sábado - 26/01/2008 - 20:42h

Projeto releitura

Consumi dois ótimos livros nos últimos dias. Fizeram parte do "Projeto Releitura", providência saneadora que criei para conservar o hábito, lendo outra vez títulos que possuo em casa.

Os novos têm preços proibitivos, além de boa parte não me parecer interessante. Ou não são interessantes porque são financeiramente proibitivos para mim? A ordem dos fatores pode alterar o produto. Enfim, talvez as duas vertentes de justificativas terminem se fundindo.

"Trinta anos esta noite, 1964 – o que vi e vivi" de Paulo Francis, fui buscar lá no fundo do baú. Há 14 anos está em minha companhia, portanto desde 1994. Peguei-o de "segunda mão", comum à época em que trabalhava na Editoria Política da Gazeta do Oeste. Sobra de Canindé Queiroz, minha principal fonte de livros a valor módico. Como se diz hoje, saiu à base do 0800. De graça.

O outro é novinho em folha. Remonta a janeiro de 2002. Filei-o, depois que meus olhos passearam sobre ele várias vezes na mesa de um parceiro de profissão, que não iria aproveitá-lo. Portanto, imprestável onde ronronava. Fora presente com dedicatória e tudo do ex-vice-prefeito de Mossoró Antônio Capistrano. 

Fazia parte de uma pilha de outras obras adormecidas no lugar, que serviam no máximo como peso à folha avulsa. Digamos então que foi um furto consentido.

Trata-se de "O livro dos insultos" de H.L. Mencken". É outro trabalho indispensável, sobretudo para quem faz do jornalismo algo além de uma atividade profissional. Os dois – Francis e Mencken – marcham sobre searas distintas, universos diferenciados, mas a partir do olhar perscrutante de jornalistas com características iconoclastas.

Já os tinha quardadinhos. Agora – após nova leitura – continuarão ainda mais comigo. Reler não é apenas ver de novo. É fitar aquele mundo sob outro ângulo.

O escritor Franklin Jorge leu e doou milhares de livros. Não chego a tamanho desprendimento. O poeta Marcos Ferreira acha que aqueles títulos ruins, o jeito é fazer andar, pois "pode ser que alguém goste". 

Li em algum canto, que o fino é comprar três exemplares do mesmo livro. Um para a biblioteca pessoal, outro para a leitura com todo o seu manuseio necessário e um terceiro à doação a amigos e pessoas com gosto pela literatura.

Fico à espera desse mecenas, gente de coração superior e boa seiva financeira. Qualquer coisa, como aqui em casa não tem chaminé ou janela à rua, mande um e-mail avisando a boa nova.

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Categoria(s): Nair Mesquita

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