terça-feira - 22/12/2020 - 06:50h
Operação Hades

Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, é preso

O Prefeito do Rio Marcelo Crivella (Republicanos) foi preso na manhã desta terça-feira (22) em uma ação conjunta entre a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). Além dele, foram presos também o empresário Rafael Alves, o delegado aposentado Fernando Moraes e o o tesoureiro da campanha de Crivella, Mauro Macedo.

Marcelo Crivella está a 9 dias do fim do seu mandato como prefeito do Rio de Janeiro (Foto: arquivo)

O ex-senador Eduardo Lopes também é alvo da operação. No entanto, ele não foi encontrado em sua casa no Rio. Ele teria se mudado para Belém e deverá se apresentar à polícia. Ele foi senador do Rio pelo Republicanos, ao herdar o cargo de Crivella, e foi secretário de Pecuária, Pesca e Abastecimento do governador afastado Wilson Witzel.

A ação é um desdobramento da Operação Hades, que investiga um suposto ‘QG da Propina’ na Prefeitura do Rio. Os mandados são cumpridos pela Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro (CIAF) da Polícia Civil e do Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça (Gaocrim), do MP-RJ. A decisão é da desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita.

Crivella foi preso em casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, por volta das 6h. Ele foi levado diretamente para a Cidade da Polícia, na Zona Norte. Antes de entrar na Delegacia Fazendária, ele disse que foi o prefeito que mais combateu a corrupção e que espera por “justiça”.

Saiba mais detalhes clicando AQUI.

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Categoria(s): Política
segunda-feira - 21/12/2020 - 23:58h

Pensando bem…

“Somos todos gênios. Mas se você julga um peixe por sua capacidade de escalar árvores, ele viverá sua vida inteira pensando que é inútil.”

Albert Einstein

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Categoria(s): Política
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segunda-feira - 21/12/2020 - 17:34h
Keity Ferreira de Souza

Juíza do RN passa a auxiliar presidência do CNJ

Keity Ferreira de Souza: CNJ (Foto: redes sociais)

Do Blog Tio Colorau

A juíza potiguar Keity Ferreira de Souza passou a exercer hoje a função de juíza auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Antes, ela exercia a mesma função na corregedoria do órgão.

Ela é filha do desembargador Expedito Ferreira, do TJ-RN.

Nota do Blog Carlos Santos – Excelente notícia.

Parabéns para a magistrada Keity, que não vejo há uma pá de tempo.

Mais sucesso ainda.

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Categoria(s): Justiça/Direito/Ministério Público
segunda-feira - 21/12/2020 - 16:14h
Eduardo Rocha

Novo desembargador do TRT/RN toma posse em Natal

Solenidade foi muito restrita (Foto: TRT/RN)

Tomou posse nesta segunda-feira (21) o novo desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT-RN): Eduardo Serrano da Rocha.

A posse aconteceu em solenidade restrita, em razão da pandemia da Covid-19, no Pleno do Tribunal em Natal, e foi dada pelo desembargador presidente do TRT-RN, Bento Herculano Duarte Neto.

Participaram também o desembargador Eridson João Fernandes Medeiros, os juízes do trabalho Décio Teixeira de Carvalho Júnior e Higor Marcelino Sanches e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio Grande do Norte (OAB-RN), Aldo Medeiros.

“Hoje ingresso na magistratura com a mesma responsabilidade que sempre conduzi a minha carreira. Como advogado, justiça militante. Como juiz,  justiça imperante. Nas duas missões, a busca pela justiça. É isso que vou fazer aqui nesta Corte”, declarou o novo desembargador em seu discurso de posse.

Ele foi nomeado à semana passada, entrando em vaga do quinto constitucional (veja AQUI).

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segunda-feira - 21/12/2020 - 15:26h
Hélito Jales

Médico está curado da Covid-19

O médico endocrinologista e metabologista Hélito Dantas Jales, que contraiu Covid-19, e está internado no Hospital Wilson Rosado, em Mossoró, é um paciente curado.

Ele enfrentou quadro muito delicado (veja AQUI), mas se recuperou.

O vídeo mostra ele sendo saudado nessa segunda-feira (21) por equipe hospitalar.

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segunda-feira - 21/12/2020 - 14:40h
Governo Allyson

Ex-jogador Júnior Xavier será secretário de Esportes

O ex-jogador de futebol profissional Júnior Xavier é o nome escolhido pelo prefeito eleito Allyson Bezerra (Solidariedade), para a Secretaria de Esportes de Mossoró.

“É para valorizar e ampliar o esporte no município, nas escolas, do amador ao profissional”, afirma Allyson.

Júnior Xavier é um dos grandes nomes do esporte de Mossoró, reconhecido em todo o Brasil por sua passagem em vários clubes, como Vitória da Bahia e Grêmio do Rio Grande do Sul.

Professor e também comentarista esportivo, Júnior afirma se sentir honrado com a escolha.

É consciente de que há muito a ser feito.

Ele é o oitavo nome a ser anunciado para primeiro escalão do governismo municipal – Veja AQUI, AQUI e AQUI.

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segunda-feira - 21/12/2020 - 11:22h
Justiça Federal

Apamim será dissolvida e intervenção acabará em dois anos

O juiz federal Orlan Donato Rocha, titular da 8ª Vara Federal, da Subseção de Mossoró, sentenciou o processo envolvendo a Associação de Assistência e Proteção à Maternidade e à Infância de Mossoró(APAMIM). Ele também definiu o prazo de dois anos para conclusão da intervenção, contado a partir de 5 de janeiro de 2021.

Estrutura e gestão da Apamim passaram por uma verdadeira revolução nos últimos anos (Foto: arquivo)

O magistrado determinou a dissolução em definitivo da Apamim, que até setembro de 2014 (quando eclodiu a intervenção) era controlada pelo grupo político da então deputada federal Sandra Rosado (PSDB), atualmente em fim de mandato como vereadora em Mossoró.

Bloqueio de contas

Donato ainda sentenciou para o imediato bloqueio de R$ 3.492.455,83, das contas da Prefeitura de Mossoró, valor que deverá ser destinado à unidade hospitalar. O Juiz Federal observou que o custeio das cooperativas Neoclínica, CAM, SAM, NGO e Coperfisio, além do fornecimento de oxigênio para o hospital, devem continuar sendo custeados pelo Governo do Estado.

O processo que agora culminou com a sentença judicial foi iniciado com o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (CRM) contra o Município de Mossoró e encontrou na intervenção, decretada em 2014, um importante capítulo. Foi a partir dessa medida que a unidade hospitalar começou a viver uma nova realidade.

Foi realizada uma ampla reforma física e a melhoria dos serviços de assistência materno-infantil é enaltecida pelos cidadãos. Inclusive a intervenção na unidade já produziu outro projeto: convênio entre a entidade e a Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), contempla estágio obrigatório e ainda doação de equipamentos.

 

Donato: avanços na intervenção (Foto: JFRN)

Passado e presente

Na sentença do Juiz Federal Orlan Donato lembrou que “o cenário fruto da ação foi arquitetado por uma administração desastrosa ao longo de anos, sendo que a situação caótica chegou ao ápice em abril de 2014, quando foi fechada uma das duas salas cirúrgicas pela clínica de anestesiologistas, por absoluta falta de condições de funcionamento, ante a ausência dos instrumentos necessários e imprescindíveis para a prática segura de tal especialidade, juntamente com isto a falta de medicamentos e materiais se tornou rotina, o que culminava suspendendo os procedimentos médicos à época. O atendimento ao público, quando chegava a ser realizado, era de forma extremamente precária e com a constante falta de medicamentos”.

Ele observou que a entidade apresentava dívidas de R$ 1,5 milhão em trabalhistas, R$ 2,2 milhões para fornecedores e outros R$ 9,2 milhões de tributárias e encargos.

Nota do Blog – A intervenção da Apamim é uma mudança de “chave” em termos de gestão nesse complexo hospitalar. Impressionam os avanços obtidos, mesmo com continuada dificuldade de fluxo de recursos.

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segunda-feira - 21/12/2020 - 10:34h
Segunda-feira, 21

Movimento Muda Uern lança nomes à reitoria

Na disputa pela reitora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), os pré-candidatos Adalberto Veronese e Maria José Vidal lançam a pré-campanha Muda UERN – por uma gestão democrática, competente e inclusiva, nesta segunda-feira (21), às 16h, no Facebook MudaUERN.

Será o primeiro encontro com a comunidade acadêmica após a escolha dos nomes de Adalberto Veronese e Maria José Vidal como representantes de um segmento da oposição na disputa.

Na programação da live, os pré-candidatos falarão sobre suas trajetórias de vida, como observam o atual momento da Uern e abrirão diálogo com os segmentos.

Adalberto Veronese da Costa é professor da instituição desde 2006, no docente do curso de Educação Física no Campus Universitário Central. É Doutor em Ciências do Desporto (UTAD Portugal) e Mestre em Ciências da Saúde (UFRN).

Maria José da Conceição Souza Vidal, também conhecida como Preta, passou a integrar o corpo docente da Uern em 2012, como professora efetiva no Campus de Caicó. Com mestrado e doutorado em Filosofia (UFRN), sua trajetória na universidade inclui participação no Comitê de Ética em Pesquisa e representante do Campus de Natal junto a Associação dos Docentes da Uern (ADUERN).

Leia também: Disputa à reitoria da Uern tem nome em evidência.

O pleito à reitoria da Uern deverá acontecer em março do próximo ano.

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segunda-feira - 21/12/2020 - 09:46h
Hoje

Reitor eleito do IFRN finalmente é nomeado por governo

Arnóbio: finalmente (Foto: arquivo)

Do G1RN

O professor José Arnóbio de Araújo Filho foi nomeado nesta segunda-feira (21) para o cargo de reitor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), após oito meses de espera.

Eleito em dezembro de 2019 no primeiro lugar para o comando da instituição, ele aguardava ser nomeado desde 20 de abril.

A nomeação publicada pelo Ministério da Educação nesta segunda-feira (21) foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro Milton Ribeiro e atende a uma decisão da juíza Gisele Leite, da 4ª Vara Federal.

Interventoria

O professor foi o vencedor das eleições em consulta acadêmica em dezembro de 2019, mas o governo federal nomeou o professor Josué Moreira Oliveira, que não participou das eleições, como reitor pro tempore (temporário), alegando que José Arnóbio respondia a um processo administrativo.

A decisão judicial expedida no dia 11 de dezembro também suspendeu a portaria n.º 405/2020, do Ministério da Educação (MEC), que nomeou o professor Josué Moreira de Oliveira como reitor pro tempore (temporário) em abril deste ano. Josué sequer participou do pleito.

José Arnóbio seria empossado no cargo no dia 20 de abril, mas foi surpreendido com a nomeação de Josué Moreira três dia antes.

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segunda-feira - 21/12/2020 - 08:10h
Brasileirão

América e Globo obtêm bons resultados na Série D

América e Globo, dois representantes do Rio Grande do Norte que avançaram na Série D – 2020 do Brasileirão de futebol, conseguiram importantes resultados jogando nesse domingo (20). 

O time natalense esteve em Rio Branco no Acre e empatou em 1 x 1 com o Galvez, jogando boa parte do jogo com um a menos, haja vista que o goleiro Vitor foi expulso aos 22 minutos do primeiro tempo.

O placar foi aberto por Adriano, para o Galvez, na etapa inicial. No segundo tempo, o goleiro do time acreano, Miller, saiu erradamente com os pés e Felipe Guedes empatou o jogo.

As duas equipes voltam a se enfrentar no próximo domingo (27), na Arena das Dunas, em Natal (RN). A partida será às 16h (de Brasília).

Já o Globo de Ceará-mirim teve resultado ainda melhor, pois venceu o Fast Clube de Manaus (AM) por 2 x 1, atuando no Estádio Barretão, seus domínios.

A equipe potiguar venceu os amazonenses de virada, pelo jogo de ida das oitavas de final da Série D. O Tricolor saiu na frente com gol de Bernardo, mas a Águia buscou a virada com Edson Kapa e Aurélio, de pênalti.

O zagueiro Gravatá (Globo) ainda foi expulso aos 42 minutos do segundo tempo, e o Fast ficou reclamando de um pênalti que não teria sido marcado a seu favor.

Fast e Globo voltam a se enfrentar no próximo sábado, na Arena da Amazônia, em Manaus. O time potiguar classifica-se com simples empate. O Fast precisa vencer por dois ou mais gols de diferença para avançar sem depender dos pênaltis.

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domingo - 20/12/2020 - 23:56h

Pensando bem…

“O que escrevo não é o que tenho;  é o que me falta.  Escrevo porque tenho sede e não tenho água.  Sou pote.  A poesia é água”.

Rubem Alves

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domingo - 20/12/2020 - 12:29h

Infraestrutura entrega bom número de obras em 2020

Por Josivan Barbosa

O Ministério da Infraestrutura registrou, até agora, a entrega de 86 obras em 2020. Somente de rodovias mais de 1,2 mil quilômetros de duplicações, pavimentações e reconstruções foram concluídos. Os projetos aguardando a liberação do Tribunal de Contas da União (TCU) somam R$ 45 bilhões de investimento.

Estradas ganham prioridade e maior dinâmica, sendo obras fundamentais ao desenvolvimento (Foto ilustrativa)

No Rio Grande do Norte as obras da barragem de Oiticica e a duplicação da Reta Tabajara estão concentrando a alocação de recursos. Os projetos do Perímetro Irrigado Santa Cruz do Apodi e a adutora Santa Cruz do Apodi – Mossoró passaram mais um ano parados, sem receber a mínima atenção dos nossos representantes em Brasília.

COVID em 2021

Enquanto o Brasil volta a observar um aumento no número de casos de covid-19 e a situação se agrava novamente nos hospitais das redes pública e privada em todo o país, o mundo começa a vislumbrar a esperança das vacinas. No Brasil, porém, a falta de uma ação coordenada entre Estados e governo federal, além de uma disputa política sobre as medidas de enfrentamento à pandemia, deixou o país atrasado em relação ao resto do mundo na questão da imunização.

As festas de fim de ano também devem alimentar a alta dos casos. Tudo isso traz a perspectiva de que os brasileiros não poderão retomar a vida normal em 2021, o que terá impactos significativos no cenário econômico.

Esperamos que o novo prefeito Allyson Bezerra tenha aprendido a lição e mostre sintonia e sinergia com o Governo Estadual em cada ação necessária para mitigar os danos causados por essa pandemia.

Cenário para 2021

O novo prefeito começará a sua gestão com um quadro nacional preocupante. A economia brasileira caminha para entrar em 2021 com o cenário fiscal em aberto, sem o auxílio emergencial e com um quadro de recrudescimento da covid-19. Há dúvidas sobre como ficará o orçamento do ano que vem, com o risco de o teto de gastos não ser respeitado e incertezas quanto ao avanço das reformas para conter a expansão das despesas obrigatórias.

Já a retirada abrupta dos estímulos fiscais deverá ter impacto negativo sobre a atividade, num ambiente de desemprego elevado. A evolução recente da doença também preocupa, o que poderá ter impacto negativo sobre a economia.

Engessamento

Apenas para que o cidadão tenha uma noção do engessamento dos orçamentos públicos, tomemos como exemplo o orçamento federal. Para ter noção do tamanho do engessamento orçamentário da União, de um total de R$ 1,6 trilhão de receitas, somente R$ 108,4 bilhões são de livre aplicação pelo Executivo federal, sendo que R$ 16 bilhões correspondem às emendas parlamentares.

Em nível estadual ou municipal não é diferente. Depois que se cumpre as despesas obrigatórias, pouco ou quase nada sobra para investimentos. A saída tem sido recorrer a empréstimos como fizeram recentemente o Governo do RN junto ao Banco Mundial e a Prefeitura de Mossoró, através do Programa FINISA com a Caixa Econômica Federal.

Royalties

As perspectivas para que o novo prefeito de Mossoró possa recuperar parte dos royalties perdida nos últimos anos não são favoráveis. A queda nos preços do petróleo somada à retração no consumo da commodity provocada pela pandemia gerou perda de R$ 1,325 bilhão para municípios que recebem royalties e participações especiais, segundo levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM). A queda em 2020, considerando o período de 12 meses terminado em agosto, foi de 10%.

Na comparação entre 2019 e 2020, o volume de royalties destinados às prefeituras foi agora R$ 431,47 milhões menor. No mesmo período de 12 meses terminado em agosto, as participações especiais encolheram em R$ 828,37 milhões. Já o Fundo Especial do Petróleo (FEP) perdeu R$ 65,35 milhões na comparação anual.

Transporte coletivo

A situação do transporte coletivo em Mossoró é dramática em vários aspectos, especialmente na qualidade dos serviços a qual se agrava ainda mais com a situação financeira da empresa que explora os serviços. E agora ficou pior depois do veto do presidente da República à ajuda financeira para as empresas do setor. Ao mesmo tempo a elevação de tarifas é considerada delicada num cenário de desemprego e retirada do auxílio emergencial. O recente aumento de casos de covid-19 torna a situação ainda mais crítica, porque podem gerar medidas de restrição de circulação e também impõe um limite de ocupação dos ônibus. Só um milagre salva este setor tão vital para um município como Mossoró que há muito tempo necessita de ampliação e melhoria do serviço.

Educação

A nucleação de escolas parece ser inevitável em Mossoró nos próximos anos. A nova secretária de Educação precisa fazer a diferença e propor essa medida para o novo prefeito. O volume de recursos da Pasta está no limite e não há boas perspectivas, mesmo diante do novo Fundeb. A ação se faz necessária, mesmo porque os municípios brasileiros que mais conseguiram aumentar a aprendizagem no ensino fundamental nos últimos anos investiram, em média, menos que os demais por aluno, segundo análise da consultoria IDados a partir dos resultados da oitava rodada da Prova Brasil. Aplicado a alunos da quinta e da nona séries, o exame é uma das provas do Sistema de  Avaliação da Educação Básica (Saeb) do Ministério da Educação.

Em síntese, os municípios que apresentaram um crescimento consistente em todas as edições da Prova Brasil partiram, nos anos iniciais, de um nível de desempenho e gasto por aluno semelhante aos demais, e, nos anos finais, de um nível de desempenho e gasto por aluno mais baixos. Porém, em ambas as etapas alcançaram uma vantagem nas avaliações sem  ultrapassar a média de gastos em relação à média dos municípios.

Redução de secretarias

O prefeito eleito de Mossoró, Allyson Bezerra, poderia fazer a diferença e propor apenas 10 secretarias para a gestão total do município. Se proposto o novo desenho logo no início da gestão representaria um diferencial de comportamento e cobraria da câmara municipal outro posicionamento no tocante ao custo da máquina pública.

Uma medida dessa natureza fará com que grande parte dos vereadores torça o nariz inicialmente, mas, logo irão entender a necessidade e pode passar a ser exemplo em termos de país.

Fundeb

A nova secretária de Educação do município não poderá contar com os recursos do novo Fundeb nos primeiros meses de mandato. O atraso na definição das regras para a distribuição do dinheiro extra à educação básica vai exigir um período de transição, o que fará com que o novo Fundeb entre em vigor só a partir de abril de 2021.

O novo modelo prevê um aumento da contribuição da União ao fundo dos atuais 10% para 23%, de forma gradual, até 2026. Boa parte das novas verbas – 10,5% – procura chegar aos municípios mais pobres e elevar o investimento mínimo por aluno ao ano.

O restante da verba adicional – 2,5% a mais, a partir de 2023 – será direcionado às redes de ensino que mais avançarem a partir de métricas de aprendizagem. A última versão da minuta, da semana passada, exige que as regiões que desejem ter acesso ao dinheiro tenham currículos atrelados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Petrobrás mais distante

O plano de investimentos da Petrobras entre 2021 e 2025 é um passo na aceleração da estratégia adotada em 2019, que prevê foco na exploração e produção de petróleo na camada pré-sal, redução do custo de capital, reforço das práticas de sustentabilidade, com a criação de uma gerência executiva de mudanças climáticas, reformulação do centro de pesquisa da estatal e fomento a startups com novas tecnologias em sustentabilidade. Nada disso contempla Mossoró e nem o nosso Rio Grande do Norte sem sorte.

Recursos Covid

Embora sem efeito uniforme, as medidas de socorro da União durante a pandemia propiciaram a alguns municípios e Estados a perspectiva de migrar do vermelho ao azul no fechamento de contas deste ano e até mesmo a implementação de programas emergenciais de transferência de renda. Os efeitos dependeram de contenção de despesas e decisões de gestão, mas foram reconhecidamente possibilitados pela ajuda do governo federal.

Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA)

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domingo - 20/12/2020 - 12:00h
Mossoró

Professora Zildenice Guedes lança livro nesse domingo (20)

É nesse domingo (20), às 19h, lançamento de livro muito especial da professora-doutora Zildenice Guedes. É um trabalho dirigido especialmente ao público infantil.

“Os livros falam? Nina diz que sim!”, mostra o título da publicação que será apresentada ao público numa noite de autógrafos no Varandas Café, Rua Antônio Vieira de Sá, 235, bairro Nova Betânia, em Mossoró.

“Faremos um evento pequeno, para poucas pessoas, seguindo todas as prevenções necessárias contra o novo vírus”, antecipa a autora.

Zildenice Guedes é colaboradora do Blog Carlos Santos, já com vários textos publicados.

Veja AQUI.

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domingo - 20/12/2020 - 11:14h
Segunda Guerra

A história de adolescentes que caçavam e matavam nazistas

Ocupação da Holanda levou três adolescentes a se tornarem ferozes combatentes da resistência local

Da BBC News Brasil

Durante a Segunda Guerra Mundial, a ocupação nazista da Holanda levou três adolescentes a se tornarem ferozes combatentes da resistência. Hannie Schaft tinha 19 anos e as irmãs Truus e Freddie Oversteegen apenas 16 e 14 anos, respectivamente, quando os nazistas ocuparam seu país, em 10 de maio de 1940.

Truus e Freddie Oversteegen nasceram na cidade de Schoten – agora parte de Haarlem – e cresceram sozinhas com a mãe, uma mulher de profundas convicções antifascistas.

Hannie Schaft e as irmãs Truus e Freddie Oversteegen eram adolescentes quando os nazistas ocuparam a Holanda (Reprodução BBC)

Em entrevistas com a antropóloga Ellis Jonker, coletada no livro “Under Fire: Women and World War II” (Sob o Fogo: Mulheres e a Segunda Guerra Mundial), de 2014, Freddie Oversteegen lembrou que sua mãe as incentivou a fazer bonecas para crianças que sofreram na Guerra Civil Espanhola, e que, no início dos anos 30, se ofereceu como voluntária na International Red Aid, uma espécie de Cruz Vermelha Comunista para prisioneiros políticos em todo o mundo.

Embora vivessem na pobreza, a família recebeu refugiados da Alemanha e Amsterdã, incluindo um casal judeu, uma mãe e um filho que passaram a viver no sótão de sua casa.

Quando os nazistas invadiram a Holanda, os refugiados foram transferidos para outro lugar, pois os líderes da comunidade judaica temiam uma possível incursão policial devido às conhecidas tendências políticas da família Oversteegen.

“Todos foram deportados e mortos”, disse Freddie Oversteegen a Jonker. “Nunca mais tivemos notícias deles. Ainda fico muito emocionada, toda vez que falo sobre isso.”

As duas irmãs e sua amiga Hannie Schaft, uma jovem ruiva que abandonou a faculdade de Direito depois de se recusar a jurar lealdade à Alemanha, eram membros proeminentes da resistência.

Todas as três são lembradas por sua técnica de atrair colaboradores nazistas para a floresta e depois executá-los.

Célula especial

Quando a ocupação começou, as irmãs Oversteegen passaram a desempenhar pequenas tarefas para a crescente resistência clandestina. Distribuíam panfletos (“A Holanda deve ser livre!”) e colavam cartazes antinazistas ( “Para cada homem holandês que trabalha na Alemanha, um alemão vai para o front”).

Hannie Schaft deixou faculdade de Direito e se uniu à resistência (Reprodução BBC)

Acreditava-se que a resistência holandesa era uma tarefa masculina em uma guerra de homens. Se as mulheres se envolvessem, provavelmente não fariam nada além de entregar panfletos ou jornais anti-alemães.

Mas os esforços das irmãs Oversteegen atraíram a atenção de Frans van der Wiel, comandante do Conselho de Resistência clandestino de Haarlem, que as convidou para integrar sua equipe, com a permissão de sua mãe.

“Acho que elas eram apenas adolescentes tímidas. A guerra logo as transformou em mulheres corajosas”, diz Martin Menger, filho de Truus Oversteegen.

As irmãs Oversteegen eram oficialmente parte de uma célula de resistência composta por sete pessoas, que cresceu em 1943 com a incorporação da Schaft.

Mas as três meninas trabalhavam principalmente como uma unidade independente, seguindo instruções do Conselho da Resistência, de acordo com Jeroen Pliester, presidente da Fundação Hannie Schaft.

Assim, Truus e Freddie Oversteegen e Hannie Schaft foram exceções: três adolescentes que pegaram em armas contra os nazistas e os “traidores” holandeses nos arredores de Amsterdã.

Execução de traidores

“Era atípico que meninas participassem da resistência armada e, principalmente, executassem traidores, algo que essas três adolescentes fizeram”, diz Liesbeth van der Horst, diretora do Museu da Resistência Holandês.

Pouco tempo depois, o papel delas passou a ser mais ativo, envolvendo ação direta.

“Mais tarde, ele (comandante Frans van der Wiel) nos disse o que realmente tínhamos que fazer: sabotar pontes e linhas ferroviárias”, disse Truus Oversteegen em sua conversa com Jonker.

“Dissemos a ele que gostaríamos de fazer isso.” E aprender a atirar, atirar nos nazistas”, acrescentou.

As adolescentes geralmente se encarregavam dos colaboradores nazistas locais.

“Mais do que os alemães, essas jovens executaram principalmente traidores holandeses, simplesmente porque costumavam ser uma ameaça ainda maior do que os nazistas”, diz Truus Menger, filha de Truus Oversteegen.

Segundo o próprio relato de Truus, foi sua irmã Freddie quem primeiro atirou e matou alguém. “Foi trágico e muito difícil, e depois choramos por isso”, disse.

“Não acreditávamos que nos adaptaríamos, ninguém nunca se adapta, a menos que você seja um verdadeiro criminoso … Você perde tudo. Envenena as coisas bonitas da vida.”

Remy Dekker, filho de Freddie, acredita que isso aconteceu quando sua mãe tinha 15 ou 16 anos.

“Ela executou uma mulher que, de acordo com a resistência, queria passar os nomes de todos os judeus de Haarlem para os serviços de inteligência nazistas”, diz Dekker.

“Minha mãe se aproximou dessa mulher em um parque e pediu seu nome para confirmar sua identidade. Depois que ela o fez, ela atirou nela.”

Talvez em sua ação mais ousada, as três adolescentes aproveitaram sua aparência jovem e inofensiva para atrair seus alvos em tabernas ou bares. Eles foram convidados a “dar um passeio” na floresta e, então, “executados”.

“Tivemos que fazer isso”, disse Truus Oversteegen a um entrevistador.

“Era um mal necessário matar aqueles que traíam pessoas boas”. Quando questionada sobre quantas pessoas ela havia matado ou ajudado a matar, se recusou a respondeu: “Ninguém perguntaria nada disso a um soldado”.

“Levar os nazistas e traidores para a floresta foi uma coisa brilhante, porque eles pensavam que estavam flertando com as adolescentes”, diz Dekker.

“Obviamente nada aconteceu na floresta. Antes que eles tentassem beijá-las, eram mortos.”

No entanto, nem todas as execuções seguiram o mesmo esquema.

Ícones da resistência feminina

“Às vezes elas matavam suas vítimas enquanto andavam de bicicleta, para que pudessem fugir rapidamente”, diz Martin Menger. “Essas execuções não envolviam flerte”.

Schaft, cujos cabelos ruivos a tornavam reconhecível pelos nazistas, foi capturada e executada em 17 de abril de 1945. Ela tinha 24 anos.

Apenas 18 dias depois, a Holanda foi libertada.

Aproximadamente três quartos da população judia holandesa foram mortos durante a ocupação.

“Quando era criança, com apenas 8 anos, tínhamos um livro de história na escola sobre uma garota ruiva Hannie Schaft”, lembra Dekker.

“Enquanto eu lia, minha mãe começou a chorar. Ela me disse que tinha sido amiga dela durante a guerra e que havia sido morta pelos alemães.”

“Ela mencionava a guerra e Hannie com frequência. Isso permaneceu com ela durante toda a vida, o fato de que ela sobreviveu à guerra e Hannie não.”

As irmãs Oversteegen sobreviveram à guerra e tiveram uma vida longa.

Freddie Oversteegen atirou pela primeira vez em uma pessoa com 15 ou 16 anos

Em 1996, elas criaram a Fundação Hannie Schaft , para promover o legado de sua amiga.

“Schaft se tornou o ícone nacional da resistência das mulheres”, disse Pliester, diretora da Fundação.

Após a guerra, Truus Oversteegen trabalhou como artista, fazendo pinturas e esculturas inspiradas em seus anos de resistência e escreveu suas memórias. Ela morreu em 2016.

Sua irmã Freddie disse à Vice em 2016 que enfrentava os traumas da guerra “casando e tendo filhos”. Ela morreu em 2018.

Nas entrevistas, Freddie Oversteegen costumava falar sobre a sensação física de matar, não a sensação de puxar o gatilho, mas a inevitável agonia que se seguia à morte de suas vítimas.

“Sim”, disse ela a um entrevistador, de acordo com o jornal holandês IJmuider Courant, “eu mesma atirei com uma arma e os vi cair. E o que está dentro de nós naquele momento? Você quer ajudá-los a se levantar”.

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Categoria(s): Reportagem Especial
  • Repet
domingo - 20/12/2020 - 10:32h

O Natal na casa de meus avós

Por Odemirton Filho

Na noite em que se comemora o Natal, com os meus pais, minhas irmãs, tios e primos íamos à casa dos meus avós. Éramos recebidos com enorme carinho e alegria.

A residência ficava lotada. Meninos e meninas de todas as idades. Os que já eram adolescentes não queriam conversa com os menores. Só falavam em namoro.Já as crianças ficavam correndo pra lá e pra cá, brincando, numa verdadeira festa.

Os adultos, sentados à mesa, conversavam. Talvez sobre as dificuldades do ano que estava perto de terminar. De vez em quando reclamavam da zoada que fazíamos e para que não sujássemos a roupa nova.

Nem escutávamos. Queríamos era brincar e aproveitar o momento.

Antes da ceia, os nossos pais distribuíam os presentes. E, claro, o amigo secreto. Aquele momento de palavras bonitas, choros e risadas.

Sempre tinha um tio ou tia que gostava de fazer um discurso. Minha avó, evangélica, conduzia a oração. Meu avô devia ficar pensando em seus ideais comunistas. Ficávamos doidos para que aquela ladainha acabasse logo.

Depois, a hora da ceia. Comida à vontade, para todos os gostos. Os mais gulosos faziam uma verdadeira “serra” no prato. Ficávamos “tirando onda” uns com os outros.

Até as primas comiam muito, não tinha essa de emagrecer. Se você vacilasse ficava sem comer o peru. Às vezes, sobrava a farofa. Não dava nem pra fazer um “RO”.

Era, sem dúvida, uma das melhores noites de minha infância. Esperava o ano todo pelo Natal.

Hoje, sem a presença de meus avós, a casa da rua 06 de Janeiro está vazia e em silêncio. Tios e primos se reúnem com as suas famílias. A vida, como é natural, cuidou de nos afastar.

Se o leitor viveu momentos como esses, talvez boas lembranças tocaram o seu coração e a sua alma.

Para mim, daquelas noites de Natal, restaram saudades. Muitas. Das grandes.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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Categoria(s): Crônica
domingo - 20/12/2020 - 10:12h

Literatura brasileira ganha um novo romancista

Por Adelto Gonçalves

Depois de incursionar por outras áreas do pensamento, como poesia, crônicas,  estudos biográficos, História e obras jurídicas, o professor e advogado David de Medeiros Leite (1966), mestre e doutor em Direito pela Universidade de Salamanca, na Espanha, começa agora promissora carreira como ficcionista, com o lançamento de 2020, romance escrito na primeira pessoa, que procura resgatar a vida de um personagem que viveu num convento entre 1963 e 1968.Esse personagem, José Silvestre de Araújo, nascido e criado em Pedras de Fogo, município da região metropolitana de João Pessoa, capital do Estado da Paraíba, seria levado já moço por um tio para Recife, onde ingressaria numa ordem carmelita, o Convento do Carmo, tradicional estabelecimento religioso de Pernambuco. Lá, teria a oportunidade de tentar concretizar um sonho da infância, surgido depois de ouvir muitas lendas contadas por parentes e conhecidos: encontrar uma botija que estaria enterrada em determinado lugar, escondida por um frade da ordem carmelita.

Escrito em linguagem madura que faz esperar outras incursões do autor na área da ficção, 2020 presta também uma homenagem ao historiador e antropólogo Câmara Cascudo (1898-1986), a quem frei José de Santo Elias, nome religioso do protagonista, recorreria na tentativa de encontrar pistas para localizar a tal botija, que, afinal, nunca seria achada.

Aliás, as ligações do autor com Câmara Cascudo já são antigas, pois, aproveitando o tempo que passou em Salamanca fazendo mestrado e doutorado em Direito, ele conseguiu localizar na Casa-Museu de Miguel de Unamuno (1864-1936) uma carta em  que o historiador potiguar se solidarizava com o pensador espanhol em razão do “banimento” sofrido este por sua oposição à ditadura do general Primo de Rivera (1870-1930), que durou de 1923 a 1930.

No romance também aparece a figura de Dom Hélder Câmara (1909-1999), bispo católico, arcebispo emérito de Olinda e Recife, um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e grande defensor dos direitos humanos durante a ditadura militar (1964-1985).

II

Misturando história e ficção, 2020 recupera também fatos ocorridos em 1968, ano em que houve um endurecimento por parte do regime militar, com perseguições a líderes políticos e homens de pensamento. Mas, a rigor, o romance gira em torno do Convento do Recife, como é mais conhecida aquela instituição, e sobre a presença de carmelitas em Mossoró, município localizado na região Oeste do Rio Grande do Norte, sem deixar de recuperar um fato que até hoje desafia a memória dos mossoroenses mais antigos, ou seja, um crime ocorrido naquele ano de 1968 no Grande Hotel, até hoje nunca esclarecido.

Depois da vida religiosa, Silvestre de Araújo assumiria a profissão de carteiro, viajando, certo dia, a Mossoró para visitar as ruínas da Casa do Carmo, que seria o local onde estaria escondida a botija. Em suas rememorações já como carteiro aposentado, o protagonista não deixaria de recordar as perseguições sofridas pelo acosso do desejo sexual, depois de conhecer Marília, recepcionista de um hotel em Mossoró, diante da promessa que fizera de não romper o celibato.

Em resumo: escrito em estilo leve, que atrai a atenção do leitor deste a primeira linha, 2020 é romance que veio para ficar não só na história da ficção do Rio Grande do Norte, mas da Literatura de expressão portuguesa. E que já foi saudado pelo poeta peruano Alfredo Pérez Alencart, radicado como professor universitário em Salamanca desde 1987, que, inclusive já traduziu para o espanhol um livro de David de Medeiros Leite sobre aquela mítica cidade espanhola.

Do romance do advogado potiguar, “escritor que vai abrindo sua própria senda nos diferentes deltas da literatura”, Pérez Alencart diz que se trata de uma história bem trabalhada, com diálogos bem construídos, com ritmo cadencioso que permite leitura fluída. “Há reflexões que configuram a condição humana em todos os tempos e lugares, como, por exemplo, quando o protagonista comenta: “Ah, a inveja! Quão subjetiva e, por vezes, imperceptível! Depois de um comentário sobre a brilhante homília proferida por nosso Provincial, percebi, na reação de alguns frades, esboços de inveja. O elogio mesclado com ironia deduz inveja, com certeza” (pág. 74).

III

Nascido em Mossoró, David de Medeiros Leite, graduado em 1999 pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), é também gestor com atuação em diversos cargos na administração pública e professor da UERN desde 2004, onde desenvolve pesquisas, especialmente na área de Direito Público.

Foi pró-reitor de Gestão de Pessoas na UERN e é assessor jurídico da presidência do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte. Foi ainda diretor-científico da Fundação de Apoio à Pesquisa no Estado do Rio Grande do Norte (Fapern). Em 2005, em parceria com o escritor Clauder Arcanjo, criou a editora Sarau das Letras. Além de livros de poemas, tem publicado biografias e livros de crônicas e de História com temas ligados ao Nordeste, em especial à cidade de Mossoró.

É autor de Companheiro Góis – dez anos de saudade, biografia (Coleção Mossoroense, 2001), Os carmelitas em Mossoró, em coautoria com Gildson Souza Bezerra e José Lima Dias Júnior (Coleção Mossoroense, 2002), Ombudsman mossoroense (Sebo Vermelho, 2003), Duarte Filho: exemplo de dignidade na vida e na política, biografia, em coautoria com Lupércio Luiz de, Azevedo (Sarau das Letras, 2005), Incerto caminhar (Sarau das Letras, 2009), Cartas de Salamanca (Sarau das Letras, 2011), Casa das lâmpadas (Sarau das Letras, 2013), Mossoró e Tibau em versos – antologia poética, em coautoria com Edilson Segundo (Sarau das Letras, 2014), Mi Salamanca: guía de un poeta nordestino, com tradução e prólogo de Alfredo Pérez Ale ncart (2018), Aldemar Duarte Leite: centenário de nascimento, biografia (2018), e História da Liga Operária de Mossoró, em coautoria com José Edílson Segundo e Olivá Leite da Silva Júnior (2018).

Em 2015, lançou Ruminar (Rumiar), livro de poemas em edição bilingue, pela Editora Sarau das Letras, de Mossoró, e Trilce Editores, de Salamanca. Em 2017, publicou ainda Rio de Fogo, coleção de vinte poemas, com 40 fotografias do magistrado Bruno Lacerda que mostram aspectos da cidade de Rio de Fogo, localizada na região Norte do Rio Grande do Norte.

Na área de Direito, é autor ainda de Presupuesto participativo en municipios brasileños: aspectos jurídicos y administrativos (Editorial Académica Española, 2012) e Participação política e cidadania – Amicus Curiae, audiências públicas parlamentares e orçamento participativo, em coautoria com José Armando Pontes Dias Júnior e Aurélia Carta Queiroga da Silva (2018).

Adelto Gonçalves é doutor em Letras na área de Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de vários livros.

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Categoria(s): Artigo / Cultura
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domingo - 20/12/2020 - 09:20h
Dona Lourdinha

Morre em Mossoró a viúva do ex-deputado Vingt Rosado

Dona Lourdinha e a neta Larissa Rosado (Foto: rede social)

Faleceu à noite desse sábado (19) em Mossoró, Maria Lourdes Bernardeth da Escóssia Rosado, 93, dona Lourdinha Rosado, viúva do ex-vereador e ex-prefeito de Mossoró, além de ex-deputado estadual e ex-deputado federal Vingt Rosado.

Num acidente doméstico, ela tinha fraturado o fêmur na sexta-feira (18) e precisou passar por procedimento cirúrgico.

Mas por volta de 19h do sábado teve uma parada cardíaca insanável, no Hospital Wilson Rosado.

Dona Lourdinha era mãe da vereadora e ex-deputada federal Sandra Rosado (PSDB) e avó da vereadora eleita Larissa Rosado (PSDB).

Seu velório acontece no Centro de Velório Sempre, com sepultamento marcado para as 10h desse domingo (20).

Que descanse em paz.

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Categoria(s): Gerais / Política
domingo - 20/12/2020 - 08:18h
Mossoró

Ex-candidato a governador será titular da Infraestrutura

Queiroga é engenheiro civil (Foto: rede social)

O prefeito eleito e diplomado de Mossoró, Allyson Bezerra (Solidariedade), anunciou nesse sábado (19) em encontro com os 23 vereadores eleitos como ele em 15 de novembro último, o nome do futuro secretário de Infraestrutura, Meio Ambiente e Urbanismo de sua gestão.

Será o engenheiro civil Brenno Queiroga, ex-prefeito de Olho D’água do Borges e ex-candidato a governador do RN em 2018.

O encontro com os vereadores ocorreu na sede da Associação dos Servidores da Universidade Federal Rural do Semiárido (ASSUFERSA).

Com o nome de Queiroga, Allyson Bezerra chega a sete nomes antecipados para ingresso em sua equipe de auxiliares na Prefeitura Municipal de Mossoró.

Veja AQUI e AQUI os anteriormente divulgados.

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Categoria(s): Política
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domingo - 20/12/2020 - 06:52h

Poema para Gibran

Por François Silvestre

Não me interessa mais/

que horas são./

Nem quais são as orações/

de cada hora.

Não poderei dizer/ com Khalil Gibran/

que “ninguém nunca ouviu minha boca pronunciar uma oração”./

Muitas foram pronunciadas/

numa reza sem qualquer convicção./

Terços debulhados/ para salvar almas/

ou espantar fantasmas inexistentes./

Tudo perdido num relógio do sol,/

marcando a perda do tempo./

Mas se o tempo não se recupera/

a reza também não./

Fica tudo pronunciado/ na anunciação do desperdício,/

que é o destino da oração./

Gibran Khalil Gibran, “Jesus, o filho do homem:”/

“Vossos filhos vêm de vós, mas não são vossos”.

Quanta oração jogada ao vento,/

e quanto vento a jogar orações/

no despenhadeiro de ouvidos moucos./

Não me interessa que horas são./

Nem qual seja a oração da hora certa./

François Silvestre é escritor

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Categoria(s): Poesia
domingo - 20/12/2020 - 05:28h

Jornalismo e literatura

Por Marcos Ferreira

Houve um tempo em que as redações dos grandes jornais (não só dos grandes, lógico) eram quase todas compostas por escritores, muitos desses já bastante notórios e consolidados enquanto expoentes da literatura nacional e estrangeira. Foi assim no Brasil e no mundo todo. Não me animo, cá da nossa parte, a citar os honoráveis nomes dos literatos e medalhões que figuraram na pré-história do jornalismo tupiniquim, posto que são tantos e já muito badalados, porém ouso dizer que foram eles os verdadeiros bandeirantes e desbravadores da imprensa brasileira, figuras de elevado nível de expressão artística e senso crítico que mantinham (não necessariamente nessa ordem) um pé no jornalismo e o outro na literatura.Só muito depois, poucos e hesitantes, começaram a tomar chegada os primeiros colonos — os essencialmente jornalistas — que abraçariam os trigais da vida cotidiana para colher a matéria bruta da reportagem puramente noticiosa. A estes pertenceriam o gatilho das horas, o afã da palavra escrita, a celeridade da notícia fast-food.

Eles fundaram o jornalismo-empresa, a imprensa comercial. Perceberam que a notícia é, antes de tudo, um forte catalisador de interesses, um tipo de moeda corrente. Daí emergiram inúmeros empresários da informação e comerciantes de palavras, que negociam, sobretudo, o que deixam de publicar a respeito de certas coisas e indivíduos. Sim. E desse histórico conúbio entre jornalismo e literatura veio à luz um casalzinho bem-sucedido chamado Propaganda e Marketing.

Como tudo se dobra ou degenera sob a ação do tempo, as novas gerações não deram continuidade à linha ourives ou burilada, em alguns casos até excessivamente rebuscada, que os mais antigos desenvolviam. Mas os pósteros trouxeram a roda (entenda-se velocidade) para dentro das redações brasileiras, antes sujeitas a uma metodologia caduca. Com isso, então, a imprensa adquiriu o poder de não apenas informar, mas até de adestrar o seu público.

Discretamente, portanto, os ditos artesãos da palavra foram deixando (ou convidados a deixar) as redações. Apenas alguns recalcitrantes ainda se mantêm grudados a uma tirinha ou rodapé de jornal. Arrisco dizer que não possuem mais o prestígio de antes e se tornaram tão sem proveito para a imprensa comercial de agora quanto as máquinas de datilografar de antanho.

Se comparado ao repórter de campo, o homem de letras, salvo raras exceções, é um jabuti coxo, uma ave implume na vastidão do espaço. Porque o típico escritor, tanto o de ontem quanto o de hoje, dificilmente possui a dinâmica, a celeridade peculiar ao repórter clássico. Um literato com razoável compreensão de arte escrita gasta vários minutos retocando um paragrafozinho opaco como este, enquanto o jornalista produz uma página inteira num fôlego só. Porque este, ao contrário daquele, assimilou e se realiza com o imediatismo da comunicação, sem, em certas ocasiões, perder tempo com requintes estilísticos ou pudores gramaticais.

Vendo-os em ação, como várias vezes tive a oportunidade de presenciar, parece-me que já se levantam da cama com as matérias pré-redigidas sob as pálpebras, tal é a fluidez com que articulam seus raciocínios, escrevem e se dão por satisfeitos com a forma e o conteúdo que desejam transmitir à população. Bem ao contrário da ritualística e morosidade do literato comum.

Agora, portanto, as modernas redações, em especial no universo da mídia eletrônica, pertencem a esses homens autenticamente jornalistas, pessoas ágeis e objetivas, homens e mulheres dotados de intrínseca vocação e desembaraço, que oferecem ao jornalismo moderno maior consonância e persuasão coletiva. E nem nos choca mais o fato de que alguns (trata-se de minoria) sequer atentem para a cívica diferença que há, por exemplo, entre o emprego de hot dog e cachorro-quente.

Existem aqueles que não se importam, não têm compromisso nem interesse em prestigiar o próprio idioma. Estão sempre macaqueando, principalmente, a língua inglesa. Acham isso uma coisa chique, prafrentex, e fazem uso de toda sorte de estrangeirices.

Há cerca de um mês, vejam isto, um industrioso repórter destas bandas, que também ataca de fotógrafo nas horas vagas, montou um pequeno estúdio fotográfico em sua residência, no Loteamento Três Vinténs, Rua Bom Sucesso, e aí o “Sebastião Salgado” local mandou afixar diante da casa uma luminosa placa com os seguintes dizeres: “Photo Severinu’s, professional freelancer”.

Considerando o lado meramente comercial da questão, talvez uma coisa dessas até pareça razoável. Talvez. Mas, do ponto de vista patriótico, supondo-se que haja algum patriotismo no brasileiro, considero vergonhoso que alguém que sobreviva diretamente da língua portuguesa se permita menosprezar o próprio idioma dessa forma.

É, a meu ver, mais um típico exemplo de quando o complexo de vira-lata sobrepõe o senso do ridículo. Ressalto, no entanto, que este é apenas o meu ponto de vista. E um ponto de vista nada mais é do que a vista a partir de um ponto.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Artigo / Comunicação
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sábado - 19/12/2020 - 23:58h

Pensando bem…

“Você venceu na vida quando tudo o que você realmente quer é aquilo que você realmente precisa.”

Vernon Howard

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Categoria(s): Pensando bem...
sábado - 19/12/2020 - 08:02h
Covid-19

Morre Felipe Caetano, professor aposentado da Uern

Felipe: 74 anos (Foto: redes sociais)

Nome de amplo círculo de amizades e aceitação social, morreu na madrugada deste sábado (19) em Mossoró, o professor aposentado da Universidade do Estado do RN (UERN), Felipe Caetano de Oliveira, 74. Ele estava internado na UTI do Hospital Wilson Rosado (HWR), com Covid-19.

Casado, pai de quatro filhos, Caetano era natural de Apodi, na região Oeste do Rio Grande do Norte.

Foi secretário-adjunto de Cultura da Prefeitura de Mossoró, participou ativamente de movimentos culturais e lutas sindicais, sendo um dos fundadores da Associação dos Professores de Mossoró (APM) e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do RN (SINTE/RN).

O sepultamento acontecerá às 9h desse mesmo sábado, saindo diretamente do hospital para o Cemitério São Sebastião (centro). O velório é evitdo em face de recomendações de saúde pública quanto à expansão do novo vírus.

Que descanse em paz.

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Categoria(s): Gerais
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