“Um vencedor é apenas um perdedor que tentou mais uma vez.
George Augustus Moore
Jornalismo com Opinião
“Um vencedor é apenas um perdedor que tentou mais uma vez.
George Augustus Moore
Por Josivan Barbosa
A partir de agora tanto a governadora Fátima Bezerra (PT) quanto o prefeito Alysson Bezerra (Solidariedade) terá dificuldades de conseguir contrair empréstimos que necessitem de aval do Governo Federal. O problema é que o governo federal pretende subir a régua que determina se deve ou não entrar como avalista em operações de crédito contratadas por Estados e municípios. Novos critérios para o cálculo da Capacidade de Pagamento (CAPAG) dos entes subnacionais, que entraram durante a semana em audiência pública, vão exigir a intensificação do ajuste fiscal e a auditoria dos dados.
Pelos critérios atuais, um Estado ou município cuja relação entre despesas correntes e receitas correntes seja de até 90% é considerado um “espetáculo de solvência” e recebe Capag A. A proposta do Tesouro é que essa relação seja baixada para 85%.
Para a Capag B, atribuída hoje a quem tem relação entre despesas correntes e receitas correntes entre 90% e 95%, a proposta é reduzir para 85% a 95% ou para 85% a 90%.
A Capag C, que impede o aval da União, é dada atualmente à relação maior do que 95%. A proposta é manter assim reduzir para 90%.
Outra alteração proposta pelo Tesouro Nacional é exigir que as contas apresentadas por Estados e municípios sejam validadas pelos tribunais de contas locais ou mesmo por uma auditoria privada.
De 2016 até junho deste ano a União gastou R$ 37,5 bilhões para pagar prestações não honradas de dívidas de Estados e municípios em que entrou como avalista. O Rio Grande do Norte está na lista desses Estados.
CEF Agronegócio
O município de Mossoró precisa fazer gestão junto a presidência da Caixa Econômica para que o município seja contemplado com uma agência voltada para o negócio rural. A região polarizada por Mossoró possui num raio de 150 km as principais empresas produtoras e exportadoras de frutos tropicais do Estado. São cerca de 200 empresas potenciais para atendimento de crédito e outros serviços voltados para o setor.
A Caixa elevou para 268 o número de agências que deverão ser abertas em todo o país para ampliar sua rede de atendimento até o fim do ano. Serão 168 unidades focadas no varejo e outras 100 especializadas no agronegócio.
A condição de reciprocidade negocial com a prefeitura se dá em locais onde, atualmente, não há viabilidade financeira para abertura de unidades, mas este não é o caso de Mossoró. Entre as obrigatoriedades da prefeitura estão a cessão não onerosa de espaço físico para a unidade, a transferência de folha de pagamento do município para a Caixa, a centralização de convênios e a arrecadação e cobrança dos tributos, entre outros.
Juros
O BC aumentou em um ponto percentual a Selic, para 5,25%, e indicou que, sem modificações substanciais no cenário, repetirá a dose na reunião do Copom de setembro. Resta saber agora até onde vai o ciclo de aperto e em que magnitude cessará. A nova intenção do BC é ir além do juro neutro, algo que, se a meta de 2022 for cumprida, será de 6,5%. No comunicado do Copom, com a Selic a 7% no ano corrente e sua manutenção em 2022, os 3,5% da meta seriam atingidos. Mas esse é um terreno movediço. Quando pressões inflacionárias deixam de ser temporárias e se tornam permanentes, a própria taxa neutra de juros se eleva, dizem economistas.
Pernambucanas
Após o silêncio da Havan sobre a instalação de uma unidade em Mossoró, agora será a vez do município atentar para atrair de volta as lojas Pernambucanas. A empresa vai ampliar as suas unidades no Norte e no Nordeste. As Pernambucanas era uma das mais importantes lojas de tecidos instalada na Praça do PAX, ao lado do antigo Armazém Narciso.
Transnordestina
O desenvolvimento regional do Nordeste está em baixa. O governo decidiu levar à frente a construção de apenas um dos dois trechos da ferrovia Transnordestina, o que liga o interior do Piauí, em Elizeu Martins, até o porto de Pecém, no Ceará.
O projeto da Nova Transnordestina foi concebido ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com previsão de conclusão em 2010, as obras da ferrovia sofreram inúmeras interrupções e até hoje não há prazo para entrar em operação. O orçamento do projeto mais do que dobrou. Já foram gastos cerca de R$ 7 bilhões. Outro montante equivalente a esse ainda precisaria ser gasto.
O governo tem reconhecido o esforço da concessionária Transnordestina Logística, comandada pela CSN e responsável por construir e operar a ferrovia. As obras estão em andamento com praticamente 1.000 trabalhadores em campo, tendo investido R$ 300 milhões somente ano passado.
Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Ufersa
Por Odemirton Filho
O menino corria de um lado para o outro no parque de diversão, indo a cada brinquedo, pula-pula, carrossel, carrinho bate-bate, entre outros. O parque estava lotado de crianças e adultos.
Eu acompanhava a minha filha nos brinquedos de sua preferência. Entretanto, não tirava os olhos daquele menino. Ele não sabia para onde olhava. Ora parecia feliz, ora triste.
Depois de um certo tempo percebi que o menino não brincava, nem lanchava. Num parque de diversão, como é natural, a criançada gosta de se lambuzar com algodão-doce, comer cachorro-quente e tomar refrigerante, além, é claro, de “rodar” nos brinquedos.
Todavia, aquele menino, não. Estava sozinho no parque. Ninguém o acompanhava. Eu continuava a observá-lo. Ele ficava alguns minutos em cada lugar e sorria com o sorriso dos outros meninos nos brinquedos.
Por um momento minha filha parou para lanchar. Como o menino passou próximo de onde eu estava, chamei-o. Perguntei se queria brincar e comer alguma coisa. Cabisbaixo, fez um gesto afirmativo.
Tentei “puxar” conversa, mas ele era tímido como a maioria dos meninos de sua idade. Morava na favela do “Pirrichiu”. “Tava” doido pra brincar, mas os seus pais não podiam comprar as fichas, pois tinham mais três filhos pequenos. Se comprassem para ele, era preciso comprar para os outros irmãos. Comprei duas ou três fichas e paguei um lanche para o menino.
Ele agradeceu, encabulado. Depois, saiu em disparada para “rodar” no brinquedo de sua preferência. Feliz da vida. Era apenas uma criança sendo criança. Nada mais. Ainda cheguei a vê-lo por um instante, com um sorriso no rosto, “rodando” nos brinquedos. Numa alegria só. Ele acenou para mim. Eu sorri.
Certamente muitas pessoas tiveram atitude semelhante. Ou fizeram algo mais. Mas o fato é que eu senti uma profunda paz na alma. Sim, sempre há algo a se fazer pelo outro, principalmente, nesses tempos difíceis. Nem que seja uma palavra de carinho e um pouco de atenção.
Por isso, dizem por aí que “a gente só é o que faz aos outros. Somos consequência dessa ação. Talvez a coisa mais importante da vida seja não vencer na vida. Não se realizar.
O homem deve viver se realizando. O realizado botou ponto final”.
Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça
E eu pensando ser Pasárgada apenas fruto da criatividade fulgurante do Manuel Bandeira.
Chegava mesmo a comparar a cidade, que julgava imaginária, com a Atlântida de Platão, onde a perfeição existiu até as paixões humanas influenciarem o comportamento dos reis mitológicos e terminasse tragada pelo mar para mostrar quão perigosos são os sentimentos humanos quando divorciados da razão.
Para minha alegria Pasárgada existe.
Pasárgada existe!!!
E lá ninguém precisa ser amigo do rei para ter direito a tudo que quiser.
Tratamento médico imediato e com especialistas. Exames realizados no mesmo dia. E se alguma cirurgia for necessária é feita imediatamente. Em Pasárgada equipes se revezam em plantões diuturnos. Tratamento odontológico a qualquer hora do dia e da noite.
Medicamentos distribuídos gratuitamente e nunca acontece de faltar um só.
Insulina existe em quantidade exagerada e para não perder prazo de validade Pasárgada faz doação de lotes deste medicamento para cidades circunvizinhas.
Em Pasárgada tem tanta creche que a matrícula das crianças é feita pelas mães enquanto cuidam dos afazeres domésticos.
Equipes da Educação vão de casa em casa e tudo providenciam.
Aulas iniciadas e crianças, já uniformizadas, esperam o transporte escolar na porta de casa.
Transporte escolar que funciona com pontualidade britânica.
Ruas tão bem cuidadas e iluminadas que lembram os salões onde valsas vienenses são dançadas nos contos de fadas.
Emprego sobra em Pasárgada.
Comitivas se deslocam a outras cidades e nos auditórios de bancos fomentadores de desenvolvimento deixam claro que prescindem de qualquer tipo de financiamento público para desenvolver projetos de bilhões de dólares.
Com emprego pleno, saúde de primeiro mundo e educação de qualidade; a violência inexiste.
É comum ver pessoas nas madrugadas de Pasárgada com cadeiras nas calçadas.
Sinto a dor de uma picada de abelha ou de algum outro inseto.
Percebo o rádio ligado e me dou conta de que adormeci embalado pela propaganda oficial.
Não fossem os mosquitos, carro fumacê nem no sonho apareceu, eu ainda estaria em Pasárgada.
Olho pela janela e vejo o lindo céu azul de mais uma manhã cheia de luz e calor desta Mossoró tão bonita.
Inácio Augusto de Almeida é jornalista e escritor
Por Marcelo Alves
Günter Wilhelm Grass (1927-2015) nasceu na outrora Cidade Livre de Danzig, que, pelo Tratado de Versailles, de 1919, não pertencia nem à República Polaca nem à Alemã de Weimar. Coisas da Europa de então. Embora Danzig seja hoje parte da Polônia, Grass criou-se alemão. Lutou na 2ª Guerra Mundial. Foi ferido e feito prisioneiro de guerra. Trabalhou como pedreiro. Daí, estudando, virou escultor e desenhista.
Já pendendo à esquerda, participou da vida literária e política de seu país. E, sobretudo, escreveu poesias, teatro e romances. Fez-se um dos grandes escritores alemães de todos os tempos, arrebatando o Prêmio Nobel de Literatura de 1999.
A denominada “Trilogia Danzig” certamente representa o ponto alto na literatura de Günter Grass. É formada por “O tambor” (“Die Blechtrommel”) de 1959, “Gato e rato” (“Katz und Maus”) de 1961 e “Anos de cão” (“Hundejahre”) de 1963. São livros que misturam o realismo mágico com uma visível dimensão política. Mostram como o nazismo e a 2ª Grande Guerra afetaram aquela região da Europa. São fábulas, às vezes tristes, outras divertidas, que nos alertam para uma face cruel, mas por alguns negligenciada (quiçá simpatizada), da história. Dos três títulos, o mais badalado é “O tambor”.
Ele é considerado como um ponto de inflexão na literatura alemã. Como lembra a Academia Sueca do Nobel, “um recomeço após décadas de destruição linguística e moral”. É um romance ousado, agressivo até, que colocou Grass no pódio dos grandes escritores alemães e estabeleceu um altíssimo padrão para as suas obras (o que nem sempre é fácil para o trabalho subsequente). “O tambor”, claro, foi bater no cinema. O filme homônimo é de 1979, com direção de Volker Schlöndorff (1939-). Ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes no mesmo ano. E levou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1980.
O “nosso” Otto Maria Carpeaux (1900-1978), em “A história concisa da literatura alemã” (Faro Editorial, 2013), já fazia rasgados elogios ao autor e sua obra: “Satírico autêntico é Günter Grass. Seu romance Die Blechtrommel (O Tambor), repelente e agressivo, já revelou todos os aspectos de sua personalidade literária: o estilo brutalmente naturalista em que conta um enredo fantástico, irreal, possível só como símbolo da realidade detestada; a agressividade contra todos os tabus caros à sociedade; a vontade do anarquista de épater le bourgeois. É uma farsa exuberantemente cômica e exuberantemente trágica”.
E chama a nossa atenção para o terceiro título da trilogia: “Tudo isso caracteriza também o romance Hundejahre (Anos de Cão), que fez logo sensação na Alemanha e no estrangeiro. Sátira violenta contra o nazismo e contra o novo regime de Bonn. Simbólica é a história do cachorro preferido de Hitler, que fugiu de Berlim antes da morte do Führer, chega à Alemanha Ocidental, procura novo dono e muda de nome”.
Acredito que é sobre uma parte da fábula de “Anos de cão” que devemos focar aqui. A estória do tal “cão de Hitler”. Um pastor alemão, por sinal. Lembremos que, na trama, alguns personagens são nazistas e, posteriormente, ex-nazistas, que simplesmente “mudaram de pele”. Tornaram-se homens respeitáveis. Como os tais “cidadãos de bem” de hoje. E isso se dá até com o cachorro de Hitler, lembremos.
Trata-se de uma literatura de “encontro com o passado”, é verdade. De alguém que foi criado e educado durante o Nazismo. O próprio Grass, chocando o mundo literário e político, no seu livro “Descascando a cebola” (“Beim Häuten der Zwiebel”), de 2006, autobiográfico, reconheceu expressamente haver sido membro, quando adolescente, do braço militar da SS.
Mas será que podemos transpor essa fábula cínica para o presente? E para a nossa terra? Histórias de criminosos nazistas que vieram parar na América do Sul pululam. Na Argentina, em especial, há até um mito do exílio de Hitler por lá. Os mitos são problemáticos. Mas às vezes são cruelmente reais. Josef Mengele (1911-1979), “O anjo da morte”, acabou no Brasil, isso é certo.
Será que agora até o “cão de Hitler” veio bater no Brasil? Tem tanto mito e pastor por aqui…
Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República e doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL
Por Cyrus Benavides
Eu estava essa semana, no campus da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), em Mossoró, para uma reunião.
Parei meu carro e pedi uma informação.
Mesmo num sol quente, o servidor tinha um sorriso feliz que transbordava. O boné era seu escudo.
Dava para sentir que Seu Américo desempenhava suas funções com amor e dedicação.
Tomei conhecimento que ali estava o pai do prefeito de Mossoró.
E enquanto eu pedia para fazer essa foto, algumas conclusões vieram à minha mente:
O imenso valor daquele homem.
Não por ter um filho prefeito da segunda maior cidade do Estado do RN, mas sim pelos valores ensinados para uma estrela luminosa chamada Allyson Bezerra.
Seu Américo é referência.
É ensinamento que na vida não é necessário patentes para trazer ao mundo grandes filhos.
Que o exemplo continua sendo a melhor imagem para educar e formar o caráter da prole.
Pedi para fazer a foto. Seu Américo foi trocar a camisa para não usar a imagem da empresa.
Autoridade não é aquela pessoa que todos chamam de doutor.
Autoridade é quem ensina que o trabalho honesto dignifica o homem.
Autoridade é ser inspiração para mudar o mundo, começando por uma cidade.
Parabéns, seu Américo, pelas sementes plantadas e pelos frutos colhidos.
No percurso da vida, a arte de regar a planta com amor, faz a diferença no crescimento das árvores frondosas.
Cyrus Benavides é advogado e escritor
Quando nossa filha finalmente chegou em Montreal com o esposo e seus poucos vinte e três anos, depois de uma longa e cansativa viagem, lá a esperava seu irmão, hoje praticamente cidadão canadense.
Mas não foi possível abraça-lo, até mesmo vê-lo.
Cumprindo as regras impostas para o combate contra a pandemia, primeiro foi confinada, por três dias, em um hotel determinado pelo Governo. Exame de saúde feito, resultado favorável, mudou-se para o apartamento do irmão, que o desocupara, para novo período de confinamento, dessa vez por doze dias.
Impossibilitados de se abraçarem, conversarem, o irmão não hesitou: combinaram postarem-se defronte à janela do apartamento, um dentro e o outro fora, ela afastou a cortina, sorriu, acenaram um para o outro, beijos foram enviados, e o instante foi registrado.
Muito foi dito ali naquele momento, sem uma palavra sequer, e a escrita não consegue expressar!
Se isso não é amor, eu não sei o que isso é.
Voa, minha passarinha, voa…
* O irmão escreveu, abaixo da imagem:
They say:
There is always behind a window
You just need to open it
And I can’t wait for that
Love u sis.
(Eles dizem:
Sempre há atrás de uma janela
Você só precisa abri-la
E eu não posso esperar por isso
Amo você, irmã).
Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Governo do RN
Não sei o tempo que me resta aqui na terra.
Mais um dia? Alguns meses?
Podem ser vários anos.
O certo é que não farei, do tempo, um resto de vida.
Tem que valer a pena.
Tem valido.
Cada segundo é precioso. Respirar apenas, não me basta.
Preciso existir nos outros, pelos meus atos e não apenas com a palavra que lapido no meu trabalho.
A imortalidade é o que deixamos no coração dos que ficam. Enquanto ele bater, pulsará também pelo o que fizemos de bom e útil.
Imortal!
* Crônica originalmente publicada há quase dez anos, no dia 23 de outubro de 2011, às 13h32 (veja AQUI), que à semana passada foi lembrada e reproduzida por um amigo-irmão, Eudson Lacerda, em endereço próprio na plataforma Instagram. Gostei do resgate. Tanto tempo depois, ela segue representando o que penso, sinto e faço.
Carlos Santos é criador e editor do Canal BSC (Blog Carlos Santos)
Por Marcos Ferreira
É isso mesmo, hoje não tem crônica. Não tem porque o texto que produzi para este domingo, iniciado na sexta-feira à noite e quase concluído neste sábado, por volta das cinco da tarde, foi apagado por mim acidentalmente, claro. De maneira desastrosa, portanto, numa infeliz e involuntária combinação de teclas enquanto eu digitava, eis que o documento do Word súbito se fechou. Gelei.
Quando tornei a abrir o arquivo, cujo título era “Divina proteção”, sofri um baita choque: não continha uma palavra, uma letra sequer. Das quase três páginas que eu escrevera até àquele instante, restou só uma, mas rigorosamente em branco. Levei as mãos à cabeça, desnorteado. “Agora ferrou”, concluí.
Sim, eu estava (ainda estou, aliás) ferrado. O sentimento de impotência foi absoluto. Perdi tudo, tudinho, e, a esta altura, já noite de sábado, 7 de agosto de 2021, não tenho como tirar outro coelho da cartola. Não sou mágico das palavras, nem posso reescrever, do zero, o “Divina proteção”. Minha memória, durável quanto um Sonrisal num copo com água, não me permite essa façanha.
Após uma boa sequência de tantos domingos sem faltar com o prezado leitor e a gentil leitora, apareço nesta manhã de sol e céu azul (banco aqui a moça do tempo) com as mãos abanando. Achei por bem, contudo, prestar-lhes este esclarecimento por meio disto, que eu planejara ser uma simples nótula.
Todavia, como percebem, findei me alongando. A simples nótula descambou para relatório. Às vezes, apesar do hábito da concisão que adquiri na feitura de sonetos metrificados com rigor, especialmente nos versos decassílabos, tenho certa dificuldade em ser objetivo, de ir direto ao ponto. Aí, perdoem esta alegoria, falo algo proporcional a uma farmácia para expressar um comprimido.
Outro dia, porém, topei com um leitor generoso na calçada do antigo Cine Pax. Nossos caminhos eram opostos, ainda assim nos detivemos por uns breves minutos. Disse-me, entre uma coisa e outra, que acompanha meus escritos desde O Mossoroense e da Revista Papangu. De repente ele acrescentou:
— Aquele seu texto; que poder de síntese!
Vejam isso: “poder de síntese”. Trata-se de uma frase batida, genérica, não raro empregada na falta de algo melhor ou mais substancial a ser dito, mas não posso negar que me senti lisonjeado. Esse generoso e simpático leitor, que conheço apenas de chapéu, referia-se a uma crônica curtinha (pouco mais de uma página) que expus neste blogue, se não erro na conta, há dois ou três domingos.
— Qual?! — indaguei tomado de curiosidade.
— Você fala dos pirilampos. Esqueci o título.
— Sei… Chama-se “Um simples vaga-lume”.
— Ah, foi esse aí, rapaz! Achei uma beleza.
— Hum, obrigado — respondi todo satisfeito.
Natália Maia, por outro lado, minha adorável e sincera noiva, não se ilude com qualquer textinho que lhe apresento. É a mais insuspeita e impiedosa avaliadora que possuo. Certo dia me fuzilou com o seguinte parecer sobre um conto que escrevi para um concurso literário: “Fraco. História confusa, sem pé nem cabeça.” Resultado: não ganhei sequer menção honrosa no referido concurso.
Nem as ostras produzem somente pérolas. Como também os poetas, cronistas, contistas, etc., não dão a conhecer unicamente rebentos literários preciosos. Aqui e acolá, ou no mais das vezes, surgem pedras falsas, gemas sem luz própria, de brilho emprestado, meros arremedos de outros autores e obras.
É verdade que há depoimentos (perdoem a imodéstia) que me dão orgulho, pois tenho consciência de que fiz por merecê-los. Pudera. Nunca me dediquei a outra coisa na vida com que me identifique mais que escrever. É esperado, então, que eu possua autocrítica, condições de compreender quando produzo algo deveras apresentável ou digno não mais do que a lixeira de um computador.
Retomando o assunto do início, perdi o que eu escrevera para este domingo. Creio, por mais suspeito que seja, que ocupei a telinha com umas boas três páginas que poderiam agradar ao prezado leitor e à gentil leitora. Infelizmente, por uma trapalhada ao digitar, como foi dito, acabei sem nadica de nada.
Indaguei, de mim para comigo, se não haveria, no elenco da Igreja Católica, um santo protetor dos escritores. Se não propriamente dos escritores, protetor ao menos das produções dos literatos, para interceder e evitar o extravio de literatura. “Há tantos santos por aí para tantas finalidades e causas”, continuei a pensar. Julgo de grande importância, avaliem isto, um santo protetor das letras.
E que tal um São Aparecido das Palavras?
As horas voaram. Não pude resgatar, reescrever, a crônica extraviada. Perdeu-se, escafedeu-se. Duvido de que depois, com a cabeça mais fria, eu me aventure e obtenha êxito em extrair dos escaninhos da minha memória nebulosa aquelas quase três páginas que se perderam numa lambança dos meus dedos.
Carlos Santos, meu editor, a quem chamo em outro trabalho literário de “o homem dos suspensórios”, ele que é o único indivíduo que avistei nesta prosaica cidade com o referido adereço incorporado ao seu vestuário, há de publicar estas linhas de improviso torcendo o nariz, meio a contragosto, pois me paga um gordo pró-labore por algo melhor que isto. Lamento se fui indiscreto.
O perigo agora, diante desta nota indiscreta, é outros participantes do blogue (como David Leite, Rocha Neto, Odemirton Filho e Inácio Augusto de Almeida) entrarem com pedido de remuneração. Esses quatro, pelo que eu sei, escrevem de forma abnegada, por completo amor às letras municipais.
— Você tinha que bater com a língua nos dentes?! — protestará “o homem dos suspensórios” logo que pôr os olhos nestas páginas.
Longe de mim, porém, querer semear a discórdia ou atrair despesas para este prestigioso canal de informação, opinião e cultura. Quem sabe na próxima semana, se der o peru no jogo do bicho, eu banque um lauto almoço para o Carlos Santos no Restaurante Prato de Ouro, onde a comida é supimpa.
As horas voaram, repito. Meus olhos queimam. No mais, prezado leitor e gentil leitora, melhor dizendo, hoje temos crônica, sim!
Marcos Ferreira é escritor
“O nosso maior teste é: o que fazer com o sucesso, já que o conquistamos.”
Simon Sinek
Nesse domingo (8), entre 8 e 16 horas, a Prefeitura Municipal de Mossoró promove vacinação para pessoas com 23 anos ou mais de idade, sem comorbidades, exclusivamente no Centro de Vacinação (Ginásio Poliesportivo Engenheiro Pedro Ciarlini Neto).
Pessoas incluídas nessa faixa etária devem apresentar originais e cópias de documento oficial com foto, comprovante de residência e cartão de vacina (se houver).
É importante que a pessoa esteja cadastrada no portal RN + Vacina para dar agilidade à vacinação. (//maisvacina.saude.rn.gov.br/cidadao/).
Caso, não tenha o cadastro, ele será feito no local de vacinação.
Acompanhe o Canal BCS (Blog Carlos Santos) pelo Twitter AQUI, Instagram AQUI, Facebook AQUI e Youtube AQUI.
Vinculado à Faculdade Católica do Rio Grande do Norte, o novo Centro de Práticas Múltiplas Dom João Costa será inaugurado à próxima segunda-feira, dia 09 de agosto, às 16h30. Está instalado no local do antigo Colégio Dom João Costa (Rua Duodécimo Rosado, s/n, Nova Betânia), por trás do Colégio Diocesano Santa Luzia (CDSL)
Sua proposta é ser um núcleo de referência social para atendimentos à população da cidade de Mossoró e região nos âmbitos jurídicos e de saúde, envolvendo os cursos de Direito, Psicologia, Nutrição e Fisioterapia da Faculdade Católica.
Os atendimentos ocorrerão dentro do horário de funcionamento do Centro de Práticas Múltiplas, que operará de segunda a sexta-feira, das 8h da manhã até as 20h da noite, e poderão ser agendados por meio de telefone, ainda a definir, ou através de busca espontânea presencialmente.
Nesse sentido, os atendimentos ofertados pelo Centro de Práticas Múltiplas Dom João Costa não requerem encaminhamento profissional e podem ser marcados por qualquer pessoa interessada e que esteja em hipossuficiência financeira, ou seja, que precise da demanda gratuita.
Acompanhe o Canal BCS (Blog Carlos Santos) pelo Twitter AQUI, Instagram AQUI, Facebook AQUI e Youtube AQUI.
Dia todo com ela.
Temos convivência juntos há décadas.
Tentei sair dessa relação várias vezes, mas parece que estamos fadados à união estável e eterna.
Mesmo que eu não queira nem alimente essa relação, admito: ela não sai da minha cabeça.
Minha Sinusite, dê um tempo.
Acompanhe o Canal BCS (Blog Carlos Santos) pelo Twitter AQUI, Instagram AQUI, Facebook AQUI e Youtube AQUI.
Tem novidade chegando à Rádio Rural de Mossoró a partir desta segunda-feira (9), para movimentar o finalzinho da manhã e início das tardes. De segunda a sexta, a partir das 11h30, você acompanha o Programa Diga Lá pelas ondas da AM 990 (veja na Net AQUI).
Com a apresentação de Leodise Cruz e Petras Vinicius, o programa chega trazendo interatividade e opinião, com notícias de Mossoró e região, através de um formato moderno da integração das mídias digitais e da opinião em tempo real.
Plataformas
O programa conta, entre outros conteúdos especiais, com um quadro de entrevistas para você ficar por dentro de tudo que acontece, além da sua participação através do WhatsApp Diga Lá.
O programa está disponível em diversas plataformas: Instagram, Facebook, Spotify, Deezer e muito mais! Siga o @programadigala para saber em primeira mão as novidades!
Acompanhe o Canal BCS (Blog Carlos Santos) pelo Twitter AQUI, Instagram AQUI, Facebook AQUI e Youtube AQUI.
Do GE RN
O América-RN venceu o Atlético-CE neste sábado (7). O Mecão garantiu um 2 a 0 no Estádio Domingão. Com o resultado, o alvirrubro natalense chegou aos 18 pontos, um a menos que o líder ABC que jogará na segunda-feira (9).
Alvinho abriu o placar aos 25 minutos do primeiro tempo e Erick Varão completou a vitória aos 5 minutos da segunda etapa.
O Atlético-CE soma 11 pontos e está na sexta posição do Grupo 3.
O Mecão garantiu um 2 a 0 no Domingão. Com o resultado, o América chegou aos 18 pontos, um a menos que o líder ABC que jogará na segunda-feira (9).
O Atlético-CE soma 11 pontos e está na sexta posição do Grupo 3.
O América-RN enfrenta o Caucaia na sexta-feira (13), às 15h, na Arena das Dunas. A Águia do Ceará entra em campo no sábado (14), às 15h, contra o ABC, no Estádio Domingão.
Acompanhe o Canal BCS (Blog Carlos Santos) pelo Twitter AQUI, Instagram AQUI, Facebook AQUI e Youtube AQUI.
“Liberdade não é poder escolher entre preto e branco mas sim abominar este tipo de propostas de escolha.”
Theodor W. Adorno
Em meio à linguagem chula, ofensas e completo declínio da civilidade entre fanáticos que polarizam política do país, temos pelo menos bom humor.
“Gado” e “Jumento” são formas de tratamento que lembram símbolos de campanhas do passado.
As manadas nos divertem, apesar de.
Ôôôô!!!!
Acompanhe o Canal BCS (Blog Carlos Santos) pelo Twitter AQUI, Instagram AQUI, Facebook AQUI e Youtube AQUI.
Não entendo como alguém diariamente acessa página que não gosta, tem permanente abuso do editor e diverge completamente das postagens.
É a mesma coisa que sempre ir ao mesmo restaurante de comida horrível, péssimo atendimento e preço alto.
Cuide-se.
Você está doente.
Acompanhe o Canal BCS (Blog Carlos Santos) pelo Twitter AQUI, Instagram AQUI, Facebook AQUI e Youtube AQUI.
Já imaginou você recebendo uma ameaça dessa publicamente?
Reagiria formalizando Boletim de Ocorrência, partiria para ofensas ou aumentaria sua segurança pessoal e de família?
Ontem, a maior autoridade da República mandou esse recado de intimidação numa boa (veja AQUI).
Acompanhe o Canal BCS (Blog Carlos Santos) pelo Twitter AQUI, Instagram AQUI, Facebook AQUI e Youtube AQUI.
Aí, nessa longa estrada da vida, parei para almoçar num restaurante à margem de BR, região Oeste.
Fiz companhia a dezenas de empregados em empresas com atuação no petróleo.
Feliz por aquele burburinho fomentado pela exploração dos campos maduros por empresas privadas.
Com todo o gás.
Acompanhe o Canal BCS (Blog Carlos Santos) pelo Twitter AQUI, Instagram AQUI, Facebook AQUI e Youtube AQUI.
O Ministério da Saúde informou ao Governo do Estado do RN que deverá ocorrer desembarque de mais remessa de vacinas contra a Covid-19, no Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante.
A chegada de 36.250 doses de Astrazeneca está prevista para essa sexta-feira (6), às 16h50.
Amanhã, Sábado (7), serão mais 35.100 ao meio-dia, também da AstraZeneca.
Um pouco antes, às 10h, haverá desembarque de 59.670 Pfizer e 1.500 Janssen, totalizando 132.520 doses.
Acompanhe o Canal BCS (Blog Carlos Santos) pelo Twitter AQUI, Instagram AQUI, Facebook AQUI e Youtube AQUI.
Do Canal Meio
Foi de surpresa. Ao encerrar na tarde de ontem a sessão no Supremo Tribunal Federal, o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, fez um discurso duro, em tom ríspido e sem esconder a irritação, dirigido ao presidente Jair Bolsonaro. “O Presidente da República tem reiterado ofensas e ataques de inverdades a integrantes desta Corte, em especial os Ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes”, afirmou.
“Além disso, Sua Excelência mantém a divulgação de interpretações equivocadas de decisões do Plenário, bem como insiste em colocar sob suspeição a higidez do processo eleitoral brasileiro.” Fux falou por alguns poucos minutos, não mais.
“Diante dessas circunstâncias, o Supremo Tribunal Federal informa que está cancelada a reunião outrora anunciada entre os Chefes de Poder, entre eles o Presidente da República. O pressuposto do diálogo entre os Poderes é o respeito mútuo entre as instituições e seus integrantes.” Assista à íntegra do discurso. (G1)
Ataque, resposta, recuo
Na quarta-feira, Moraes aceitou a notícia-crime enviada pelo TSE, presidido por Barroso, e incluiu Bolsonaro no inquérito das fake news por conta de seus ataques infundados ao sistema de votação brasileiro. Ontem, Bolsonaro atacou Moraes dizendo que “a hora dele vai chegar”. (Poder360)
Em resposta, Bolsonaro vacilou no tom em sua live de quintas, que ficou por vezes na defensiva, noutras agressivo. “Daí vem a imprensa, imprensa esta que lamentavelmente o ministro Fux se alimenta dela para fazer uma nota. Ora, prezado ministro Fux, se o senhor se basear na imprensa brasileira, o senhor está desinformado.” (UOL)
Outra reunião: “Depois do pronunciamento em que cancelou a reunião entre os três Poderes, motivado pelos ataques de Jair Bolsonaro ao STF, Luiz Fux ligou para Augusto Aras (Procurador Geral da República) e marcou um encontro entre os dois para hoje. (Lauro Jardim, O Globo)
São três os assuntos: os ataques de Bolsonaro ao Supremo, os ataques de Bolsonaro ao Supremo e os ataques de Bolsonaro ao Supremo.”
Acompanhe o Canal BCS (Blog Carlos Santos) pelo Twitter AQUI, Instagram AQUI, Facebook AQUI e Youtube AQUI.