – (12h10) – O evento foi adiado devido morte da cantora Marília Mendonça, ocorrido ontem à tarde em Minas Gerais, num acidente aéreo.

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sábado - 06/11/2021 - 08:28h
Orçamento 2022

Bancada federal vai se reunir para discutir prioridades de emendas

emendas parlamentares - arteA Bancada Federal do Rio Grande do Norte, coordenada pelo deputado Benes Leocádio (Republicanos), se reúne nesta segunda-feira (8) para discutir prioridades e receber sugestões para a destinação de emendas ao Orçamento 2022 (LOA 2022). A reunião acontece no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), às 8 horas.

“Mais uma vez, vamos compartilhar esse momento de definição de emendas ao orçamento com as entidades e instituições de nosso Estado. A intenção é estreitar o diálogo sobre a vinculação das emendas parlamentares a programas e obras prioritárias do RN”, disse o deputado Benes.

Além dos deputados federais e senadores foram convidados para a reunião, representantes ligados ao Governo do RN e a Prefeitura de Natal, à Federação dos Municípios do RN (FEMURN), Instituto Federal do RN (IFRN), Universidade Federal do RN (UFRN), Universidade Estadual do RN (UERN), Universidade  Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Polícia Civil do RN, Polícia Rodoviária Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Superintendência da Funasa no RN, Superintendência Regional do Dnit, Hospitais Filantrópicos do RN, Igreja Católica, entre outras instituições.

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sábado - 06/11/2021 - 07:28h
Economia

Porto-Ilha é arrendado em leilão realizado na Bolsa de Valores de SP

O Terminal Salineiro de Areia Branca – Luís Fausto de Medeiros (TERSAB), conhecido popularmente como Porto-Ilha, ficará pelos próximos 25 anos com gestão da iniciativa privada. O Consórcio Intersal arrendou o terminal por esse período, com expectativa de investir R$ 164 milhões ao longo desse período, valor anual da ordem de R$ 6,5 milhões.

Porto-ilha é um dos escoadouros da produção de sal do RN desde os anos 70 e vive precariedade (Fotomontagem BCS/arquivo março 2021)

Porto-ilha é um dos escoadouros da produção de sal do RN desde os anos 70 e vive precariedade (Fotomontagem BCS/arquivo março 2021)

O leilão foi promovido pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) na Bolsa de Valores de São Paulo, com o arremate sendo de R$ 100 mil.

O Porto-Ilha é administrado pela Companhia Docas do RN (CODERN) e foi construído pelo governo federal nos anos 70. Sua inauguração ocorreu em 2 de setembro de 1974.

Fica a cerca de 26 quilômetros da costa areia-branquense, devido principalmente a necessidade de atendimento à indústria salineira. Sua área física total é de 35.114m².

Por ele passa cerca de 40% do sal potiguar, para consumo interno e exportação.

A empresa norte-americana Soros Associates Consulting Engineers foi responsável pelo projeto que formatou uma ilha artificial em pleno Oceano Atlântico, que passou a permitir à época o transporte de boa parte da produção de sal do RN, em especial pro mercado interno.

A cadeia produtiva do sal no RN tem cerca de 70 mil pessoas envolvidas, direta ou indiretamente.

Porto-ilha foi construído no início dos anos 70 do século passado (Foto: arquivo)

Porto-ilha foi construído no início dos anos 70 do século passado (Foto: arquivo)

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sábado - 06/11/2021 - 05:50h
RN

Governo obtém liminar para ter devolução de recursos de respiradores

nota-oficialO Governo do Estado do RN emitiu nota nessa sexta-feira (5), em que anuncia vitória com decisão liminar favorável em Ação Civil Pública, para assegurar devolução de quase R$ 5 milhões, utilizados para compra de 30 respiradores, ano passado. Em Nota Oficial, a gestão estadual trata da questão que é ponto central de apuração na CPI da Covid na Assembleia Legislativa do RN.

Veja a nota abaixo:

O Governo do Estado obteve decisão liminar favorável em Ação Civil Pública para assegurar a devolução dos recursos públicos utilizados como pagamento dos 30 (trinta) respiradores adquiridos em conjunto com os demais estados do Nordeste.

A decisão vem se somar ao conjunto de medidas que o Estado tem adotado para restituição dos valores despendidos na referida compra.

No auge da pandemia, quando todas as nações do mundo buscavam desesperadamente adquirir ventiladores pulmonares, essenciais para sobrevivência de infectados pelo coronavírus nos hospitais, o Estado do Rio Grande do Norte aderiu à contratação conjunta destes equipamentos numa tentativa de garantir o direito aos cidadãos potiguares de lutar pela vida.

A Procuradoria Geral do Estado vem atuando diligentemente em seu papel constitucional, empreendendo todos os esforços para reaver os recursos estaduais indevidamente desviados do nosso Estado”, afirmou o Procurador-geral Dr.  Luiz Antônio Marinho.

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sábado - 06/11/2021 - 05:38h
Teatro

“O vendedor de sonhos” terá apresentação única nesse sábado

Peça adaptada da obra de Augusto Cury – o psiquiatra mais lido do mundo na atualidade – “O Vendedor de Sonhos” volta em cartaz para única apresentação presencial no dia 07 de novembro, domingo, às 20h no Teatro Riachuelo Natal.

Livro que dá origem à peça já foi adaptado para 60 idiomas (Foto: divulgação)

Livro que dá origem à peça já foi adaptado para mais de 60 idiomas (Foto: divulgação)

A adaptação do best-seller para o palco é de Augusto Cury, Erikah Barbin e Cristiane Natale (que também assina a direção) e o elenco é formado por Luiz Amorim, Mateus Carrieri, Adriano Merlini, Fernanda Mariano, Pedro Casali, Marcus Veríssimo e Guilherme Carrasco.

A trama conta a história do personagem Júlio César (Mateus Carrieri), que tenta o suicídio e é impedido de cometer o ato por intermédio de um mendigo, o Mestre (Luiz Amorim), que lhe vende uma vírgula, para que continue a escrever a sua história.

60 idiomas

Juntos encontram Bartolomeu (Adriano Merlini), um bêbado boa-praça que decide unir-se a eles na missão de vender sonhos e de despertar a sociedade doente. Mas a revelação de um passado conflituoso do Mestre pode destroçar a grande missão do Vendedor de Sonhos.

O livro O Vendedor de Sonhos já foi traduzido para mais de 60 idiomas e também virou filme – e é a primeira obra de Augusto Cury receber uma adaptação para o teatro.

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sábado - 06/11/2021 - 05:18h
Decisão

Ministra suspende pagamento de “Orçamento secreto”

Rosa: irregularidades (Foto: Arquivo)

Rosa: irregularidades (Foto: Arquivo)

Do G1

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta sexta-feira (5) suspender o pagamento das emendas de relator ao Orçamento da União, o chamado “orçamento secreto”.

O “orçamento secreto” é como ficaram conhecidas as emendas parlamentares pagas na modalidade “emendas de relator”. Ao contrário das emendas individuais, que seguem critérios bem específicos e são divididas de forma equilibrada entre todos os parlamentares, as emendas de relator não seguem critérios usuais e beneficiam somente alguns parlamentares.

Na prática, a destinação dos recursos é definida em acertos informais entre parlamentares aliados e o governo federal. Por isso, esses repasses são alvo de críticas de especialistas.

Ações

A decisão de Rosa Weber foi concedida nas ações do PSOL, do Cidadania e do PSB que pedem para que o Supremo torne sem efeitos a execução dessas emendas.

A ministra também determinou que o governo e o Congresso adotem medidas de transparência para execução dos recursos para que seja assegurado amplo acesso público a todas as demandas de parlamentares sobre a distribuição das emendas de relator.

Na decisão, a ministra afirmou ainda que o Congresso criou dois regimes para a execução das emendas, sendo que um é transparente e o outro é um “sistema anônimo de execução das despesas decorrentes de emendas do relator”.

Parte do dinheiro serviu para compra de tratores e equipamentos agrícolas superfaturados e obras consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Saiba mais detalhes clicando AQUI.

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sábado - 06/11/2021 - 04:50h
Mossoró

Prefeito assina decreto retomando imóvel doado à Porcellanati

Unidade industrial da Porcellanati em Mossoró ocupa área privilegiada e de altíssimo valor (Foto: Itagrês)

Unidade industrial da Porcellanati em Mossoró ocupa área privilegiada e de altíssimo valor (Foto: Itagrês)

A Prefeitura Municipal de Mossoró publica no Jornal Oficial do Município (JOM), edição 639 (veja AQUI), sexta-feira (5), decreto que formaliza a reversão de doação de imóvel que tinha usufruto indústria Porcellanati Revestimentos Cerâmicos Ltda. (Grupo Itagrês).

Originária de Tubarão (SC), desde abril de 2014 que a Porcellanati não produz absolutamente nada, além de enraizar calote multimilionário sem qualquer alento de pagamento, atingindo a própria municipalidade, instituições financeiras, fornecedores, ex-empregados, prestadores de serviço etc.

O decreto, em seu artigo primeiro assevera o seguinte: “Fica revertido em favor do Município de Mossoró, o terreno localizado no Distrito Industrial de Mossoró, com área de vinte hectares, localizado às margens da BR-304, doado sob condições pela Lei nº 1.968, de 2004, à empresa Porcellanati Revestimentos Cerâmicos Ltda, inscrita no CNPJ nº 05.214.228/0001-06 e inscrição estadual nº 200924095.”

No parágrafo único justifica a decisão tomada pelo prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade): “A reversão de que trata o caput deste artigo decorre do descumprimento da finalidade da doação”.

Leia também: Porcellanati cai em sua própria armadilha e não volta a funcionar.

Nota do Canal BCS (Blog Carlos Santos) – Depois contaremos detalhes de bastidores dessa história de vigarice que está longe de seu fim. Aguarde e tape as narinas preventivamente.

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sexta-feira - 05/11/2021 - 23:56h

Pensando bem…

“Sem experiência a sabedoria é limitada.”

Textos judaicos

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sexta-feira - 05/11/2021 - 16:26h
Eleição

Guamaré tem eleição confirmada para domingo

Município tem pleito suplementar - Foto: crédito não identificado

Município tem pleito suplementar – Foto: crédito não identificado

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) confirma para domingo (7) a eleição suplementar para prefeito de Guamaré. A votação ocorrerá das 7h às 17h. Idosos têm horário preferencial até às 10h. São 14.532 eleitores aptos ao voto, próximo domingo.

É obrigatório cumprimento de protocolos contra a Covid-19, como uso de máscaras para entrada nos locais de votação, distanciamento e higienização das mãos com álcool 70% antes e após a votação.

O resultado do pleito de 2020 em Guamará estava sub judice. O TRE-RN havia indeferido o registro de candidatura do candidato vencedor, Hélio Willamy Miranda da Fonseca. A decisão foi mantida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que determinou novo pleito.

Polarização

Duas chapas disputam a eleição de domingo. O arquiteto Arthur Teixeira encabeça chapa pelo PSB, tendo como vice a vereadora Eliane Guedes de Melo Carmo (MDB). Eles contam com apoio do prefeito em exercício Eudes Miranda da Fonseca (MDB).]

Pela oposição, concorre o vereador Gustavo Henrique Miranda Santiago (Solidariedade). Seu companheiro de chapa é Mozaniel de Melo Rodrigues, do mesmo partido e segundo colocado à Prefeitura na eleição de 2020. O mandato da chapa vencedora terminará em 31 de dezembro de 2024.

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